Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

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Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#1 Mensagem por Paisano » Sex Ago 21, 2009 11:18 pm

Raul Seixas

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Raul_Seixas
Filho do casal Raul Varella Seixas e Maria Eugênia Seixas, Raul cresceu na cidade de Salvador um tanto estagnada, alheia aos progressos de uma modernidade que passava ao largo da capital baiana. Tinha um irmão, quatro anos mais novo, Plínio Seixas.

Em casa obtém uma cultura que o faz adiantar-se àquilo que era ensinado nas escolas, mergulhando nos livros que tinha à disposição, na biblioteca do pai. Até o final de sua vida, sempre foi avançado para sua época, o que é comprovado pelas músicas por ele compostas e que até hoje são executadas.

Primórdios

Seu gosto musical foi se moldando: primeiro, no rádio, acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga, e nas viagens, onde acompanha o pai (inspetor de ferrovia), ouve os matutos desfiarem repentes - e esta "raiz" nordestina nunca o abandonara. Raul Seixas era um garoto muito tímido na infância e na adolescência, e só vivia trancado no quarto lendo e compondo. Seu sonho no inicio era ser um escritor, até o Rock n Roll aparecer em sua vida. Nesse momento, nas telas dos cinemas, encanta-se com o talento de Elvis Presley, de quem torna-se fã - e aponta-lhe o rumo musical: o Rock'n Roll. Sempre gostou também de clássicos do rock dos anos 50 e 60.

Juntamente com alguns amigos de Salvador, monta um conjunto, "Os Relâmpagos do Rock", mais tarde "The Panters", e por último conhecido como "Raulzito e os Panteras". Fazem shows no estado, e, a convite do amigo Jerry Adriani, vai para o Rio de Janeiro gravar um disco pela gravadora Odeon, em 1967 - que foi um total fracasso.

Após algum tempo, volta ao Rio, em 1970-71, contratado por outra gravadora - a CBS (atual Sony BMG). Ali participa da produção de diversos artistas da Jovem Guarda, como Jerry Adriani, Leno e Lilian e mais tarde Sérgio Sampaio, Diana, entre outros. Também compõe mais de 80 músicas para a Jovem Guarda, algumas de muito sucesso, como: Doce, Doce, Doce Amor, Sha-la-la-la, Tudo que é bom dura pouco, Ainda queima a esperança, Sha-la-la, e outras.

Mas nos anos 70 Raul acaba se rebelando. Aproveitando a ausência do presidente da empresa, Evandro Ribeiro, grava seu segundo LP (intitulado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10), em que faz parceria com Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. O disco, todavia, foi retirado do mercado sob o argumento de não se enquadrar à linha de atuação da gravadora.

Em 1972 participou do VII FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela Rede Globo, e conseguiu a classificação de duas músicas, "Let me sing" (um misto de baião e rockabilly) e "Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo", o que lhe deu projeção nacional.

Sucesso e dor

No ano de 1973, Raul conseguiu um grande e estrondoso sucesso com a música "Ouro de Tolo", uma música com letra quase autobiográfica, mas também um deboche com a Ditadura e o Milagre econômico.

No mesmo ano foi contratado pela Philips (atual Universal Music), onde gravou o LP Krig-Ha, Bandolo, com o qual Raul finalmente alcançou o sucesso, estabelecendo a parceria com o hoje escritor Paulo Coelho e lançando músicas que viraram grandes HITS e clássicos, como: Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa, Ouro de Tolo, Al Capone, e etc. O Krig-Ha Bandolo seria desde então uma grande referência da Obra de Raul.

Raul Seixas finalmente alcançou grande repercussão nacional como uma grande promessa de um novo compositor e cantor. Porém logo a imprensa e os fãs da época foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor.

No ano de 1974, por divulgar a Sociedade Alternativa, com Paulo Coelho nas suas apresentações, acabou sendo preso e torturado pelo DOPS, exilando-se nos Estados Unidos. No entanto, o sucesso do seu LP Gitã e da música Gita, que lhe rendeu um disco de ouro, após vender 600.000 cópias, fazem-no retornar ao Brasil. Neste ano separa-se de sua primeira mulher, Edith Wisner, com quem teve uma filha chamada Simone.

Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o LP "Novo Aeon", onde Raul compôs, uma de suas músicas mais conhecidas, Tente Outra Vez.

Em 1976, grava o disco "Há Dez Mil Anos Atrás", que também é um LP recheado de clássicas composições, e tem sua segunda filha, Scarlet.

Raul Seixas lançou mais outros três discos pela WEA (hoje Warner Music Brasil), a partir de 1977, que fizeram sucesso de público e desgosto na crítica (O Dia Em Que A Terra Parou, Mata Virgem e Por Quem Os Sinos Dobram). Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto, com quem Raul comporia várias de suas canções mais conhecidas, como "Maluco Beleza", "O Dia em que a Terra Parou", "Rock das Aranhas", "Aluga-se" etc.

A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de saúde devido ao consumo de álcool, que lhe causa a perda de 1/3 do pâncreas. Separa-se de Glória, que vai embora para os EUA levando a filha Scarlet. Neste ano, conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver.

No ano de 1979, separa-se de Tania. Começa então a depressão de Raul Seixas junto com uma internação para tratar do alcoolismo,. Conhece Angela Affonso Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira.

Ocaso

No ano de 1980, assinando novamente contrato com a CBS, lançou apenas mais um álbum (Abre-te Sésamo) e rescindiu o contrato.

Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu casamento com Kika.

Seus dois discos seguintes (Raul Seixas - 1983 e Metrô linha 743 - 1984) e o livro As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor fizeram sucesso, mas depois Raul teve as portas fechadas novamente, devido ao seu consumo excessivo de álcool e constantes internações para desintoxicação.

Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show, em 1 de dezembro deste ano, no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.

Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana, em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que foi grande sucesso entre os fãs, (UAH-BAP-LU-BAP-LA-BEIN-BUM - 1987) estando presente até em programas de televisão, como o Fantástico. Nesta época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua companheira. A partir desse ano, estreita relações com Marcelo Nova (fazendo uma participação no LP "Duplo Sentido", da banda Camisa de Vênus).

Um ano mais tarde, 1988, já sozinho, faz seu último álbum solo (A Pedra do Gênesis). A convite de Nova, faz alguns shows em Salvador, após três anos sem pisar num palco.

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical, totalizando mais de 50 apresentações pelo Brasil.

"Canto do cisne"

O último disco lançado em vida foi feito em parceria com Marcelo Nova, intitulado A Panela do Diabo, que foi lançado pela Warner Music Brasil um dia após sua morte. Raul Seixas faleceu no dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos. Seu corpo foi encontrado às oito horas da manhã, pela sua empregada, Dalva. Foi vítima de parada cardíaca: seu alcoolismo, agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. O LP A Panela do Diabo vendeu 150.000 cópias, rendendo ao Raul um disco de ouro póstumo, entregue à sua família e também a Marcelo Nova (parceiro de Raul, com quem gravou o LP), tornando-se assim um dos discos de maior sucesso do eterno Maluco Beleza.




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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#2 Mensagem por Paisano » Sex Ago 21, 2009 11:35 pm





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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#3 Mensagem por Paisano » Sex Ago 21, 2009 11:58 pm







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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#4 Mensagem por Paisano » Sáb Ago 22, 2009 12:12 am






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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#5 Mensagem por Clermont » Sáb Ago 22, 2009 8:17 am





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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#6 Mensagem por Beronha » Sáb Ago 22, 2009 11:46 am

É, o cara era mesmo maluco, inclusive com seu parceiro agora milionário Paulo Coelho, e tem ate um lance de venda da alma (que nem quiz saber), mas como gosto não se discute, acho as composições dele no geral ruins!




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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#7 Mensagem por Guilherme » Ter Ago 25, 2009 10:31 pm

Meu pai, numa viagem a São Paulo, esteve no prédio em que o Raul Seixas morreu. Era um apart hotel, se não me engano. Um funcionário do prédio disse pro meu pai e uns amigos dele: "tá vendo aquele quarto, lá no fim do corredor? Foi lá que o Raul Seixas morreu."




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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#8 Mensagem por Guilherme » Ter Ago 25, 2009 10:33 pm

Eu gosto de "Ouro de Tolo" e "Para Nóia". Me identifiquei com a letra, em certos momentos de minha vida.




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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#9 Mensagem por Neno » Qui Set 03, 2009 10:10 pm

Tive a oportunidade de conhecer de perto esta figura controversa que foi o Raulzito, certa vez eu visitava um amigo que morava no mesmo predio dos pais de Raul, no corredor da Vitória, aqui es Salvador, quando eu estava me derigindo ao referido predio tinha algumas pessoas ao redor de um homem caído ao chao, quando me aproximei as pessoas comentavam que se tratava de um mendigo que tinha caído devido ao seu estado de embriagues, ao me aproximar mais do suposto "mendigo" chega ao meu um cara que fala espantado " IHHH, É RAUL SEIXAS!!"
O espanto foi geral, foi aí que notei e pude ferificar a veracidade, era mesmo raulzito em um estado lamentavel, todo sujo, um bafo horrivel de cachacha e com um tremendo mal-cheiro, parecia de fato um mendigo.
Eu e o tal sujeito ajudamos a carrega-lo atê ao predio onde seus paiss moravam e meu amigo tambem.
Foi uma cena da qual eu numca vou esquecer.

Saravá Raul!!!




Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!

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Re: Raul Seixas - 20 anos sem o Maluco Beleza

#10 Mensagem por Neno » Qui Set 03, 2009 10:24 pm

A ultima apresentacao dele que eu vi, foi na concha acustica aqui em Salvador, quando ele fez uma parceria com o Marcelo Nova em " A PANELA DO DIABO ".
Hoje um grande amigo meu que é o Gustavo Mullem, ex-guitarrista do CAMISA DE VENUS, que na época participou da turnê de divulgacao do disco " PANELA DO DIABO ", me contou inumeras historias de situacoes que ele vivenciou ao lado de Raulzito.
Sem dúvida nenhuma Raul foi uma grande figura, de uma sensibilidade incrivel, na minha opniao um único artista integro que o Brasil já teve, ele numca se vendeu pra mídia e numca ficou embriagado com o sucesso, ele ficava mesmo embriagado era com outra coisa, he he he

Ele pegou seu disco-voador e nos deixou, mas a sua mesagem jamais será esquecida

Valeu Raul!!!!




Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!

RUI BARBOSA
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