A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

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Marino
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#166 Mensagem por Marino » Sáb Jun 27, 2009 2:05 pm

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2 ... 2682-1.htm

O acordo secreto do Brasil com o Irã
Itamaraty ajuda Ahmadinejad a burlar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pelo Conselho de Segurança da ONU

Claudio Dantas Sequeira



No dia 2 de abril, em Londres, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apertava a mão de Barack Obama, prometia US$ 10 bilhões ao FMI e ouvia que ele "é o cara", sob os holofotes da mídia internacional, a diplomacia brasileira negociava em Brasília uma forma de ajudar o governo de Mahmoud Ahmadinejad a burlar as sanções americanas contra o regime iraniano. As linhas mestras de um acordo entre Brasil e Irã, que seria assinado durante a visita de Ahmadinejad em maio que acabou adiada, foram delineadas uma semana antes num encontro a portas fechadas no Itamaraty, no dia 25 de março. ISTOÉ obteve a ata da reunião em que o chanceler Celso Amorim e seu colega iraniano Manoucherch Mottaki, acompanhados de assessores, protagonizaram uma cena capaz de abalar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos. À revelia das sanções dos EUA e das advertências do Conselho de Segurança da ONU, contrário às transações com instituições financeiras iranianas, Amorim e Mottaki firmaram os termos de uma ampla cooperação entre os sistemas bancários brasileiro e iraniano. O que deixou o ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia de cabelos em pé: "Não se pode ignorar uma recomendação do Conselho de Segurança da ONU. Essa negociação com o Irã é como uma pescaria em águas turvas."

O Itamaraty, no entanto, não está nem aí. E em sua ênfase atual nas boas relações com o mundo árabe abriu negociações com o Export Development Bank of Iran (EDBI), que entrou para a "black list" (lista negra) do Departamento do Tesouro americano no final de 2008, ao lado de suas subsidiárias, a corretora EDBI Stock Brokerage Company, a empresa de câmbio EDBI Exchange Company, sediadas em Teerã, e o Banco Internacional de Desarollo, com sede em Caracas, na Venezuela. Além de congelar os ativos dessas empresas em território dos EUA, as sanções proíbem cidadãos americanos de negociar com elas. Não se aplicam, portanto, aos brasileiros. Mas, na opinião de diplomatas e especialistas ouvidos por ISTOÉ, ao furar a barreira o Brasil põe em xeque a política externa dos Estados Unidos.


PARCEIROS Ahmadinejad cancelou visita ao Brasil, mas Lula manteve a negociação

Amorim tem defendido abertamente a equidistância e o pragmatismo nas relações internacionais. Mas o fato de o Itamaraty ter mantido silêncio sobre as negociações com o Irã não corresponde ao histórico da diplomacia brasileira, que normalmente trombeteia qualquer acordo ou negócio com outros países.


"Esse gesto vai levantar agora muitas suspeitas. Por que o Brasil está fazendo isso?", questiona o analista iraniano Meir Javedanfar, autor de um livro sobre o governo Ahmadinejad e especialista no programa nuclear de seu país. Javedanfar prevê mais tensões na relação do governo Lula com Israel, que protestou contra a visita de Ahmadinejad, e também atritos com o Departamento de Estado americano. Para o exchanceler Lampreia, a diplomacia brasileira se arrisca desnecessariamente. "Agora, que se tornou público, o acordo certamente vai incomodar", diz ele. E vai mesmo, especialmente quando autoridades econômicas e diplomáticas americanas conhecerem o conteúdo das medidas negociadas entre o Itamaraty e o EBDI. O acordo prevê mecanismos financeiros para facilitar a exportação e a importação de bens e serviços, incluindo operações de reexportação para terceiros países (o que permite ao Irã escapar do embargo por uma triangulação comercial), a criação de joint ventures, a abertura de bancos iranianos no Brasil e a assinatura de um acordo entre os bancos centrais para troca de informações sobre o sistema financeiro.

No documento bilateral, as autoridades também falam da "necessidade de buscar meios para superar os prin cipais obstáculos" que impedem os negócios entre os dois países. Na prática, significa ajudar Teerã a obter crédito e garantias bancárias para investimento, que escassearam nos ban cos europeus e americanos com a imposição das sanções. Aos olhos dos serviços de inteligência, por exemplo, as iniciativas de cooperação não passam de artimanhas para ajudar o Irã a contornar as sanções e avançar no seu programa nuclear.

