A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Achismo, apenas isto.
Pior é ancorar-se em jornalistas como Dora Kramer e Reinaldo Azevedo. O segundo chega a ser ridículo.
Quem disse que a política externa brasileira tem colecionado derrotas?
De onde sai isso?
Eu digo: Daqueles que defendem tirar o sapato para entrar nos EUA; que querbraram o país 3 vezes em seis anos; que querem um careca pauliusta na presidência da república.
Fácil de saber...
Pior é ancorar-se em jornalistas como Dora Kramer e Reinaldo Azevedo. O segundo chega a ser ridículo.
Quem disse que a política externa brasileira tem colecionado derrotas?
De onde sai isso?
Eu digo: Daqueles que defendem tirar o sapato para entrar nos EUA; que querbraram o país 3 vezes em seis anos; que querem um careca pauliusta na presidência da república.
Fácil de saber...
- Marino
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Higgins, me desculpe, mas eu não entendi direito seu post.
Só para não cometer um erro, você estaria me criticando diretamente, dizendo que eu só me baseio em posts do Reinaldo e da Dora? Que eu me baseio em achismos, é isto por acaso?
Minha crítica ao criar este tópico é muito mais ampla, não se baseando em "derrotas" em disputas por cargos internacionais.
Quanto ao final de seu post, concordo 100%. Vc deve lembrar que eu escrevi várias vezes que FHC será julgado pela história como um dos piores presidentes do país.
Se quiser tratar a questão por MP, estou aguardando.
Só para não cometer um erro, você estaria me criticando diretamente, dizendo que eu só me baseio em posts do Reinaldo e da Dora? Que eu me baseio em achismos, é isto por acaso?
Minha crítica ao criar este tópico é muito mais ampla, não se baseando em "derrotas" em disputas por cargos internacionais.
Quanto ao final de seu post, concordo 100%. Vc deve lembrar que eu escrevi várias vezes que FHC será julgado pela história como um dos piores presidentes do país.
Se quiser tratar a questão por MP, estou aguardando.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Simples, muitos users aqui já entraram em clima de eleição, eles querem Dilma de qualquer forma, qualquer coisa tem que ser relativizada com a época do FHC, e qualquer um que não reze a cartilha tem que ser defenestrado como psdbista, vivemos aqui um constante patrulhamento, onde quem aponta os problemas deste governo é diretamente e sem analise tratado como psdbista, ou vc usa as fontes deles ou o resto não existe, não presta, etc etc etc, isso rotulação, patrulhamento, é vergonhoso.Marino escreveu:Higgins, me desculpe, mas eu não entendi direito seu post.
Só para não cometer um erro, você estaria me criticando diretamente, dizendo que eu só me baseio em posts do Reinaldo e da Dora? Que eu me baseio em achismos, é isto por acaso?
Minha crítica ao criar este tópico é muito mais ampla, não se baseando em "derrotas" em disputas por cargos internacionais.
Quanto ao final de seu post, concordo 100%. Vc deve lembrar que eu escrevi várias vezes que FHC será julgado pela história como um dos piores presidentes do país.
Se quiser tratar a questão por MP, estou aguardando.
Vamo la moderação, continuamos confiando na sua imparcialidade.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Se for isto vou responder no mesmo tom.
Por isso estou primeiro perguntando, querendo saber qual a intenção do post.
Não defendo governo algum. Tanto o atual, como o passado, cometeram erros imensos, erros que deveriam estar sendo julgados por tribunais nacionais e não sendo escondidos debaixo de tapetes.
A questão deste tópico vai MUITO mais além do que simples ganhos em disputas internacionais.
Que Chancelaria é esta que:
- se omite em uma questão do Mercosul, como as papeleras na fronteira argentina/uruguaia, sendo convidada para mediar a questão entre dois sócios;
- se mete na questão marítima entre Chile e Peru, questão que já está sendo tratada bilateralmente, em uma corte internacional (para os que não sabem, li que o chanceler chileno vai interpelar o nosso por apoio dado ao Peru na questão bilateral);
- que aceita as violações sistemáticas do tratado do Mercosul por parte da Argentina;
- que aceita uma tropa ocupar uma empresa nacional, como na Bolívia;
- que vai aceitar a violação do tratado de Itaipu (para os que não viram, o país vai aceitar que o Paraguai venda energia de Itaipu no mercado interno);
- que pressiona para que o país assine as cláusulas extraordinárias do TNP (o NJ teve que virar macho em uma palestra no Instituto Rio Branco e dizer com todas as letras que apesar da pressão que eles estavam fazendo NÃO ASSINARIA O PROTOCOLO ADICIONAL, que isto seria uma violação da soberania nacional);
- que assina a declaração dos direitos dos povos indígenas, sem consultar os outros interessados, criando uma ameaça permanente para o Brasil;
- que pressiona para que um livro de um professor do IME seja recolhido das livrarias, fazendo voltar a censura ao Brasil, por conta de pressões da AIEA (o livro se chama "Explosões Nucleares", para os interessados), ou que o autor seja interrogado pelos inspetores da AIEA (de novo o NJ teve que virar macho);
- que não condena regimes assassinos como o do Sudão, em troca de um "possível" apoio para suas pretensões na ONU, que não serão atingidas sem que o Brasil tenha força militar, ao que se opõe;
- que assinou o tratado de mísseis;
- qua assinou o tratado de minas;
- que queria abrir mão de 200.000 km de fronteira marítima (e aqui foi a MB que virou macho);
- onde o Chanceler não sabe a diferença entre trabalhar para o governo e para o Estado;
- etc.
Veja que alguns dos ítens acima são da época do príncipe dos sociólogos, o maior entreguista que o Brasil já teve.
Outros, são do atual governo.
Então, o tópico, como já disse, é muito mais que disputas por cargos internacionais.
Continuo aguardando a resposta do Higgins, para não cometer um erro de interpretação.
Forte abraço
Por isso estou primeiro perguntando, querendo saber qual a intenção do post.
Não defendo governo algum. Tanto o atual, como o passado, cometeram erros imensos, erros que deveriam estar sendo julgados por tribunais nacionais e não sendo escondidos debaixo de tapetes.
A questão deste tópico vai MUITO mais além do que simples ganhos em disputas internacionais.
Que Chancelaria é esta que:
- se omite em uma questão do Mercosul, como as papeleras na fronteira argentina/uruguaia, sendo convidada para mediar a questão entre dois sócios;
- se mete na questão marítima entre Chile e Peru, questão que já está sendo tratada bilateralmente, em uma corte internacional (para os que não sabem, li que o chanceler chileno vai interpelar o nosso por apoio dado ao Peru na questão bilateral);
- que aceita as violações sistemáticas do tratado do Mercosul por parte da Argentina;
- que aceita uma tropa ocupar uma empresa nacional, como na Bolívia;
- que vai aceitar a violação do tratado de Itaipu (para os que não viram, o país vai aceitar que o Paraguai venda energia de Itaipu no mercado interno);
- que pressiona para que o país assine as cláusulas extraordinárias do TNP (o NJ teve que virar macho em uma palestra no Instituto Rio Branco e dizer com todas as letras que apesar da pressão que eles estavam fazendo NÃO ASSINARIA O PROTOCOLO ADICIONAL, que isto seria uma violação da soberania nacional);
- que assina a declaração dos direitos dos povos indígenas, sem consultar os outros interessados, criando uma ameaça permanente para o Brasil;
- que pressiona para que um livro de um professor do IME seja recolhido das livrarias, fazendo voltar a censura ao Brasil, por conta de pressões da AIEA (o livro se chama "Explosões Nucleares", para os interessados), ou que o autor seja interrogado pelos inspetores da AIEA (de novo o NJ teve que virar macho);
- que não condena regimes assassinos como o do Sudão, em troca de um "possível" apoio para suas pretensões na ONU, que não serão atingidas sem que o Brasil tenha força militar, ao que se opõe;
- que assinou o tratado de mísseis;
- qua assinou o tratado de minas;
- que queria abrir mão de 200.000 km de fronteira marítima (e aqui foi a MB que virou macho);
- onde o Chanceler não sabe a diferença entre trabalhar para o governo e para o Estado;
- etc.
Veja que alguns dos ítens acima são da época do príncipe dos sociólogos, o maior entreguista que o Brasil já teve.
Outros, são do atual governo.
Então, o tópico, como já disse, é muito mais que disputas por cargos internacionais.
Continuo aguardando a resposta do Higgins, para não cometer um erro de interpretação.
Forte abraço
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Marino, é por essas e outras que eu não acredito no Brasil.
[centralizar]Mazel Tov![/centralizar]
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
No Brasil eu acredito, não acredito em alguma pessoas em postos chave.
Um dia nossos governantes não agirão partidariamente, com interesse nas próximas eleições, mas nas próximas gerações.
Abração
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Esse é o problema. Não vejo motivo para ser taxado com este ou aquele viés político somente por criticar uma política que esteja (e está) errada.
Não preciso ser psdbista pra criticar o governo Lula, bem como ser ptista pra criticar o governo FHC. E na questão de política internacional muito menos. Já disse isso, outros já disseram também: o governo atual (não vou dizer sobre o anterior, pois este já passou e os erros já foram cometidos e não adianta mais chorar) politizou ideologicamente o Itamaraty de uma maneira 'nunca antes vista na história deste país'.
Não preciso ser psdbista pra criticar o governo Lula, bem como ser ptista pra criticar o governo FHC. E na questão de política internacional muito menos. Já disse isso, outros já disseram também: o governo atual (não vou dizer sobre o anterior, pois este já passou e os erros já foram cometidos e não adianta mais chorar) politizou ideologicamente o Itamaraty de uma maneira 'nunca antes vista na história deste país'.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
DELTA22 escreveu:Esse é o problema. Não vejo motivo para ser taxado com este ou aquele viés político somente por criticar uma política que esteja (e está) errada.
Não preciso ser psdbista pra criticar o governo Lula, bem como ser ptista pra criticar o governo FHC. E na questão de política internacional muito menos. Já disse isso, outros já disseram também: o governo atual (não vou dizer sobre o anterior, pois este já passou e os erros já foram cometidos e não adianta mais chorar) politizou ideologicamente o Itamaraty de uma maneira 'nunca antes vista na história deste país'.
Concordo totalmente.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Do Defesanet:
El sábado 25 de abril tras esperar largas horas de antesala, el canciller brasileño, Celso Amorim, fue recibido por Chávez en Miraflores. Amorim informó en esa ocasión sobre las condiciones que políticos de oposición y empresarios brasileños habían colocado para dar luz verde al ingreso de Venezuela al Mercosur. El brasileño pidió apresurar las negociaciones arancelarias pendientes, lo que se produjo a finales de mayo. En esa misma ocasión, Amorim mencionó a Chávez el tema de la televisión digital y el interés de Lula de convertir el estándar nipo-brasileño en el dominante en Suramérica. La presión brasileña habría logrado frenar el anuncio venezolano a favor de China, a la vez que se programó una exhibición del sistema nipo-brasileño a autoridades venezolanas, la cual ya se cumplió.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Marino escreveu: Um dia nossos governantes não agirão partidariamente, com interesse nas próximas eleições, mas nas próximas gerações.
Abração
Se me permites, cupincha, vou esperar sentado (e isso se achar uma poltrona BEEEEEM confortável...).
Para entendermos a política MACRO (como é feita no Brasil), temos de entender a política MICRO, aquela dos municípios e suas interações com Estados e União. Tenho tido excelentes oportunidades de ver (de dentro) como funciona...
E é NAUSEANTE...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
ESP:
OPINIÃO
Autópsia de outro fracasso
Marcelo de Paiva Abreu *
A ação diplomática do Brasil nos últimos tempos pode ser criticada com base em diversos critérios: excessiva complacência com vizinhos atados a populismos variados, que vão do "bolivarianismo" ao neoperonismo; ênfase desmedida em protagonismo, às expensas de substância, na seleção de parceiros "estratégicos"; avaliações descoladas da realidade sobre as possibilidades da política externa. Tais críticas são feitas tendo como pano de fundo o consenso de que o serviço exterior do Brasil é competente e tem tido sucesso em fazer ouvir a voz do País. Acontecimentos recentes sugerem que tais premissas podem estar comprometidas.
Os últimos meses foram marcados por controvérsias sobre postulações internacionais envolvendo interesses brasileiros. Em jogo estavam as escolhas do diretor-geral da UNESCO, da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 - o Rio de Janeiro compete com Chicago, Madri e Tóquio - e, surpreendentemente, de integrantes do Órgão Permanente de Apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC). O destaque, neste último caso, decorreu de o nome indicado ser o de Ellen Gracie, ministra e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O cargo em si, embora disputado entre especialistas, é de dedicação parcial (até 100 dias por ano) e não tem o mesmo prestígio da direção de organismos multilaterais.
A estratégia do Itamaraty ficou exposta, porque o ministro das Relações Exteriores deixou claro que não haveria apoio oficial à candidatura de brasileiros à direção da UNESCO, inclusive de funcionário do órgão com chances efetivas de ser escolhido. O Brasil, em nome da aproximação política aos países árabes, estava comprometido com a candidatura egípcia e concentraria esforços na defesa de outras candidaturas brasileiras: a da cidade do Rio e a de Ellen Gracie. Esse apoio foi mantido mesmo após ter sido constatado que o candidato egípcio, apoiado pelo Brasil, notabilizou-se por comentários antissemitas.
O fracasso em relação à candidatura da ministra Gracie ao Órgão Permanente de Apelação da OMC deixa ainda mais exposta tal estratégia. E, no entanto, as dificuldades quanto à candidatura eram óbvias. Foram minimizadas pelo governo, que, movido por interesses relacionados à política interna, estimulou a avaliação de que o cargo na OMC era mais importante do que de fato é. Diversos fatores indicavam ser improvável a escolha da ministra. Luiz Olavo Baptista foi um dos sete membros do Órgão de Apelação durante quase oito anos e a OMC tem 153 membros. Em qualquer cenário haveria dificuldade em fazer prosperar a candidatura brasileira, em face de pressões por rotatividade na representação dos membros.
A ministra Gracie tem currículo distinto, postura de grande dignidade e desfruta de prestígio como a primeira mulher a presidir o STF. Mas a sua candidatura não atende aos requisitos do artigo 17.3 do Entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias na OMC: "O Órgão de Apelação será composto de pessoas de reconhecida competência, com experiência comprovada em Direito, comércio internacional e nos assuntos tratados pelos acordos abrangidos em geral."
Ventilou-se que o ministro Celso Amorim protestou em conversa "dura" com Pascal Lamy, diretor da OMC. Melhor justificativa teria tido Lamy para ter conversa de tal teor, pois o Brasil levou à OMC uma candidatura para resolver assunto de política interna. O ministro deveria reservar seus momentos de dureza para conter incontinências de vizinhos como Lugo ou Chávez.
O Brasil, desde a criação do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (Gatt, na sigla em inglês), sempre teve prestígio na instituição, além do que poderia ser explicado por sua participação no comércio mundial. O embaixador Álvares Maciel teve atuação destacada na Rodada Tóquio e Paulo Nogueira Batista foi influente na Rodada Uruguai. Embaixadores no Gatt e na OMC - Ricupero, Lafer, Lampreia, Amorim - foram depois ministros de Estado. No sistema de solução de controvérsias, o Brasil tem tido relevância em "panels" decisivos. O Brasil, no âmbito da OMC, tem participado de reuniões em formatos G-4 e G-7 com os protagonistas desenvolvidos. É uma lástima que tal reputação de competência e operosidade seja comprometida por avaliações incorretas sobre as reais chances do País na indicação de brasileiros para ocupar posições de destaque na organização.
O episódio Ellen Gracie é o último de uma longa lista de tropeços. Nos últimos anos o Brasil vem acumulando espetacular sequência de insucessos em postulações para ocupar posições em organismos multilaterais, muitas delas com engajamento do Itamaraty. Candidatos brasileiros foram derrotados na escolha de dirigentes da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Organização Mundial do Comércio, da União Internacional de Telecomunicações (UIT), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Wipo, na sigla em inglês). Esses processos quase sempre explicitaram posições divergentes do Brasil com seus vizinhos latino-americanos e até mesmo do Mercosul.
O que explicaria esse retrospecto de time de várzea? A hipótese caridosa é que a deterioração na capacidade analítica da diplomacia brasileira se deva à postura politizada assumida pelo Itamaraty desde 2003. De qualquer forma, é triste ver o País passar vergonha por conta desses erros de avaliação. Esperemos que lições relevantes sejam tiradas. Podem ser úteis na postulação do Brasil no quadro da reforma da ONU. Senão, a vergonha poderá ser ainda maior.
*Marcelo de Paiva Abreu, Ph.D. em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular do Departamento de Economia da PUC-Rio
OPINIÃO
Autópsia de outro fracasso
Marcelo de Paiva Abreu *
A ação diplomática do Brasil nos últimos tempos pode ser criticada com base em diversos critérios: excessiva complacência com vizinhos atados a populismos variados, que vão do "bolivarianismo" ao neoperonismo; ênfase desmedida em protagonismo, às expensas de substância, na seleção de parceiros "estratégicos"; avaliações descoladas da realidade sobre as possibilidades da política externa. Tais críticas são feitas tendo como pano de fundo o consenso de que o serviço exterior do Brasil é competente e tem tido sucesso em fazer ouvir a voz do País. Acontecimentos recentes sugerem que tais premissas podem estar comprometidas.
Os últimos meses foram marcados por controvérsias sobre postulações internacionais envolvendo interesses brasileiros. Em jogo estavam as escolhas do diretor-geral da UNESCO, da sede dos Jogos Olímpicos de 2016 - o Rio de Janeiro compete com Chicago, Madri e Tóquio - e, surpreendentemente, de integrantes do Órgão Permanente de Apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC). O destaque, neste último caso, decorreu de o nome indicado ser o de Ellen Gracie, ministra e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O cargo em si, embora disputado entre especialistas, é de dedicação parcial (até 100 dias por ano) e não tem o mesmo prestígio da direção de organismos multilaterais.
A estratégia do Itamaraty ficou exposta, porque o ministro das Relações Exteriores deixou claro que não haveria apoio oficial à candidatura de brasileiros à direção da UNESCO, inclusive de funcionário do órgão com chances efetivas de ser escolhido. O Brasil, em nome da aproximação política aos países árabes, estava comprometido com a candidatura egípcia e concentraria esforços na defesa de outras candidaturas brasileiras: a da cidade do Rio e a de Ellen Gracie. Esse apoio foi mantido mesmo após ter sido constatado que o candidato egípcio, apoiado pelo Brasil, notabilizou-se por comentários antissemitas.
O fracasso em relação à candidatura da ministra Gracie ao Órgão Permanente de Apelação da OMC deixa ainda mais exposta tal estratégia. E, no entanto, as dificuldades quanto à candidatura eram óbvias. Foram minimizadas pelo governo, que, movido por interesses relacionados à política interna, estimulou a avaliação de que o cargo na OMC era mais importante do que de fato é. Diversos fatores indicavam ser improvável a escolha da ministra. Luiz Olavo Baptista foi um dos sete membros do Órgão de Apelação durante quase oito anos e a OMC tem 153 membros. Em qualquer cenário haveria dificuldade em fazer prosperar a candidatura brasileira, em face de pressões por rotatividade na representação dos membros.
A ministra Gracie tem currículo distinto, postura de grande dignidade e desfruta de prestígio como a primeira mulher a presidir o STF. Mas a sua candidatura não atende aos requisitos do artigo 17.3 do Entendimento relativo às normas e procedimentos sobre solução de controvérsias na OMC: "O Órgão de Apelação será composto de pessoas de reconhecida competência, com experiência comprovada em Direito, comércio internacional e nos assuntos tratados pelos acordos abrangidos em geral."
Ventilou-se que o ministro Celso Amorim protestou em conversa "dura" com Pascal Lamy, diretor da OMC. Melhor justificativa teria tido Lamy para ter conversa de tal teor, pois o Brasil levou à OMC uma candidatura para resolver assunto de política interna. O ministro deveria reservar seus momentos de dureza para conter incontinências de vizinhos como Lugo ou Chávez.
O Brasil, desde a criação do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (Gatt, na sigla em inglês), sempre teve prestígio na instituição, além do que poderia ser explicado por sua participação no comércio mundial. O embaixador Álvares Maciel teve atuação destacada na Rodada Tóquio e Paulo Nogueira Batista foi influente na Rodada Uruguai. Embaixadores no Gatt e na OMC - Ricupero, Lafer, Lampreia, Amorim - foram depois ministros de Estado. No sistema de solução de controvérsias, o Brasil tem tido relevância em "panels" decisivos. O Brasil, no âmbito da OMC, tem participado de reuniões em formatos G-4 e G-7 com os protagonistas desenvolvidos. É uma lástima que tal reputação de competência e operosidade seja comprometida por avaliações incorretas sobre as reais chances do País na indicação de brasileiros para ocupar posições de destaque na organização.
