A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

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rafafoz
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#91 Mensagem por rafafoz » Qui Mai 14, 2009 8:16 am

Mais me respondam uma coisa, vocês acham o Brasil realmente capacitado para negociar com tais países?
Ele não consegue nem negociar com países como Bolívia e Paraguai que male mal tem diplomatas.

Na minha opinião é muito cedo para o Brasil adotar essa postura com nações como Coréia do Norte e Irã, nossos diplomatas não estão aptos a negociar com tais países. Futuramente talvez, hoje não. Vejo um grande risco para o Brasil caso falhe nas negociações, e tenha sua imagem arranhada por seu fracasso. Queira ou não são potencias nucleares e não paises pobres, o Brasil não possui uma doutrina em negociações ou experiências com nações desse porte nessas situações de risco, eu até vejo a boa intenção do Brasil, mais não a vejo preparada para realizá-la com perfeição.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#92 Mensagem por Marino » Qui Mai 14, 2009 8:59 am

Globo:

É a vez dos árabes na UNESCO, afirma Amorim

Para ministro, Brasil não tinha chances, e apoio a egípcio se deve a 'forte' política de aproximação com mundo árabe



BRASÍLIA. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil não apresentou candidato à direção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) porque não era uma vitória "líquida e certa" e por entender que "seria a vez de ter um candidato árabe". O atual diretor-adjunto da UNESCO, o brasileiro Márcio Barbosa, era o potencial candidato, mas o Itamaraty preferiu anunciar apoio ao ex-ministro da Cultura do Egito Farouk Hosni, célebre por declarar que queimaria livros em hebraico.

- O Brasil tem uma política de aproximação com o mundo árabe muito forte - disse o ministro, segundo a agência Reuters, para justificar o apoio ao egípcio em detrimento do brasileiro.

O chanceler afirmou que atualmente o Brasil se empenha por apenas duas candidaturas: a do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e a da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie para o tribunal de apelações da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Amorim voltou a negar que seja candidato a chefiar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, órgão da ONU). Depois que o Itamaraty anunciou apoio ao egípcio e não a Márcio Barbosa - que já havia angariado votos mundo afora para dirigir a UNESCO -, especulou-se que Amorim estivesse interessado em disputar o cargo, com o apoio dos árabes.



Escolha do Brasil desagrada a vários países aliados

O chanceler participou ontem de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara. Anteontem, ele já havia negado a candidatura à AIEA.

- Eu queria deixar muito claro que eu não fui, não sou e não serei candidato à agência atômica - afirmou Amorim.

Amorim descartou qualquer relação na disputa pela chefia da AIEA com o fato de o Brasil não apresentar candidatura própria para a sucessão na UNESCO. Além de Barbosa, o senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque (PDT-DF) almejava o cargo.

O apoio declarado ao ex-ministro egípcio na disputa pelo comando da UNESCO, marcada para setembro, desagradou não apenas à comunidade acadêmica no Brasil, mas a parceiros de peso, como Estados Unidos, Rússia, México, Argentina, França, Índia e China, que já teriam declarado apoio ao brasileiro Barbosa. Os Estados Unidos, recentemente, vetaram o nome de Hosni, devido a seu discurso antissemita. Os franceses, que antes haviam escolhido o egípcio, retiraram seu apoio.

Amorim afirmou que, na escolha para a chefia da AIEA, apoia o representante da África do Sul, Abdul Samad Minty.

- Se nós tivéssemos o desejo de apresentar outra candidatura, teríamos aproveitado o fato de ter havido um impasse em março.

Segundo a Reuters, a votação emperrou porque o favorito, o japonês Yukiya Amano, não conseguiu os dois terços necessários para ser eleito na disputa contra o sul-africano Minty.

O atual chefe, Mohamed El Baradei, deixa o cargo em novembro, após três mandatos de quatro anos cada.

- O Brasil apoia a candidatura sul-africana. A África do Sul é um país que divide conosco a participação na nova agenda que defende o desarmamento nuclear e o controle de armas nucleares - declarou Amorim.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#93 Mensagem por Marino » Qui Mai 14, 2009 9:06 am

O Amorim deve achar que fala para idiotas, como ele.
O que uma agência da ONU tem a ver com uma organização independente, não ligada a ONU, como o Comitê Olimpico?
ITAMATARY, VAI SE FU---!!!!!

============================================================
ÓRGÃO DA ONU

Candidatura Barbosa ameaça Olimpíada no Rio, diz Amorim

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA



O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem, em audiência na Câmara, que um eventual apoio à candidatura do brasileiro Márcio Barbosa à direção geral da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ameaça a candidatura do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.

"Cada candidatura que você lança tem um custo para outras. Pode ser gerado um desgaste em termos de apoio. Nós, no momento, temos duas candidaturas: a da ministra Ellen Gracie [do STF] para a Organização Mundial do Comércio e a do Rio para sede dos jogos olímpicos."

Ele foi cobrado, inclusive por deputados governistas, por dar apoio ao egípcio Farouk Hosni para o cargo, em detrimento de Barbosa, atual vice-diretor do órgão.

"Fizemos uma opção geopolítica. O Brasil tem uma política de aproximação com os países árabes e africanos, que apoiam a candidatura egípcia", afirmou Amorim.

Hosni vem sendo criticado por ter dado declarações antissemitas. Para Amorim, elas foram "pouco felizes". "Tenho certeza de que ele pautará sua gestão à frente da Unesco por um diálogo de civilizações", afirmou.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#94 Mensagem por Marino » Qui Mai 14, 2009 9:10 am

Mundo

UNESCO

Apoio ao Egito tem razão “geopolítica”

Silvio Queiroz



O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reafirmou ontem na Câmara dos Deputados que a opção do governo brasileiro por apoiar o candidato do Egito à direção-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) é “uma decisão geopolítica” e será mantida mesmo que o brasileiro Marcio Barbosa, atual número 2 do organismo e visto como um nome com boas chances, seja lançado por outro país. Em audiência na Comissão de Relações Exteriores, o chanceler mais uma vez negou que o apoio ao candidato árabe faça parte de uma troca, pela qual ele próprio se candidataria ao comando da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e insistiu que sua aspiração é “continuar a servir ao governo Lula, se for da conveniência do presidente”.

Deputados de oposição e também o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) questionaram a avaliação do Itamaraty, que põe em dúvida as chances de um candidato brasileiro. Chinaglia e Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que estiveram há duas semanas na sede da UNESCO, em Paris, relataram ter ouvido “pedidos de embaixadores de vários países” para que Marcio Barbosa fosse apresentado pelo governo brasileiro. “Há disposição de um conjunto de embaixadores na UNESCO para lançá-lo, mas ele não quer, não se sente à vontade”, afirmou o petista, que se confessou “inclinado” a encorajar a candidatura.

“Se for lançado sem apoio do Brasil, não vamos hostilizar, mas não posso ter duas atitudes: temos uma política de aproximação com o mundo árabe e a África, por isso nosso apoio é ao candidato endossado pela Liga Árabe e pela União Africana, e foi oficializado em carta na qual eu também expressei quais são as expectativas por uma gestão dele”, respondeu Amorim. O ministro contestou a avaliação de que Barbosa “teria vitória líquida e certa” e afirmou que, a partir de sondagens “não com embaixadores, mas com ministros e chefes de governo”, concluiu que “não há fissuras” no apoio dos árabes e africanos ao ministro da Cultura do Egito, Hosni Farouk. Tanto Barbosa quanto o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), cujo nome tinha apoio dos 80 colegas da casa, “são por enquanto candidatos de si mesmos”, acrescentou.

Respondendo ao deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que questionou o impacto da escolha para as relações com Israel, o chanceler admitiu que Farouk fez declarações “infelizes”, de tom antissemita, “que nos preocuparam, e falamos sobre isso”. O ministro egípcio, esperado na semana que vem para um encontro entre titulares de Cultura árabes e sul-americanos, no Rio, falou em queimar livros em hebraico. Amorim atribuiu as colocações de Farouk a disputas políticas domésticas e afirmou que o próprio candidato teria retificado o teor.



Irã

Foi na mesma linha que Amorim respondeu a outra preocupação de Gabeira, relacionada ao convite feito ao presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, para vir ao Brasil — a visita, marcada para a semana passada e cancelada, se realizaria dias depois de Ahmadinejad ter uma vez mais questionado o Holcausto. O ministro argumentou que o convite estava formalizado desde que ele próprio visitou Teerã, em novembro último. E desmentiu que a aproximação com o Irã tenha sido objeto de negociação com os Estados Unidos. “Não é nosso hábito pedir licença para tomar nossas decisões”, afirmou.



VEZ DE ISRAEL

O ministro Celso Amorim anunciou durante a audiência que está em negociação com Israel uma visita do novo chanceler, Avigdor Lieberman, que se opõe à criação do Estado palestino. O Itamaraty ofereceu marcar o encontro para julho, e a diplomacia israelense confirma as negociações. Amorim ressaltou que discorda “das posições expressas pelo ministro em campanha”, mas que “não pautamos o diálogo diplomático só pelas concordâncias”.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#95 Mensagem por WalterGaudério » Qui Mai 14, 2009 11:24 am

rafafoz escreveu:Mais me respondam uma coisa, vocês acham o Brasil realmente capacitado para negociar com tais países?
Ele não consegue nem negociar com países como Bolívia e Paraguai que male mal tem diplomatas.

Na minha opinião é muito cedo para o Brasil adotar essa postura com nações como Coréia do Norte e Irã, nossos diplomatas não estão aptos a negociar com tais países. Futuramente talvez, hoje não. Vejo um grande risco para o Brasil caso falhe nas negociações, e tenha sua imagem arranhada por seu fracasso. Queira ou não são potencias nucleares e não paises pobres, o Brasil não possui uma doutrina em negociações ou experiências com nações desse porte nessas situações de risco, eu até vejo a boa intenção do Brasil, mais não a vejo preparada para realizá-la com perfeição.
Os FATOS me obrigam a concordar com vc.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#96 Mensagem por krygstem » Qui Mai 14, 2009 4:25 pm

rafafoz escreveu:Mais me respondam uma coisa, vocês acham o Brasil realmente capacitado para negociar com tais países?
Ele não consegue nem negociar com países como Bolívia e Paraguai que male mal tem diplomatas.

Na minha opinião é muito cedo para o Brasil adotar essa postura com nações como Coréia do Norte e Irã, nossos diplomatas não estão aptos a negociar com tais países. Futuramente talvez, hoje não. Vejo um grande risco para o Brasil caso falhe nas negociações, e tenha sua imagem arranhada por seu fracasso. Queira ou não são potencias nucleares e não paises pobres, o Brasil não possui uma doutrina em negociações ou experiências com nações desse porte nessas situações de risco, eu até vejo a boa intenção do Brasil, mais não a vejo preparada para realizá-la com perfeição.
Hehe :)... tenho que discordar...
O Brasil sempre teve um papel importante na política internacional. Pode parecer exagero, mas uma análise da história das nossas relações internacionais vai mostrar muitas coisas:

Começo pelo papel de extrema relevância que teve a participação de Rui Barbosa na Conferência de Haia em 1907, na qual marcamos posição e influímos no rumo tomado pelo documento final.
Outro ponto foi que nós quase fizemos parte do grupo seleto de nações no equivalente ao Conselho de Segurança da Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), logo após a a 1ª GM. Apesar de não termos conseguido assento permanente, nós fomos os primeiros a conseguir assento não permanente e fomos reeleitos diversas vezes, até o momento em que nos sentimos ofendidos pela escolha da Alemanha para tal posição de destaque, a qual pleiteavamos com vigor, e, por isso, resolvemos abandonar a organização (1928).

O mesmo papel importante tivemos após a Segunda Guerra Mundial, sendo que poderíamos estar ocupando a vaga da França, que havia saído totalmente destruída da guerra e não tinha motivos reais para alí estar, não fosse a oposição da URSS, com quem tinhamos relações frágeis por conta de questões ideológicas. Nesse segundo caso, apoio para ser membro permanente veio dos próprios EUA, vide a citação abaixo, retirada do livro: Barreto Filho, Fernando P. de Mello. Os Sucessores do Barão: relações exteriores do Brasil: 1912 a 1964. São Paulo: Paz e Terra, 2001. pg. 161.
Descrição de Mário Gibson Barboza, que seria futuro Ministro das Relações Exteriores nos governos militares:
"Seríamos representantes da América Latina no órgão executivo supremo das Nações Unidas, posição a que nos podíamos justificadamente candidatar, pela nossa posição destacada no continente e dada a nossa participação única e efetiva no conflito mundial, entre todos os latino-americanos, com sacrifícios e riscos que nenhum outro país do hemisfério tinha sofrido nem enfrentado.
(...) Ao mesmo tempo, é de justiça reconhecer que se trata de causa extremamente difícil, pois, se contava com a discreta simpatia dos Estados Unidos, recebia – por isso mesmo – a decidida oposição da União Soviética, que via a presença do Brasil no Conselho de Segurança como um reforço automático às futuras posições norte-americanas naquele órgão de capital importância para a manutenção da paz e segurança mundiais."
Mais exemplos: A conferência de 1992, chamada de Rio 92, sobre Meio Ambiente, surgiu da gestão diplomática brasileira. Ela é a mais importante que já houve sobre o assunto, sendo que nela surgiram os conceitos de AGENDA 21 e DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, que são, hehe :) , "invenções" da nossa diplomacia, tentando criar um meio termo entre o desenvolvimento e a sustentabilidade, ao invés dos países desenvolvidos que defendiam a visão de "desenvolvimento zero" para "proteger as florestas", obviamente um argumento a fim de impedir nosso crescimento econômico e nossa independência real.

Sobre nossas relações com os países do Oriente Médio, cito o segundo parágrafo da página 10 do livro A política Externa do Regime Militar Brasileiro. Escrito por Paulo Fagundes Vizentini. Referindo-se às relações no período da Guerra Fria. Aí da pra ver quando surgem nossas relações com eles e seu âmbito e importância já nos idos de 1964.
As relações com os países produtores de petróleo (...) abriam um novo espaço para a diplomacia brasileira. Não se tratava apenas de garantir as importações de petróleo e aceder a um amplo mercado consumidor de produtos agrícolas, manufaturas, sevriços e armamentos. As relações com países como o Irã, o Iraque, a Arábia Saudita, o Egito, A Argélia e a Líbia, criavam a possibilidade de um relacionamento horizontal, de cooperação estratégica nos planos diplomático, econômico e militar. Assim, nasceram projetos conjuntos que envolviam a Petrobrás, a indústria de armamentos e os setores industriais constituídos pelo desenvolvimento brasileiro dos anos 1950-70. Trata-se de esboço de um eixo de cooperação entre potências médias emergentes dno Terceiro Mundo"

Sobre competência: nós temos mais competência que os EUA em termos de diplomacia. Lá os diplomatas fazem uma prova não tão difícil, são escolhidos aos milhares por ano e fazem apenas seis meses de curso preparatório. Na verdade, a maior parte das embaixadas americanas não são lideradas por agentes diplomáticos gabaritados, mas sim por “personalidades”, lá colocadas por indicação política. Eu já participei de uma palestra com um dos responsáveis pela Embaixada dos EUA aqui em Brasília e ele mesmo, sem sequer ser perguntado a respeito, falou que nossos diplomatas eram muito mais bem treinados que os dos EUA.

No Brasil, pelo contrário, o Instituto Rio Branco é responsável por realizar um dos (para não dizer “o”) concursos mais difíceis que existe em nosso país. Para ter uma idéia, a bibliografia básica do concurso tem mais de 120 livros (pode conferir um exemplo, lista só com alguns, aqui: http://www.politicaexterna.com/bibliografia ). Além disso, o período de formação dos nossos diplomatas no IRBr é de 2 anos, sendo que tem nível de Mestrado. Tal Instituto é reconhecido internacionalmente como um centro de excelência na formação diplomática, recebendo professores e alunos diplomatas de outras chancelarias que aqui vem aprender.

Nossos diplomatas tem um papel que não é secundário na política internacional e nós a muito tempo somos vistos como capazes de realizar ligações e superar barreiras entre entidades que, tradicionalmente, não se comunicam. Esse é o papel que podemos desempenhar em muitos lugares, incluindo o Oriente Médio.




Editado pela última vez por krygstem em Qui Mai 14, 2009 5:44 pm, em um total de 1 vez.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#97 Mensagem por Marino » Qui Mai 14, 2009 5:26 pm

Tinha que proibir a entrada de baitola do IRB, aceitar somente homens que se comprometessem com os interesses nacionais brasileiros, e não os do índio Zacarias, os do padre reprodutor, os do Chapolin colorado, etc.
Homens que se recusassem a assinar a declaração dos povos indígenas, que não aceitassem que a Argentina violasse o tratado do mercosul a toda hora, que declarassem as FARC terroristas e assassinas, que não tivessem vergonha de apoiar brasileiros para cargos como a UNESCO, qua não pressionassem para a assinatura do termo aditivo do TNP, que exigissem a apuração do assassinato dos brasileiros na Bolívia (já esqueceu?), etc.
Há mais coisas, mas paro por aqui, até pq a pressão está subindo e não posso falar.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#98 Mensagem por rafafoz » Qui Mai 14, 2009 6:00 pm

krygstem, de fato tenho que concordar com muito do que você disse, porém a Diplomacia atual me faz, há que eu vejo, me faz discordar. Os diplomatas não conseguem chegar a um acordo com países como Paraguai e Bolívia, por exemplo, saindo perdendo constantemente, ai eu me pergunto, ser diplomata é não fazer guerra, mais para isso pagar um preço alto para tal? Saindo perdendo nas negociações? Eu fico imaginando como seria a diplomacia brasileira com o Irã, por exemplo, imaginando o cenário atual. E vejo o Irã com seu programa nuclear bem ativo, e o resto das nações xiando. A diplomacia brasileira funciona para nós, que fazemos de tudo para não entrar em um conflito armado, porém isso funcionará com as outras nações como EUA, Irã e Coréia do Norte? Analisando essas nações talvez o Irã e a Coréia do Norte não entre em guerra, porem obtendo beneficios e seus programas nucleares ativos, ai o que adiantaria a diplomacia se não mudar nada e contiar na mesma.

Eu posso tar exagerando ou tendo uma visão errada, mais eu estou analisando a diplomacia atual com a forma de governo desses países, e ainda sim continuo não acreditando na nossa diplomacia. Por mais bem preparada que ela possa estar.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#99 Mensagem por DELTA22 » Qui Mai 14, 2009 6:31 pm

Senhores,

Pensei em escrever alguma coisa para comentar sobre a RIDÍCULA política externa brasileira ATUAL, não a política externa historicamente construida por nomes como os Brasileiros (no melhor sentido da palavra) Barão do Rio Branco, Rui Barbosa, dentre outros, mas como eu iria repetir quase tudo o que já disse em outros tópicos, desisti. Mas quero dizer apena uma coisa: a história vai nos cobrar TODOS os ERROS que cometemos HOJE.

[]'s a todos.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#100 Mensagem por rafafoz » Qui Mai 14, 2009 6:38 pm

a história vai nos cobrar TODOS os ERROS que cometemos HOJE.
Verdade.

Acrescentando o que estava falando, o Brasil ainda não possui influência sobre essas nações, o Brasil que me lembre nunca mediou um conflito armado, com nações de grande porte (desconsiderando o que teve entre Colômbia, Equador e Venezuela, e conflitos desse porte) como EUA, Irã e Coréia do Norte (ta as duas últimas não são de grande porte). O Brasil não irá lidar com casos internos, relacionados à política brasileira e outras nações, e sim lidando diretamente com um conflito a qual nós não fazemos parte, e possui inúmeras nações que não estão muito dispostas a negociar, como Japão, Coréia do Sul, Israel, etc. Sendo que muitas são nações desenvolvidas e com poder nuclear. Entre outros fatores, a qual o governo não lidou até agora e continuo achando o Brasil despreparado para lidar em cenários desse nível.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#101 Mensagem por krygstem » Qui Mai 14, 2009 8:25 pm

Oi,

vamos por partes
Os diplomatas não conseguem chegar a um acordo com países como Paraguai e Bolívia, por exemplo, saindo perdendo constantemente, ai eu me pergunto, ser diplomata é não fazer guerra, mais para isso pagar um preço alto para tal? Saindo perdendo nas negociações?
Bom, em termos de Bolívia já exprimi nesse fórum (acho que foi até nesse tópico mesmo) meu descontentamento com a questão lá da "nacionalização" das usinas da Petrobrás.

Em termos de Paraguai... ai entram as técnicas diplomáticas que muitas vezes são "estranhas" para os que veem de longe. Uma delas é a postergação indefinida.

O Paraguai tem seus pleitos (ilegítimos) sobre Itaipú, o que o Brasil pode fazer, em termos diplomáticos? Bom, em primeiro lugar é preciso ter em mente que uma das frases mais famosas que define um diplomata (não só no Brasil, mas no mundo todo) é que um diplomata nunca diz não. Isso siginifica que ele quando quer dizer não, diz talvez, e quando quer dizer talvez diz sim. O fato de não ter havido qualquer acordo quando da visita do presidente Lugo ao Brasil, diferente do que diz a mídia (que não tem obrigação de entender o proceder diplomático) foi uma vitória para o Brasil. Significa que nós passamos a perna no Paraguai e postergamos mais uma vez a questão. Até quando vamos fazer isso? Ou até que eles desistam (o que virá com o fim da presidência do Lugo, espera-se) ou para sempre. É exatamente isso que os países desenvolvidos dizem que vão fazer com as pretensões de diversos países ao Conselho de Segurança: "Talvez nós permitamos", "vamos ver", "na próxima reunião", “no ano que vem” etc...
A diplomacia brasileira funciona para nós, que fazemos de tudo para não entrar em um conflito armado, porém isso funcionará com as outras nações como EUA, Irã e Coréia do Norte?
Tem que ver que cada um desses tem um visão diferente do mundo, são, na prática mundos diferentes:

EUA: São a polícia do mundo, tem interesses comerciais, políticos e militares no mundo todo. Por isso a diplomacia deles tem que ser muito mais do “porrete” do que outra coisa. São os “ossos do ofício”.

Irã e Coréia: São considerados “párias” do mundo. Tem “inimigos por todos os lados”. No caso do Irã é Israel e pequenas tensões regionais (até o fim do regime Sadam os dois eram inimigos potenciais, tendo vivido guerra entre 1980 e 1988). Coréia: Tem como inimigos o Japão e a Coréia do Sul. A situação na Coréia do Norte é muito tensa, com tiros sendo disparados de ambos os lados da fronteira com a Coréia do Sul o tempo todo. Para ambos uma arma nuclear é essencial. Significa a garantia de que continuarão existindo sobre a face da terra.

Brasil: Pacífico em suas relações com 10 países fronteiriços. Não tem guerras a mais de 100 anos. