Estratégia Nacional de Defesa
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Independente das importantíssimas contribuições - inquestionáveis - que o General Lessa deu ao Exército, principalmente na Amazônia, também não concordo com o texto e lamento seu conteúdo. Só há críticas genéricas, do tipo "eu duvido", não apresenta sequer um ponto negativo e aponta o que deveria ser feito no lugar. Cai no vazio. Carece de conteúdo. Textos assim servem menos para informar e mais para desinformar. Passa por cima de coisas que deveriam ser óbvias para militares do patamar dele como o fato de uma Estratégia não ser lugar para conter questões orçamentárias.
Enfim, teria mais o que comentar, mas acho suficiente. O General, com todo respeito por tudo que fez e representou ao Exército, foi infeliz nas críticas. Não pelo fato de fazê-las e sim como fazê-las. Acho que SEMPRE devemos participar das discussões sobre qualquer coisa em um Estado democrático. Mas acredito que a forma como tem feito, procurando holofotes e sem uma exposição de alto nível como certamente ele tem toda capacidade de fazer, não seja o melhor caminho.
Enfim, teria mais o que comentar, mas acho suficiente. O General, com todo respeito por tudo que fez e representou ao Exército, foi infeliz nas críticas. Não pelo fato de fazê-las e sim como fazê-las. Acho que SEMPRE devemos participar das discussões sobre qualquer coisa em um Estado democrático. Mas acredito que a forma como tem feito, procurando holofotes e sem uma exposição de alto nível como certamente ele tem toda capacidade de fazer, não seja o melhor caminho.
Vinicius Pimenta
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
E por publicidade no uniforme dos soldados.usskelvin escreveu:Creio que um bom Ministro da Defesa para o lugar do NJ seria,, ....uhmmmmm deixa eu ver, ah, já sei, seria eu mesmo.
Deus me livre !
Xô, ziquisira !
Faz o seguinte...
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
No governo da Dilminha, seria o Rabelo, ou Rebelo, Aldo.usskelvin escreveu:Creio que um bom Ministro da Defesa para o lugar do NJ seria,, ....uhmmmmm deixa eu ver, ah, já sei, seria eu mesmo.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
usskelvin escreveu:
Creio que um bom Ministro da Defesa para o lugar do NJ seria,, ....uhmmmmm deixa eu ver, ah, já sei, seria eu mesmo.
Não sei se brincando eu diria uma coisa dessas, mas vou usar a deixa para lembrar que é esse tipo de ideário culpado pela estado de coisas deste país. E é bem assim mesmo, falar mal do governo é o assunto nº 2 de qualquer mesa de bar, mas vejam o tamanho das filas para os concursos públicos, todo mundo quer uma lasca, uma teta. Penso que num país onde traficante colombiano é tratado tal artista de cinema ou jogador famoso e criminosos de colarinho branco tem tratamento VIP merecemos mesmo ter esses políticos que usam de seus mandato para suas falcatruas. Aos dois citados, não é pessoal, mas veio quicando e..Faz o seguinte...
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
E por que não o Zé Genuino, ele não foi um grande o herói da aguerrida esquerda brasileira, e que não pode ouvir a palavra "pau de arara" que se borra todoWalterciclone escreveu:No governo da Dilminha, seria o Rabelo, ou Rebelo, Aldo.usskelvin escreveu:Creio que um bom Ministro da Defesa para o lugar do NJ seria,, ....uhmmmmm deixa eu ver, ah, já sei, seria eu mesmo.
Re: Estratégia Nacional de Defesa
Foi pura ironia, caro compatriota.GustavoB escreveu:usskelvin escreveu:
Creio que um bom Ministro da Defesa para o lugar do NJ seria,, ....uhmmmmm deixa eu ver, ah, já sei, seria eu mesmo.Não sei se brincando eu diria uma coisa dessas, mas vou usar a deixa para lembrar que é esse tipo de ideário culpado pela estado de coisas deste país. E é bem assim mesmo, falar mal do governo é o assunto nº 2 de qualquer mesa de bar, mas vejam o tamanho das filas para os concursos públicos, todo mundo quer uma lasca, uma teta. Penso que num país onde traficante colombiano é tratado tal artista de cinema ou jogador famoso e criminosos de colarinho branco tem tratamento VIP merecemos mesmo ter esses políticos que usam de seus mandato para suas falcatruas. Aos dois citados, não é pessoal, mas veio quicando e..Faz o seguinte...
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Será que essas críticas do general à END não revelam um certo ciúme (ou desapontamento, raiva etc) das demais forças e do MD. Digo, até bem recentemente as TRÊS forças estavam, aos poucos e em baixa escala, modernizando alguns setores e adquirindo equipamentos usados (navios, carros de combate, M2000, F-5M etc). Aí vem a END, e as grandes compras da marinha e o FX2 da força aérea. E o que de novo e PRINCIPAL saiu para o exército até agora?! Nada. Os helis, dividirão pelas três, os AAE repartirão com a força aérea. Mas, enquanto seus outros braços armados "irmãos" estão adquirindo ou por adquirir, vários equipamentos novos, o que está reservado para o exército?? Silêncio perturbador, cômodo, profissional, raivoso ou, simplesmente, paciente??
Abraços!
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Mas ninguém fala quando esta na ativa. Todo mundo só diz amém. Ninguém pode dizer com certeza se esta todo mundo satisfeito, estamos apenas dizendo "amém".jauro escreveu:Uma coisa é boa que fique claro: General, Almirante e Brigadeiro de pijama não mandam nada, quando muito dão opiniões como essa. Portanto é bom focar no povo que está na ativa. Se eles participaram da confecção da END e não estão reclamando, então aguardemos o resultado.
Eu falei no caso do general Lessa quanto a amazonia. Eu tb estive na amazonia na epoca dele e é inquestinavel que na amazonia (repito: na amazonia) existe um antes e um depois. Existe um antes do MD e um depois do MD.Esse negócio de dizer que eu fiz e agora ninguém faz nada, é conversa fiada, porque se tivesse feito não estaria essa penúria que aí está. Na Amazônia no período em que lá estive (15 anos atrás) nenhum dos figurões da época fez nada de mais, muito ao contrário.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
O motivo das criticas dele é simplesmente porque o atual governo esta dando motivo para ser criticado. É obvio que o general quer se aparecer, mas que ele tem razão isso tem.Rodrigoiano escreveu:Será que essas críticas do general à END não revelam um certo ciúme (ou desapontamento, raiva etc) das demais forças e do MD. Digo, até bem recentemente as TRÊS forças estavam, aos poucos e em baixa escala, modernizando alguns setores e adquirindo equipamentos usados (navios, carros de combate, M2000, F-5M etc). Aí vem a END, e as grandes compras da marinha e o FX2 da força aérea. E o que de novo e PRINCIPAL saiu para o exército até agora?! Nada. Os helis, dividirão pelas três, os AAE repartirão com a força aérea. Mas, enquanto seus outros braços armados "irmãos" estão adquirindo ou por adquirir, vários equipamentos novos, o que está reservado para o exército?? Silêncio perturbador, cômodo, profissional, raivoso ou, simplesmente, paciente??
Abraços!
Na epoca que o general Lessa foi comandou o CMA, o EB instalou o GAC em Boa Vista em dois anos. E no 7 BIS que fica do outro lado da rua, no mesmo periodo cosntruiram e instalaram duas cia de fuzileiros. O 3º RCC esta sendo implantado desde de 2003.
A epoca que mais mandaram militares para a amazonia foi na epoca dele (não estou dizendo que foi graças a ele). O MD prometeu mandar 20 mil homens o ano passado e não mandou nem 1% disso. Isso não é motivo para critica?
Editado pela última vez por Guerra em Ter Mai 19, 2009 9:38 am, em um total de 1 vez.
