EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Com viagens, Uribe evita armadilha da Unasul
Colombiano visita 7 países, dribla reunião dominada por opositores e ganha respeito na região
João Paulo Charleaux
Com uma maratona de viagens internacionais para explicar a cessão de bases militares aos EUA, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, conseguiu obter o respeito dos presidentes visitados. "O que não significa necessariamente obter o respaldo de todos eles", disse ao Estado a diretora executiva do Instituto de Ciência Política da Colômbia, Marcela Prieto Botero.
"Uribe não viajou em busca de autorização para seguir adiante com o acordo. Ele apenas fez um cálculo realista de explicar sua posição em reuniões privadas e bilaterais", disse Marcela.
"Ao visitar sete presidentes sul-americanos em três dias, Uribe evitou se expor ao show que alguns líderes certamente armariam para a Colômbia na reunião de Quito", disse ela, em referência à próxima reunião dos 12 países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para segunda-feira, na capital do Equador. Há uma semana, Uribe desmarcou sua ida a Quito, esvaziando a proposta feita pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu que a questão das bases fosse debatida por todos os países da Unasul.
Ao trocar a cúpula pelas visitas individuais, o presidente colombiano evitou se expor aos ataques de pelo menos dois rivais de peso: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o equatoriano Rafael Correa. Ambos são acusados por Bogotá de manter ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Segundo o governo colombiano, Chávez repassa armas aos guerrilheiros e Correa recebeu doações das Farc para sua campanha à presidência do Equador. Ambos negam as acusações e dizem que Uribe faz uma campanha midiática para ofuscar o debate sobre a presença militar americana na Colômbia. "Não tenho dúvida de que o encontro de Quito seria uma grande cilada que Uribe soube habilmente evitar", disse Marcela.
SURPRESAS
Embora tenha desarmado parte da resistência ao acordo em países como Peru, Brasil e Chile, Uribe só poderá medir completamente os resultados de seu esforço diplomático na próxima semana.
Ao reunirem-se em Quito, sem a presença do presidente colombiano, "os presidentes que realmente se opõem ao acordo poderão protestar com força", prevê a americana Arlene Tickner, cientista política da Universidade dos Andes, de Bogotá.
"Era de se esperar que, depois de um encontro pessoal a portas fechadas, a maioria dos presidentes optasse por declarações diplomáticas que reforçam o respeito à soberania colombiana", disse ela. O mesmo pode não acontecer em Quito, num "encontro entre iguais".
Arlene disse também que a viagem de Uribe foi marcada por "um novo esforço pessoal e intempestivo" do presidente colombiano. Segundo ela, Uribe, nos momentos de crise, "vende a ideia de que pode resolver todos os contratempos sozinho, mesmo quando os problemas são causados por atitudes dele mesmo".
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index ... a_notimpol
Colombiano visita 7 países, dribla reunião dominada por opositores e ganha respeito na região
João Paulo Charleaux
Com uma maratona de viagens internacionais para explicar a cessão de bases militares aos EUA, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, conseguiu obter o respeito dos presidentes visitados. "O que não significa necessariamente obter o respaldo de todos eles", disse ao Estado a diretora executiva do Instituto de Ciência Política da Colômbia, Marcela Prieto Botero.
"Uribe não viajou em busca de autorização para seguir adiante com o acordo. Ele apenas fez um cálculo realista de explicar sua posição em reuniões privadas e bilaterais", disse Marcela.
"Ao visitar sete presidentes sul-americanos em três dias, Uribe evitou se expor ao show que alguns líderes certamente armariam para a Colômbia na reunião de Quito", disse ela, em referência à próxima reunião dos 12 países-membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), marcada para segunda-feira, na capital do Equador. Há uma semana, Uribe desmarcou sua ida a Quito, esvaziando a proposta feita pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu que a questão das bases fosse debatida por todos os países da Unasul.
Ao trocar a cúpula pelas visitas individuais, o presidente colombiano evitou se expor aos ataques de pelo menos dois rivais de peso: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o equatoriano Rafael Correa. Ambos são acusados por Bogotá de manter ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Segundo o governo colombiano, Chávez repassa armas aos guerrilheiros e Correa recebeu doações das Farc para sua campanha à presidência do Equador. Ambos negam as acusações e dizem que Uribe faz uma campanha midiática para ofuscar o debate sobre a presença militar americana na Colômbia. "Não tenho dúvida de que o encontro de Quito seria uma grande cilada que Uribe soube habilmente evitar", disse Marcela.
SURPRESAS
Embora tenha desarmado parte da resistência ao acordo em países como Peru, Brasil e Chile, Uribe só poderá medir completamente os resultados de seu esforço diplomático na próxima semana.
Ao reunirem-se em Quito, sem a presença do presidente colombiano, "os presidentes que realmente se opõem ao acordo poderão protestar com força", prevê a americana Arlene Tickner, cientista política da Universidade dos Andes, de Bogotá.
"Era de se esperar que, depois de um encontro pessoal a portas fechadas, a maioria dos presidentes optasse por declarações diplomáticas que reforçam o respeito à soberania colombiana", disse ela. O mesmo pode não acontecer em Quito, num "encontro entre iguais".
Arlene disse também que a viagem de Uribe foi marcada por "um novo esforço pessoal e intempestivo" do presidente colombiano. Segundo ela, Uribe, nos momentos de crise, "vende a ideia de que pode resolver todos os contratempos sozinho, mesmo quando os problemas são causados por atitudes dele mesmo".
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index ... a_notimpol
A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender. (Albino Teixeira)
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Lula pede a Uribe garantias sobre bases militares
Plantão | Publicada em 07/08/2009 às 12h49m
Valor Online
BRASÍLIA - Como havia feito com autoridades dos EUA que estiveram no país nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem do colombiano Álvaro Uribe garantias de que não serão usados fora da Colômbia os efetivos militares das bases que o país cederá aos EUA. Uribe, por sua vez, voltou a acusar os governos de Venezuela e Equador de simpatia com a guerrilha colombiana.
Na conversa com Uribe, Lula disse acreditar nas boas intenções dos governos colombianos e americano, mas argumentou que a instalação de bases militares com grande efetivo na América do Sul é uma decisão que ultrapassa o mandato dos governantes atuais. " O acordo tem alcance sobre a Amazônia, tema de grande sensibilidade " , relatou o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
" Dissemos que não duvidamos da intenção de controle estritamente interno, mas isso não é só um acordo entre os dois governos atuais; amanhã podem ser outros, isso nos preocupa " , disse Garcia.
Uribe, à saída, limitou-se a mandar uma saudação ao " povo irmão " do Brasil. O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, fez um breve relato do encontro e informou que a preocupação com garantias formais contra o uso das tropas americanas em ações fora do território colombiano será, ainda, motivo de " outras consultas, outras conversas, não só com o governo colombiano, mas também com o dos EUA " .
" Mostramos nossa preocupação com uma possível Guerra Fria na América do Sul, e receio da presença militar americana ou de um possível conflito com os vizinhos da Colômbia envolvendo os EUA " , relatou ao Valor o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). " Ele [Uribe] deu detalhes e garantias de que o objetivo é atuação interna. Foi muito convincente " , comentou Azeredo, acusando o governo brasileiro de ter " dois pesos e duas medidas " por não revelar preocupação com as compras de equipamento militar feitas pela Venezuela.
Embora os senadores de oposição tenham se mostrado satisfeitos com as explicações de Uribe, feitas pouco antes de deixar o país, combinaram receber, na próxima semana, no Senado, o embaixador da Colômbia no Brasil, Tony Jozame Amar, com mais detalhes sobre o acordo entre EUA e Colômbia.
Uribe insistiu que as bases envolvidas no acordo continuam sob comando colombiano e que os aviões americanos a serem usados não são de ataque, mas de reconhecimento e inteligência, contra a guerrilha e o narcotráfico. Lula e auxiliares não chegaram a mencionar uma das preocupações do Planalto, de ações semelhantes à que levou tropas colombianas a invadirem território equatoriano para destruir acampamentos da guerrilha.
" O presidente voltou a reiterar que um acordo com os EUA que seja específico, delimitado ao território colombiano, é de natureza soberana colombiana " , comentou Amorim, fazendo uma ressalva: " Sempre e quando os dados gerais de que se disponha sejam compatíveis com essa delimitação ao território colombiano " . Ele disse acreditar que Uribe não irá à reunião do Conselho de Defesa da Unasul, na próxima semana, em Quito. Colômbia e Equador romperam relações diplomáticas após o ataque à guerrilha em solo equatoriano.
Aos senadores, Uribe disse estar disposto a firmar acordos de cooperação com o Brasil para incrementar a troca de informações e ações conjuntas contra a guerrilha e o tráfico de drogas. Rejeitou, porém, a sugestão do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de estabelecer um acordo para combate aos narcotraficantes e a guerrilha por meio da Organização dos Estados Americanos (OEA) ou da ONU. Segundo Garcia, o esforço para aumentar a cooperação bilateral foi tratado pelos dois presidentes.
O governo brasileiro, segundo Garcia, está preocupado em acalmar os ânimos para discutir os problemas relacionados ao combate às drogas e terrorismo em conjunto, no Conselho de defesa da Unasul. " Em momento de pancadaria, tem de se deixar um tempo para curar os hematomas " , comentou, explicando, em seguida, que o Brasil não participou da " pancadaria " , os atritos entre os países da região andina.