Se essa avaliação beira a paranoia, sendo sucessivamente refutada por Teerã, o fato é que negociar com um banco de desenvolvimento que está na "lista negra" americana não é a melhor forma de pavimentar o caminho para as especiarias do Oriente. "Trata-se de um gesto equivocado do presidente Lula. Há várias formas de se estabelecer parcerias que intensifiquem o comércio bilateral", diz Javedanfar. Um exemplo é o que tem feito a China, que vendeu ao Irã US$ 10 bilhões, entre 2007 e 2008. Foi seguida de perto pela Alemanha (US$ 7 bilhões) e os Emirados Árabes Unidos (US$ 6,6 bilhões). No mesmo período, o Brasil conseguiu US$ 2,2 bilhões. O volume de comércio desses países prova que há maneiras menos explosivas de se estimular as exportações.

"O problema não é econômico, mas político", alerta o brasileiro Salvador GhelfiRaza, professor do Centro de Estudos Hemisféricos de Defesa, um braço acadêmico do Pentágono.

"Ter o direito de fazer um acordo não quer dizer que seja legítimo fazê-lo. Está claro que o governo Lula fez uma opção ideológica", afirma Raza. Ele ressalta que o Export Development Bank of Iran tem financiado diversos projetos em Cuba, El Salvador,

Equador, Bolívia e até montou uma sociedade com a Venezuela: o chamado Banco Internacional de Desarollo, com sede em Caracas. Recentemente, os presidentes Mahmoud Ahmadinejad e Hugo Chávez anunciaram investimento de US$ 200 milhões para projetos econômicos, industriais e de extração mineral conjuntos. Mas a meta do capital conjunto é de US$ 1,2 bilhão.

"Negociar com Ahmadinejad é o mesmo que negociar com Adolf Hitler.


Ele prega o fim do Estado de Israel e o extermínio dos judeus", diz o analista israelense Raphael Israeli, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. Para ele, a via de comércio aberta pelo governo Lula tem um custo alto, "o de vidas humanas". Israeli se refere às ações de repressão contra os manifestantes que foram às ruas de Teerã para questionar o resultado da eleição que reconduziu Ahmadinejad ao poder, e que terminaram na morte de duas dezenas de pessoas. Mais ponderado, Raza diz que o Brasil trai a sua história ao apoiar um regime opressor que é contra a democracia. "Não acho o Irã um bicho-papão, mas acho que a estrutura Ele prega o fim do Estado de Israel e o extermínio dos judeus", diz o analista israelense Raphael Israeli, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém. Para ele, a via de comércio aberta pelo governo Lula tem um custo alto, "o de vidas humanas". Israeli se refere às ações de repressão contra os manifestantes que foram às ruas de Teerã para questionar o resultado da eleição que reconduziu Ahmadinejad ao poder, e que terminaram na morte de duas dezenas de pessoas. Mais ponderado, Raza diz que o Brasil trai a sua história ao apoiar um regime opressor que é contra a democracia. "Não acho o Irã um bicho-papão, mas acho que a estrutura

O chefe da Divisão de Programas de Promoção à Exportação do Itamaraty, Rodrigo de Azevedo, que assinou o acordo com o EBDI, rebate as críticas e diz que o Brasil não vai abrir mão do direito soberano de negociar com quem quer que seja. O governo, segundo ele, não está preocupado se o acordo com o Irã vai afetar as relações com os Estados Unidos. "Nosso ponto de vista é comercial, não político. Além disso, há uma demanda dos empresários brasileiros para negociar com o Irã", garante Azevedo. A única concessão que o Brasil admite fazer, segundo ele, é manter-se afinado com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação à energia nuclear. O resto é comércio.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#167 Mensagem por DELTA22 » Sáb Jun 27, 2009 2:45 pm

Jeeeeezuizzzzzz... o q será de nós????? [033] [073] [064] [101] [030]




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#168 Mensagem por rafafoz » Sáb Jun 27, 2009 3:05 pm

O que essa porra de Presidente quer? a tecnologia Iraniana?




“melhor seria viver sozinho, mas isso não é possível: precisamos do poder de todos para proteger o de cada um e dos outros” (Francis Wolff)
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#169 Mensagem por Vitor » Sáb Jun 27, 2009 5:58 pm

Não sei se o Itamaraty é ou está se fazendo de burro. Porque a grande maioria dos países árabes não se dão bem com o Irã, ficar do lado do Irã não melhora em nada a imagem do Brasil no próprio Oriente Médio.