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Vinicius, você acredita que a END é um projeto do governo Lula que só esta sendo implantado nos ultimos anos de governo?Vinicius Pimenta escreveu:Independente das importantíssimas contribuições - inquestionáveis - que o General Lessa deu ao Exército, principalmente na Amazônia, também não concordo com o texto e lamento seu conteúdo. Só há críticas genéricas, do tipo "eu duvido", não apresenta sequer um ponto negativo e aponta o que deveria ser feito no lugar. Cai no vazio. Carece de conteúdo. Textos assim servem menos para informar e mais para desinformar. Passa por cima de coisas que deveriam ser óbvias para militares do patamar dele como o fato de uma Estratégia não ser lugar para conter questões orçamentárias.
Enfim, teria mais o que comentar, mas acho suficiente. O General, com todo respeito por tudo que fez e representou ao Exército, foi infeliz nas críticas. Não pelo fato de fazê-las e sim como fazê-las. Acho que SEMPRE devemos participar das discussões sobre qualquer coisa em um Estado democrático. Mas acredito que a forma como tem feito, procurando holofotes e sem uma exposição de alto nível como certamente ele tem toda capacidade de fazer, não seja o melhor caminho.
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
18 Maio 09
Implementação da estratégia nacional de defesa: alguns aspectos julgados relevantes
Decreto Presidencial, de dezembro de 2008, aprovou a Estratégia Nacional de Defesa (END), importante instrumento destinado a balizar procedimentos e caminhos a seguir por esse importante setor do Poder Nacional.
A formulação de estratégias é uma tarefa difícil; colocá-las em execução é ainda mais complicado. A experiência mostra que muitos gestores, integrantes dos mais elevados escalões, demonstram saber como desenvolver estratégias, mas se mostram pouco hábeis na tarefa de implementá-las, encontrando dificuldades na superação dos variados obstáculos políticos, organizacionais e orçamentários que são encontrados no caminho.
Não basta embasar as estratégias em objetivos operacionais mensuráveis de curto e de médio prazo. É fundamental que seus pressupostos tenham como alicerces sólidos e equilibrados planos de ação.
No caso específico da END, o Brasil dispõe, hoje, de um instrumento que foi longamente pensado por seus formuladores. Por outro lado, questionamos, será que foi suficientemente discutido, com a profundidade necessária, por todos os segmentos direta ou indiretamente envolvidos? Estão os mais importantes pressupostos levantados e devidamente embasados em sólidos e equilibrados planos de ação?
Continuemos a apresentar questões de difíceis respostas e discutíveis graus de certeza: Quais as tendências futuras dos recursos destinados à Defesa no Brasil?
Governo Federal está, realmente, disposto a cumprir suas promessas no sentido de atender às necessidades estabelecidas pela END?
O Governo Federal está, realmente, disposto a aumentar a produção nacional de material de Defesa e a incrementar os recursos destinados à sua aquisição?
As Forças Armadas brasileiras estão preparadas para empregar recursos de maneira mais inteligente e racional, ou seja, onde é realmente, necessário?
Com relação aos países desenvolvidos, queremos manter parcerias em toda a gama de capacidades associadas aos conflitos de alta intensidade?
Queremos desenvolver Forças Armadas capazes de atuar também em operações de alta intensidade, contando com tecnologia nacional e internacional de ponta? Ou continuaremos a priorizar as tarefas secundárias de não-guerra, como a gestão de crises na América do Sul, as operações de manutenção de paz e as operações de garantia da lei e da ordem e do tipo polícia, consideradas modestas em razão da estatura político-estratégica do Brasil?
Estamos dispostos a pensar e a discutir a necessidade de uma Revolução em Assuntos Militares (RAM), iniciando uma Transformação de Defesa nas nossas Forças Armadas? Ou continuaremos a priorizar a tomada de medidas paliativas destinadas a apenas remediar a deterioração de nossa capacidade operacional?
Uma estratégia é dinâmica, portanto, deve ser constantemente reavaliada. A reavaliação é uma peça-chave na execução, pois promove as discussões, esclarece as bases fundamentais da estratégia e ajuda a estabelecer objetivos relacionados com a sua execução.
O poder é fundamental na implementação de uma estratégia. As tentativas de execução que violaram as estruturas de poder sempre enfrentaram dificuldades e foram frequentemente condenadas ao fracasso.
Nesse contexto, o clima criado pelos chefes é de capital importância, pois afeta toda a instituição, dos mais baixos aos mais altos escalões. Vale ressaltar que os chefes, na esmagadora maioria das vezes, são também subordinados. Essa condição faz com que eles reajam ao clima decorrente das necessidades impostas pelas estratégias a implementar. Por isso, é importante que os chefes, em todos os níveis, acreditando nos objetivos a alcançar, se empenhem na execução escrupulosa de seus papéis, estimulando seus subordinados à superação das dificuldades e liderando os processos de controle.
Muitas vezes, o estabelecimento de novos rumos a seguir exigirá mudanças na cultura da organização. Mudanças de cultura são difíceis, mas possíveis. Vejamos algumas regras que, bem administradas, podem ajudar nesse sentido:
As razões para a mudança devem ser claras, estimulantes e de comum acordo entre os principais participantes do processo.
O foco deve estar voltado para a mudança de comportamento e não diretamente para a mudança de cultura. Novas pessoas, incentivos, controles e estruturas organizacionais podem motivar mudanças comportamentais e, em conseqüência, levar a mudanças na cultura da instituição.
A comunicação efetiva é fundamental. A instituição deve desenvolver um plano de comunicação e a chefia deve se ligar diretamente com as pessoas afetadas pelas mudanças.
A alta administração deve empenhar todos os seus esforços para diminuir a resistência às mudanças.
O cuidado com a velocidade deve ser observado. Quando se busca mudar a cultura de uma organização, a velocidade pode ser desejável ou até mesmo necessária, mas vem impregnada de problemas. Mudar muitas coisas simultaneamente, e com pressa, pode confundir o processo de mudança e tornar a coordenação e a comunicação difíceis.
Não há como negar que são os governos, por intermédio de Estratégias ou Políticas Nacionais de Defesa, que têm de decidir sobre a preservação da paz, quanto aos passos individuais da escalada em tempo de tensão e, finalmente, acerca do emprego do poder militar para dissuadir ou para travar a guerra. Ocorre que, muitas vezes, se observa a falta de uma ligação objetiva entre políticos e militares. Isso dificulta a obtenção da clareza necessária com relação às razões que levam ao emprego do poder armado - e que meios a utilizar - na conquista dos objetivos, marcados pela política, necessários à defesa dos interesses nacionais.
Alguns argumentam que, em uma democracia, somente os políticos podem tratar de políticas e de planejamento em nível estratégico. Esse pensamento significa confundir o assunto, pois, na maioria dos casos, os políticos não participam desse processo no campo da Defesa, mas, sim, decidem sobre políticas ou estratégias que lhes são propostas pelos assessores militares ou civis especialistas no assunto.
Alguns políticos erram ao ver as Forças Armadas como um instrumento de governo e não de Estado. Por isso, buscam alijar os militares (que são apartidários) das decisões políticas e estratégicas necessárias à defesa da sociedade e do Brasil. Tal atitude prejudica o planejamento e a implementação da Estratégia Nacional de Defesa, pois representa uma regressão do pensamento estratégico no País, em face de um injusto pré-julgamento dos militares feito por maus políticos de plantão.
Somente por meio de uma completa compreensão da política nacional e da integração entre civis e militares, poder-se-á estabelecer os melhores parâmetros para o emprego bem sucedido do Poder Militar no contexto de uma Estratégia Nacional de Defesa.
O pensamento estratégico precisa ser amplo, ao invés de buscar uma análise detalhada dos fatos. Deve ter como base as necessidades de um grupo humano e ser realizado em equipe. O pensamento estratégico é social e, portanto, não deve ser obra de um homem, personalista e iluminado. A subordinação às idéias de um "virtuose" é o caminho mais direto para o desastre.
Com este trabalho, procuramos apontar aspectos que consideramos relevantes para que a atual END obtenha o êxito esperado em prol do setor da Defesa do Brasil.
Alguns pontos desse importante documento foram questionados, uma vez que, sob a nossa ótica, não estão claros. As respostas a esses questionamentos, esperamos, foram levantadas antes do início e durante a formulação da END e orientarão a sua implementação, posto que, acreditamos, são fundamentais para o seu sucesso.
Caso contrário, a END não passará de mero trabalho teórico!
A Estratégia Nacional de Defesa (END) não deve significar o fim do assunto, como poderia transparecer a sua sigla ("fim", "final", "término", na língua inglesa), mas, ao contrário, o início de uma ampla discussão, em nível nacional, sobre esse importante tema, com a participação pró-ativa de todos os segmentos da sociedade brasileira. (G.Mercantil)
Carlos Alberto Pinto Silva
General-de-exército na reserva, ex-comandante de Operações Terrestres (COTer).
Esta é uma análise digna de ser lida e interpretada,totalmente aproveitável e não aquela enxurrada de ataques de ciumeira e puro ranço.
E esse negócio de dizer que o militar da ativa não fala é conversa. O alto comando (ACE, ACMB e o ACAe) se manifestam sim e são ouvidos. Agora "boletim da baia" sempre teve e vai ter sempre, inclusive este do Gen Lessa que só serve para denegrir o trabalho dos companheiros que estão na ativa, como se ele tivesse mudado muita coisa no EB, não fez mais que a obrigação, empregando bem o dinheiro que lhe foi confiado.
"Mágoa de boiadeiro".
Implementação da estratégia nacional de defesa: alguns aspectos julgados relevantes
Decreto Presidencial, de dezembro de 2008, aprovou a Estratégia Nacional de Defesa (END), importante instrumento destinado a balizar procedimentos e caminhos a seguir por esse importante setor do Poder Nacional.
A formulação de estratégias é uma tarefa difícil; colocá-las em execução é ainda mais complicado. A experiência mostra que muitos gestores, integrantes dos mais elevados escalões, demonstram saber como desenvolver estratégias, mas se mostram pouco hábeis na tarefa de implementá-las, encontrando dificuldades na superação dos variados obstáculos políticos, organizacionais e orçamentários que são encontrados no caminho.
Não basta embasar as estratégias em objetivos operacionais mensuráveis de curto e de médio prazo. É fundamental que seus pressupostos tenham como alicerces sólidos e equilibrados planos de ação.
No caso específico da END, o Brasil dispõe, hoje, de um instrumento que foi longamente pensado por seus formuladores. Por outro lado, questionamos, será que foi suficientemente discutido, com a profundidade necessária, por todos os segmentos direta ou indiretamente envolvidos? Estão os mais importantes pressupostos levantados e devidamente embasados em sólidos e equilibrados planos de ação?
Continuemos a apresentar questões de difíceis respostas e discutíveis graus de certeza: Quais as tendências futuras dos recursos destinados à Defesa no Brasil?
Governo Federal está, realmente, disposto a cumprir suas promessas no sentido de atender às necessidades estabelecidas pela END?
O Governo Federal está, realmente, disposto a aumentar a produção nacional de material de Defesa e a incrementar os recursos destinados à sua aquisição?
As Forças Armadas brasileiras estão preparadas para empregar recursos de maneira mais inteligente e racional, ou seja, onde é realmente, necessário?
Com relação aos países desenvolvidos, queremos manter parcerias em toda a gama de capacidades associadas aos conflitos de alta intensidade?
Queremos desenvolver Forças Armadas capazes de atuar também em operações de alta intensidade, contando com tecnologia nacional e internacional de ponta? Ou continuaremos a priorizar as tarefas secundárias de não-guerra, como a gestão de crises na América do Sul, as operações de manutenção de paz e as operações de garantia da lei e da ordem e do tipo polícia, consideradas modestas em razão da estatura político-estratégica do Brasil?
Estamos dispostos a pensar e a discutir a necessidade de uma Revolução em Assuntos Militares (RAM), iniciando uma Transformação de Defesa nas nossas Forças Armadas? Ou continuaremos a priorizar a tomada de medidas paliativas destinadas a apenas remediar a deterioração de nossa capacidade operacional?
Uma estratégia é dinâmica, portanto, deve ser constantemente reavaliada. A reavaliação é uma peça-chave na execução, pois promove as discussões, esclarece as bases fundamentais da estratégia e ajuda a estabelecer objetivos relacionados com a sua execução.
O poder é fundamental na implementação de uma estratégia. As tentativas de execução que violaram as estruturas de poder sempre enfrentaram dificuldades e foram frequentemente condenadas ao fracasso.
Nesse contexto, o clima criado pelos chefes é de capital importância, pois afeta toda a instituição, dos mais baixos aos mais altos escalões. Vale ressaltar que os chefes, na esmagadora maioria das vezes, são também subordinados. Essa condição faz com que eles reajam ao clima decorrente das necessidades impostas pelas estratégias a implementar. Por isso, é importante que os chefes, em todos os níveis, acreditando nos objetivos a alcançar, se empenhem na execução escrupulosa de seus papéis, estimulando seus subordinados à superação das dificuldades e liderando os processos de controle.
Muitas vezes, o estabelecimento de novos rumos a seguir exigirá mudanças na cultura da organização. Mudanças de cultura são difíceis, mas possíveis. Vejamos algumas regras que, bem administradas, podem ajudar nesse sentido:
As razões para a mudança devem ser claras, estimulantes e de comum acordo entre os principais participantes do processo.
O foco deve estar voltado para a mudança de comportamento e não diretamente para a mudança de cultura. Novas pessoas, incentivos, controles e estruturas organizacionais podem motivar mudanças comportamentais e, em conseqüência, levar a mudanças na cultura da instituição.
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O cuidado com a velocidade deve ser observado. Quando se busca mudar a cultura de uma organização, a velocidade pode ser desejável ou até mesmo necessária, mas vem impregnada de problemas. Mudar muitas coisas simultaneamente, e com pressa, pode confundir o processo de mudança e tornar a coordenação e a comunicação difíceis.
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Alguns argumentam que, em uma democracia, somente os políticos podem tratar de políticas e de planejamento em nível estratégico. Esse pensamento significa confundir o assunto, pois, na maioria dos casos, os políticos não participam desse processo no campo da Defesa, mas, sim, decidem sobre políticas ou estratégias que lhes são propostas pelos assessores militares ou civis especialistas no assunto.
Alguns políticos erram ao ver as Forças Armadas como um instrumento de governo e não de Estado. Por isso, buscam alijar os militares (que são apartidários) das decisões políticas e estratégicas necessárias à defesa da sociedade e do Brasil. Tal atitude prejudica o planejamento e a implementação da Estratégia Nacional de Defesa, pois representa uma regressão do pensamento estratégico no País, em face de um injusto pré-julgamento dos militares feito por maus políticos de plantão.
Somente por meio de uma completa compreensão da política nacional e da integração entre civis e militares, poder-se-á estabelecer os melhores parâmetros para o emprego bem sucedido do Poder Militar no contexto de uma Estratégia Nacional de Defesa.
O pensamento estratégico precisa ser amplo, ao invés de buscar uma análise detalhada dos fatos. Deve ter como base as necessidades de um grupo humano e ser realizado em equipe. O pensamento estratégico é social e, portanto, não deve ser obra de um homem, personalista e iluminado. A subordinação às idéias de um "virtuose" é o caminho mais direto para o desastre.
Com este trabalho, procuramos apontar aspectos que consideramos relevantes para que a atual END obtenha o êxito esperado em prol do setor da Defesa do Brasil.
Alguns pontos desse importante documento foram questionados, uma vez que, sob a nossa ótica, não estão claros. As respostas a esses questionamentos, esperamos, foram levantadas antes do início e durante a formulação da END e orientarão a sua implementação, posto que, acreditamos, são fundamentais para o seu sucesso.
Caso contrário, a END não passará de mero trabalho teórico!
A Estratégia Nacional de Defesa (END) não deve significar o fim do assunto, como poderia transparecer a sua sigla ("fim", "final", "término", na língua inglesa), mas, ao contrário, o início de uma ampla discussão, em nível nacional, sobre esse importante tema, com a participação pró-ativa de todos os segmentos da sociedade brasileira. (G.Mercantil)
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Esta é uma análise digna de ser lida e interpretada,totalmente aproveitável e não aquela enxurrada de ataques de ciumeira e puro ranço.
E esse negócio de dizer que o militar da ativa não fala é conversa. O alto comando (ACE, ACMB e o ACAe) se manifestam sim e são ouvidos. Agora "boletim da baia" sempre teve e vai ter sempre, inclusive este do Gen Lessa que só serve para denegrir o trabalho dos companheiros que estão na ativa, como se ele tivesse mudado muita coisa no EB, não fez mais que a obrigação, empregando bem o dinheiro que lhe foi confiado.
"Mágoa de boiadeiro".
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Na minha opinião, a manobra do general Lessa esta aqui. Ele (e mais uma turma de ex, apoiados como sempre, por uma patota que esta fora do poder) esta aproveitando essa mobilização para mostrar que o governo não tem compentencia para implementar o que varios segmentos da sociedade esta pressionando para ser feito.jauro escreveu:
Alguns argumentam que, em uma democracia, somente os políticos podem tratar de políticas e de planejamento em nível estratégico. Esse pensamento significa confundir o assunto, pois, na maioria dos casos, os políticos não participam desse processo no campo da Defesa, mas, sim, decidem sobre políticas ou estratégias que lhes são propostas pelos assessores militares ou civis especialistas no assunto.
Alguns políticos erram ao ver as Forças Armadas como um instrumento de governo e não de Estado. Por isso, buscam alijar os militares (que são apartidários) das decisões políticas e estratégicas necessárias à defesa da sociedade e do Brasil. Tal atitude prejudica o planejamento e a implementação da Estratégia Nacional de Defesa, pois representa uma regressão do pensamento estratégico no País, em face de um injusto pré-julgamento dos militares feito por maus políticos de plantão.
É oportunismo? É.
Ele esta errado? Na minha opinião não. Nenhum problema que existia antes do MD foi solucionado. Estamos ai com 8 anos de governo e esta sendo preciso uma mobilização para o governo descobrir que existe MD.
Corrupção, apadrinhamento? Leiam as ultimas noticias sobre nosso ministro e vejam o quanto evoluimos. Vejam lá o governo perdendo as redeas do poder militar, que já são curtas, para um bebado vira-folha.
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Um dia eu vou ver um general Elito da vida comandando o EB. Quando isso acontecer eu vou acreditar que existe alguém com culhão para defender os intereses dos militares, ou para defender os interesses da nação na area da defesa. Por enquanto...vamos fazer estradas, ficar pedindo desculpas por isso, e coisa e tal.
Editado pela última vez por Guerra em Ter Mai 19, 2009 3:11 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Isto ai meu nobre...jauro escreveu:Uma coisa é boa que fique claro: General, Almirante e Brigadeiro de pijama não mandam nada, quando muito dão opiniões como essa. Portanto é bom focar no povo que está na ativa. Se eles participaram da confecção da END e não estão reclamando, então aguardemos o resultado. Esse negócio de dizer que eu fiz e agora ninguém faz nada, é conversa fiada, porque se tivesse feito não estaria essa penúria que aí está. Na Amazônia no período em que lá estive (15 anos atrás) nenhum dos figurões da época fez nada de mais, muito ao contrário.
Estou contigo nessa....
Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
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Re: Estratégia Nacional de Defesa
Palavras do Cmt Militar da Amazônia, favoráveis END.
É o que eu sempre digo tem que ser ouvido quem está no "front" ou seja na ativa, não aquelas críticas eivadas de saudosismo, ranço, ciúmes, descrédito e até mesmo deselegantes e ofensivas para com quem está à frente do Cmdo da Força."EXÉRCITO BRASILEIRO
Comandante Militar da Amazônia visita RR e confirma construção de 6 pelotões
O general de Exército Luis Carlos Gomes de Mattos, titular do Comando Militar da Amazônia (CMA), está em Roraima inspecionando as organizações militares. Em entrevista à Folha, Mattos enfatizou que a Amazônia é uma das prioridades da Estratégia Nacional de Defesa. “A Estratégia está destinando muitos projetos para a Amazônia, como estruturação de novas unidades e criação de novos pelotões de fronteiras. Já existiam alguns pelotões já planejados e com a colocação da Defesa na Agenda Nacional, estas prioridades ganharam uma importância ainda maior. Esperamos que os recursos venham junto com a essa valorização”, destacou.
Ele reafirmou que para Roraima está prevista a construção de seis Pelotões Especiais de Fronteiras (PEF’s), sendo três na terra indígena Raposa Serra do Sol, dois na reserva Yanomami e um fora das terras indígenas. “Sejam em reserva indígena ou não, vamos colocar [os pelotões] onde estrategicamente eles deverão ser colocados”, disse o general Mattos.
Ele não precisou quando os PEF’s serão construídos no Estado, uma vez que o custo da obras é elevado e ainda existe a crise financeira mundial, que enxugou orçamento dos Ministérios.
Sem contar com a construção de pistas e residências, um pelotão chega a sair por aproximadamente R$ 60 milhões. O planejamento já está pronto, aguardando apenas a liberação dos recursos.
Na Raposa Serra do Sol estão previstas as construções de três pelotões, sendo um no Contão, um na Serra do Sol e o outro em Jacamin. Na reserva Yanomami serão construídos um em Ericó e outro em Uaicás. E fora das terras indígenas, mas ainda dentro da faixa de fronteira, será construído um PEF na região de Entre-Rios.
RECEPÇÃO - Esta é a primeira vez que o general Luis Carlos Gomes de Mattos vem ao Estado à frente do Exército Brasileiro na Amazônia. Mattos foi recepcionando com todas as honras pertinentes ao posto. Foi escoltado até a sede da 1ª Brigada de Infantaria de Selva (1ª Bda Inf Sl) pelo 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizada e recebido com uma salva de 19 tiros pelo 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva.
Em seguida passou em revista a guarda de honra dos militares que compõem o Comando de Fronteira de Roraima/7º Batalhão de Infantaria de Selva e presidiu formatura militar com representantes de todas as organizações de Boa Vista. Por último, a tropa desfilou em continência ao comandante.
VISTORIAS – O general de Exército Luis Mattos assumiu o CMA em 6 de abril deste ano, em substituição ao também general de Exército Augusto Heleno Pereira. Iniciou as vistorias com os grandes comandos administrativos, onde inspecionou as unidades da 12ª Região Militar, sediada em Manaus (AM) e a 8ª Região, em Belém (PA).
Agora está visitando os cinco comandos operacionais, ou seja, as cinco Brigadas, sendo a 1ª Brigada, instalada em Roraima, a primeira a ser inspecionada pelo comandante. Hoje ele conhecerá as instalações do 3º Pelotão Especial de Fronteira, sediado em Pacaraima, e do 6º Batalhão de Engenharia de Construção, implantado na Capital. Posteriormente retorna a sede do Comando Militar da Amazônia, no Amazonas."
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
Jauro.