Em um primeiro momento, a decisão não cabe à FAB. Foi dada uma série de premissas para que o país escolhido a cumprisse. Dentre elas, TdT.
Nem tanto à terra, nem tanto ao mar.
Num primeiro momento é a FAB SIM que diz os aviões possíveis de serem participantes da primeira etapa (long list*), daí, de posse desta lista o gov analisa e elimina ou mantém todos.
Senão fica aquela história da senhora que vai na feira e pergunta o que tem pro vendedor e ele cita 200 produtos, daí ela pergunta se tem justamente o único que o feirante não citou. Porra, é mais fácil dizer logo os que podem entrar tecnicamente do que eliminar os 250 países (Atenção! Ironia!) um por um através de uma longa e trabalhosa análise política.
Quem avalia isso não é a FAB, e sim o governo. Pois a transação é feita governo-governo e não FAB-Rosoboronexport.
Depois da força mostrar os possíveis candidatos, sim, é o governo que avalia.
Ou então o FX é o único exemplo da história da humanidade onde as coisas se inverteram.
Na compra da FAB, a primeira coisa que se faz é contato entre governos, e não empresas e forças aéreas, pois o que se almeja não é somente o avião em si, mas as vantagens tecnológicas para o país que somente governos autorizam.
Não é compra da FAB, é compra do BRASIL. Ela, a força, vai na lojinha e diz que quer tais brinquedos, o governo depois decide quais ela pode escolher, e quais nem pensar.
O oposto sempre é mais difícil e complicado.
Se pararem para ver, as primeiras visitas aos países concorrentes não foram de pilotos, técnicos ou engenheiros. Foi o pessoal da negociata, de terno e gravata, para ver se o que queriam seriam passados para o papel.
A parte destacada depende muito da janela temporal observada, militar também usa terno e gravata, tá no uniforme oficial de gala, ou algo assim.
Nunca ouvi dizer que antes do FX o MU, por exemplo, tivesse ido à Rússia negociar o tal acordo de salvaguardas tecnológicas.
Pelo que eu sei ( e creio 99% do fórum), apenas depois de posto o SU-35BM na lista, o MU foi até a Rússia negociar como se faria as transações de ToTs e etc. Lá chegando recebeu a notícia de que
ANTES teria de ser assinado um tratado de salvaguardas tecnológicas e que colocariam na proposta a participação no PAK-FA, que faz parte da END e foi o único país a colocar isso na proposta. MU descobriu que apenas depois de assinado o tal tratado a proppsta seria completa com tudo o que a Rússia estava pronta a ceder em termos de ToTS, que era muito coisa, muita mesmo.
A short-list saiu antes da assinatura do tratado (e antes do prazo oficial anteriormente estipulado, bem antes aliás), marcado para acontecer aqui entre Medvedev e Lula, numa cerimônia previamente preparada com alguns meses de antecedência pelo Itamaraty e MinRelEx, mais MinIndCom.
Ou seja, eles prepararam tudo e já sabiam que a Rússia ia sair?
Por que uma cerimônia destas entre dois chefes de estado de dois dos BRICs se não havia nada demais a ser tratado, se já se sabia de antemão que a Rússia não faz ToTs?
Afinal, segundo a versão do amigo, o governo vai antes pesquisar quem faz e quem não faz e apenas depois é que a FAB entra.
Ora, se o governo já sabia das negativas russas, porque colocá-los na disputa?
O governo já tinha tudo preparado para a participação efetiva da Rússia no FX até o último estágio da disputa.
Não foi o governo que antecipou a short-list.
O resultado é que os russos se negaram a transferir tecnologia. E foram categóricos nisso, pois as duas vezes que o Brasil tentou dialogar, as duas vezes eles se recusaram. A segunda tentativa foi pela pressão do próprio Unger.
Duas vezes? Que eu saiba, houve apenas a "oferta" anterior a divulgação da short-list e, depois de assinado o famoso tratado de salvaguardas tecnológicas, um tentativa frustrada de recolocação do SU-35BM na disputa dentro das normas do tal tratado, que aliás foi veementemente contestada aqui pelos amigos foristas porque reintroduzia componentes já tratados antes da shor-list, ou seja, apenas as propostas já na shor-list poderiam ser vistas.
Mas estes mesmos amigos sorriem cada vez que a BOEING refaz a sua proposta ao sabor das propostas dos outros concorrentes, especificamente de um, a França.
A pressão do MU fez tanto efeito que ele saiu do Min dele.
O que aconteceu foi algo inédito na net brasileira. Desde os idos de 2001, Su-27 sempre foi o preferido de todos. E com razão. Com o passar do tempo, a bola de neve foi aumentando. Quando chegou o Fx, a coisa explodiu. A euforia era imensa. Tinha até meio “especializado” que dava sua vitória como certa.