Mas bem, desde que o Itamaraty apoiou um egípcio que afirmou que não hesitaria queimar livros escritos em hebraico para a presidência da Unesco, nada mais me surpreende. O pior de tudo que havia um pré-candidato brasileiro que deixou de ser apoiado pq o apoio ao queimador de livros ajudaria na "aproximação com o mundo árabe".

Quem apoia um queimador de livros para presidir um órgão de educação e cultura, não tem noção de ética e moral.

O Itamaraty nessa busca por pragmatismo, se esqueceu que nada é mais pragmático a longo prazo do que ter parceiros democráticos e respeitados pela comunidade internacional.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#170 Mensagem por Kratos » Sáb Jun 27, 2009 7:32 pm

O Itamaraty não está, nem nunca esteve, numa busca por pragmatismo. A política externa está sendo dirigida por esquerdistas burros (pleonasmo) que só querem fazer oposição aos estados unidos.




O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#171 Mensagem por Vitor » Sáb Jun 27, 2009 8:00 pm

Kratos escreveu:O Itamaraty não está, nem nunca esteve, numa busca por pragmatismo. A política externa está sendo dirigida por esquerdistas burros (pleonasmo) que só querem fazer oposição aos estados unidos.
Esqueci de usar aspas. :mrgreen:

Acho que pragmatismo de verdade hoje é exclusividade das Forças Armadas. Tb com o pouco dinheiro que tem, se não cuidar dele direitinho, morrem de fome.

Não vejo a hora do Itamaraty mandar a FAB para de fazer negócio com israelenses para ajudar na "aproximação com o mundo árabe". E daí que Israel vende produtos com excelente custo-benefício?! Isso é insignificante quando comparado a "aproximação com o mundo árabe".




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#172 Mensagem por Rodrigoiano » Dom Jun 28, 2009 8:14 am

Se for verdade o veiculado pela Istoé, trata-se de lamentável episódio que certamente (espero) seja revisto!

Abs!




PRick

Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#173 Mensagem por PRick » Ter Jun 30, 2009 2:16 am

Marino escreveu:http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2 ... 2682-1.htm

O acordo secreto do Brasil com o Irã
Itamaraty ajuda Ahmadinejad a burlar as sanções impostas pelos Estados Unidos e pelo Conselho de Segurança da ONU

Claudio Dantas Sequeira

O chefe da Divisão de Programas de Promoção à Exportação do Itamaraty, Rodrigo de Azevedo, que assinou o acordo com o EBDI, rebate as críticas e diz que o Brasil não vai abrir mão do direito soberano de negociar com quem quer que seja. O governo, segundo ele, não está preocupado se o acordo com o Irã vai afetar as relações com os Estados Unidos. "Nosso ponto de vista é comercial, não político. Além disso, há uma demanda dos empresários brasileiros para negociar com o Irã", garante Azevedo. A única concessão que o Brasil admite fazer, segundo ele, é manter-se afinado com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação à energia nuclear. O resto é comércio.
Essa é a posição correta, o resto da matéria é só lixo ideológico, além de acusações sem provas. Ainda não aprenderam a não demonizar países e regimes. A comparação com Hitler é descabida.

[]´s




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#174 Mensagem por Marino » Ter Jun 30, 2009 9:18 am

Correio Brasiliense:

Ao trabalho, itamaratecas!

Alon Feuerwerker

Se precisamos justificar certas ditaduras num dia e condenar outras no dia seguinte, é preciso um pouco mais de sofisticação



As reações ao golpe em Honduras são o enésimo exemplo de como é importante considerar em primeiro lugar as conveniências dos atores quando se analisa a política internacional. Melhor ter consciência disso do que viver de ilusão. Em vez de perder tempo com a crença em declarações vazias, concentrar-se na análise da relação de forças e de interesses. Si vis pacem, para bellum. Se queres a paz, prepara-te para a guerra. Quem pode mais chora menos. E ponto final.

Luiz Inácio Lula da Silva foi artífice quando a Organização dos Estados Americanos (OEA) se movimentou para revogar o isolamento de Cuba, apesar do sabido déficit democrático na ilha. Muito bom. Um argumento costumeiro de Lula é que não devemos ditar regras sobre a política interna do alheio. Razoável. Se tais parâmetros forem adotados para a república hondurenho-bananeira, deveremos deixá-la em paz no seu golpismo de opereta.

Quando no ano passado a Geórgia tentou retomar no braço províncias separatistas pró-russas, a melhor expressão que achei para o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, foi “malucão do Cáucaso”. Moscou aplicou uma surra de chicote no dito cujo. Agora, de qualquer ângulo que se olhe, o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, é forte candidato ao título de malucão da América Central.

Para convocar uma Assembleia Constituinte, Zelaya quis fazer na marra um plebiscito proibido pelo Congresso e pela Justiça. Tentou demitir o comandante do Exército, que se recusava a ajudar no tal plebiscito. Na sequência, tomou um golpe de estado. Sonhou com a perpetuação no poder, mas acabou chutado de pijama para fora do país.

Aqui no Brasil nós sabemos o custo de querer fazer as coisas “na lei ou na marra”. Se você não conhece a expressão, dê uma olhada nas circunstâncias da queda de João Goulart em 1964. Com justiça, os livros de História trazem que Jango foi vítima de um golpe ditatorial. Mas a mesma História registra também o quanto ele ajudou os golpistas, esticando a corda para além do razoável e flertando com o golpismo dos aliados dele, Jango. Por exemplo, ao estimular a insubordinação nos quartéis. Se o “na lei ou na marra” vale para você, vale também para o adversário. E adianta pouco choramingar depois.

De volta à atualidade. Nossa emergência como nação relevante no falatório planetário, na discurseira global, está a exigir um upgrade do governo e dos diplomatas brasileiros nas explicações e nos discursos. Se não, fica parecendo só o que é: uma dança ao sabor das conveniências.

Em nome do princípio de não se meter na vida alheia, o Brasil nega-se a condenar regimes acusados de violar direitos humanos. É compreensível. Não conheço país que adote o respeito aos direitos humanos como primeiro critério de política internacional. Quando o político exibe excessivo interesse no assunto, faça o teste da isonomia. Verifique se ele luta pelos direitos humanos dos inimigos com a mesma ênfase usada para defender os direitos dos amigos. Quem sabe você encontra algum governante que preencha o requisito.

Mas, se os princípios, inclusive o da não ingerência, valem só quando convêm, recorrer obsessivamente a eles vai acabar, um dia, em desmoralização. Daí a necessidade do upgrade. Uma política externa pragmática precisa de suporte intelectual consistente em pragmatismo. Se vamos passar a mão na cabeça de alguns ditadores num dia e condenar outros no dia seguinte, é preciso um pouco mais de sofisticação Ao trabalho, itamaratecas!




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#175 Mensagem por Túlio » Ter Jun 30, 2009 10:54 am

Excelente texto, dá para resumir todo esse celeuma assim: $$$$$$$$$$$$$$!!!!!!!

O Irã tem muito a gastar aqui, o mundo está numa crise daquelas, vamos nos recusar a vender porque os EUA acham feio? E quem são eles para nos dizer o que podemos ou não fazer? Agora voltamos aos (para alguns) áureos tempos do "que é bueno pros EUA é bueno pro Brasil'? Bastam algumas precauções básicas, como não meter assuntos militares E MUITO MENOS URÂNIO no meio da história, oras... :wink:

Vamos ganhar dinheiro com o comércio e deixar as charlaiadas e ideologices para quem ganha dinheiro com elas, tigrada...




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#176 Mensagem por Vitor » Ter Jun 30, 2009 9:22 pm

Lula = desrespeito nas eleições de outros continentes é refresco.

E o Irã não tem muito o que gastar não. Há um tempinho que a economia iranian vai bem mal das pernas, altíssimo desemprego.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#177 Mensagem por PRick » Qua Jul 01, 2009 12:30 am

Marino escreveu:Correio Brasiliense:

Ao trabalho, itamaratecas!

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Se precisamos justificar certas ditaduras num dia e condenar outras no dia seguinte, é preciso um pouco mais de sofisticação



As reações ao golpe em Honduras são o enésimo exemplo de como é importante considerar em primeiro lugar as conveniências dos atores quando se analisa a política internacional. Melhor ter consciência disso do que viver de ilusão. Em vez de perder tempo com a crença em declarações vazias, concentrar-se na análise da relação de forças e de interesses. Si vis pacem, para bellum. Se queres a paz, prepara-te para a guerra. Quem pode mais chora menos. E ponto final.

Luiz Inácio Lula da Silva foi artífice quando a Organização dos Estados Americanos (OEA) se movimentou para revogar o isolamento de Cuba, apesar do sabido déficit democrático na ilha. Muito bom. Um argumento costumeiro de Lula é que não devemos ditar regras sobre a política interna do alheio. Razoável. Se tais parâmetros forem adotados para a república hondurenho-bananeira, deveremos deixá-la em paz no seu golpismo de opereta.

Quando no ano passado a Geórgia tentou retomar no braço províncias separatistas pró-russas, a melhor expressão que achei para o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, foi “malucão do Cáucaso”. Moscou aplicou uma surra de chicote no dito cujo. Agora, de qualquer ângulo que se olhe, o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, é forte candidato ao título de malucão da América Central.

Para convocar uma Assembleia Constituinte, Zelaya quis fazer na marra um plebiscito proibido pelo Congresso e pela Justiça. Tentou demitir o comandante do Exército, que se recusava a ajudar no tal plebiscito. Na sequência, tomou um golpe de estado. Sonhou com a perpetuação no poder, mas acabou chutado de pijama para fora do país.

Aqui no Brasil nós sabemos o custo de querer fazer as coisas “na lei ou na marra”. Se você não conhece a expressão, dê uma olhada nas circunstâncias da queda de João Goulart em 1964. Com justiça, os livros de História trazem que Jango foi vítima de um golpe ditatorial. Mas a mesma História registra também o quanto ele ajudou os golpistas, esticando a corda para além do razoável e flertando com o golpismo dos aliados dele, Jango. Por exemplo, ao estimular a insubordinação nos quartéis. Se o “na lei ou na marra” vale para você, vale também para o adversário. E adianta pouco choramingar depois.

De volta à atualidade. Nossa emergência como nação relevante no falatório planetário, na discurseira global, está a exigir um upgrade do governo e dos diplomatas brasileiros nas explicações e nos discursos. Se não, fica parecendo só o que é: uma dança ao sabor das conveniências.

Em nome do princípio de não se meter na vida alheia, o Brasil nega-se a condenar regimes acusados de violar direitos humanos. É compreensível. Não conheço país que adote o respeito aos direitos humanos como primeiro critério de política internacional. Quando o político exibe excessivo interesse no assunto, faça o teste da isonomia. Verifique se ele luta pelos direitos humanos dos inimigos com a mesma ênfase usada para defender os direitos dos amigos. Quem sabe você encontra algum governante que preencha o requisito.

Mas, se os princípios, inclusive o da não ingerência, valem só quando convêm, recorrer obsessivamente a eles vai acabar, um dia, em desmoralização. Daí a necessidade do upgrade. Uma política externa pragmática precisa de suporte intelectual consistente em pragmatismo. Se vamos passar a mão na cabeça de alguns ditadores num dia e condenar outros no dia seguinte, é preciso um pouco mais de sofisticação Ao trabalho, itamaratecas!
Mais um lixo ideológico, nada mais, outro jornalista, como muitos que andam soltos por aí.

Não interessa se o cara é malução ou não, foi deposto por um Golpe Militar, que a Carta da OEA não permite, não aceita. A condenação de um regime de força, sem respaldo democrático é rígida, porém, não pode ser confundida com as relações comerciais. Isso vem sendo aplicado de modo bastante coerente por nossa política externa. Porém não somos juízes, nem polícia do mundo, nem temos que ficar julgando as democracias pelo mundo, afinal, a Índia é uma democracia de castas, a maioria dos países do Oriente Médio são monarquias absolutas ou ditaduras disfarçadas.

Quem cabe decidir a conveniência ou não das relações internacionais é o governo executivo e o Itamaraty, nossa política externa é uma das mais coerentes e justas do mundo, pode haver iguais, porém, duvido que existam melhores.

Diga-se de passagem, mesmo firmando laços comerciais com o Irã, o Sr. Lula foi mais contundente nas condenações da repressão dos protestos no Irã que o Sr. Obama.

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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#178 Mensagem por Túlio » Qua Jul 01, 2009 7:28 am

Vitor, o petróleo está subindo de novo e o Irã é um dos raros Países da região que se industrializaram também, há muito mercado lá para nós, deixar de aproveitar só porque o Grande Pai Branco (bem...agora preto) de alguns acha feio...qualews...

Nossa agropecuária e a Indústria de bens e serviços devem ter uma opinião bem diferente da tua, na Grande Crise os mercados encolhem, vamos VOLUNTARIAMENTE encolher ainda mais os nossos para agradar aos ianques? Desde quando eles fizeram algo assim por nós? :wink:




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#179 Mensagem por FOXTROT » Qua Jul 01, 2009 9:35 am

Brasil, país soberano e PONTO...




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#180 Mensagem por GustavoB » Qua Jul 01, 2009 9:51 am

Os caras não são santos, mas é bom filtrar um pouco da propaganda diária que vemos na mídia.




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