Fonte: http://www.deadlybirds.com.br/deadlybir ... -de-katyn/
01 de setembro de 1939, a Alemanha invade a Polônia e deflagra a segunda guerra mundial. A 17 de setembro do mesmo ano, as tropas soviéticas cruzam a fronteira oriental da Polônia, sob o pretexto de pretensa proteção ao povo polonês, mas na verdade estavam assumindo parte da Polônia que lhes cabia, segundo o acordado no “Pacto Nazi-Soviético de Não Agressão”. Aproximadamente quinze mil oficiais das forças armadas polonesas, foram enviados aos campos de prisioneiros de NKVD, na URSS, situados em Kozielsk, Starobielska e Ostashkov.
Por diversos meses, os prisioneiros de guerra poloneses, foram interrogados por agentes do NKVD, principalmente sobre educação e orientação política. Alguns oficiais mais velhos foram também interrogados sobre sua participação na guerra polaco-soviética, ocorrida em 1920.
Aproximadamente no mês de março de 1940, os interrogatórios terminaram e, uma ordem secreta foi emitida aos três campos de prisioneiros, para que todos os prisioneiros fossem mortos. A documentação mostra que Stalin e Beria foram os responsáveis por ordenar as execuções. Durante a evacuação dos três acampamentos, grupos de 200 a 300 prisioneiros eram enviados a um destino “desconhecido”, localizado na floresta de Katyn. No início de maio de 1940, todos os prisioneiros poloneses tinham sido removidos dos acampamentos e toda a correspondência com as famílias cessou. Então, ninguém mais soube nada a respeito daqueles oficiais Na verdade todos foram brutalmente assassinados na floresta de Katyn. As execuções terminaram em 10 de maio de 1940.
Quando a correspondência dos prisioneiros cessou, em maio 1940, suas famílias criaram esforços cada vez mais frenéticos para obterem informações de seus familiares. Uma das fictícias histórias fornecidas por Stalin era de que eles estariam “construindo estradas”. Em outra ocasião, quando o general Anders estava criando uma divisão polonesa para lutar contra os alemães, perguntou pessoalmente a Stalin o destino dos oficiais, este respondeu simplesmente: “fugiram”, então quando Anders pressionou pedindo para onde, Stalin respondera: “Para a Manchúria”.
A 13 de abril de 1943, a seguinte informação era transmissão pelos alemães via Berlim: “De Smolensk vem a notícia que a população nativa revelou às autoridades alemãs o ponto onde foram realizadas execuções maciças secretas. Os bolcheviques assassinaram 10.000 oficiais poloneses. As autoridades alemãs fizeram uma descoberta horrível. Encontraram uma cova medindo 28 metros de comprimento (86pés), 16 metros de largura (52 pés) e de profundidade de 12 metros, onde estavam depositados os corpos de aproximadamente 4.000 oficiais poloneses.
Todos uniformizados, em alguns casos em uniforme completo, todos os corpos tinham uma perfuração por projétil de pistola na nuca. A busca e a descoberta de outras covas continuam.”. Em resposta, a URSS negou veementemente sua participação nas execuções e responsabilizou os alemães.
Em um estranho esforço para expor a verdade sobre o massacre na floresta de Katyn, os alemães levaram para o local um grande número de civis locais, incluindo também dois oficiais de exército americanos que haviam sido capturados e eram prisioneiros de guerra. Um relatório com as conclusões de um dos oficiais, o coronel Van Vliet, o qual afirmava que o massacre havia sido realmente de responsabilidade soviética, recebeu a identificação de “TOP SECRET” e “desapareceu” .
Durante o julgamento de criminosos de guerra, ocorrido em Nuremberg, entre 1945 e 1946, a URSS pressionou para que os alemães também fossem acusados pelo massacre em Katyn. Muitos suspeitaram das intenções e iniciaram trabalhos com o intuito de revelar a verdade. Em setembro de 1951, o congresso dos EUA criou um comitê com uma tarefa específica: Conduzir uma investigação e um estudo dos fatos, das evidências e circunstâncias do massacre da floresta de Katyn. Em julho de 1952, o comitê apresentou seu relatório, onde atribuiu formalmente a responsabilidade do fato à URSS, mediante analise das evidências. Apesar das novas evidências, a URSS seguiu negando a participação na tortura e no assassinato, em alguns casos de forma excessivamente brutal, dos prisioneiros.
Com o início do colapso da URSS em 1989, criou-se uma atmosfera favorável para que a verdade fosse revelada finalmente. Em 1991, Gorbachev num ofício ao governo polonês, admitiu oficialmente a culpa da URSS, pelo massacre ocorrido em 1940. Em 1992, Boris Yeltsin apresentou os documentos secretos originais, sobre a Polônia, incluindo as sentenças de morte assinadas por Stalin e Beria. O mundo soube finalmente a verdade: a União Soviética aniquilou os oficiais para se livrar de uma potencial oposição política, para assim poder dar continuidade aos planos de ocupação da Polônia e estabelecer um governo servil após a guerra.
O horror de o que aconteceu foge à compreensão humana. Nos campos de prisioneiros, os guardas chamaram os homens por seus nomes e os mandavam recolher seus pertences, fazendo-os acreditar que estariam indo para casa. Dia após dia, entre 200 e 300 homens eram enviados em trens, para sua viagem final. Uma vez os trens chegando na floresta, os prisioneiros eram levados de caminhão até o interior da floresta, então uma corda era amarrada em torno de seus pescoços e suas mãos eram amarradas para trás, geralmente com arame farpado.
Eram levados até onde as covas já estavam previamente escavadas, onde então tinham a cabeça puxada para trás e a boca era enchida com serragem, afim de silenciar seus gritos. Em seguida eram baleados de maneira precisa e rápida, para que seus corpos caíssem na vala, sem que os executores tivessem que postá-los. Seu sangue misturado com o solo transformou esse episódio num dos mais incompreensíveis do século. Está praticamente fora de nossa compreensão o desespero, a falta de esperança e o horror que aqueles que pereceram lá sentiram. Não tinham cometido nenhum crime e estavam sendo despojados dos últimos restos da decência humana, condenados a silenciar antes de serem mortos.
Todos os oficiais poloneses, incluindo reservistas, intelectuais e profissionais, dentre eles médicos, advogados, contadores, professores universitários, jornalistas, atletas, padres (entre eles o padre católico Zielkoski, que foi encontrado junto a seus poucos pertences, um Terço e a Bíblia Sagrada) e o rabino de Varsóvia, compartilharam do mesmo fim. A elite intelectual da Polônia foi destruída pela mão de ferro da NKVD.
Vala comum - Floresta de Katyn:
Foto alemã mostra "modus operandi" das execuções, sempre um tiro na nuca:
Testemunhas acompanham a retirada dos corpos:
Como os corpos eram encontrados em geral:
Detalhe das mãos:
Execução:
Corpo do Padre Zielkoski: