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por Marino » Ter Set 08, 2009 4:26 pm
VAI DAR MERDA...
Após reunião com Jobim, parlamentares dizem que acordo para compra de caças da França não está fechado
Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
Líderes partidários que participaram de reunião com o ministro Nelson Jobim (Defesa), nesta terça-feira (8), afirmaram que o acordo com a França para a compra de 36 caças Rafale ainda não foi fechado.
Jobim reuniu-se com líderes partidários na residência oficial da Câmara dos Deputados, em Brasília. Na pauta, a política de defesa nacional, que ganhou impulso nesta semana com o anúncio de que o governo brasileiro iniciou negociações com a francesa Dassault para a compra de 36 caças Rafale.
A empresa francesa disputa o contrato com um concorrente dos Estados Unidos e outro da Suécia. A disposição em transferir tecnologia é apontada como a principal vantagem da oferta francesa. A visita do presidente Nicolas Sarkozy ao Brasil antecipou o posicionamento brasileiro favorável à compra das aeronaves francesas.
"Ele disse que a decisão definitiva ainda não foi tomada", disse o líder do PSB, deputado Rodrigo Rollemberg (DF). "A questão mais importante é a transferência de tecnologia e a leitura é que há uma dificuldade maior relacionada à transferência na proposta dos Estados Unidos. Essa questão será extremamente relevante. Acho mais difícil um acordo com os americanos".
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), vê o acordo em posição avançada com a Dassault. "A situação com os americanos está praticamente descartada porque foram impedidas vendas para outros países. Mas continua com a Suécia. Parece ser um negócio mais fechado com a França".
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, fez uma visita de 24 horas ao Brasil e acompanhou o desfile de 7 de Setembro, em Brasília, como convidado de honra. Após o desfile, concedeu entrevista ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois abordaram a transferência de tecnologia francesa ao Brasil, prevista no acordo para a compra dos 36 aviões.
Também foram fechados acordos para compra de quatro submarinos convencionais e um submarino movido à energia nuclear, além de helicópteros. Em contrapartida, o governo francês manifestou disposição em comprar a aeronave de transporte militar KC-390, que está sendo desenvolvida pela Embraer.
Pré-sal
Em seu discurso antes da entrevista coletiva, nesta segunda, Lula defendeu os investimentos em defesa ressaltando que o país tem um grande território amazônico a preservar, e uma nova riqueza para defender, o pré-sal. O presidente disse que "deve sempre passar pela nossa cabeça a ideia que o petróleo já foi motivo de muitas guerras e muitos conflitos e nós não queremos nem guerra nem conflito".
O conflito relacionado ao pré-sal, neste momento, envolve a oposição, que obstrui as votações em protesto contra o pedido de urgência para análise dos quatro projetos relacionados à nova camada de petróleo.
A oposição também não participou da reunião na casa do presidente Michel Temer (PMDB-SP). Nesta terça, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), criticou o pronunciamento feito pelo presidente Lula em cadeia nacional de rádio e TV, na noite de domingo. Lula convocou a população a trabalhar pela aprovação dos projetos. "Converse com seus amigos, escreva pra seu deputado, seu senador, pra que eles apoiem o que é melhor para o Brasil", disse.
"Nós fomos tratados como se fossemos inimigos da população", reclamou Caiado. "Lá no Executivo, eles construíram esses projetos de portas fechadas. Aqui nós vamos dar a redação necessária a esses quatro projetos depois de ouvir a sociedade, promover encontros e debates".
Com o pedido de urgência, os projetos devem ser analisados em até 90 dias, na Câmara e no Senado. As matérias chegaram à Câmara dos Deputados na noite da última terça.
O projeto mais cobiçado pelos parlamentares é o que muda o sistema de exploração do regime de concessão para o de partilha. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), já afirmou que será o relator desta matéria.
Outro projeto trata da criação da estatal Petro-Sal para administrar a exploração no pré-sal. Uma terceira proposta trata da capitalização da Petrobras e o quarto projeto cria um fundo social que será abastecido com recursos obtidos com o pré-sal.
UOL Celular
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco