http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... omica.htmlBrasil já tem tecnologia para desenvolver bomba atômica
05 de setembro de 2009 - 18h26
Vasconcelo Quadros
Uma revolucionária tese de doutorado produzida no Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército - Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação - pelo físico Dalton Ellery Girão Barroso, confirma que o Brasil já tem conhecimento e tecnologia para, se quiser, desenvolver a bomba atômica. "Não precisa fazer a bomba. Basta mostrar que sabe", disse o físico.
Mantida atualmente sob sigilo no IME, a pesquisa foi publicada num livro e sua divulgação provocou um estrondoso choque entre o governo brasileiro e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), responsável pela fiscalização de artefatos nucleares no mundo inteiro. O pesquisador desenvolveu cálculos e equações que permitiram interpretar os modelos físicos e matemáticos de uma ogiva nuclear americana, a W-87, cujas informações eram cobertas de sigilo, mas vazaram acidentalmente.
Barroso publicou o grosso dos resultados da tese no livro A Física dos explosivos nucleares (Editora Livraria da Física, 439 páginas), despertando a reação da AIEA e, como subproduto, um conflito de posições entre os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Celso Amorim, das Relações Exteriores. A crise vinha sendo mantida em segredo pelo governo e pela diplomacia brasileira.
A AIEA chegou a levantar a hipótese de que os dados revelados no livro eram secretos e só poderiam ter sido desenvolvidos em experimentos de laboratório, deixando transparecer outra suspeita que, se fosse verdade, seria mais inquietante: o Brasil estaria avançando suas pesquisas em direção à bomba atômica.
A AIEA também usou como pretexto um velho argumento das superpotências: a divulgação de equações e fórmulas secretas, restritas aos países que desenvolvem artefatos para aumentar os arsenais nucleares, poderia servir ao terrorismo internacional. Os argumentos e a intromissão da AIEA nas atividades acadêmicas de uma entidade subordinada ao Exército geraram forte insatisfação da área militar e o assunto acabou sendo levado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.
No final de abril, depois de fazer uma palestra sobre estratégia de defesa no Instituto Rio Branco, no Rio, Jobim ouviu as ponderações do ministro Santiago Irazabal Mourão, chefe da Divisão de Desarmamento e Tecnologias Sensíveis do MRE, numa conversa assistida pelos embaixadores Roberto Jaguaribe e Marcos Vinicius Pinta Gama. A crise estava em ebulição.
Jobim deixou o local com o texto de um documento sigiloso entitulado Programa Nuclear Brasileiro - Caso Dalton, entregue pelo próprio Mourão. Mandou seus assessores militares apurarem e, no final, rechaçou as suspeitas levantadas, vetou o acesso da AIEA à pesquisa e saiu em defesa do pesquisador.
Num documento com o carimbo de secreto, chamado de Aviso 325, ao qual o Jornal do Brasil teve acesso, encaminhado a Celso Amorim no final de maio, Jobim dispara contra a entidade. "A simples possibilidade de publicação da obra no Brasil e sua livre circulação são evidência eloquente da inexistência de programa nuclear não autorizado no País, o que, se fosse verdade, implicaria em medidas incontornáveis de segurança e sigilo", criticou o ministro no documento.
Diplomacia
Amorim teria assumido uma posição dúbia, tentando contornar a crise sugerindo que o pleito da AIEA fosse atendido, pelo menos em parte, como convém sempre à diplomacia. A entidade queria que o livro fosse recolhido e exigiu dados mais detalhados sobre o método e as técnicas utilizadas pelo físico brasileiro. Insistia que o conteúdo do livro era material sigiloso. Jobim bateu o pé e, em nome da soberania e da clara opção brasileira de não se envolver na construção de arsenais nucleares - explicitada na Constituição - descartou qualquer interferência no setor.
Situado na Praia Vermelha, o IME é um órgão de pesquisa básica, com curso de pós-graduação e extensão universitárias para civis e militares, subordinado ao Comando do Exército. O ministro citou a banca examinadora do IME, formada por seis PhDs em física, entre eles o orientador de Barroso, Ronaldo Glicério Cabral, para garantir que a tese é trabalho teórico e sem vínculo com qualquer experiência realizada no Brasil. Jobim citou o respeito a tratados para afirmar que o Brasil tem credibilidade para pesquisar "à margem de suspeições de qualquer origem".
Jobim enfatizou ainda que o recolhimento compulsório do livro, como queria a AIEA, implicaria em grave lesão ao direito subjetivo protegido pela Constituição. Em outras palavras, seria uma censura a uma obra acadêmica com a chancela do governo Lula. E ainda criticou a entidade que, segundo ele, não justificou os comentários sobre a obra e nem apresentou base científica para amparar o questionamento.
A crise é uma ferida ainda não cicatrizada. Jobim não quis dar entrevista sobre o assunto, mas confirmou que encaminhou o documento ao Ministério das Relações Exteriores, responsável pelas conversações diplomáticas com entidades como a AIEA. Procurado pelo Jornal do Brasil, Amorim não retornou. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - o órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia responsável pelo apoio aos inspetores da AIEA - Odair Dias Gonçalves, também não quis falar.
JB Online
GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Junker, criei um tópico sobre isso, tal a importância.Junker escreveu:http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... omica.htmlBrasil já tem tecnologia para desenvolver bomba atômica
05 de setembro de 2009 - 18h26
Vasconcelo Quadros
Uma revolucionária tese de doutorado produzida no Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército - Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação - pelo físico Dalton Ellery Girão Barroso, confirma que o Brasil já tem conhecimento e tecnologia para, se quiser, desenvolver a bomba atômica. "Não precisa fazer a bomba. Basta mostrar que sabe", disse o físico.
Mantida atualmente sob sigilo no IME, a pesquisa foi publicada num livro e sua divulgação provocou um estrondoso choque entre o governo brasileiro e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA), responsável pela fiscalização de artefatos nucleares no mundo inteiro. O pesquisador desenvolveu cálculos e equações que permitiram interpretar os modelos físicos e matemáticos de uma ogiva nuclear americana, a W-87, cujas informações eram cobertas de sigilo, mas vazaram acidentalmente.
Barroso publicou o grosso dos resultados da tese no livro A Física dos explosivos nucleares (Editora Livraria da Física, 439 páginas), despertando a reação da AIEA e, como subproduto, um conflito de posições entre os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Celso Amorim, das Relações Exteriores. A crise vinha sendo mantida em segredo pelo governo e pela diplomacia brasileira.
A AIEA chegou a levantar a hipótese de que os dados revelados no livro eram secretos e só poderiam ter sido desenvolvidos em experimentos de laboratório, deixando transparecer outra suspeita que, se fosse verdade, seria mais inquietante: o Brasil estaria avançando suas pesquisas em direção à bomba atômica.
A AIEA também usou como pretexto um velho argumento das superpotências: a divulgação de equações e fórmulas secretas, restritas aos países que desenvolvem artefatos para aumentar os arsenais nucleares, poderia servir ao terrorismo internacional. Os argumentos e a intromissão da AIEA nas atividades acadêmicas de uma entidade subordinada ao Exército geraram forte insatisfação da área militar e o assunto acabou sendo levado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim.
No final de abril, depois de fazer uma palestra sobre estratégia de defesa no Instituto Rio Branco, no Rio, Jobim ouviu as ponderações do ministro Santiago Irazabal Mourão, chefe da Divisão de Desarmamento e Tecnologias Sensíveis do MRE, numa conversa assistida pelos embaixadores Roberto Jaguaribe e Marcos Vinicius Pinta Gama. A crise estava em ebulição.
