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Mensagem
por Marino » Ter Ago 18, 2009 10:51 am
Olá Bender
Salve Helio
Este é o problema, dificilmente o comprador reconhece que fez um mau negocio.
Antes da MB comprar o Foch, o mesmo estava em uma viagem pela Marinha francesa e uma comitiva de Oficiais e Praças embarcou na África do Sul na pernada em direção ao Brasil. Nesta pernada foi feita uma inspeção meticulosa no navio. Desta forma, a Mb sabia o que estava comprando. Absolutamente fez mau negócio.
O Brasil quando adquiriu o Foch, achou que o preço pago (irrisorio por sinal) fosse um bom negocio.
Foi um bom negócio para o Brasil. A França tencionava "tirar a diferença" na reparação e manutenção do mesmo no Brasil, mas não conheciam as capacidades do AMRJ.
Entretanto muito pouco pode ser aproveitado até agora do São Paulo, pois poucos anos depois sofreu um acidente devido ao desgaste do material.
Isto é um equívoco. Basta procurar na Internet e verificar a quantidade de operações do mesmo, inclusive internacionais. Toda uma geração de tripulantes e pilotos foi formada no navio, o mesmo permitiu a utilização plena da aviação de asa fixa, o que não era possível no MG. A manutenção da doutrina, que seria perdida como ocorreu na Argentina, seria algo extremamente prejudicial ao Brasil, vide a China correndo atrás de ajuda. Isto não tem preço.
A manutenção demorou muito mais do que o previsto, pois outros componentes também estavam desgastados, e agora finalmente após 4 anos quando a maioria dos pilotos de caça que operaram no A-12 já estão aposentados, vai voltar a ativa. Por quanto tempo? Sinceramente não sei, porém pelo uso intenso que teve na França presumo que este não será o ultimo grande reparo que passará.
Como já escrevi, a MB sabia da necessidade de um PMG de longa duração. Mas o navio foi entregue/recebido em condições de uso pleno, e durante algum tempo (não sei de cabeça) operou plenemente com a Esquadra. O que ocorreu, e que determinou a antecipação do PMG, foi o vazamento de vapor na cozinha, algo que absolutamente poderia ser previsto.
Desta forma, a MB antecipou o reparo, que sabia ser longo, e aproveitou para efetuar a modernização de vários sistemas, como vem fazendo nas Fragatas e Corvetas.
Os pilotos continuaram a serem formados e a voar, inclusive com o apoio da FAB. Isto não será problema algum, absolutamente.
Quanto a se será o último reparo, tomara que não, pois isto indica que o ciclo operativo do mesmo será intenso (vc sabe que meios militares possuem ciclo operativo e ciclo de reparo).
Eu concordaria que fosse um bom negócio se estivesse em melhor estado, coisa que comprovadamente não está.
Está, e muito melhor do que na França.
E para piorar, como este navio já tem quase meio século de idade, as peças de reposição são aquelas que pertenciam ao seu irmão Clemenceau.
O casco tem idade, os sistemas eletrônicos não.
O resto, tecnologia de vapor, é dominada pelo AMRJ desde o Império, como aprenderam os franceses.
Pelo que parece o A-12 será igual ao A-11, vai ficar tanto tempo ancorado no 1ºDistrito Naval que vai fazer parte do cartão postal do Rio de Janeiro.
É o que muitos pensam, mas terão um desgosto quanto a isso.
Agora, justiça seja feita : o Foch foi adquirido pela MB porque nós quisemos, nada foi empurrado pela França.
Correto, como sempre dito pela MB.
Tinhamos outras opções? Sim, deveriamos de cara encomendar um novo PA como países como a India e Espanha fizeram. Mas isto não custaria uma fortuna? Sim, se estamos investindo bilhões para termos um sub nuclear há 2 décadas por que não?
Vc parece se esquecer das condições do país na época, governo FHC.
Quanto ao novo PA, está a caminho.
Nós temos planos para a construção de um novo PA? Sim, mas este "investimento" que fizemos para termos e o que estamos gastando para manter o Foch poderia ser suprimido.
E não conseguiríamos nada, como na Argentina. Na nossa pobre mentalidade latina, com os políticos que temos, se perdeu, perdeu para sempre.
E como vc podem perceber, sucata chama mais sucata: depois do A-12 compramos os A-4, agora vem o Tracker.... parece o filme "Nos Tempos da Brilhantina"
Bobagem, né? Deve estar arrependido de ter escrito isso.
Os A-4 foram comprados antes do SP.
Todos reclamavam de não termos AEW, e agora reclamam da aeronave, esquecendo que só a carcaça é a mesma, e mesmo assim revisada com garantia de 20 anos de uso em PA, e que os motores e eletrônica são novos.
Muitos países gostariam de ter o SP e a ala aérea programada para o mesmo, mas MUITOS mesmo. Sana envídea.
Tomara que o filme seja lançado rapidinho.
Um abraço
Um abraço
Hélio
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco