Pequeno off-topic ilustrativo: O Irã é malvado, xiita, dominado por clérigos radicais, bom mesmo é a Arábia Saudita -
9/06/2009 - 07h40
Sauditas vão ao cinema pela primeira vez em 30 anos
da BBC
Depois de três décadas sem cinema --desde que a atividade foi proibida, nos anos 70--, o público da capital saudita, Riad, teve pela primeira vez a oportunidade de assistir a uma obra na tela grande. O filme em cartaz foi uma produção nacional intitulada "Menahi", uma comédia sobre um beduíno ingênuo que se muda para a cidade grande.
Religiosos radicais tentaram afugentar o público e interromper a exibição. Nenhuma mulher teve autorização de assistir ao filme na capital, embora algumas tenham conseguido ver a obra --sob restrições-- em outras cidades.
O país começou a abrir espaço para as artes desde que o rei Abdullah chegou ao trono em 2005. Mas foram necessários cinco meses para que os produtores do filme conseguissem permissão do governo para exibir a obra em Riad, em um centro cultural dirigido pelo governo. Houve pouca publicidade antecipadamente.
Os cinemas públicos foram fechados na Arábia Saudita na década de 70, quando líderes profundamente conservadores temiam que eles levassem a um ambiente misto, com homens e mulheres, e minassem os valores islâmicos. Desde então, houve pouca diversão pública, exceto corridas de cavalos e camelos e festivais celebrando a cultura tradicional saudita.
Mulheres
O filme foi produzido pela companhia Rotana, de propriedade do príncipe saudita bilionário Alwaleed bin Talal. A companhia exibiu anteriormente o filme em várias outras cidades sauditas, inclusive Jedá e Taif. Em algumas as mulheres puderam assistir ao filme em recintos separados dos homens. Mas a prática islâmica é mais rigorosa em Riad.
O filme vem sendo exibido em Riad desde sexta-feira no Centro Cultural Rei Fahd, onde duas sessões diárias são realizadas com lotação quase total. As salas têm capacidade para cerca de 300 pessoas. No sábado (6), um grupo de homens conservadores se concentrou diante do centro, tentando dissuadir os espectadores de ver o filme.
Mas a maioria ignorou os apelos e entrou na fila para comprar refrigerantes e pipoca, aguardando uma oportunidade de posar com os astros do filme.
O príncipe Alwaleed, sobrinho do rei Abdullah, disse que acredita que os cinemas acabarão abrindo na Arábia Saudita. No ano passado, o reino realizou seu primeiro festival de cinema nacional.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 8564.shtml