(Sergio Leo | Valor Econômico)
o globo
Plantão | Publicada em 07/08/2009 às 12h49m
Valor Online
BRASÍLIA - Como havia feito com autoridades dos EUA que estiveram no país nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem do colombiano Álvaro Uribe garantias de que não serão usados fora da Colômbia os efetivos militares das bases que o país cederá aos EUA. Uribe, por sua vez, voltou a acusar os governos de Venezuela e Equador de simpatia com a guerrilha colombiana.
Na conversa com Uribe, Lula disse acreditar nas boas intenções dos governos colombianos e americano, mas argumentou que a instalação de bases militares com grande efetivo na América do Sul é uma decisão que ultrapassa o mandato dos governantes atuais. " O acordo tem alcance sobre a Amazônia, tema de grande sensibilidade " , relatou o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
" Dissemos que não duvidamos da intenção de controle estritamente interno, mas isso não é só um acordo entre os dois governos atuais; amanhã podem ser outros, isso nos preocupa " , disse Garcia.
Uribe, à saída, limitou-se a mandar uma saudação ao " povo irmão " do Brasil. O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, fez um breve relato do encontro e informou que a preocupação com garantias formais contra o uso das tropas americanas em ações fora do território colombiano será, ainda, motivo de " outras consultas, outras conversas, não só com o governo colombiano, mas também com o dos EUA " .
" Mostramos nossa preocupação com uma possível Guerra Fria na América do Sul, e receio da presença militar americana ou de um possível conflito com os vizinhos da Colômbia envolvendo os EUA " , relatou ao Valor o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). " Ele [Uribe] deu detalhes e garantias de que o objetivo é atuação interna. Foi muito convincente " , comentou Azeredo, acusando o governo brasileiro de ter " dois pesos e duas medidas " por não revelar preocupação com as compras de equipamento militar feitas pela Venezuela.
Embora os senadores de oposição tenham se mostrado satisfeitos com as explicações de Uribe, feitas pouco antes de deixar o país, combinaram receber, na próxima semana, no Senado, o embaixador da Colômbia no Brasil, Tony Jozame Amar, com mais detalhes sobre o acordo entre EUA e Colômbia.
Uribe insistiu que as bases envolvidas no acordo continuam sob comando colombiano e que os aviões americanos a serem usados não são de ataque, mas de reconhecimento e inteligência, contra a guerrilha e o narcotráfico. Lula e auxiliares não chegaram a mencionar uma das preocupações do Planalto, de ações semelhantes à que levou tropas colombianas a invadirem território equatoriano para destruir acampamentos da guerrilha.
" O presidente voltou a reiterar que um acordo com os EUA que seja específico, delimitado ao território colombiano, é de natureza soberana colombiana " , comentou Amorim, fazendo uma ressalva: " Sempre e quando os dados gerais de que se disponha sejam compatíveis com essa delimitação ao território colombiano " . Ele disse acreditar que Uribe não irá à reunião do Conselho de Defesa da Unasul, na próxima semana, em Quito. Colômbia e Equador romperam relações diplomáticas após o ataque à guerrilha em solo equatoriano.
Aos senadores, Uribe disse estar disposto a firmar acordos de cooperação com o Brasil para incrementar a troca de informações e ações conjuntas contra a guerrilha e o tráfico de drogas. Rejeitou, porém, a sugestão do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de estabelecer um acordo para combate aos narcotraficantes e a guerrilha por meio da Organização dos Estados Americanos (OEA) ou da ONU. Segundo Garcia, o esforço para aumentar a cooperação bilateral foi tratado pelos dois presidentes.
O governo brasileiro, segundo Garcia, está preocupado em acalmar os ânimos para discutir os problemas relacionados ao combate às drogas e terrorismo em conjunto, no Conselho de defesa da Unasul. " Em momento de pancadaria, tem de se deixar um tempo para curar os hematomas " , comentou, explicando, em seguida, que o Brasil não participou da " pancadaria " , os atritos entre os países da região andina.
(Sergio Leo | Valor Econômico)
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
NOTIMP, 07/08
Para militares brasileiros, bases não ameaçam região
O acordo para que os EUA possam usar bases militares na Colômbia não preocupa, do ponto de vista bélico, militares brasileiros ouvidos pelo Valor.
Chico Santos e Humberto Saccomandi
O presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, disse considerar "uma tolice" pensar que os EUA usariam bases na Colômbia com o objetivo de atacar outro ou outros países da região. "O poderio militar dos EUA não precisa de bases na Colômbia para atacar a quem quer que seja." Ressalvando que não fala em nome dos militares brasileiros, o general afirmou que a maior parte dos seus interlocutores, na ativa e na reserva, pensa de forma semelhante. "Mas a amostra é muito pequena", acrescentou.
Essa também é a opinião do coronel da reserva Geraldo Cavagnari, fundador e membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp. "Essas bases não são ameaça aos vizinhos", disse. Segundo ele, além de o efetivo americano em discussão (1.400 soldados) ser pequeno, ele é formado principalmente por tropas de infantaria e polícia militar, mas adequadas a ações internas contra narcotráfico e guerrilha que para ação externa.
Figueiredo observa que, do ponto de vista logístico, a floresta amazônica representa um obstáculo praticamente intransponível no caso de uma improvável movimentação grandes de tropas da Colômbia para o Brasil.
Para Cavagnari, só o Itamaraty está vendo ameaça nas bases. Ele diz que, no meio militar, Chávez é visto como um foco de preocupação tensão muito maior que as bases na Colômbia. "Há diferenças entre as Forças Armadas e o Itamaraty nessa questão", afirmou, ressaltando, porém, que os militares evitam externar sua posição.
Figueiredo acha que houve erro no anúncio feito por colombianos e americanos, por não ter havido uma comunicação prévia aos países vizinhos, como seria de esperar. Isso, na sua avaliação, estimulou "a neura de alguns" e deu munição aos que gostam de falar mal de tudo que se refere aos EUA.
O general disse que as relações entre os Exércitos do Brasil e dos EUA são as melhores possíveis, com intenso intercâmbio, e que não há motivo para esperar nenhuma mudança a partir desse episódio das bases colombianas.
O vice-almirante da reserva Antônio Ruy de Almeida Silva, doutorando em Relações Internacionais da PUC-Rio e membro do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) disse que não há como fazer uma análise precisa antes de saber qual o real objetivo das bases. "Pode ser só uma compensação pela perda da base de Manta, no Equador", especulou.
Mas ele entende que, genericamente, é sempre preocupante a instalação na América do Sul de bases de um país de outra região. Para ele, a iniciativa "não se coaduna com o projeto brasileiro de buscar uma América do Sul unida".
Na avaliação do vice-almirante, embora a instalação das bases não possa ser vista como um ato "hostil" do ponto de vista militar, ela pode ser analisada como um ato político e estratégico dos americanos, como se eles dissessem: "Estamos aqui", o que não seria confortável para a região, especialmente para países como a Venezuela, o Equador e a Bolívia que não têm hoje boas relações com os EUA. Por este ângulo, Silva considera que o episódio das bases está conectado à decisão tomada no ano passado pelos EUA de reativar após seis décadas a 4ª Frota para operar novamente na América do Sul e Caribe.
Para militares brasileiros, bases não ameaçam região
O acordo para que os EUA possam usar bases militares na Colômbia não preocupa, do ponto de vista bélico, militares brasileiros ouvidos pelo Valor.
Chico Santos e Humberto Saccomandi
O presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, disse considerar "uma tolice" pensar que os EUA usariam bases na Colômbia com o objetivo de atacar outro ou outros países da região. "O poderio militar dos EUA não precisa de bases na Colômbia para atacar a quem quer que seja." Ressalvando que não fala em nome dos militares brasileiros, o general afirmou que a maior parte dos seus interlocutores, na ativa e na reserva, pensa de forma semelhante. "Mas a amostra é muito pequena", acrescentou.
Essa também é a opinião do coronel da reserva Geraldo Cavagnari, fundador e membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp. "Essas bases não são ameaça aos vizinhos", disse. Segundo ele, além de o efetivo americano em discussão (1.400 soldados) ser pequeno, ele é formado principalmente por tropas de infantaria e polícia militar, mas adequadas a ações internas contra narcotráfico e guerrilha que para ação externa.
Figueiredo observa que, do ponto de vista logístico, a floresta amazônica representa um obstáculo praticamente intransponível no caso de uma improvável movimentação grandes de tropas da Colômbia para o Brasil.
Para Cavagnari, só o Itamaraty está vendo ameaça nas bases. Ele diz que, no meio militar, Chávez é visto como um foco de preocupação tensão muito maior que as bases na Colômbia. "Há diferenças entre as Forças Armadas e o Itamaraty nessa questão", afirmou, ressaltando, porém, que os militares evitam externar sua posição.
Figueiredo acha que houve erro no anúncio feito por colombianos e americanos, por não ter havido uma comunicação prévia aos países vizinhos, como seria de esperar. Isso, na sua avaliação, estimulou "a neura de alguns" e deu munição aos que gostam de falar mal de tudo que se refere aos EUA.
O general disse que as relações entre os Exércitos do Brasil e dos EUA são as melhores possíveis, com intenso intercâmbio, e que não há motivo para esperar nenhuma mudança a partir desse episódio das bases colombianas.
O vice-almirante da reserva Antônio Ruy de Almeida Silva, doutorando em Relações Internacionais da PUC-Rio e membro do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) disse que não há como fazer uma análise precisa antes de saber qual o real objetivo das bases. "Pode ser só uma compensação pela perda da base de Manta, no Equador", especulou.
Mas ele entende que, genericamente, é sempre preocupante a instalação na América do Sul de bases de um país de outra região. Para ele, a iniciativa "não se coaduna com o projeto brasileiro de buscar uma América do Sul unida".
Na avaliação do vice-almirante, embora a instalação das bases não possa ser vista como um ato "hostil" do ponto de vista militar, ela pode ser analisada como um ato político e estratégico dos americanos, como se eles dissessem: "Estamos aqui", o que não seria confortável para a região, especialmente para países como a Venezuela, o Equador e a Bolívia que não têm hoje boas relações com os EUA. Por este ângulo, Silva considera que o episódio das bases está conectado à decisão tomada no ano passado pelos EUA de reativar após seis décadas a 4ª Frota para operar novamente na América do Sul e Caribe.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
postado nas noticias aéreas mas acho que faz aqui todo sentido
Centurião escreveu:Esse americanos são muito folgados mesmo. O ato de se cogitar uma base americana (ou de qualquer outro país) em solo nacional já é uma barbaridade.
Ah! Para quem acha que as bases americanas na Colômbia são para "combater o tráfico de drogas", leiam o trecho abaixo:
O Air Mobility Command refere-se à base de Palanquero (uma das três cedidas dias atrás pelo governo colombiano de Alvaro Uribe) como uma "locação de segurança cooperativa". Destaca que a partir dela "cerca da metade da América do Sul pode ser coberta por um C17 sem necessidade de reabastecimento". Agrega que "com reabastecimento de combustível disponível no destino, um C17 pode cobrir toda a América do Sul, exceto a região do extremo sul do Chile e Argentina".
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
já postaram
Obama nega que EUA queiram instalar base militar na Colômbia
07/08 - 18:38 - Reuters
Logo Reuters
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou nesta sexta-feira que o país planeje instalar bases militares na Colômbia como parte de uma revisão do acordo de segurança com o país sul-americano. "Algumas pessoas na região têm tentado usar isso como parte da retórica anti-ianque tradicional. Isso não é certo", disse Obama a repórteres hispânicos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez - crítico persistente de Washington -, disse que a revisão do plano de segurança dos Estados Unidos com a Colômbia poderia levar a uma guerra na América do Sul. No domingo, Chávez pediu que Obama não aumente a presença militar dos Estados Unidos na Colômbia.
Obama disse que isso é um mito. "Nós temos tido um acordo de segurança com a Colômbia por muitos anos. Nós atualizamos este acordo. Não temos a intenção de estabelecer uma base militar na Colômbia", disse.
"Essa é a continuação da assistência que temos dado a eles. Nós não temos a intenção de mandar um grande número de soldados a mais para a Colômbia, e nós temos total interesse de ver a Colômbia e seus vizinhos vivendo pacificamente".
O novo acordo de segurança permitiria que o Pentágono obtivesse acesso a sete bases militares da Colômbia para o suporte aos voos de combate a narcotraficantes e guerrilheiros envolvidos no comércio de cocaína.
O acordo também aumentaria o número de soldados norte-americanos na Colômbia para mais de 300, mas a cifra não superaria 800 homens, limite máximo de acordo com o pacto atual.
A Colômbia tem acusado o Equador e a Venezuela de dar apoio aos rebeldes marxistas das Farc, que travam uma guerra de quatro décadas contra o Estado colombiano.
"Eu acho que a Colômbia tem algumas preocupações legítimas sobre as operações das Farc além da fronteira. Eu espero que elas possam ser resolvidas com o diálogo entre os vizinhos", disse Obama.
Obama nega que EUA queiram instalar base militar na Colômbia
07/08 - 18:38 - Reuters
Logo Reuters
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, negou nesta sexta-feira que o país planeje instalar bases militares na Colômbia como parte de uma revisão do acordo de segurança com o país sul-americano. "Algumas pessoas na região têm tentado usar isso como parte da retórica anti-ianque tradicional. Isso não é certo", disse Obama a repórteres hispânicos.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez - crítico persistente de Washington -, disse que a revisão do plano de segurança dos Estados Unidos com a Colômbia poderia levar a uma guerra na América do Sul. No domingo, Chávez pediu que Obama não aumente a presença militar dos Estados Unidos na Colômbia.
Obama disse que isso é um mito. "Nós temos tido um acordo de segurança com a Colômbia por muitos anos. Nós atualizamos este acordo. Não temos a intenção de estabelecer uma base militar na Colômbia", disse.
"Essa é a continuação da assistência que temos dado a eles. Nós não temos a intenção de mandar um grande número de soldados a mais para a Colômbia, e nós temos total interesse de ver a Colômbia e seus vizinhos vivendo pacificamente".
O novo acordo de segurança permitiria que o Pentágono obtivesse acesso a sete bases militares da Colômbia para o suporte aos voos de combate a narcotraficantes e guerrilheiros envolvidos no comércio de cocaína.
O acordo também aumentaria o número de soldados norte-americanos na Colômbia para mais de 300, mas a cifra não superaria 800 homens, limite máximo de acordo com o pacto atual.
A Colômbia tem acusado o Equador e a Venezuela de dar apoio aos rebeldes marxistas das Farc, que travam uma guerra de quatro décadas contra o Estado colombiano.
"Eu acho que a Colômbia tem algumas preocupações legítimas sobre as operações das Farc além da fronteira. Eu espero que elas possam ser resolvidas com o diálogo entre os vizinhos", disse Obama.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Bases na Colômbia não são o que parecem
ANDRES OPPENHEIMER
"Miami Herald e Nuevo Heraldo
O que mais surpreende sobre o crescente protesto sul-americano contra a decisão colombiana de permitir "bases militares dos EUA" em seu território é que talvez não haja nada de concreto em curso quanto a isso e sim um simples erro sério de relações públicas por parte das autoridades colombianas.
Eu, por exemplo, fiquei surpreso ao ouvir entrevista do ministro chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, na qual ele declarou que "não haverá um centímetro de território colombiano no qual venha a existir uma base militar dos EUA". Alguns importantes países sul-americanos expressaram preocupações sobre as supostas "bases militares americanas" na Colômbia e querem discutir a questão na próxima cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, declarou que não participará da conferência, porque a Colômbia deve ser alvo de um ataque coordenado, com relação a essa questão. O anfitrião Equador rompeu relações com a Colômbia devido a um ataque de tropas colombianos a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano, em 2008.
Uribe partiu em um périplo pelos países da região, em um esforço de último minuto para explicar a natureza das negociações sobre cooperação militar que continuam em curso entre os EUA e a Colômbia.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse ter "alertado" seus colegas da região "sobre o perigo que essas novas bases militares gringas representam para a Venezuela". Os presidentes de Equador, Bolívia e Nicarágua imediatamente ecoaram os avisos de Chávez. Mas o que surpreendeu a Colômbia é que países mais moderados, a começar pelo Brasil, tenham expressado preocupação semelhante.
"Mas, se não se trata de bases militares dos EUA, o que temos?", perguntei a Bermúdez. Segundo o ministro, Colômbia e EUA estão discutindo um acordo para aumentar a cooperação militar americana principalmente para questões de vigilância e inteligência, com o objetivo de combater os traficantes de drogas e narcoguerrilheiros que operam na Colômbia. Mas, ao contrário do que ocorre nas bases americanas em Manta (Equador), Guantánamo ou na Europa, sobre as quais os EUA têm jurisdição, na Colômbia os soldados americanos não operarão nenhuma base.
"Serão bases colombianas, comandadas e operadas por colombianos, nas quais haverá acesso regulado de pessoal americano", disse Bermúdez. Uma lei federal dos EUA dispõe que o número de soldados do país estacionados na Colômbia não pode passar de 800 militares e 600 prestadores civis de serviços. No ano passado, havia 71 militares e 400 civis contratados pelos EUA estacionados na Colômbia.
Sob o acordo proposto, as tropas americanas serão convidadas a operar em pelo menos sete bases militares colombianas. Mas não existem planos para elevar o contingente americano no país. Minha opinião: caso os governos dos EUA e da Colômbia estejam dizendo a verdade -e suspeito que estejam, já que o acordo estará sujeito a severa vigilância por parte de um Congresso americano cético quanto a esse tipo de empreitada-, então o que temos é um grande erro na maneira pela qual as negociações sobre cooperação militar foram anunciadas.
A Colômbia deveria ter criado um rótulo para o acordo proposto, a fim de impedir seus críticos de falarem sobre "bases militares dos EUA" em seu território. Deveria ter criado um rótulo como "programa de convidados militares" ou "exercício militar expandido", semelhante ao adotado para o acordo sob o qual a Venezuela autorizou um exercício naval russo em seu território em 2008.
Além disso, Uribe deveria comparecer à reunião da Unasul. Ele já provou no passado que se sai bem diante de audiências hostis, especialmente em cúpulas presidenciais. Lá, Uribe poderia dizer aos seus colegas: "Está bem, vamos discutir os acordos militares de todo mundo, entre os quais os tratados militares da Venezuela com a Rússia e o Irã, ou a ajuda de Venezuela e Equador aos guerrilheiros das Farc".
Caso os países sul-americanos desejem conduzir uma discussão franca sobre os acordos militares na região (os públicos e os secretos), é bom que o façam. Isso beneficiaria a todos.
http://www.defesanet.com.br/04_09/al_bases_9.htm
ANDRES OPPENHEIMER
"Miami Herald e Nuevo Heraldo
O que mais surpreende sobre o crescente protesto sul-americano contra a decisão colombiana de permitir "bases militares dos EUA" em seu território é que talvez não haja nada de concreto em curso quanto a isso e sim um simples erro sério de relações públicas por parte das autoridades colombianas.
Eu, por exemplo, fiquei surpreso ao ouvir entrevista do ministro chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, na qual ele declarou que "não haverá um centímetro de território colombiano no qual venha a existir uma base militar dos EUA". Alguns importantes países sul-americanos expressaram preocupações sobre as supostas "bases militares americanas" na Colômbia e querem discutir a questão na próxima cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, declarou que não participará da conferência, porque a Colômbia deve ser alvo de um ataque coordenado, com relação a essa questão. O anfitrião Equador rompeu relações com a Colômbia devido a um ataque de tropas colombianos a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano, em 2008.
Uribe partiu em um périplo pelos países da região, em um esforço de último minuto para explicar a natureza das negociações sobre cooperação militar que continuam em curso entre os EUA e a Colômbia.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse ter "alertado" seus colegas da região "sobre o perigo que essas novas bases militares gringas representam para a Venezuela". Os presidentes de Equador, Bolívia e Nicarágua imediatamente ecoaram os avisos de Chávez. Mas o que surpreendeu a Colômbia é que países mais moderados, a começar pelo Brasil, tenham expressado preocupação semelhante.
"Mas, se não se trata de bases militares dos EUA, o que temos?", perguntei a Bermúdez. Segundo o ministro, Colômbia e EUA estão discutindo um acordo para aumentar a cooperação militar americana principalmente para questões de vigilância e inteligência, com o objetivo de combater os traficantes de drogas e narcoguerrilheiros que operam na Colômbia. Mas, ao contrário do que ocorre nas bases americanas em Manta (Equador), Guantánamo ou na Europa, sobre as quais os EUA têm jurisdição, na Colômbia os soldados americanos não operarão nenhuma base.
"Serão bases colombianas, comandadas e operadas por colombianos, nas quais haverá acesso regulado de pessoal americano", disse Bermúdez. Uma lei federal dos EUA dispõe que o número de soldados do país estacionados na Colômbia não pode passar de 800 militares e 600 prestadores civis de serviços. No ano passado, havia 71 militares e 400 civis contratados pelos EUA estacionados na Colômbia.
Sob o acordo proposto, as tropas americanas serão convidadas a operar em pelo menos sete bases militares colombianas. Mas não existem planos para elevar o contingente americano no país. Minha opinião: caso os governos dos EUA e da Colômbia estejam dizendo a verdade -e suspeito que estejam, já que o acordo estará sujeito a severa vigilância por parte de um Congresso americano cético quanto a esse tipo de empreitada-, então o que temos é um grande erro na maneira pela qual as negociações sobre cooperação militar foram anunciadas.
A Colômbia deveria ter criado um rótulo para o acordo proposto, a fim de impedir seus críticos de falarem sobre "bases militares dos EUA" em seu território. Deveria ter criado um rótulo como "programa de convidados militares" ou "exercício militar expandido", semelhante ao adotado para o acordo sob o qual a Venezuela autorizou um exercício naval russo em seu território em 2008.
Além disso, Uribe deveria comparecer à reunião da Unasul. Ele já provou no passado que se sai bem diante de audiências hostis, especialmente em cúpulas presidenciais. Lá, Uribe poderia dizer aos seus colegas: "Está bem, vamos discutir os acordos militares de todo mundo, entre os quais os tratados militares da Venezuela com a Rússia e o Irã, ou a ajuda de Venezuela e Equador aos guerrilheiros das Farc".
Caso os países sul-americanos desejem conduzir uma discussão franca sobre os acordos militares na região (os públicos e os secretos), é bom que o façam. Isso beneficiaria a todos.
http://www.defesanet.com.br/04_09/al_bases_9.htm
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Câmara Federal
O rigor da nossa diplomacia está correto
José Genoino
Deputado Federal (PT-SP)
No início desta semana participei, juntamente com outros deputados e autoridades, da solenidade que comemorou os 10 anos do Ministério da Defesa. Além de ter sido uma oportunidade para manifestar meu “total e integral apoio” a sua direção sob o comando do ministro Nelson Jobim e para destacar a importância da Estratégia Nacional de Defesa, das concepções que a embasam e de seus pressupostos. Foi também uma oportunidade de chamar a atenção para uma questão que, naquele momento, já demandava nossa preocupação: a instalação de bases militares norte-americanas na Colômbia.
Afirmei, nessa ocasião, que nos deixava “apreensivos e preocupados neste processo de integração sul-americana, que tem como palco central a Amazônia, a instalação de bases militares com algum tipo de profundidade e amplitude de objetivos, que não é apenas de combate ao narcotráfico na Colômbia e, ainda mais, sendo na região amazônica. Isso preocupa, porque nós aprendemos que hoje economia, defesa e diplomacia devem andar juntas. Nem sempre andaram juntas, e agora têm que andar juntas, porque é fundamental, seja na projeção de poder, seja nas negociações internacionais, seja na capacidade dissuasória do Brasil”.
Hoje, com a visita do presidente colombiano, Álvaro Uribe e um dia após a do General Jim Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca as questões que envolvem a presença militar norte-americana no continente ficaram um pouco mais claras. No entanto, em minha opinião, os esclarecimentos até aqui não são suficientes para deixar o Brasil e a América Latina tranquilos.
Muito pelo contrário! As informações disponíveis até o momento ainda não dissiparam as suspeitas de que estas bases podem se tornar fontes de monitoramento e de pesquisas numa região estratégica e vital da geopolítica mundial, que é a Amazônia. Além de ressuscitar a desconfiança do interesse das força armadas norte-americanas de preparo e emprego nas condições de selva. Além disso, esta questão recoloca na pauta a velha política imperialista praticada pelos EUA pré-Obama, de promover seu domínio espalhando bases militares pelo planeta. Até porque, a própria história da relação dos EUA com o mundo alimenta estas suspeitas. Na América do Sul, o governo colombiano é o único que ainda submete suas relações internacionais aos interesses norte-americanos.
O combate ao narcotráfico não justifica o tamanho do empreendimento e os termos do acordo. Segundo a Folha de S. Paulo, serão envolvidos 800 militares norte-americanos e 600 terceirizados. A vigência será de 10 anos e, neste período, 5 bilhões de dólares serão repassados à Colômbia. Até segunda-feira eram 5 bases de operação. Hoje já falam em 7.
A desconfiança e a preocupação da nossa diplomacia estão plenamente justificadas. Não só em função do aumento da ocupação bélica com forte presença dissuasória no continente, mas também porque a integração latino-americana - propósito a que o Brasil se dedica desde o primeiro dia do governo Lula - pode ser abalada por estes movimentos. Não podemos deixar de dar razão a Chaves quando ele diz que estas “novas bases militares constituem um perigo real e concreto contra a soberania e a estabilidade da região sul-americana.”
Por isso, certas análises carecem de profundidade e beiram o desprezo no tratamento de um assunto tão sério. Debochar dos interesses brasileiros ou suspeitar que agimos para evitar uma invasão norte-americana e que desejamos enfrentar o Pentágono demonstram a mais pura inépcia. William Waak, Clóvis Rossi e Igor Gielow são exemplos daqueles que ainda raciocinam como se o Brasil ainda fosse governado pela impotência e pela obediência aos EUA. Como se o Brasil, nestes 6 anos de governo Lula não tivesse conquistado um lugar de destaque, de influência e de comando no mundo. Prova disso, são as matérias do próprio Jornal Folha de S. Paulo. Como em todas as outras esferas do governo, a política externa brasileira de hoje não guarda nenhuma similaridade com as do passado.
É isso, no fundamental, que os fatos e a realidade veem demostrando nestes últimos dias.
http://www.defesanet.com.br/04_09/al_bases_10.htm
O rigor da nossa diplomacia está correto
José Genoino
Deputado Federal (PT-SP)
No início desta semana participei, juntamente com outros deputados e autoridades, da solenidade que comemorou os 10 anos do Ministério da Defesa. Além de ter sido uma oportunidade para manifestar meu “total e integral apoio” a sua direção sob o comando do ministro Nelson Jobim e para destacar a importância da Estratégia Nacional de Defesa, das concepções que a embasam e de seus pressupostos. Foi também uma oportunidade de chamar a atenção para uma questão que, naquele momento, já demandava nossa preocupação: a instalação de bases militares norte-americanas na Colômbia.
Afirmei, nessa ocasião, que nos deixava “apreensivos e preocupados neste processo de integração sul-americana, que tem como palco central a Amazônia, a instalação de bases militares com algum tipo de profundidade e amplitude de objetivos, que não é apenas de combate ao narcotráfico na Colômbia e, ainda mais, sendo na região amazônica. Isso preocupa, porque nós aprendemos que hoje economia, defesa e diplomacia devem andar juntas. Nem sempre andaram juntas, e agora têm que andar juntas, porque é fundamental, seja na projeção de poder, seja nas negociações internacionais, seja na capacidade dissuasória do Brasil”.
Hoje, com a visita do presidente colombiano, Álvaro Uribe e um dia após a do General Jim Jones, assessor de Segurança Nacional da Casa Branca as questões que envolvem a presença militar norte-americana no continente ficaram um pouco mais claras. No entanto, em minha opinião, os esclarecimentos até aqui não são suficientes para deixar o Brasil e a América Latina tranquilos.
Muito pelo contrário! As informações disponíveis até o momento ainda não dissiparam as suspeitas de que estas bases podem se tornar fontes de monitoramento e de pesquisas numa região estratégica e vital da geopolítica mundial, que é a Amazônia. Além de ressuscitar a desconfiança do interesse das força armadas norte-americanas de preparo e emprego nas condições de selva. Além disso, esta questão recoloca na pauta a velha política imperialista praticada pelos EUA pré-Obama, de promover seu domínio espalhando bases militares pelo planeta. Até porque, a própria história da relação dos EUA com o mundo alimenta estas suspeitas. Na América do Sul, o governo colombiano é o único que ainda submete suas relações internacionais aos interesses norte-americanos.
O combate ao narcotráfico não justifica o tamanho do empreendimento e os termos do acordo. Segundo a Folha de S. Paulo, serão envolvidos 800 militares norte-americanos e 600 terceirizados. A vigência será de 10 anos e, neste período, 5 bilhões de dólares serão repassados à Colômbia. Até segunda-feira eram 5 bases de operação. Hoje já falam em 7.
A desconfiança e a preocupação da nossa diplomacia estão plenamente justificadas. Não só em função do aumento da ocupação bélica com forte presença dissuasória no continente, mas também porque a integração latino-americana - propósito a que o Brasil se dedica desde o primeiro dia do governo Lula - pode ser abalada por estes movimentos. Não podemos deixar de dar razão a Chaves quando ele diz que estas “novas bases militares constituem um perigo real e concreto contra a soberania e a estabilidade da região sul-americana.”
Por isso, certas análises carecem de profundidade e beiram o desprezo no tratamento de um assunto tão sério. Debochar dos interesses brasileiros ou suspeitar que agimos para evitar uma invasão norte-americana e que desejamos enfrentar o Pentágono demonstram a mais pura inépcia. William Waak, Clóvis Rossi e Igor Gielow são exemplos daqueles que ainda raciocinam como se o Brasil ainda fosse governado pela impotência e pela obediência aos EUA. Como se o Brasil, nestes 6 anos de governo Lula não tivesse conquistado um lugar de destaque, de influência e de comando no mundo. Prova disso, são as matérias do próprio Jornal Folha de S. Paulo. Como em todas as outras esferas do governo, a política externa brasileira de hoje não guarda nenhuma similaridade com as do passado.
É isso, no fundamental, que os fatos e a realidade veem demostrando nestes últimos dias.
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
'Economist': Uribe tenta convencer vizinhos de que Farc são verdadeira ameaça
A reação dos líderes sul-americanos
'frustrou' Uribe, diz a revista
Um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist afirma que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, está tentando convencer os líderes da América do Sul de que a verdadeira ameaça à segurança da região são as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e não os Estados Unidos.
A reportagem, intitulada “Bazookas and Bases” ("Bazucas e bases"), trata do acordo militar entre o governo colombiano e os Estados Unidos e afirma que a notícia sobre a negociação “alarmou” os governos sul-americanos.
Segundo a Economist, o governo colombiano esperava que seus vizinhos “compartilhassem de seu ultraje” ao revelar que três lançadores de foguetes suecos vendidos à Venezuela em 1988 foram encontrados em um campo das Farc.
“Em vez disso, os líderes de Brasil e Chile parecem ter ficado do lado de Hugo Chávez ao expressar desconforto sobre um acordo pendente através do qual os EUA poderiam usar bases navais e aéreas da Colômbia”, afirma a reportagem.
De acordo com a revista, a reação dos líderes da região “frustrou” Uribe, que decidiu fazer um giro para tentar “persuadir” os colegas de que o acordo não representaria uma ameaça para a segurança da América do Sul e que essa ameaça seria representada pela guerrilha colombiana.
Tensões
A Economist cita as reações de diversos governos, entre eles o brasileiro, para afirmar que as “tensões no norte dos Andes irão persistir”.
Isso porque, além das reações ao governo, tensões já existentes entre a Colômbia e o Equador e também a recente escalada na tensão entre o governo colombiano e a Venezuela poderiam, segundo a revista, contribuir para o conflito na região.
O artigo cita o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, que afirmou que “o acordo de cooperação é contra o tráfico de drogas, o terrorismo e outros crimes”.
De acordo com a Economist, “enquanto não receber cooperação ativa de todos os seus vizinhos na luta contra as Farc e outros traficantes de drogas, a Colômbia vai concluir que deve confiar no apoio americano”.
O acordo militar entre EUA e Colômbia, que ainda está em fase de negociação, poderá transformar o país latino-americano no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... e_np.shtml
A reação dos líderes sul-americanos
'frustrou' Uribe, diz a revista
Um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist afirma que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, está tentando convencer os líderes da América do Sul de que a verdadeira ameaça à segurança da região são as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e não os Estados Unidos.
A reportagem, intitulada “Bazookas and Bases” ("Bazucas e bases"), trata do acordo militar entre o governo colombiano e os Estados Unidos e afirma que a notícia sobre a negociação “alarmou” os governos sul-americanos.
Segundo a Economist, o governo colombiano esperava que seus vizinhos “compartilhassem de seu ultraje” ao revelar que três lançadores de foguetes suecos vendidos à Venezuela em 1988 foram encontrados em um campo das Farc.
“Em vez disso, os líderes de Brasil e Chile parecem ter ficado do lado de Hugo Chávez ao expressar desconforto sobre um acordo pendente através do qual os EUA poderiam usar bases navais e aéreas da Colômbia”, afirma a reportagem.
De acordo com a revista, a reação dos líderes da região “frustrou” Uribe, que decidiu fazer um giro para tentar “persuadir” os colegas de que o acordo não representaria uma ameaça para a segurança da América do Sul e que essa ameaça seria representada pela guerrilha colombiana.
Tensões
A Economist cita as reações de diversos governos, entre eles o brasileiro, para afirmar que as “tensões no norte dos Andes irão persistir”.
Isso porque, além das reações ao governo, tensões já existentes entre a Colômbia e o Equador e também a recente escalada na tensão entre o governo colombiano e a Venezuela poderiam, segundo a revista, contribuir para o conflito na região.
O artigo cita o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, que afirmou que “o acordo de cooperação é contra o tráfico de drogas, o terrorismo e outros crimes”.
De acordo com a Economist, “enquanto não receber cooperação ativa de todos os seus vizinhos na luta contra as Farc e outros traficantes de drogas, a Colômbia vai concluir que deve confiar no apoio americano”.
O acordo militar entre EUA e Colômbia, que ainda está em fase de negociação, poderá transformar o país latino-americano no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... e_np.shtml
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
O Uribe já devia ter solicitado uns F-16 C/D para a FAC, pois precisa se contrapor a Venezuela e Equador. Para nós quanto mais pressão melhor pois força o governo brasileiro a se armar e tratar de defesa.
Tinha que ter um base russa na Venezuela, o Uruguai e Argentina arranjar uns F-16A/B, a Bolivia comprar Mig-21.....
Infelizmente brasileiro só se preocupa quando a agua esta batendo no cu.
Tinha que ter um base russa na Venezuela, o Uruguai e Argentina arranjar uns F-16A/B, a Bolivia comprar Mig-21.....
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Conversa. O EB sempre considerou a presença americana ou de qualquer outra potencia no continente uma ameaça.Santiago escreveu:NOTIMP, 07/08
Para militares brasileiros, bases não ameaçam região
O acordo para que os EUA possam usar bases militares na Colômbia não preocupa, do ponto de vista bélico, militares brasileiros ouvidos pelo Valor.
Chico Santos e Humberto Saccomandi
O presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, disse considerar "uma tolice" pensar que os EUA usariam bases na Colômbia com o objetivo de atacar outro ou outros países da região. "O poderio militar dos EUA não precisa de bases na Colômbia para atacar a quem quer que seja." Ressalvando que não fala em nome dos militares brasileiros, o general afirmou que a maior parte dos seus interlocutores, na ativa e na reserva, pensa de forma semelhante. "Mas a amostra é muito pequena", acrescentou.
Essa também é a opinião do coronel da reserva Geraldo Cavagnari, fundador e membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp. "Essas bases não são ameaça aos vizinhos", disse. Segundo ele, além de o efetivo americano em discussão (1.400 soldados) ser pequeno, ele é formado principalmente por tropas de infantaria e polícia militar, mas adequadas a ações internas contra narcotráfico e guerrilha que para ação externa.
Figueiredo observa que, do ponto de vista logístico, a floresta amazônica representa um obstáculo praticamente intransponível no caso de uma improvável movimentação grandes de tropas da Colômbia para o Brasil.
Para Cavagnari, só o Itamaraty está vendo ameaça nas bases. Ele diz que, no meio militar, Chávez é visto como um foco de preocupação tensão muito maior que as bases na Colômbia. "Há diferenças entre as Forças Armadas e o Itamaraty nessa questão", afirmou, ressaltando, porém, que os militares evitam externar sua posição.
Figueiredo acha que houve erro no anúncio feito por colombianos e americanos, por não ter havido uma comunicação prévia aos países vizinhos, como seria de esperar. Isso, na sua avaliação, estimulou "a neura de alguns" e deu munição aos que gostam de falar mal de tudo que se refere aos EUA.
O general disse que as relações entre os Exércitos do Brasil e dos EUA são as melhores possíveis, com intenso intercâmbio, e que não há motivo para esperar nenhuma mudança a partir desse episódio das bases colombianas.
O vice-almirante da reserva Antônio Ruy de Almeida Silva, doutorando em Relações Internacionais da PUC-Rio e membro do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) disse que não há como fazer uma análise precisa antes de saber qual o real objetivo das bases. "Pode ser só uma compensação pela perda da base de Manta, no Equador", especulou.