A disparidade entre o vetores era tão acachapante que qualquer um poderia ver isso, nem precisava ser torcedor vermelho, ou comunista.
E tem mais, não foi só na net brasileira não, foi no mundo todo, bastava pesquisar nos fórum mundo afora, a opinião era a mesma daqui. É muita torcida comunista, deve ter algum mérito no avião prá ser tão favorito mesmo em outros fóruns e meios especializados.
Quando saiu o short list, foi uma decepção, pois até hoje as pessoas não conseguem acreditar que o preferido delas não chegou sequer ao final da concorrência.
Nã, nã, nã.... Muita calma nessa hora!
Quando
ANTECIPARAM a short-list
para antes da assinatura do tratado de salvaguardas tecnológicas, e que de acordo com as leis russas apenas após isso eles poderiam pôr no papel tudo o que queriam pôr, apenas a pós isso.
Esse detalhe é importantíssimo e jamais pode ser esquecido.
O preferido deles? De quem? De algumas das melhores forças aéreas dom planeta?
De uma FAEr que deu um show na última red flag mesmo operando com as capacidades de seus caças nos mínimos? Pô, mas só gostou da pernada quem... Enfim, sigamos então.
Aí surge toda uma sorte de teorias conspiratórias para a exclusão dos russos. Aí cada um escolhe a que melhor lhe convir.
Ah é, realmente aparece de tudo, os maiores absurdos surgiram, desde a estória de que a Rússia não faz ToTS, apesar de estar construindo com a Índia (por exemplo) submarinos nucleres, SU-30MKI que é praticamente todo feito lá, carros de combate, mísseis de todos os tipós e etc, etc, etc.
Apareceram também as estórias dos motores que derretem e outra mais mirabolantes ainda, mas felizmente todas devidamente desqualificadas pelos fatos, pela realidade.
O Mi-35 foi para a FAB porque não tinha nenhum óbice quanto à TdT, uma vez que esta praticamente não existe. Por favor, não pensem que insumos para manutenção é TdT. Além do mais, o preço do seu concorrente era muito maior. Para poucas unidades, foi mais negócio.
Isso foi pedido na licitação? ToTS?
Quem ofereceu mais do que a Rússia em termos de manutenção integral aqui?
Pelo que eu li, os helis serão completamente mantidos aqui, ou estou errado?
Teremos uma oficina de manutenção ÚNICA no mundo para estes helis, a PRIMEIRA vez que eles fazem isso.
Por favor, não pensem que insumos para manutenção é TdT
Vamos explicar isso ao pessoal da BOEING, quem sabem eles reapresentam a proposta deles pela enésima vez? Pode colar.
Além do mais, não há exclusividade de opiniões na FAB. Tem piloto que prefere Su-35, F-16, EF-2000, F-18 e até F-15. Por mais intrigante que pareça, os sempre menos cotados são o rafaleco e Gripen NG...
Que coincidência, não? Justamente os dois que estão na disputa pelo FX...
Faça uma comparação direta entre Su-35 e rafaleco e verá que o caça russo faz tudo ou mais que o rafaleco pela metade do preço. Isso já um motivo suficiente.
O SU-35BM está fora definitivamente, estas comparações só devem se feitas entre Rafa, F-18 e Gripen-NG, o resto são conjecturas.
Sorrindo não vai aceitar. O nova versão do Su-35 é um estupendo avião e duvido que a FAB o colocasse de lado.
Ahã, ahã...
Poderiam ter dito isso quando da tentativa de reapresentação do avião, ao invés de mandar procurar o vizinho, a sogra, o carteiro...
O rafaleco será o caça que a FAB não quis
Ahã, ahã...
Porém, como a FAB preza pelo profissionalismo, ela saberá o que fazer com o caça francês. Saberá como operar e tirar em seu proveito as vantagens que apresenta, assim como remediar as desvantagens.
Falando assim parece que a FAB vai receber um monte de estrume da França, que seremos os párias do mundo operando essa, essa... Essa coisa chamada Rafale.
Parece aquele dia que recebemos um presente de merda e depois ficamos pensando: "O que fazer com essa bosta????".
Faria o mesmo com Gripen NG ou F-18E.
Se o Rafale é o caça que a FAB NÃO QUER, obviamente estes que sobram da lista são os que a FAB quer, então não vai precisar de ENGOV prá engolir estes, aliás, vai engolir sorrindo com gostinho bom, bem docinho.
Bem, bom domingo a todos que vou almoçar na casa da sogra.