O episódio Ellen Gracie é o último de uma longa lista de tropeços. Nos últimos anos o Brasil vem acumulando espetacular sequência de insucessos em postulações para ocupar posições em organismos multilaterais, muitas delas com engajamento do Itamaraty. Candidatos brasileiros foram derrotados na escolha de dirigentes da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Organização Mundial do Comércio, da União Internacional de Telecomunicações (UIT), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Wipo, na sigla em inglês). Esses processos quase sempre explicitaram posições divergentes do Brasil com seus vizinhos latino-americanos e até mesmo do Mercosul.
O que explicaria esse retrospecto de time de várzea? A hipótese caridosa é que a deterioração na capacidade analítica da diplomacia brasileira se deva à postura politizada assumida pelo Itamaraty desde 2003. De qualquer forma, é triste ver o País passar vergonha por conta desses erros de avaliação. Esperemos que lições relevantes sejam tiradas. Podem ser úteis na postulação do Brasil no quadro da reforma da ONU. Senão, a vergonha poderá ser ainda maior.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
E ainda falam que tirar os sapatos em um aeroporto americano é humilhação à um chanceler.tras esperar largas horas de antesala, el canciller brasileño, Celso Amorim, fue recibido por Chávez en Miraflores.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Contra fatos não há argumentos. Independente de opinião do jornalista A, B ou C, os pontos destacados pelo Marino são um soco na boca do estômago para qualquer brasileiro minimamente preocupado com nossa política externa.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Marino,
não vou responder a ti via MP, pelo fato de você merecer por respeito, uma resposta pública de minha parte.
Antes de tudo, revelo que tenho pelos jornalistas Dora Kramer e Reinaldo Azevedo nenhum respeito: são cães de aluguel; não jornalistas!
Como estamos em um fórum, e as respostas se sobrepõem, pode-se considerar que outra coisa não foi que uma crítica. Você a considerou muito forte, tanto que reclamou.
Ataca-se o Itamaraty por oportunismo partidário. Digo partidário pq oportunismo ideológico não cabe. Tenho a impressão que ninguém percebe o que acontece, em termos de informação neste país. Se precebessem, fontes como “Reinaldo Azevedo” seriam solenemente ignoradas.
Exemplo rápido, sobre o vosso exemplo:
1) Depois da palhaçada do Evo, no episódio das pequenas e deficitárias refinarias, na qual diga-se, muitos queriam uma guerra com os Bolivianos (oposição e foristas que nunca calçaram uma bota), deu-se que a esperada "ajuda da PDVSA" não se concretizou e o "Índio", voltou bem mansinho pedindo ajuda. A Petrobrás conseguiu explorar um mega campo de gás.
2) O Tratado de Itaipú, em vigor, não impede que os paraguaios instalem um escritório e vendam o excedente deles no mercado brasileiro. Não fizeram antes por preguiça ou incompetência.
3) Mediar a picuinha das papeleiras? Nada tem de ser mediado ali! O direito uruguaio é líquido e certo. Aceitar o papel de mediador, isto sim, seria amadorismo.
4) Quem disse que a indicação de um operador do direito é inconsistente para a OMC, se as demandas entre nações e suas conseqüentes postulações versam sobre o caráter jurídico de cada uma? É brincadeira!
Pois bem, eu enxergo e os amigos não, que cada crítica ao itamaraty fundamenta-se antes em preconceitos plantados, que servem antes ao interesse politico-partidário em vista das próximas eleições, que propriamente ao desenvolvimento e aplicação da diplomacia em si.
Foi sobre as asas da diplomacia brasileira, que nestes últimos seis anos diversificaram-se nossos destinos comerciais, abriram-se novos mercados e manteve-se os antigos. E o que vejo? Críticas!
Querem o quê? Que como antes déssemos preferência para as nações "centrais", que não cediam uma vírgula sequer?
É isso?
Até Chavez, midiático que é, sofreu com nossa ação diplomática. Ele compra de prateleira, faz isso e aquilo. Mas, sofre fracassos. Perdeu na Bolívia, perdeu na Colômbia (fomos nós, mediadores mais eficientes), e mesmo tendo o casal K na mão, perde espaço na Argentina... Será que ninguém percebeu que Chavez fala muito, mas perde no plano prático?
Ah... Itamaraty é um fracasso! A imprensa brasileira, claro, é especialista e sabe tudo...
Entendam uma coisa sobre postulações: quando vc contraria interesses, dá-se o momento em que és confrontado. Quem manso é, ganha todas as sinecuras...
Entenderam, agora?
PS: Marino,
se você acredita-se agredido, ofendido, humilhado ou algo similar, tenha de mim de forma pública (como se deve), minhas desculpas.