Mas ele entende que, genericamente, é sempre preocupante a instalação na América do Sul de bases de um país de outra região. Para ele, a iniciativa "não se coaduna com o projeto brasileiro de buscar uma América do Sul unida".
Na avaliação do vice-almirante, embora a instalação das bases não possa ser vista como um ato "hostil" do ponto de vista militar, ela pode ser analisada como um ato político e estratégico dos americanos, como se eles dissessem: "Estamos aqui", o que não seria confortável para a região, especialmente para países como a Venezuela, o Equador e a Bolívia que não têm hoje boas relações com os EUA. Por este ângulo, Silva considera que o episódio das bases está conectado à decisão tomada no ano passado pelos EUA de reativar após seis décadas a 4ª Frota para operar novamente na América do Sul e Caribe.
E nessa questão tem muitos países da america do sul que transformaram seus territorios em casa da mãe joana.
além da Colombia, a Venezuela cansou de fazer exercicios com os americanos perto da nossa fronteira. E agora se oferece para Russia.
Equador, Guiana, Paraguai tb são outros que abririam seu territorio a qualquer um que oferecesse espelhos em troca.
a culpa disso tudo é do Brasil. porque é como a opinião desse general e a do governo. é contra...mas não é. E quando não é ... é.
O Brasil precisa ser contra. Mas além disso precisa fazer algo para evitar tb.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Segunda-Feira, 10 de Agosto de 2009
Polêmica das bases volta a isolar EUA
Irritação de países expõe falhas da política de Obama para região
Ruth Costas, WASHINGTON
A polêmica em torno do acordo militar entre os Estados Unidos e a Colômbia acabou com a lua de mel da nova administração americana com os líderes da América Latina. Em Washington, na semana passada, algumas autoridades estavam surpresas com a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se somou à campanha do presidente venezuelano Hugo Chávez contra o acordo e propôs levá-lo à reunião do Conselho de Defesa da União Sul-americana (Unasul).
"Às vezes nos parece que o Brasil vê o mundo apenas como um mercado", disse uma fonte ligada ao governo de Barack Obama, sob condição de anonimato, lembrando também as declarações feitas por Lula em apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad após as eleições iranianas. "O Brasil está se consolidando como uma potência de importância regional e global, mas um grande poder implica numa grande responsabilidade", acrescentou a fonte.
Segundo alguns analistas, porém, a reação enérgica de líderes da região era previsível . "Ouve um erro de cálculo. As autoridades americanas subestimaram as preocupações da região - o que inclui os países moderados como o Brasil - com o aumento da presença militar dos EUA em seu território e pensaram apenas em seu objetivo imediato: encontrar um país que pudesse abrigar as operações da base de Manta, no Equador", diz Peter Hakim, do instituto de pesquisas Diálogo Interamericano, de Washington.
A Casa Branca também recebeu pedidos de explicação de alguns parlamentares preocupados com pelo menos dois pontos das negociações. Primeiro, por que não houve um esforço diplomático para informar os presidentes da região sobre os termos do acordo antes que as negociações viessem a público?
PRECIPITAÇÃO
O segundo questionamento é por que os EUA querem ampliar ainda mais as relações com a Colômbia, país com o qual já têm uma ampla cooperação na área militar e contra o qual parte da bancada democrata tem uma série de ressalvas por causa das denúncias de abusos de policiais e paramilitares? Até o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, admitiu que os EUA se precipitaram. "Poderíamos ter feito um trabalho melhor", disse.
Uma das hipóteses para essa precipitação diz respeito à inexperiência em política externa da nova administração americana. "Obama não sabe lidar com a diversidade da fauna e da flora latino-americana", diz o historiador Eusebio Mujal Leon, da Universidade de Georgetown.
Outra hipótese aponta para a demora do Congresso americano em confirmar o nome do novo subsecretário dos EUA para a região, Arturo Valenzuela. Um senador republicano da Carolina do Sul bloqueou sua nomeação em retaliação ao fato de Obama ter apoiado o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. A impressão é que a política americana para a região ainda está à deriva.
"O problema poderia ter sido evitado se Valenzuela já estivesse exercendo seu cargo", diz Michael Shifter, especialista em América Latina. "Um caso sensível como esse deveria ter sido levado para os altos níveis da administração americana."
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6225,0.php
Polêmica das bases volta a isolar EUA
Irritação de países expõe falhas da política de Obama para região
Ruth Costas, WASHINGTON
A polêmica em torno do acordo militar entre os Estados Unidos e a Colômbia acabou com a lua de mel da nova administração americana com os líderes da América Latina. Em Washington, na semana passada, algumas autoridades estavam surpresas com a reação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se somou à campanha do presidente venezuelano Hugo Chávez contra o acordo e propôs levá-lo à reunião do Conselho de Defesa da União Sul-americana (Unasul).
"Às vezes nos parece que o Brasil vê o mundo apenas como um mercado", disse uma fonte ligada ao governo de Barack Obama, sob condição de anonimato, lembrando também as declarações feitas por Lula em apoio ao presidente Mahmoud Ahmadinejad após as eleições iranianas. "O Brasil está se consolidando como uma potência de importância regional e global, mas um grande poder implica numa grande responsabilidade", acrescentou a fonte.
Segundo alguns analistas, porém, a reação enérgica de líderes da região era previsível . "Ouve um erro de cálculo. As autoridades americanas subestimaram as preocupações da região - o que inclui os países moderados como o Brasil - com o aumento da presença militar dos EUA em seu território e pensaram apenas em seu objetivo imediato: encontrar um país que pudesse abrigar as operações da base de Manta, no Equador", diz Peter Hakim, do instituto de pesquisas Diálogo Interamericano, de Washington.
A Casa Branca também recebeu pedidos de explicação de alguns parlamentares preocupados com pelo menos dois pontos das negociações. Primeiro, por que não houve um esforço diplomático para informar os presidentes da região sobre os termos do acordo antes que as negociações viessem a público?
PRECIPITAÇÃO
O segundo questionamento é por que os EUA querem ampliar ainda mais as relações com a Colômbia, país com o qual já têm uma ampla cooperação na área militar e contra o qual parte da bancada democrata tem uma série de ressalvas por causa das denúncias de abusos de policiais e paramilitares? Até o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, admitiu que os EUA se precipitaram. "Poderíamos ter feito um trabalho melhor", disse.
Uma das hipóteses para essa precipitação diz respeito à inexperiência em política externa da nova administração americana. "Obama não sabe lidar com a diversidade da fauna e da flora latino-americana", diz o historiador Eusebio Mujal Leon, da Universidade de Georgetown.
Outra hipótese aponta para a demora do Congresso americano em confirmar o nome do novo subsecretário dos EUA para a região, Arturo Valenzuela. Um senador republicano da Carolina do Sul bloqueou sua nomeação em retaliação ao fato de Obama ter apoiado o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. A impressão é que a política americana para a região ainda está à deriva.
"O problema poderia ter sido evitado se Valenzuela já estivesse exercendo seu cargo", diz Michael Shifter, especialista em América Latina. "Um caso sensível como esse deveria ter sido levado para os altos níveis da administração americana."
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6225,0.php
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Quinta-feira, 13 de agosto de 2009, 13:35
Reunião da Unasul não condiciona acordo com EUA, diz Bogotá
Colômbia confirma presença em encontro na Argentina que discutirá bases dos EUA em território colombiano
BOGOTÁ - O governo colombiano afirmou nesta quinta-feira, 13, que a presença do presidente Alvaro Uribe na reunião extraordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que ocorrerá no próximo dia 28 na Argentina, "não implicará condições para o acordo entre Colômbia e Estados Unidos, que tem o objetivo de enfrentar com mais êxito o narcotráfico e o terrorismo. Em um comunicado de 5 linhas, o Executivo confirmou a presença de Uribe no encontro e, sem dar detalhes, afirmou que a agenda discutida será "diversa".
A possibilidade de que a Colômbia participasse da reunião havia sido divulgada por fontes dos governos colombiano e argentino, mas ainda não havia sido confirmada oficialmente. A reunião, proposta pela presidente argentina, Cristina Kirchner, na última segunda-feira, ocorrerá em Bariloche e deve contar com a presença dos 12 chefes de governo dos países-membros da Unasul, que querem discutir com Uribe o controverso tratado, que permitirá o envio de militares dos EUA a até sete bases colombianas.
Bolívia, Equador e Venezuela já se declararam contra a eventual presença de militares norte-americanos na região. Já Brasil, Argentina e Uruguai demonstraram preocupação, no entanto, reconhecem a soberania do país nas relações exteriores. Chile e Peru, por sua vez, ratificaram seu apoio ao governo colombiano.
Funcionários dos ministérios da Defesa, do Interior e da Justiça, assim como representantes da chancelaria colombiana, estão em Washington finalizando os detalhes para o acordo. O comandante das Forças Armadas colombianas, general Freddy Padilla, afirmou na véspera que Bogotá e Washington devem terminar neste fim de semana a negociação do acordo.
Washington e Bogotá estão negociando um acordo para que os EUA utilizem bases colombianas para operações conjuntas na luta contra o tráfico de drogas, antes realizadas a partir da base equatoriana de Manta, cuja concessão não foi renovada por Quito. Segundo o acordo, os EUA poderão enviar até 1.400 homens - 800 soldados e 600 civis. O governo da Colômbia, no entanto, insiste em dizer que serão os colombianos que seguirão no comando, que controlarão as operações, o regulamento, a supervisão e a segurança física das bases.
