NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro

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NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro

#1 Mensagem por Brazilian Space » Seg Jun 22, 2009 12:04 pm

Olá amigos!

Segue abaixo uma descrição do projeto do primeiro CubeSat brasileiro (nanossatélite) que esta sendo desenvolvido por alunos da Universidade Federal da Santa Maria - UFSM, no Rio Grande do Sul, em pareceria como o INPE/MCT. Essa descrição foi apresentada durante a realização do II Simpósio Brasileiro de Geofísica Espacial e Aeronomia - SBGEA-2008, que ocorreu entre os dias 08 e 11 de setembro em Campina Grande na Paraíba. Segundo a nota, o mesmo tem a previsão de lançamento para esse ano através de um foguete estrangeiro que até aquele momento não havia ainda sido definido.

Duda Falcão


NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro


O NANOSATC-BR será o primeiro CubeSat brasileiro e está sendo desenvolvido através da cooperação entre o Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais – CRS/CIE/INPE - MCT, onde alunos dos cursos de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Ciências de Computação do Centro de Tecnologia – CT, e do Curso de Física do Centro de Ciências Naturais e Exatas – CCNE, da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, desenvolvem trabalhos de iniciação científica e tecnológica.

O CRS está localizado no campus da UFSM, em Santa Maria, RS. O CRS é parte do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. No INPE/MCT há engenheiros, tecnólogos e pesquisadores que dão apoio técnico e científico a esses alunos.

A missão tem o propósito de obter dados do campo magnético terrestre na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul – AMAS, nas regiões Sul e Sudeste, e do Eletrojato Equatorial, na Região Norte Brasileira.

A carga útil do satélite será um magnetômetro e, possivelmente, um detector de partículas. O controle de atitude será bastante simples, visto que a carga útil não necessita de nenhum tipo de apontamento, planeja-se um sistema passivo por meio da rotação que é dada ao satélite pelo lançador.

Um kit para a montagem do satélite esta sendo adquirido de fornecedor especializado. Esse kit é composto por uma plataforma base para um CubeSat padrão, com os principais equipamentos necessários ao seu funcionamento, necessitando a adequação da carga útil e o desenvolvimento de programas computacionais específicos para que o satélite fique completo para o lançamento.

A estação terrena para a telemetria, recepção dos dados, obtidos pela carga útil será construída e operada em Santa Maria, RS.

O planejamento do lançamento do satélite está previsto para o final de 2009. O lançador esta sendo determinado e negociado internacionalmente entre os dois disponíveis atualmente: Kosmos-3M (que lançará um satélite na mesma data planejada para o NANOSATC-BR) ou um lançador indiano, utilizado pela Calpoly University, USA, para lançar CubeSats, que pode fornecer a interface com o lançador, conhecida como P-POD.


Fonte: Rafael Lopes Costa (rlc0147258@gmail.com)


Comentário: Apesar da opção pelos seus realizadores do uso de um kit (plataforma) estrangeira em detrimento do desenvolvimento de uma plataforma nacional, essa iniciativa é de grande importância para o programa espacial, pois demonstra o interesse das universidades brasileiras no desenvolvimento de pequenos satélites e a necessidade extrema da conclusão do VLS-1 e até mesmo pelo o desenvolvimento de um foguete (tipo o antigo projeto do VLM), capaz de colocar esses nanossatélites em órbita com custos relativamente baixos. Outra iniciativa de desenvolvimento por universidades no Brasil esta sendo realizada pelo ITA - Instituto de Tecnológico da Aeronáutica em parceria com a USP - Universidade de São Paulo, UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas com o apoio do INPE/AEB. Trata-se do projeto do ITASAT que provavelmente será lançado pelo VLS-1 (caso o cronograma seja cumprido) por volta de 2012, durante a realização de seu quarto vôo de qualificação. Não podemos esquecer que o primeiro satélite universitário brasileiro foi o UNOSAT - Undergraduate Orbital Student Satellite, que foi desenvolvido pelos alunos da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, e que deveria ter sido lançado no terceiro vôo de qualificação do VLS. Porém, o mesmo acabou explodindo ainda na plataforma de integração no dia 22 de agosto de 2003, três dias antes do lançamento, matando 21 técnicos brasileiros, destruindo o satélite e registrando talvez o maior acidente com perdas de vidas na história das atividades espaciais humanas até hoje.




Editado pela última vez por Brazilian Space em Qua Ago 12, 2009 9:23 am, em um total de 1 vez.
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Re: NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro

#2 Mensagem por Brazilian Space » Ter Ago 11, 2009 4:52 am

Olá amigos!

Segue abaixo uma notícia postada no site da revista Tecnologia & Defesa pelo companheiro jornalista André Mileski do renomado blog “Panorama Espacial” com maiores informações sobre o primeiro cubesat brasileiro, o NANOSATC-BR.

Duda Falcão

INPE e UFSM Trabalham no Projeto do Primeiro Cubesat Brasileiro


Escrito por André M. Mileski

O Pequeno Satélite Já Está Sendo Construído e Deve ser Lançado ao Espaço em 2011


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) trabalham no projeto do primeiro cubesat brasileiro, o NANOSATC-BR, iniciativa que envolve, além do desenvolvimento tecnológico, a qualificação de universitários em tecnologia espacial.

Como o próprio nome já indica, o cubesat nada mais é do que um pequeno satélite sob a forma de cubo, com massa aproximada de 1 kg, volume de 1 litro e 10 cm de arestas. A tecnologia é muito utilizada para a construção de satélites universitários, dada a sua simplicidade e baixo custo. Desde o final da década de 1990, dezenas de cubesats com propósitos científicos, de observação e de comunicações foram lançados ao espaço.

O projeto nacional foi idealizado há cerca de três anos, a partir de uma bolsa de iniciação científica de um aluno da UFSM, orientada por Otávio Durão, pesquisador do INPE. Logo após a sua apresentação e um contato com o Dr. Nelson Schuch, do Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais (CRS), do INPE, que assumiu a gerência da missão, o estudo acabou evoluindo para um projeto.

O ano passado marca de fato o início da missão NANOSATC-BR, quando foram concedidas várias bolsas de iniciação científica para alunos de graduação em engenharias mecânica, eletrônica e de computação da UFSM. Sob a orientação de especialistas do INPE, os bolsistas têm trabalhado nos projetos dos subsistemas do nanossatélite, além de estágios práticos, durante suas férias, no INPE ou em empresas fornecedoras de componentes para o satélite.

A missão e o satélite já foram completamente especificados e no momento trabalha-se na compra da plataforma do cubesat junto a uma fabricante holandesa, a ISIS, com recursos do INPE, avaliada em cerca de R$ 120 mil e que deve ser entregue no primeiro semestre de 2010. Em paralelo, estão sendo desenvolvidos o software de bordo e a parte-solo da missão.

Este ano, além do investimento do INPE, a UFSM está destinando aproximadamente R$ 200 mil para a montagem de uma "tenda" limpa em seu campus, local em que serão realizadas as atividades de integração e manuseio do nanossatélite e para a estação terrena que ficará localizada na UFSM. Os testes finais antes do envio para lançamento serão executados pelo Laboratório de Integração e Testes (LIT), em São José dos Campos (SP).

O NANOSATC-BR contará com dois instrumentos científicos, um magnetômetro e também um detector de partículas de precipitação, para o monitoramento em tempo real do geoespaço, a precipitação de partículas e distúrbios na magnetosfera sobre o território brasileiro para a determinação de seus efeitos em regiões como a da Anomalia Magnética no Atlântico Sul (SAMA, sigla em inglês) e o setor brasileiro do eletrojato equatorial

"Esta anomalia [SAMA] é uma "falha" do campo magnético terrestre nesta região, que fica sobre o Brasil", explica Otávio Durão. Como consequência desta anomalia, há um maior risco da presença de partículas de alta energia na região, que podem afetar as comunicações, os sinais de satélites de posicionamento global (como o GPS), ou mesmo causar falhas de equipamentos eletrônicos como computadores de bordo. O INPE estuda esta anomalia há décadas, contando com vários pesquisadores de renome internacional que, inclusive, participaram da definição da missão e de sua carga útil.

A previsão é que o nanossatélite seja lançado ao espaço no primeiro trimestre de 2011. Inicialmente, trabalhava-se com a hipótese de colocá-lo em órbita por meio de um voo do foguete russo DNEPR, que não mais realiza este tipo de missão. "Hoje, o mais provável é que o lançamento seja de carona através do foguete indiano PLSV". "Há também a possibilidade de utilização do novo lançador de pequeno porte da European Space Agency, o Vega, também de carona", acrescenta. Acredita-se que, para o lançamento, serão necessários outros R$ 200 mil, que devem ser levantados no ano que vem.

Satélites Universitários

Embora seja o pioneiro cubesat brasileiro, o NANOSATC-BR não é a primeira iniciativa nacional em satélites universitários.

Desde 2005, acadêmicos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA/CTA), da Universidade de São Paulo (USP), e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com apoio do INPE e recursos financeiros da Agência Espacial Brasileira (AEB), desenvolvem o ITASAT. O satélite terá massa total de 70 kg, órbita quase equatorial a 750 km de altitude, e contará com vários experimentos com finalidades tecnológicas espaciais, além de um transponder do Sistema de Coleta de Dados (SCD).

Antes, em 2002, estudantes de engenharia elétrica e de telecomunicações da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), de Londrina (PR) construíram o Unosat (Undergraduate Orbital Student Satellite), um nanossatélite experimental de aproximadamente 9 kg, cuja função seria enviar para uma estação terrena informações internas do satélite, tais como temperatura, corrente elétrica e tensão, além de transmitir para a Terra mensagens de áudio.

O Unosat era ligado mecanicamente ao satélite tecnológico SATEC, construído pelo INPE, e foi perdido no incêndio da plataforma e do lançador VLS-1 V03, em agosto de 2003, em Alcântara (MA), que acabou vitimando 21 técnicos e engenheiros do Programa Espacial.


Fonte: Site Tecnologia & Defesa

Comentário: Fico satisfeito por saber que esse projeto não parou como eu imaginava, pois na mesma época que postei aqui no forúm entrei em contato via e-mail com um dos pesquisadores para buscar maiores informações e não obtive resposta. Não resta dúvida que uma iniciativa como essa é muito bem vinda e deveria ser estimulada com mais freqüência pela INPE/AEB, visando uma maior participação de alunos de universidades brasileiras em projetos como esses que possibilitem o desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias associadas a satélites.




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Re: NANOSATC-BR, o Primeiro CubeSat Brasileiro

#3 Mensagem por Anderson TR » Sáb Ago 22, 2009 2:11 am

Excelentes notícias...Tomara que o investimento aeroespacial só venha à crescer!!!




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