Eu sei bem, que tornei-me uma pessoa de pouca popularidade neste espaço. Mas, que preço se paga pela oportunidade de dizer ao senhor do mundo, que ele saia de fronte ao sol?
não vou responder a ti via MP, pelo fato de você merecer por respeito, uma resposta pública de minha parte.
Antes de tudo, revelo que tenho pelos jornalistas Dora Kramer e Reinaldo Azevedo nenhum respeito: são cães de aluguel; não jornalistas!
Como estamos em um fórum, e as respostas se sobrepõem, pode-se considerar que outra coisa não foi que uma crítica. Você a considerou muito forte, tanto que reclamou.
Ataca-se o Itamaraty por oportunismo partidário. Digo partidário pq oportunismo ideológico não cabe. Tenho a impressão que ninguém percebe o que acontece, em termos de informação neste país. Se precebessem, fontes como “Reinaldo Azevedo” seriam solenemente ignoradas.
Exemplo rápido, sobre o vosso exemplo:
1) Depois da palhaçada do Evo, no episódio das pequenas e deficitárias refinarias, na qual diga-se, muitos queriam uma guerra com os Bolivianos (oposição e foristas que nunca calçaram uma bota), deu-se que a esperada "ajuda da PDVSA" não se concretizou e o "Índio", voltou bem mansinho pedindo ajuda. A Petrobrás conseguiu explorar um mega campo de gás.
2) O Tratado de Itaipú, em vigor, não impede que os paraguaios instalem um escritório e vendam o excedente deles no mercado brasileiro. Não fizeram antes por preguiça ou incompetência.
3) Mediar a picuinha das papeleiras? Nada tem de ser mediado ali! O direito uruguaio é líquido e certo. Aceitar o papel de mediador, isto sim, seria amadorismo.
4) Quem disse que a indicação de um operador do direito é inconsistente para a OMC, se as demandas entre nações e suas conseqüentes postulações versam sobre o caráter jurídico de cada uma? É brincadeira!
Pois bem, eu enxergo e os amigos não, que cada crítica ao itamaraty fundamenta-se antes em preconceitos plantados, que servem antes ao interesse politico-partidário em vista das próximas eleições, que propriamente ao desenvolvimento e aplicação da diplomacia em si.
Foi sobre as asas da diplomacia brasileira, que nestes últimos seis anos diversificaram-se nossos destinos comerciais, abriram-se novos mercados e manteve-se os antigos. E o que vejo? Críticas!
Querem o quê? Que como antes déssemos preferência para as nações "centrais", que não cediam uma vírgula sequer?
É isso?
Até Chavez, midiático que é, sofreu com nossa ação diplomática. Ele compra de prateleira, faz isso e aquilo. Mas, sofre fracassos. Perdeu na Bolívia, perdeu na Colômbia (fomos nós, mediadores mais eficientes), e mesmo tendo o casal K na mão, perde espaço na Argentina... Será que ninguém percebeu que Chavez fala muito, mas perde no plano prático?
Ah... Itamaraty é um fracasso! A imprensa brasileira, claro, é especialista e sabe tudo...
Entendam uma coisa sobre postulações: quando vc contraria interesses, dá-se o momento em que és confrontado. Quem manso é, ganha todas as sinecuras...
Entenderam, agora?
PS: Marino,
se você acredita-se agredido, ofendido, humilhado ou algo similar, tenha de mim de forma pública (como se deve), minhas desculpas.
Eu sei bem, que tornei-me uma pessoa de pouca popularidade neste espaço. Mas, que preço se paga pela oportunidade de dizer ao senhor do mundo, que ele saia de fronte ao sol?
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Caro moderador paisano estamos contando com sua imparcialidade e prontidão, exatamente como fizeste comigo no outro tópico, grande abraço.HIGGINS escreveu:Antes de tudo, revelo que tenho pelos jornalistas Dora Kramer e Reinaldo Azevedo nenhum respeito: são cães de aluguel; não jornalistas!
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Ataca-se o Itamaraty por oportunismo partidário. Digo partidário pq oportunismo ideológico não cabe. Tenho a impressão que ninguém percebe o que acontece, em termos de informação neste país. Se precebessem, fontes como “Reinaldo Azevedo” seriam solenemente ignoradas.
Vamo la moderação, continuamos confiando na sua imparcialidade.