Mesmo assim, os planos incomodam alguns presidentes da região, entre eles o da Venezuela, Hugo Chávez, que congelou as relações com a Colômbia e declarou que o acordo pode "causar" uma guerra na América do Sul". Em razão das críticas, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, visitou sete países latino-americanos na semana passada - entre eles o Brasil - para explicar o acordo. Uribe teve apoio do Peru e conseguiu amenizar o discurso da presidente do Chile, Michele Bachelet, mas ainda enfrenta forte oposição de três de seus vizinhos: Brasil, Venezuela e Equador.
Ministros da Defesa
O governo equatoriano, que exerce a da Unasul, confirmou a suspensão da reunião de chanceleres e de ministros da Defesa, programada para o próximo dia 24 e que discutiria a presença militar dos EUA na Colômbia. Antes de tal confirmação, a Chancelaria da Colômbia informou, que não enviaria representantes à reunião, esclarecendo que esta nação não oferece garantias à sua delegação. Colômbia e Equador não mantêm relações diplomáticas desde 2008, após uma incursão ilegal colombiana contra um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.
O ministro das Relações Exteriores do Equador, Fander Falconí, esclareceu que tal reunião não será necessária, já que os líderes sul-americanos se reunirão no próximo dia 28 na Argentina e que o acordo negociado entre Estados Unidos e Colômbia será discutido no dia 28 de agosto em Bariloche, "por isso, não há necessidade do encontro prévio de ministros da Defesa e das Relações Exteriores, proposto num primeiro momento", disse Falconí.
Uma fonte do Conselho de Defesa Sul-Americano declarou que será acordada uma nova data para a reunião ministerial, que deverá ser anunciada pelos governantes dos 12 países-membros do bloco.
EUA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prorrogou a ajuda americana ao programa de interdição aérea contra o narcotráfico na Colômbia, após constatar que este país adotou medidas para proteger a vida de inocentes. O anúncio foi feita pela Casa Branca, que, em nota, destacou que não há registros de "casos de uso de força letal contra aviões civis inocentes nem de mortes".
A determinação de Obama responde à cláusula 1012 de uma lei de defesa de 1995, na qual o Executivo deve "certificar" a necessidade de manter o programa de interdição aérea "devido à extraordinária ameaça" do narcotráfico para a segurança nacional da Colômbia. Por lei, o Executivo também deve certificar que a Colômbia criou medidas para evitar a morte de inocentes, durante a execução do programa de vigilância contra os narcotraficantes. Essas medidas devem incluir, pelo menos, "um método eficaz" para identificar as aeronaves e emitir advertências antes de recorrer ao uso da força, caso seja necessário.
Além disso, o Pentágono afirmou que o acordo de cooperação militar negociado entre os Estados Unidos e a Colômbia "não tem fins bélicos" e é uma continuidade de um esforço de colaboração "contra o narcotráfico e o terrorismo". "Este acordo não tem nenhum fim bélico. Nosso acesso a estas bases colombianas não tem nada de ofensivo, capacidade militar ofensiva de nenhuma índole", afirmou o subsecretário adjunto de Defesa para o Hemisfério Ocidental, Frank Mora, em entrevista concedida à Agência Efe.
"Não vamos ter nestas bases nenhuma capacidade para projetar uma operação militar de nenhuma índole", assegurou. O acordo em negociação, que permitirá que militares americanos utilizem até sete bases na Colômbia, gerou críticas, especialmente dos países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), que o veem como uma ameaça.
"Não queremos esconder o que estamos negociando, simplesmente queremos finalizar os elementos do acordo, antes de publicá-lo", enfatizou Mora. O alto funcionário disse que é preciso evitar que "exageros e declarações" cheguem à opinião pública, que qualificou de "inválidas".
O Governo colombiano acredita que o acordo, que não requer a aprovação do Legislativo americano, possa se concretizado neste fim de semana. Mas, segundo analistas, o acordo, uma vez fechado, demoraria algumas semanas para ser aplicado.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 8244,0.htm
Reunião da Unasul não condiciona acordo com EUA, diz Bogotá
Colômbia confirma presença em encontro na Argentina que discutirá bases dos EUA em território colombiano
BOGOTÁ - O governo colombiano afirmou nesta quinta-feira, 13, que a presença do presidente Alvaro Uribe na reunião extraordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que ocorrerá no próximo dia 28 na Argentina, "não implicará condições para o acordo entre Colômbia e Estados Unidos, que tem o objetivo de enfrentar com mais êxito o narcotráfico e o terrorismo. Em um comunicado de 5 linhas, o Executivo confirmou a presença de Uribe no encontro e, sem dar detalhes, afirmou que a agenda discutida será "diversa".
A possibilidade de que a Colômbia participasse da reunião havia sido divulgada por fontes dos governos colombiano e argentino, mas ainda não havia sido confirmada oficialmente. A reunião, proposta pela presidente argentina, Cristina Kirchner, na última segunda-feira, ocorrerá em Bariloche e deve contar com a presença dos 12 chefes de governo dos países-membros da Unasul, que querem discutir com Uribe o controverso tratado, que permitirá o envio de militares dos EUA a até sete bases colombianas.
Bolívia, Equador e Venezuela já se declararam contra a eventual presença de militares norte-americanos na região. Já Brasil, Argentina e Uruguai demonstraram preocupação, no entanto, reconhecem a soberania do país nas relações exteriores. Chile e Peru, por sua vez, ratificaram seu apoio ao governo colombiano.
Funcionários dos ministérios da Defesa, do Interior e da Justiça, assim como representantes da chancelaria colombiana, estão em Washington finalizando os detalhes para o acordo. O comandante das Forças Armadas colombianas, general Freddy Padilla, afirmou na véspera que Bogotá e Washington devem terminar neste fim de semana a negociação do acordo.
Washington e Bogotá estão negociando um acordo para que os EUA utilizem bases colombianas para operações conjuntas na luta contra o tráfico de drogas, antes realizadas a partir da base equatoriana de Manta, cuja concessão não foi renovada por Quito. Segundo o acordo, os EUA poderão enviar até 1.400 homens - 800 soldados e 600 civis. O governo da Colômbia, no entanto, insiste em dizer que serão os colombianos que seguirão no comando, que controlarão as operações, o regulamento, a supervisão e a segurança física das bases.
Mesmo assim, os planos incomodam alguns presidentes da região, entre eles o da Venezuela, Hugo Chávez, que congelou as relações com a Colômbia e declarou que o acordo pode "causar" uma guerra na América do Sul". Em razão das críticas, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, visitou sete países latino-americanos na semana passada - entre eles o Brasil - para explicar o acordo. Uribe teve apoio do Peru e conseguiu amenizar o discurso da presidente do Chile, Michele Bachelet, mas ainda enfrenta forte oposição de três de seus vizinhos: Brasil, Venezuela e Equador.
Ministros da Defesa
O governo equatoriano, que exerce a da Unasul, confirmou a suspensão da reunião de chanceleres e de ministros da Defesa, programada para o próximo dia 24 e que discutiria a presença militar dos EUA na Colômbia. Antes de tal confirmação, a Chancelaria da Colômbia informou, que não enviaria representantes à reunião, esclarecendo que esta nação não oferece garantias à sua delegação. Colômbia e Equador não mantêm relações diplomáticas desde 2008, após uma incursão ilegal colombiana contra um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.
O ministro das Relações Exteriores do Equador, Fander Falconí, esclareceu que tal reunião não será necessária, já que os líderes sul-americanos se reunirão no próximo dia 28 na Argentina e que o acordo negociado entre Estados Unidos e Colômbia será discutido no dia 28 de agosto em Bariloche, "por isso, não há necessidade do encontro prévio de ministros da Defesa e das Relações Exteriores, proposto num primeiro momento", disse Falconí.
Uma fonte do Conselho de Defesa Sul-Americano declarou que será acordada uma nova data para a reunião ministerial, que deverá ser anunciada pelos governantes dos 12 países-membros do bloco.
EUA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prorrogou a ajuda americana ao programa de interdição aérea contra o narcotráfico na Colômbia, após constatar que este país adotou medidas para proteger a vida de inocentes. O anúncio foi feita pela Casa Branca, que, em nota, destacou que não há registros de "casos de uso de força letal contra aviões civis inocentes nem de mortes".
A determinação de Obama responde à cláusula 1012 de uma lei de defesa de 1995, na qual o Executivo deve "certificar" a necessidade de manter o programa de interdição aérea "devido à extraordinária ameaça" do narcotráfico para a segurança nacional da Colômbia. Por lei, o Executivo também deve certificar que a Colômbia criou medidas para evitar a morte de inocentes, durante a execução do programa de vigilância contra os narcotraficantes. Essas medidas devem incluir, pelo menos, "um método eficaz" para identificar as aeronaves e emitir advertências antes de recorrer ao uso da força, caso seja necessário.
Além disso, o Pentágono afirmou que o acordo de cooperação militar negociado entre os Estados Unidos e a Colômbia "não tem fins bélicos" e é uma continuidade de um esforço de colaboração "contra o narcotráfico e o terrorismo". "Este acordo não tem nenhum fim bélico. Nosso acesso a estas bases colombianas não tem nada de ofensivo, capacidade militar ofensiva de nenhuma índole", afirmou o subsecretário adjunto de Defesa para o Hemisfério Ocidental, Frank Mora, em entrevista concedida à Agência Efe.
"Não vamos ter nestas bases nenhuma capacidade para projetar uma operação militar de nenhuma índole", assegurou. O acordo em negociação, que permitirá que militares americanos utilizem até sete bases na Colômbia, gerou críticas, especialmente dos países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), que o veem como uma ameaça.
"Não queremos esconder o que estamos negociando, simplesmente queremos finalizar os elementos do acordo, antes de publicá-lo", enfatizou Mora. O alto funcionário disse que é preciso evitar que "exageros e declarações" cheguem à opinião pública, que qualificou de "inválidas".
O Governo colombiano acredita que o acordo, que não requer a aprovação do Legislativo americano, possa se concretizado neste fim de semana. Mas, segundo analistas, o acordo, uma vez fechado, demoraria algumas semanas para ser aplicado.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 8244,0.htm
- Izaias Maia
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Lula age para que nova cúpula da Unasul não termine em impasse
Presidente diz a Cristina, que será anfitriã de encontro, que quer ver foto de "busca de entendimento" entre Colômbia e vizinhos Bogotá, porém, não tem a intenção de ceder quanto a acordo que permitirá a EUA usarem bases.
Militares no país para combater tráfico
Ao aceitar o convite para participar da cúpula extraordinária da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) no dia 28, em Bariloche, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou a anfitriã Cristina Kirchner que o encontro terá que ser muito bem preparado para que dele possa sair uma "boa foto".
Cristina telefonou a Lula anteontem. Oferecia Bariloche para a reunião, destinada a debater o uso de bases colombianas por militares americanos, com o que atingia dois objetivos simultâneos: a impossibilidade de se reunir no Equador, presidente de turno da Unasul, pela ausência de relações com a Colômbia, e usava uma boa vitrine para quebrar o medo dos turistas viajarem a essa estação de esqui por causa da gripe A (H1N1).
Lula respondeu que nada tinha a opor. Mas indagou: "Que foto vocês querem que saia da cúpula: a de um impasse ou a de uma busca de entendimento, mesmo que não seja total?".
Se a reunião fosse hoje, a foto seria do mais completo impasse, a julgar pelas contínuas declarações agressivas dos presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Rafael Correa (Equador) e pela posição do colombiano Álvaro Uribe, obtida pela Folha na Chancelaria colombiana.
"Não vamos dar explicações que representem qualquer condicionamento ao acordo com os EUA. Vamos seguir adiante com ele", ouviu a Folha da Chancelaria. Mais: "Se vai se discutir a questão das bases, queremos discutir também o armamentismo de todos os países da região, a compra de armas e as relações com potências estrangeiras e o terrorismo".
Embora os colombianos tenham adotado a posição de não citar nominalmente presidentes estrangeiros, é óbvio que os comentários se referem principalmente aos acordos da Venezuela com a Rússia.
Em seus dez anos de presidência, Chávez comprou dos russos 24 caças-bombardeiros Sukhoi- 30, 50 helicópteros MI-17, M-26 e M-35, 100 mil fuzis AK, entre outros armamentos, no valor total de US$ 3 bilhões.
Depois do anúncio do novo acordo Colômbia/EUA, o venezuelano apressou-se a anunciar que, no mês que vem, assinará com a Rússia "um importante acordo de armamentos para incrementar nossa capacidade operativa", conforme afirmou em entrevista a correspondentes estrangeiros.
Terminou com uma de suas habituais frases de efeito: "Graças a Deus, disse a Putin [Vladimir Putin, premiê russo]. Te agradeço porque, se não fosse pela Rússia, estaríamos quase desarmados, que é o que queria o império [os EUA]".
Nesse ambiente, a "foto" da nova cúpula seria um desastre, motivo pelo qual a diplomacia brasileira começou ontem mesmo a se movimentar para tentar aproximar posições. Lula condiciona a cúpula não apenas a uma "boa foto", mas a não permitir que Uribe seja levado ao banco dos réus.
O trabalho da diplomacia brasileira será, essencialmente, o de "viabilizar a Unasul", mesmo tendo consciência de que há dificuldades entre países-membros. "Se for para acrescentar turbulência, não é preciso fazer uma cúpula porque já há turbulência demais", diz Marco Aurélio Garcia, assessor diplomático de Lula.
Fonte: Folha de S. Paulo - CLÓVIS ROSSI
http://www.alide.com.br/joomla/index.ph ... em-impasse
Presidente diz a Cristina, que será anfitriã de encontro, que quer ver foto de "busca de entendimento" entre Colômbia e vizinhos Bogotá, porém, não tem a intenção de ceder quanto a acordo que permitirá a EUA usarem bases.
Militares no país para combater tráfico
Ao aceitar o convite para participar da cúpula extraordinária da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) no dia 28, em Bariloche, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou a anfitriã Cristina Kirchner que o encontro terá que ser muito bem preparado para que dele possa sair uma "boa foto".
Cristina telefonou a Lula anteontem. Oferecia Bariloche para a reunião, destinada a debater o uso de bases colombianas por militares americanos, com o que atingia dois objetivos simultâneos: a impossibilidade de se reunir no Equador, presidente de turno da Unasul, pela ausência de relações com a Colômbia, e usava uma boa vitrine para quebrar o medo dos turistas viajarem a essa estação de esqui por causa da gripe A (H1N1).
Lula respondeu que nada tinha a opor. Mas indagou: "Que foto vocês querem que saia da cúpula: a de um impasse ou a de uma busca de entendimento, mesmo que não seja total?".
Se a reunião fosse hoje, a foto seria do mais completo impasse, a julgar pelas contínuas declarações agressivas dos presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Rafael Correa (Equador) e pela posição do colombiano Álvaro Uribe, obtida pela Folha na Chancelaria colombiana.
"Não vamos dar explicações que representem qualquer condicionamento ao acordo com os EUA. Vamos seguir adiante com ele", ouviu a Folha da Chancelaria. Mais: "Se vai se discutir a questão das bases, queremos discutir também o armamentismo de todos os países da região, a compra de armas e as relações com potências estrangeiras e o terrorismo".
Embora os colombianos tenham adotado a posição de não citar nominalmente presidentes estrangeiros, é óbvio que os comentários se referem principalmente aos acordos da Venezuela com a Rússia.
Em seus dez anos de presidência, Chávez comprou dos russos 24 caças-bombardeiros Sukhoi- 30, 50 helicópteros MI-17, M-26 e M-35, 100 mil fuzis AK, entre outros armamentos, no valor total de US$ 3 bilhões.
Depois do anúncio do novo acordo Colômbia/EUA, o venezuelano apressou-se a anunciar que, no mês que vem, assinará com a Rússia "um importante acordo de armamentos para incrementar nossa capacidade operativa", conforme afirmou em entrevista a correspondentes estrangeiros.
Terminou com uma de suas habituais frases de efeito: "Graças a Deus, disse a Putin [Vladimir Putin, premiê russo]. Te agradeço porque, se não fosse pela Rússia, estaríamos quase desarmados, que é o que queria o império [os EUA]".
Nesse ambiente, a "foto" da nova cúpula seria um desastre, motivo pelo qual a diplomacia brasileira começou ontem mesmo a se movimentar para tentar aproximar posições. Lula condiciona a cúpula não apenas a uma "boa foto", mas a não permitir que Uribe seja levado ao banco dos réus.
O trabalho da diplomacia brasileira será, essencialmente, o de "viabilizar a Unasul", mesmo tendo consciência de que há dificuldades entre países-membros. "Se for para acrescentar turbulência, não é preciso fazer uma cúpula porque já há turbulência demais", diz Marco Aurélio Garcia, assessor diplomático de Lula.
Fonte: Folha de S. Paulo - CLÓVIS ROSSI
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A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender. (Albino Teixeira)
Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Gostaria de fazer uma resalva: Apesar de concordar com muito doque a Colômbia tem feito(concordo porque não acho que lidar com uma guerrilha como as FARC seja tarefa fácil ou limpa. Se estivéssemos no lugar deles, teriamos exatamente os mesmos problemas...), vejo com muita preocupação a busca do Uribe em tentar um plebiscito ou outra manobra qualquer para garantir uma terceira re-eleição. O mecanismo de uma re-eleição já tem valor duvidoso, devido principalmente ao tom eleitoral com o qual o governo do primeiro mandato precisa ser tratado. Mais que uma já é a quebra da democracia, pois a perpetuação no poder vai diretamente contra o conceito de alternância que garante o equilíbrio do sistema a longo prazo.
Se os países da AL se unissem para ajudar a Colômbia a acabar com as FARC, e principalmente com a influência e capacidade produtiva dos traficante e produtores de drogas, na Colômbia, no Perú e na Bolívia, não haveria desculpa para os EUA esticarem seus tentáculos na Colômbia. Mas cadê o governo brasileiro apoiando as aitividades anti-drogas na Colômbia? Só foram soltar bomba e dar tiro por lá quando as FARC pisaram em nosso território. Se a gente não cuida, tem gringo que quer cuidar...
Allan
Se os países da AL se unissem para ajudar a Colômbia a acabar com as FARC, e principalmente com a influência e capacidade produtiva dos traficante e produtores de drogas, na Colômbia, no Perú e na Bolívia, não haveria desculpa para os EUA esticarem seus tentáculos na Colômbia. Mas cadê o governo brasileiro apoiando as aitividades anti-drogas na Colômbia? Só foram soltar bomba e dar tiro por lá quando as FARC pisaram em nosso território. Se a gente não cuida, tem gringo que quer cuidar...
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
não sabia disso...vejo com muita preocupação a busca do Uribe em tentar um plebiscito ou outra manobra qualquer para garantir uma terceira re-eleição
ué? Mas então o pessoal que aplaude o Uribe não é o mesmo que aplaudiu a golpada nas Honduras porque o Zelaya ia tentar a re-eleição??????
Triste sina ter nascido português