Jobim deixou o local com o texto de um documento sigiloso entitulado Programa Nuclear Brasileiro - Caso Dalton, entregue pelo próprio Mourão. Mandou seus assessores militares apurarem e, no final, rechaçou as suspeitas levantadas, vetou o acesso da AIEA à pesquisa e saiu em defesa do pesquisador.
Num documento com o carimbo de secreto, chamado de Aviso 325, ao qual o Jornal do Brasil teve acesso, encaminhado a Celso Amorim no final de maio, Jobim dispara contra a entidade. "A simples possibilidade de publicação da obra no Brasil e sua livre circulação são evidência eloquente da inexistência de programa nuclear não autorizado no País, o que, se fosse verdade, implicaria em medidas incontornáveis de segurança e sigilo", criticou o ministro no documento.
Diplomacia
Amorim teria assumido uma posição dúbia, tentando contornar a crise sugerindo que o pleito da AIEA fosse atendido, pelo menos em parte, como convém sempre à diplomacia. A entidade queria que o livro fosse recolhido e exigiu dados mais detalhados sobre o método e as técnicas utilizadas pelo físico brasileiro. Insistia que o conteúdo do livro era material sigiloso. Jobim bateu o pé e, em nome da soberania e da clara opção brasileira de não se envolver na construção de arsenais nucleares - explicitada na Constituição - descartou qualquer interferência no setor.
Situado na Praia Vermelha, o IME é um órgão de pesquisa básica, com curso de pós-graduação e extensão universitárias para civis e militares, subordinado ao Comando do Exército. O ministro citou a banca examinadora do IME, formada por seis PhDs em física, entre eles o orientador de Barroso, Ronaldo Glicério Cabral, para garantir que a tese é trabalho teórico e sem vínculo com qualquer experiência realizada no Brasil. Jobim citou o respeito a tratados para afirmar que o Brasil tem credibilidade para pesquisar "à margem de suspeições de qualquer origem".
Jobim enfatizou ainda que o recolhimento compulsório do livro, como queria a AIEA, implicaria em grave lesão ao direito subjetivo protegido pela Constituição. Em outras palavras, seria uma censura a uma obra acadêmica com a chancela do governo Lula. E ainda criticou a entidade que, segundo ele, não justificou os comentários sobre a obra e nem apresentou base científica para amparar o questionamento.
A crise é uma ferida ainda não cicatrizada. Jobim não quis dar entrevista sobre o assunto, mas confirmou que encaminhou o documento ao Ministério das Relações Exteriores, responsável pelas conversações diplomáticas com entidades como a AIEA. Procurado pelo Jornal do Brasil, Amorim não retornou. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) - o órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia responsável pelo apoio aos inspetores da AIEA - Odair Dias Gonçalves, também não quis falar.
JB Online
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
Concordo. Ponderei por alguns minutos se abria um tópico novo. Decidi por colocar aqui, mas o que importa é a divulgação do caso.
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Publicado na edição de 05 Set 09
Visões para 20 anos
Merval Pereira
Os economistas Claudio Porto e Rodrigo Ventura, da consultoria Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão, estão coordenando um amplo estudo de tendências e cenários do Brasil e sua inserção no contexto global para os próximos 20 anos. Esse estudo prospectivo, incluindo quantificações e regionalizações, estará concluído no 1º trimestre de 2010, mas um ensaio preliminar, contendo as hipóteses e conjecturas que orientam as primeiras pesquisas que o integram, já indica algumas conclusões interessantes, especialmente diante da perspectiva de aumentarmos nosso diferencial competitivo no mundo com as novas descobertas do pré-sal.
O estudo lembra que por 60 anos, entre 1910 e 1974, o Brasil foi o país com a maior taxa de crescimento econômico do mundo (média de 7% a.a.). Nas décadas de 80 e 90, este crescimento declinou substancialmente, e o país passou a registrar taxas médias de crescimento econômico inferiores à média mundial.
A partir de 2005, o Brasil voltou a expandir as taxas de crescimento (taxa média de variação de PIB de 4,5% a.a. entre 2005 e 2008). Para os autores do estudo, no momento, no campo econômico as questões que se colocam são as seguintes:
1 - A atual crise mundial abortará o crescimento econômico brasileiro?
2 - O Brasil consolidará ou não uma trajetória de crescimento sustentado e em patamares elevados nas próximas duas décadas?
Para os analistas da Macroplan, o futuro do Brasil, sob uma perspectiva de longo prazo, está condicionado à evolução de alguns fatores estruturais que poderão impulsionar ou inibir o seu desenvolvimento sustentado nas próximas décadas.
Entre os fatores inibidores estão o baixo nível de escolaridade e de qualificação da população; violência urbana; gargalos na infraestrutura logística; carga tributária elevada, sistema tributário distorcido e má qualidade do gasto público; déficit da Previdência e pressões crescentes sobre o sistema previdenciário; excesso de burocracia, prejudicando o ambiente de negócios e inibindo o empreendedorismo.
A questão ambiental também pesa. A elevada pressão antrópica, com atividades econômicas em larga escala e falta de regulação e fiscalização adequadas, aumenta drasticamente a taxa de desmatamento da Amazônia. Ao mesmo tempo, temos baixo desempenho dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e a degradação do sistema de representação política.
Os fatores impulsionadores são condições estruturais que asseguram diferenciais competitivos de grande potencial em âmbito mundial neste início do século XXI, entre eles a diversidade e abundância de fontes de energia, inclusive renováveis.
A combinação das recentes e grandes descobertas de petróleo (inclusive na camada pré-sal) e uma posição de liderança em biocombustíveis faz do Brasil uma das maiores potências energéticas do mundo, salienta o estudo.
Com as reservas do pré-sal já licitadas nos campos de Tupi, Iara e Parque das Baleias (29% de toda a área do pré-sal), a produção nacional pode saltar para 30 bilhões de barris dia na próxima década. Em termos de energia hidroelétrica, o Brasil possui potencial de geração de 258.410 megawatts, dos quais apenas 28,2% são explorados.
Os analistas destacam ainda um mercado nacional integrado e de grande escala, com segmentos econômicos mundialmente competitivos; o sistema bancário altamente organizado e sólido; as grandes reservas internacionais e a democracia consolidada como fatores impulsionadores do desenvolvimento.
Para a Macroplan, a trajetória do Brasil está condicionada à evolução dos cenários externos, ao efetivo aproveitamento de nossas potencialidades e, sobretudo, ao equacionamento dos gargalos destacados.
Eles acrescentam ainda incertezas relacionadas aos desdobramentos da questão fiscal e à inserção internacional do país nas próximas duas décadas. Assim, entre as principais incertezas de longo prazo da economia brasileira, destacam:
"Com que intensidade o Brasil enfrentará os gargalos estruturais ao seu desenvolvimento sustentado nos próximos 10 a 20 anos?
"Como o Brasil lidará com a questão fiscal neste horizonte?
"Como se dará a inserção internacional do Brasil neste mesmo período de tempo?"
Diante dessas incertezas domésticas, e tendo em vista as diferentes possibilidades de evolução do mundo no pós-crise, eles desenham quatro cenários econômicos para o Brasil no horizonte 2012-2030:
Cenário 1 - Em duas décadas o Brasil dá "Um Salto para o 1º Mundo" com um crescimento sustentado, mantendo elevada taxa de expansão média do PIB (entre 4% e 6% a.a.). Neste cenário, em 2030, o PIB per capita do país alcançaria os US$25 mil em Paridade de Poder de Compra (PPC), equivalente ao da Itália em 2008.
Cenário 2 - "Um Emergente Retardatário". Neste caso, o crescimento econômico do país se estabiliza em patamar mediano, entre 3% e 4% a.a. até 2030, quando o PIB per capita do Brasil alcançaria os US$17 mil (em PPC), próximo ao de Porto Rico em 2008.
Cenário 3 - "Mudança de Patamar: bem perto do 1º mundo". Após registrar taxa média de variação do PIB moderada entre 2010 e 2020 (entre 2,5% e 4% a.a.), o Brasil consolidaria um crescimento após 2020 acima de 5% a.a. Neste cenário, em 2030, o PIB per capita do país alcançaria os US$18,5 mil (em PPC), equivalente ao da Coreia do Sul em 2008.
Cenário 4 - "Crescimento Inercial: a 'baleia' volta a encalhar". Como resultado da persistência dos gargalos econômicos, o crescimento brasileiro até 2030 voltaria a cair, situando-se entre 1% e 3% anuais. Neste cenário, em 2030, o PIB per capita do país alcançaria os US$13 mil (em PPC), equivalente ao do Chile em 2008. (Continua amanhã)
Visões para 20 anos
Merval Pereira
Os economistas Claudio Porto e Rodrigo Ventura, da consultoria Macroplan Prospectiva, Estratégia & Gestão, estão coordenando um amplo estudo de tendências e cenários do Brasil e sua inserção no contexto global para os próximos 20 anos. Esse estudo prospectivo, incluindo quantificações e regionalizações, estará concluído no 1º trimestre de 2010, mas um ensaio preliminar, contendo as hipóteses e conjecturas que orientam as primeiras pesquisas que o integram, já indica algumas conclusões interessantes, especialmente diante da perspectiva de aumentarmos nosso diferencial competitivo no mundo com as novas descobertas do pré-sal.
O estudo lembra que por 60 anos, entre 1910 e 1974, o Brasil foi o país com a maior taxa de crescimento econômico do mundo (média de 7% a.a.). Nas décadas de 80 e 90, este crescimento declinou substancialmente, e o país passou a registrar taxas médias de crescimento econômico inferiores à média mundial.
A partir de 2005, o Brasil voltou a expandir as taxas de crescimento (taxa média de variação de PIB de 4,5% a.a. entre 2005 e 2008). Para os autores do estudo, no momento, no campo econômico as questões que se colocam são as seguintes:
1 - A atual crise mundial abortará o crescimento econômico brasileiro?
2 - O Brasil consolidará ou não uma trajetória de crescimento sustentado e em patamares elevados nas próximas duas décadas?
Para os analistas da Macroplan, o futuro do Brasil, sob uma perspectiva de longo prazo, está condicionado à evolução de alguns fatores estruturais que poderão impulsionar ou inibir o seu desenvolvimento sustentado nas próximas décadas.
Entre os fatores inibidores estão o baixo nível de escolaridade e de qualificação da população; violência urbana; gargalos na infraestrutura logística; carga tributária elevada, sistema tributário distorcido e má qualidade do gasto público; déficit da Previdência e pressões crescentes sobre o sistema previdenciário; excesso de burocracia, prejudicando o ambiente de negócios e inibindo o empreendedorismo.
A questão ambiental também pesa. A elevada pressão antrópica, com atividades econômicas em larga escala e falta de regulação e fiscalização adequadas, aumenta drasticamente a taxa de desmatamento da Amazônia. Ao mesmo tempo, temos baixo desempenho dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e a degradação do sistema de representação política.
Os fatores impulsionadores são condições estruturais que asseguram diferenciais competitivos de grande potencial em âmbito mundial neste início do século XXI, entre eles a diversidade e abundância de fontes de energia, inclusive renováveis.
A combinação das recentes e grandes descobertas de petróleo (inclusive na camada pré-sal) e uma posição de liderança em biocombustíveis faz do Brasil uma das maiores potências energéticas do mundo, salienta o estudo.
Com as reservas do pré-sal já licitadas nos campos de Tupi, Iara e Parque das Baleias (29% de toda a área do pré-sal), a produção nacional pode saltar para 30 bilhões de barris dia na próxima década. Em termos de energia hidroelétrica, o Brasil possui potencial de geração de 258.410 megawatts, dos quais apenas 28,2% são explorados.
Os analistas destacam ainda um mercado nacional integrado e de grande escala, com segmentos econômicos mundialmente competitivos; o sistema bancário altamente organizado e sólido; as grandes reservas internacionais e a democracia consolidada como fatores impulsionadores do desenvolvimento.
Para a Macroplan, a trajetória do Brasil está condicionada à evolução dos cenários externos, ao efetivo aproveitamento de nossas potencialidades e, sobretudo, ao equacionamento dos gargalos destacados.
Eles acrescentam ainda incertezas relacionadas aos desdobramentos da questão fiscal e à inserção internacional do país nas próximas duas décadas. Assim, entre as principais incertezas de longo prazo da economia brasileira, destacam:
"Com que intensidade o Brasil enfrentará os gargalos estruturais ao seu desenvolvimento sustentado nos próximos 10 a 20 anos?
"Como o Brasil lidará com a questão fiscal neste horizonte?
"Como se dará a inserção internacional do Brasil neste mesmo período de tempo?"
Diante dessas incertezas domésticas, e tendo em vista as diferentes possibilidades de evolução do mundo no pós-crise, eles desenham quatro cenários econômicos para o Brasil no horizonte 2012-2030:
Cenário 1 - Em duas décadas o Brasil dá "Um Salto para o 1º Mundo" com um crescimento sustentado, mantendo elevada taxa de expansão média do PIB (entre 4% e 6% a.a.). Neste cenário, em 2030, o PIB per capita do país alcançaria os US$25 mil em Paridade de Poder de Compra (PPC), equivalente ao da Itália em 2008.
Cenário 2 - "Um Emergente Retardatário". Neste caso, o crescimento econômico do país se estabiliza em patamar mediano, entre 3% e 4% a.a. até 2030, quando o PIB per capita do Brasil alcançaria os US$17 mil (em PPC), próximo ao de Porto Rico em 2008.
Cenário 3 - "Mudança de Patamar: bem perto do 1º mundo". Após registrar taxa média de variação do PIB moderada entre 2010 e 2020 (entre 2,5% e 4% a.a.), o Brasil consolidaria um crescimento após 2020 acima de 5% a.a. Neste cenário, em 2030, o PIB per capita do país alcançaria os US$18,5 mil (em PPC), equivalente ao da Coreia do Sul em 2008.
Cenário 4 - "Crescimento Inercial: a 'baleia' volta a encalhar". Como resultado da persistência dos gargalos econômicos, o crescimento brasileiro até 2030 voltaria a cair, situando-se entre 1% e 3% anuais. Neste cenário, em 2030, o PIB per capita do país alcançaria os US$13 mil (em PPC), equivalente ao do Chile em 2008. (Continua amanhã)
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
Cálculos desvendaram interior de ogiva dos EUA
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA - A parte mais delicada da pesquisa de Barroso – e principal responsável pela reação da AIEA – está na página 349 do capítulo 10 do livro, que leva o título Detonações termonucleares. São cálculos complexos, desenvolvidos com a ajuda de um inédito programa de computador que ele mesmo criou, e que desvenda com resultados em níveis técnicos aceitáveis pela comunidade científica, a figura de uma das ogivas nucleares dos Estados Unidos, conhecida com warhead W-87 .
A figura reproduz o esquema de detonação termonuclear num moderno e compacto explosivo. Tudo o que sabia, até então, eram os dados sobre as dimensões externas dos símbolos, e assim mesmo porque as informações haviam vazado, em 1999, e publicadas pela revista americana Insight Magazine, em agosto daquele ano. Uma reportagem da publicação reproduziu um trecho de um relatório produzido pelo Congresso americano sobre denúncias envolvendo suposta espionagem chinesas nos laboratórios nucleares dos Estados Unidos, do qual, acidentalmente, foi incluída a imagem e os dados que deveriam permanecer em sigilo.
A divulgação deixou perplexo o inventor da bomba de nêutrons, Samuel Cohen que, em depoimento ao Congresso, alertou que um físico competente poderia usar os dados e desenvolver o mesmo projeto original. O físico brasileiro, contudo, não fez só isso. Barroso virou a figura do lado avesso e, além de interpretar as dimensões externas, desenvolveu a configuração para o módulo secundário do explosivo, abrindo o que estava em segredo sobre a parte termonuclear do W-87. Os cálculos coincidiram até com a potência do artefato americano, de 300 quilotons.
– Só adivinhei o que estava lá dentro – diz Barroso. O trabalho é duplamente inédito: é a primeira vez que um físico brasileiro aprofunda cálculos e equações que pertenciam apenas aos cientistas presos a sigilos de laboratórios e, ao mesmo tempo, explicita os resultados em literatura científica aberta. Barroso afirma que no mundo da física nuclear só não podem ser divulgados dados obtidos por espionagem em laboratórios de experimentos. Segundo ele, a pesquisa publicada no livro é baseada em modelos físicos e matemáticos conhecidos e disponíveis na literatura. Mas o que encontrou é inédito graças, em boa parte, ao avanço da ciência da computação.
O livro tem outros quatro capítulos (4, 8, 9 e 10) recheados de novidades, também obtidas com simulações em computador. São conclusões relacionadas a explosivos de fissão pura, novos elementos químicos em massa físsil – como o deutério-trítio –, explosivos nucleares, termonucleares e as complexas bombas boosted.
A AIEA reclamou argumentando que várias informações reveladas nesses capítulos também eram sigilosas. O Ministério da Defesa anexou ao documento 42 duas obras disponíveis para mostrar que não se tratava de segredo.
– O livro não é um manual para terrorista – garante o físico.
Barroso sustenta que a tese, classificada como reservada – um eufemismo para sigilo – tem poucos dados além dos que já estão no livro. Apesar da crise gerada, diz que vai pedir ao IME que libere o resto para publicação. As partes mais polêmicas, garante, já foram publicadas.
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA - A parte mais delicada da pesquisa de Barroso – e principal responsável pela reação da AIEA – está na página 349 do capítulo 10 do livro, que leva o título Detonações termonucleares. São cálculos complexos, desenvolvidos com a ajuda de um inédito programa de computador que ele mesmo criou, e que desvenda com resultados em níveis técnicos aceitáveis pela comunidade científica, a figura de uma das ogivas nucleares dos Estados Unidos, conhecida com warhead W-87 .
A figura reproduz o esquema de detonação termonuclear num moderno e compacto explosivo. Tudo o que sabia, até então, eram os dados sobre as dimensões externas dos símbolos, e assim mesmo porque as informações haviam vazado, em 1999, e publicadas pela revista americana Insight Magazine, em agosto daquele ano. Uma reportagem da publicação reproduziu um trecho de um relatório produzido pelo Congresso americano sobre denúncias envolvendo suposta espionagem chinesas nos laboratórios nucleares dos Estados Unidos, do qual, acidentalmente, foi incluída a imagem e os dados que deveriam permanecer em sigilo.
A divulgação deixou perplexo o inventor da bomba de nêutrons, Samuel Cohen que, em depoimento ao Congresso, alertou que um físico competente poderia usar os dados e desenvolver o mesmo projeto original. O físico brasileiro, contudo, não fez só isso. Barroso virou a figura do lado avesso e, além de interpretar as dimensões externas, desenvolveu a configuração para o módulo secundário do explosivo, abrindo o que estava em segredo sobre a parte termonuclear do W-87. Os cálculos coincidiram até com a potência do artefato americano, de 300 quilotons.
– Só adivinhei o que estava lá dentro – diz Barroso. O trabalho é duplamente inédito: é a primeira vez que um físico brasileiro aprofunda cálculos e equações que pertenciam apenas aos cientistas presos a sigilos de laboratórios e, ao mesmo tempo, explicita os resultados em literatura científica aberta. Barroso afirma que no mundo da física nuclear só não podem ser divulgados dados obtidos por espionagem em laboratórios de experimentos. Segundo ele, a pesquisa publicada no livro é baseada em modelos físicos e matemáticos conhecidos e disponíveis na literatura. Mas o que encontrou é inédito graças, em boa parte, ao avanço da ciência da computação.
O livro tem outros quatro capítulos (4, 8, 9 e 10) recheados de novidades, também obtidas com simulações em computador. São conclusões relacionadas a explosivos de fissão pura, novos elementos químicos em massa físsil – como o deutério-trítio –, explosivos nucleares, termonucleares e as complexas bombas boosted.
A AIEA reclamou argumentando que várias informações reveladas nesses capítulos também eram sigilosas. O Ministério da Defesa anexou ao documento 42 duas obras disponíveis para mostrar que não se tratava de segredo.
– O livro não é um manual para terrorista – garante o físico.
Barroso sustenta que a tese, classificada como reservada – um eufemismo para sigilo – tem poucos dados além dos que já estão no livro. Apesar da crise gerada, diz que vai pedir ao IME que libere o resto para publicação. As partes mais polêmicas, garante, já foram publicadas.
...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas...
SUNTZU
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas...
SUNTZU
Re: GEOPOLÍTICA
Domínio sobre enriquecimento de urânio reforça preocupação
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA - O caso da pesquisa desenvolvida pelo físico nuclear brasileiro Dalton Ellery Girão Barroso não foi o primeiro conflito entre o governo brasileiro e a AIEA. Em 2004, os inspetores da entidade tentaram, também sem sucesso, acessar as centrífugas de enriquecimento de urânio das usinas de Resende. A suspeita era, mais uma vez, que o Brasil estava enriquecendo urânio em teor superior ao necessário para a produção de energia elétrica. O governo alegou que seu compromisso era abrir à inspeção apenas a entrada e saída do material e que a tecnologia dos equipamentos, um assunto de Estado, poderia ficar exposta. E fechou as portas aos inspetores.
Os sucessivos embates, segundo especialistas ouvidos pelo JB, geraram um dilema insuperável para a AIEA, com o qual o governo nada tem a ver: como a entidade pode ter a garantia de que o Brasil, já detentor do conhecimento e da tecnologia, não vai enriquecer o urânio em teor de bomba atômica? Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim afirma que a garantia está na Constituição de 1988, da qual ele foi relator e ajudou a escrever. Mas foi também Jobim quem convenceu o governo, em outro embate este ano com Amorim, mediado pelo presidente Lula, a não assinar o último protocolo adicional pedido pela AIEA.
O ministro argumentou que o protocolo inviabilizaria a pesquisa sobre a tecnologia e a produção de energia nuclear necessária ao novo submarino brasileiro. Em entrevista ao JB, em abril, Jobim afirmou que, embora respeite o tratado, o Brasil tem toda a tecnologia para desenvolver a energia nuclear que as potências mundiais já utilizam.
Barroso acha que nada justificaria hoje um programa agressivo de armas nucleares. Mas observa que, num mundo de futuro incerto, o Brasil não pode abrir mão dos conhecimentos para desenvolver os instrumentos necessários à garantia da segurança e da soberania, caso isso seja necessário.
– Abrir mão de possuir armas é uma coisa, abrir mão do conhecimento de como fazê-las é outra coisa – observa. Barroso diz que os resultados de suas pesquisas se destinam a fins pacíficos (geração de energia elétrica, agricultura, medicina, ect.). Mas admite que, se o governo tivesse vontade política e recursos, o país teria todas as condições de desenvolver a energia nuclear para fins militares. O Brasil, segundo ele, domina toda a cadeia do conhecimento e da tecnologia e poderia, se quisesse, construir arsenais para causar efeito dissuasivo, como fazem as potências desde o final da Segunda Guerra Mundial. – A tecnologia nuclear é absolutamente dual. Quem a domina para fins pacíficos, adquire também a capacidade para aplicá-la a fins bélicos.
Ele lembra que no processamento do combustível nuclear, a usina que enriquece o urânio para reatores, cujo teor é de até 5%, também pode ser operada no enriquecimento do urânio para uma bomba atômica, que exige 90% de teor.
– Quem constrói reatores para produzir energia elétrica, pode construir também para produzir plutônio adequado a fins bélicos – diz. Segundo ele, da mesma forma que são necessárias para reciclar o combustível nuclear no reator, as usinas podem extrair o plutônio do combustível queimado no mesmo reator.
Barroso levou seis anos pesquisando os explosivos nucleares. Os resultados obtidos na tese e divulgados pela primeira vez no livro, segundo admite, aprofundam o conhecimento universal dos processos físicos envolvidos nas explosões nucleares.
– Isso se deve a resultados de cálculos computacionais executados por mim, dentro de modelos físicos conhecidos – conta.
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA - O caso da pesquisa desenvolvida pelo físico nuclear brasileiro Dalton Ellery Girão Barroso não foi o primeiro conflito entre o governo brasileiro e a AIEA. Em 2004, os inspetores da entidade tentaram, também sem sucesso, acessar as centrífugas de enriquecimento de urânio das usinas de Resende. A suspeita era, mais uma vez, que o Brasil estava enriquecendo urânio em teor superior ao necessário para a produção de energia elétrica. O governo alegou que seu compromisso era abrir à inspeção apenas a entrada e saída do material e que a tecnologia dos equipamentos, um assunto de Estado, poderia ficar exposta. E fechou as portas aos inspetores.
Os sucessivos embates, segundo especialistas ouvidos pelo JB, geraram um dilema insuperável para a AIEA, com o qual o governo nada tem a ver: como a entidade pode ter a garantia de que o Brasil, já detentor do conhecimento e da tecnologia, não vai enriquecer o urânio em teor de bomba atômica? Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Jobim afirma que a garantia está na Constituição de 1988, da qual ele foi relator e ajudou a escrever. Mas foi também Jobim quem convenceu o governo, em outro embate este ano com Amorim, mediado pelo presidente Lula, a não assinar o último protocolo adicional pedido pela AIEA.
O ministro argumentou que o protocolo inviabilizaria a pesquisa sobre a tecnologia e a produção de energia nuclear necessária ao novo submarino brasileiro. Em entrevista ao JB, em abril, Jobim afirmou que, embora respeite o tratado, o Brasil tem toda a tecnologia para desenvolver a energia nuclear que as potências mundiais já utilizam.
Barroso acha que nada justificaria hoje um programa agressivo de armas nucleares. Mas observa que, num mundo de futuro incerto, o Brasil não pode abrir mão dos conhecimentos para desenvolver os instrumentos necessários à garantia da segurança e da soberania, caso isso seja necessário.
– Abrir mão de possuir armas é uma coisa, abrir mão do conhecimento de como fazê-las é outra coisa – observa. Barroso diz que os resultados de suas pesquisas se destinam a fins pacíficos (geração de energia elétrica, agricultura, medicina, ect.). Mas admite que, se o governo tivesse vontade política e recursos, o país teria todas as condições de desenvolver a energia nuclear para fins militares. O Brasil, segundo ele, domina toda a cadeia do conhecimento e da tecnologia e poderia, se quisesse, construir arsenais para causar efeito dissuasivo, como fazem as potências desde o final da Segunda Guerra Mundial. – A tecnologia nuclear é absolutamente dual. Quem a domina para fins pacíficos, adquire também a capacidade para aplicá-la a fins bélicos.
Ele lembra que no processamento do combustível nuclear, a usina que enriquece o urânio para reatores, cujo teor é de até 5%, também pode ser operada no enriquecimento do urânio para uma bomba atômica, que exige 90% de teor.
– Quem constrói reatores para produzir energia elétrica, pode construir também para produzir plutônio adequado a fins bélicos – diz. Segundo ele, da mesma forma que são necessárias para reciclar o combustível nuclear no reator, as usinas podem extrair o plutônio do combustível queimado no mesmo reator.
Barroso levou seis anos pesquisando os explosivos nucleares. Os resultados obtidos na tese e divulgados pela primeira vez no livro, segundo admite, aprofundam o conhecimento universal dos processos físicos envolvidos nas explosões nucleares.
– Isso se deve a resultados de cálculos computacionais executados por mim, dentro de modelos físicos conhecidos – conta.
...aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;
aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas...
SUNTZU
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Re: GEOPOLÍTICA
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Tá, e agora, o que eu faço?
PAREM DE POSTAR A MESMA JOSTA DE NOTÍCIA POR TUDO QUE É TÓPICO, POWS!!!
Não quero nem ver quando aparecer a notícia da decisão do FX...
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“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Marino
SoultrainExtrato de uma entrevista do Sarkozy no Globo:
Na parceria estratégica assinada com o Brasil, a França defende abertamente as ambições brasileiras: entre outras, uma cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU e uma maior participação do país no cenário internacional. Ao mesmo tempo, a França obteve contratos militares rendosos, com outras possibilidades promissoras. O que o Senhor responde aos que falam de uma "barganha entre amigos"?
SARKOZY: Respondo que eles não entenderam bem o sentido desta parceria estratégica e sobretudo que não avaliaram o que o Brasil e a França podem realizar juntos, um para o outro, naturalmente, mas também para o mundo. Sim, temos interesses e é bem verdade que os defendemos. É perfeitamente normal e ninguém está tentando negar. Mas, a parceria que nos liga é muito mais profunda: no alicerce da nossa amizade há, em primeiro lugar, o apego a valores em comum: a democracia, a liberdade e os Direitos Humanos. Com o Brasil, compartilhamos também a mesma visão do mundo e do que está em jogo no plano mundial. Juntos, somos portadores da idéia de uma nova ordem mundial mais justa e mais solidária. E se a França defende a idéia de que o Brasil deve ser membro permanente do Conselho de Segurança, é simplesmente porque pensamos que o Brasil se tornou um país incontornável, um gigante de que o mundo não pode prescindir para enfrentar os desafios que o espreitam. Aliás, certamente ninguém ignora o fato que nós não reclamamos uma cadeira permanente na ONU para todos os países nos quais temos interesses econômicos. E quanto aos contratos, pois bem, entre o Brasil e a França, não se trata de uma relação de fornecedor a cliente, mas de uma parceria. Todas as nossas cooperações industriais, em matéria civil como de defesa, se baseiam em transferências de tecnologia e em co-produções muito extensas. Até mesmo diria sem precedentes. Não se trata de vender. Trata-de de agir em conjunto. E queremos agir em conjunto porque compartilhamos os mesmos valores e uma mesma visão das grandes metas internacionais.
BenderAlgo assim não pode ser dito por um presidente Americano ou um primeiro ministro Sueco. Eu sempre disse que o Brasil estava mais próximo da Europa (refiro-me obviamente à Europa Latina) que a qualquer outra parte do mundo. Nós temos uma cultura comum de séculos e temos os mesmos ideais e aspirações.
[[]]'s
Perfeito,é uma espécie de volta pra casa. É sempre mais seguro estarmos em casa.
Sds.
Soultrain
Citação:
Esta aproximação não é de agora, e não me canso de dizer que fomos nós portuguesinhos a iniciar.
Esqueçam os BRIC, o que se está a desenhar cada vez mais são três eixos liderados por:
1-América, China, Japão e Coreia;
2-Rússia e Índia;
3-Brasil e UE;
Não sei se sabem, mas recentemente Obama juntou os 150 mais importantes empresários Americnanos com os seus contra-parte Chineses. No discurso inicial disse: " O século XXI será o século Sino-Americano".
Estes eixos não serão antagonistas ou levarão a uma guerra ou algo assim. Se repararem o 1 Eixo foi formado por necessidade, não por proximidades de pensamento, é quase "forçado" por dependência económica. Este também não tem energia e terá que levar para a sua orbita quem tenha, Árabes e Africanos, mas estes vão dar a quem pagar mais.
A restante América do Sul terá que se aliar ao Brasil.
Este é um pensamento que comecei agora, poderá ter falhas, mas a mim parece-me lógico.
[[]]'s
Bender
É um bom e lógico pensamento,a ser desenvolvido.
Alguns óbices ainda terão que ser ajustados,o problema americanoxchines parece que caminha para aquele ponto do: se não poderá com eles junte-se,sendo a parte econômica o aspecto fundamental,mas o estratégico pode vir a reboque.
O caso do Japão que tem uma dependência econômica fundamental dos EUA,parece que caminhará para um distanciamento politico gradual do Japão que tem anseio por mais "independência",com o agravante de que se isso realmente ocorrer,podem ser trocados como parceiros no meio da ístória.
Russia e India caminham de mão dadas,mas existe ai alguns pontos futuros a serem desvendados,pela inconstante India.
No caso do Brasil e UE,existem como voce mesmo disse em post anterior,afinidades culturais e de origem,que os levariam a um encontro futuro lógico,talvez esse enlace com a França seja o primeiro passo,mas eu vejo a Europa como uma Hidra,portadora de diferenças aparentemente inconciliáveis,vejo a Inglaterra continuando na órbita americana como hoje,independente da UE,e a Alemanha mais independente da influência dos EUA como um Japão futuro também.
O Brasil caminha forçando uma aproximação com a Africa mas ela se mostra meio tíbia ainda,terá o Brasil que alcançar ainda um status e importância maior,para que se possa delimitar a influência que poderá exercer nesse continente.
Quanto a AS,a tendência é a dependência econômica cada vez maior do continente pelo Brasil,mas mesmo aqui,existe uma situação dúbia a ser desvendada,ao se tornar maior e mais musculoso o Brasil precisa,calibrar sua atuação para não ser repelido como novo império a ser odiado.
Nunca devemos nos esquecer que aqui,só nós falamos a lingua portuguesa.
Um bom pensamento,para ser desenvolvido,por quem tenha competência que me falta
Sds.
Sds.BENDER E SOULTRAIN: não daria para fazerem copy-paste de seus posts em um novo tópico em outra Seção, tipo os 'Conflitos'? Gostei demais da charla mas não vou participar porque fica off demais e estamos sujeitos a, a qualquer momento, anunciarem o Rafal...errr...o resultado do FX-2, daí a gente nunca mais iria encontrar os posts uns dos outros. Que tale?
Re: GEOPOLÍTICA
Soultrain, eu acho que na verdade a Rússia quer sim se aproximar da UE, ou pelo menos da França.
Não vejo a Índia como um parceiro estratégico para eles, percebo mais uma parceria econômica e militar que uma coisa mais ampla.
Desde "Pedro, o Grande" que a Rússia se voltou para a Europa ocidental e para o Ocidente.
Quanto ao restante, parece mesmo que os eixos se alinharão neste sentido, mas eu vejo a Rússia alinhando-se a França, os movimentos já começaram faz um bom tempo. Basta ver que, dos países europeus, a França creio ser a que tem mais parcerias industriais e até militares com os russos.
Pode parecer coisa incipiente, mas em termos de relações Rússia X Ocidente me parecem ser relevantes e demarcadoras de uma tendência.
A gora, à descarga que o Mangue me aguarda!
Não vejo a Índia como um parceiro estratégico para eles, percebo mais uma parceria econômica e militar que uma coisa mais ampla.
Desde "Pedro, o Grande" que a Rússia se voltou para a Europa ocidental e para o Ocidente.
Quanto ao restante, parece mesmo que os eixos se alinharão neste sentido, mas eu vejo a Rússia alinhando-se a França, os movimentos já começaram faz um bom tempo. Basta ver que, dos países europeus, a França creio ser a que tem mais parcerias industriais e até militares com os russos.
Pode parecer coisa incipiente, mas em termos de relações Rússia X Ocidente me parecem ser relevantes e demarcadoras de uma tendência.
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Re: GEOPOLÍTICA
Valews, Bender!!!
Bueno, começo pondo em questão as possíveis blocos citados pelo Soultrain:
1-América, China, Japão e Coreia;
A 'bola-fora aí é precisamente o Japão: há diferenças demais deles com os Coreanos e Chineses que, a meu ver, transcendem meras questões econômicas (afinal, são três concorrentes ao outrora faminto mercado norte-americano de manufaturados, hoje bastante combalido e que tende a piorar ainda mais, ao menos nos anos da próxima década, quando finalmente a conta das 'ajudas' e 'estímulos' for devidamente apresentada), são incompatibilidades históricas praticamente incontornáveis, ao menos para logo (falo agora deste século inteiro). Ademais, a China dificilmente aceitaria um 'protagonismo-a-dois' com os EUA, ambos parecem estar delimitando claramente seu 'território' (áreas de influência). A iniciativa de Obama me parece mais uma tentativa de manter um protagonismo em evidente declínio...
2-Rússia e Índia;
Parece haver algum futuro aí, embora limitado. O quê tem a Rússia a comerciar com a Índia além de armamentos e tecnologia bélica? Na realidade atual, os principais parceiros comerciais da Índia são os EUA, Japão, países da U.E. (sobretudo Reino Unido, Alemanha e Bélgica) e países da OPEP. Ah, o Inglês é muito difundido por lá, já o Russo...
3-Brasil e UE;
Também vejo problemas aí: uma kôza é a gente se acupinchar com a França e amigos tradicionais, como Portugal e Espanha. Mas a UE gravita entre dois eixos, França e Alemanha, e com estes não estamos tão bem. Claro que pode ser só fase, mas já dura faz tempo. O principal parceiro comercial da Alemanha (já deficitária em seu comércio conosco) é justamente a França e estamos caminhando para morder uma fatia desse bolo. Sei não, para mim há DUAS UEs...
Eu veria como muito mais natural uma aproximação da RÚSSIA com a UE, talvez até, com os anos, vindo a integrar o bloco (se superar a resistência, no mínimo, dos Alemães mas, se bobear, dos próprios Franceses também).
--------------------------------------------------------------------------------------------------
Ao Brasil cabe, a meu ver, abrir à força seu caminho para Grande Potência (não necessariamente manu militari, embora esta opção, a médio/longo prazo, não possa nem deva ser descartada*): terá de disputar espaço com os Chineses na África, com os ianques na América Latina e com os Alemães na Europa (a EU é o maior parceiro comercial dos Alemães, que consome metade de suas exportações, e todos sabem que a Alemanha ou exporta ou morre)...
* A opção militar, em minha opinião, terá a forma de IMPOSIÇÃO DE PAZ em alguma região particularmente conturbada, EM NOSSA ÁREA DE INTERESSE, como algum vizinho - chuto numa Bolívia balcanizada - ou na África, aí não serão mais Capacetes Azuis sorridentes e bonzinhos mas gente armada até os dentes e com vontade de deixar fincada a nossa Bandeira como mensagem "AQUI É NOSSO QUINTAL"!
Po-por enquanto é só, pe-pessoal...
Bueno, começo pondo em questão as possíveis blocos citados pelo Soultrain:
1-América, China, Japão e Coreia;
A 'bola-fora aí é precisamente o Japão: há diferenças demais deles com os Coreanos e Chineses que, a meu ver, transcendem meras questões econômicas (afinal, são três concorrentes ao outrora faminto mercado norte-americano de manufaturados, hoje bastante combalido e que tende a piorar ainda mais, ao menos nos anos da próxima década, quando finalmente a conta das 'ajudas' e 'estímulos' for devidamente apresentada), são incompatibilidades históricas praticamente incontornáveis, ao menos para logo (falo agora deste século inteiro). Ademais, a China dificilmente aceitaria um 'protagonismo-a-dois' com os EUA, ambos parecem estar delimitando claramente seu 'território' (áreas de influência). A iniciativa de Obama me parece mais uma tentativa de manter um protagonismo em evidente declínio...
2-Rússia e Índia;
Parece haver algum futuro aí, embora limitado. O quê tem a Rússia a comerciar com a Índia além de armamentos e tecnologia bélica? Na realidade atual, os principais parceiros comerciais da Índia são os EUA, Japão, países da U.E. (sobretudo Reino Unido, Alemanha e Bélgica) e países da OPEP. Ah, o Inglês é muito difundido por lá, já o Russo...
3-Brasil e UE;
Também vejo problemas aí: uma kôza é a gente se acupinchar com a França e amigos tradicionais, como Portugal e Espanha. Mas a UE gravita entre dois eixos, França e Alemanha, e com estes não estamos tão bem. Claro que pode ser só fase, mas já dura faz tempo. O principal parceiro comercial da Alemanha (já deficitária em seu comércio conosco) é justamente a França e estamos caminhando para morder uma fatia desse bolo. Sei não, para mim há DUAS UEs...
Eu veria como muito mais natural uma aproximação da RÚSSIA com a UE, talvez até, com os anos, vindo a integrar o bloco (se superar a resistência, no mínimo, dos Alemães mas, se bobear, dos próprios Franceses também).
--------------------------------------------------------------------------------------------------
Ao Brasil cabe, a meu ver, abrir à força seu caminho para Grande Potência (não necessariamente manu militari, embora esta opção, a médio/longo prazo, não possa nem deva ser descartada*): terá de disputar espaço com os Chineses na África, com os ianques na América Latina e com os Alemães na Europa (a EU é o maior parceiro comercial dos Alemães, que consome metade de suas exportações, e todos sabem que a Alemanha ou exporta ou morre)...
* A opção militar, em minha opinião, terá a forma de IMPOSIÇÃO DE PAZ em alguma região particularmente conturbada, EM NOSSA ÁREA DE INTERESSE, como algum vizinho - chuto numa Bolívia balcanizada - ou na África, aí não serão mais Capacetes Azuis sorridentes e bonzinhos mas gente armada até os dentes e com vontade de deixar fincada a nossa Bandeira como mensagem "AQUI É NOSSO QUINTAL"!
Po-por enquanto é só, pe-pessoal...
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Re: GEOPOLÍTICA
Muito interessante esse assunto ( by Marino / Soultrain / Bender / Tulio), mas tudo me parece meio "nebuloso" ainda. Esse é um assunto que pode se aprofundar e ramificar muito, e em varias direções; por isso gostaria apenas de ter uma pequena participação e levantar alguns dados e opiniões sobre o que já foi dito.
Primeiro gostaria de comentar sobre o possivel alinhamento entre Rússia e India tendo em vista a frase: "Russia e India caminham de mão dadas,mas existe ai alguns pontos futuros a serem desvendados,pela inconstante India."
A incosntância nessa relação parece vir de ambos os lados como o caso do PA Admiral Gorshkov, só um exemplo. E obviamente por parte da India, que dos BRICS e emergentes, me parecem os menos "apegados" com o conceito de quem der mais leva. Nada de errado em se querer o melhor, mas eles tem que ser cuidadosos em como administrar tantos "parceiros" diferentes. Fiz algumas pesquisas sobre o MMRCA e me parecem que os Americanos representados pelo F-16 e F-18 SH, são favoritos nessa concorrencia exatamente pela questão de alinhamento político economico. Mostrando claramente o interesse, relativamente recentes, dos Indianos em se aproximar mais dos EUA, e essa parece ser a tendencia para o futuro. O que me parece claro é que os Russos não perderão esse "cliente" tão fácil assim, mesmo pela quantidade de equipamentos e doutrinas russas tão largamente empregados por lá. Apesar da India ter cacife para escolher o que ela quer, ainda não consigo ver como ela consiguirá manter um "relacionamento aberto" e segurar as mãos do EUA e da Russia ao mesmo tempo, por questões óbvias.
=|=
Quanto aos EUA, China, Japão e Coréia acho mais complicado ainda, apesar de já ter sido dito, e muito bem por sinal, que esse alinhamento parece ser puramente por questões economicas. Não sei o que o Japão vai conseguir com essa história de "maior independencia de Washington". Não sei se conseguirão apenas uma "coleira" um pouco mais comprida ou realmente um bloco asiático nos moldes da UE, o que acho complicado. A menos que chineses e japoneses se aproximem logo, não vejo como isso possa ocorrer. E apesar das diferenças, algumas talvez milenares, entre China e Japão, talvez exista espaço para um bloco geo-economico desse porte.
A menos que tal bloco exista não consigo ver a Coréia se tornando muito independente dos EUA, simplismente pela situação de animosidade com o norte. E enquanto a China deixar a Coreia do Norte na sua sombra a do Sul vai precisar de apoio militar dos EUA. Realmente acho que a Coréia vai flutuar com a maré.
A China acho muito mais complicada. Talvez isso mude, mas creio que China e EUA só se olham na cara por interesses económicos. Talvez a China fosse mais exigente com o ocidente se sua economia interna fosse mais forte e independente. Mas enquanto eles dependerem tanto de compradores externos para suas "bugigangas" acho que eles vão ficar na deles. Digo isso por que não sei se alguma nação no futuro poderá triunfar por si só, ou em um bloco totalmente oposto aos outros. Acredito que relações multilaterais e parcerias são o futuro, com um mundo mais comedidos em seus interesses e ambições, com menos conflitos portanto. Por outro lado acho que os Chineses são ambiciosos por natureza e não são muito transparentes, com certeza tem potencial de causar confusão.
=|=
Grande parte da Africa e parte do Oriente Medio, parecem estar ficando para trás. Acho que irão sofrer pelos interesses dos mais poderosos, entrarão em conflito e se dividirão ainda por muito tempo. Infelizmente. Precisariam de um esforço enorme para sair da condição atual e ainda assim não consigo ver uma África unida com um interesse comum. No Oriente Medio, nem mesmo com nações de mesma religião, com um mesmo "Allah", eles cosneguem se unir.
=|=
Quanto as nossas vizinhanças me parece lógico nos aproximarmos da UE. Mas claro sem nos afastar nem indispor com nossos vizinhos e outras regiões.
Como o prezado Bender disse, nós somos os únicos que falamos portugues no continente. Também não me atrevo a especular sobre isso.
Tendo em vista nossa situação atual e nosso potencial parece certo que nos tornaremos mais influentes na região e no mundo. Mas também estariamos expostos, por isso seria interessante ter uma idéia do que nos aguarda.
Existe um livro, de autor americano George Friedman, chamado "The Next 100 Years: A Forecast for the 21st Century". Fora "reviews" e comentários ainda não tive a chance de ler, deve ser bem interessante, mas relevante para nós brasileiros apenas para entender uma das perspectivas geopoliticas americanas com relação ao mundo futuro. Vale ressaltar que foi escrito antes da crise económica. Acredito que o autor foi muito ambicioso, já da para ver pelo nome... Porém o que me chamou a atenção foi o fato dele afirmar que o Mexico será uma das maiores potências nesse século. Para min parece absurdo, mas gostaria de ler e saber por que o autor diz isso. Um dos argumentos, de acordo com um blog e na minha opinião super arrogante, é a simples proximidade do Mexico com os EUA. Bom, apesar de achar absurdo levantei o assunto aqui para saber se alguem tem alguma informação que possa justificar tal afirmação.
Abraços
Primeiro gostaria de comentar sobre o possivel alinhamento entre Rússia e India tendo em vista a frase: "Russia e India caminham de mão dadas,mas existe ai alguns pontos futuros a serem desvendados,pela inconstante India."
A incosntância nessa relação parece vir de ambos os lados como o caso do PA Admiral Gorshkov, só um exemplo. E obviamente por parte da India, que dos BRICS e emergentes, me parecem os menos "apegados" com o conceito de quem der mais leva. Nada de errado em se querer o melhor, mas eles tem que ser cuidadosos em como administrar tantos "parceiros" diferentes. Fiz algumas pesquisas sobre o MMRCA e me parecem que os Americanos representados pelo F-16 e F-18 SH, são favoritos nessa concorrencia exatamente pela questão de alinhamento político economico. Mostrando claramente o interesse, relativamente recentes, dos Indianos em se aproximar mais dos EUA, e essa parece ser a tendencia para o futuro. O que me parece claro é que os Russos não perderão esse "cliente" tão fácil assim, mesmo pela quantidade de equipamentos e doutrinas russas tão largamente empregados por lá. Apesar da India ter cacife para escolher o que ela quer, ainda não consigo ver como ela consiguirá manter um "relacionamento aberto" e segurar as mãos do EUA e da Russia ao mesmo tempo, por questões óbvias.
=|=
Quanto aos EUA, China, Japão e Coréia acho mais complicado ainda, apesar de já ter sido dito, e muito bem por sinal, que esse alinhamento parece ser puramente por questões economicas. Não sei o que o Japão vai conseguir com essa história de "maior independencia de Washington". Não sei se conseguirão apenas uma "coleira" um pouco mais comprida ou realmente um bloco asiático nos moldes da UE, o que acho complicado. A menos que chineses e japoneses se aproximem logo, não vejo como isso possa ocorrer. E apesar das diferenças, algumas talvez milenares, entre China e Japão, talvez exista espaço para um bloco geo-economico desse porte.
A menos que tal bloco exista não consigo ver a Coréia se tornando muito independente dos EUA, simplismente pela situação de animosidade com o norte. E enquanto a China deixar a Coreia do Norte na sua sombra a do Sul vai precisar de apoio militar dos EUA. Realmente acho que a Coréia vai flutuar com a maré.
A China acho muito mais complicada. Talvez isso mude, mas creio que China e EUA só se olham na cara por interesses económicos. Talvez a China fosse mais exigente com o ocidente se sua economia interna fosse mais forte e independente. Mas enquanto eles dependerem tanto de compradores externos para suas "bugigangas" acho que eles vão ficar na deles. Digo isso por que não sei se alguma nação no futuro poderá triunfar por si só, ou em um bloco totalmente oposto aos outros. Acredito que relações multilaterais e parcerias são o futuro, com um mundo mais comedidos em seus interesses e ambições, com menos conflitos portanto. Por outro lado acho que os Chineses são ambiciosos por natureza e não são muito transparentes, com certeza tem potencial de causar confusão.
=|=
Grande parte da Africa e parte do Oriente Medio, parecem estar ficando para trás. Acho que irão sofrer pelos interesses dos mais poderosos, entrarão em conflito e se dividirão ainda por muito tempo. Infelizmente. Precisariam de um esforço enorme para sair da condição atual e ainda assim não consigo ver uma África unida com um interesse comum. No Oriente Medio, nem mesmo com nações de mesma religião, com um mesmo "Allah", eles cosneguem se unir.
=|=
Quanto as nossas vizinhanças me parece lógico nos aproximarmos da UE. Mas claro sem nos afastar nem indispor com nossos vizinhos e outras regiões.
Como o prezado Bender disse, nós somos os únicos que falamos portugues no continente. Também não me atrevo a especular sobre isso.
Tendo em vista nossa situação atual e nosso potencial parece certo que nos tornaremos mais influentes na região e no mundo. Mas também estariamos expostos, por isso seria interessante ter uma idéia do que nos aguarda.
Existe um livro, de autor americano George Friedman, chamado "The Next 100 Years: A Forecast for the 21st Century". Fora "reviews" e comentários ainda não tive a chance de ler, deve ser bem interessante, mas relevante para nós brasileiros apenas para entender uma das perspectivas geopoliticas americanas com relação ao mundo futuro. Vale ressaltar que foi escrito antes da crise económica. Acredito que o autor foi muito ambicioso, já da para ver pelo nome... Porém o que me chamou a atenção foi o fato dele afirmar que o Mexico será uma das maiores potências nesse século. Para min parece absurdo, mas gostaria de ler e saber por que o autor diz isso. Um dos argumentos, de acordo com um blog e na minha opinião super arrogante, é a simples proximidade do Mexico com os EUA. Bom, apesar de achar absurdo levantei o assunto aqui para saber se alguem tem alguma informação que possa justificar tal afirmação.
Abraços
"Sorte ocorre quando preparação encontra oportunidade."
Re: GEOPOLÍTICA
Túlio muito bom o post. Me desculpem se fui redundante mas já havia escrito quando vi os novos posts.
Abraços
Abraços
"Sorte ocorre quando preparação encontra oportunidade."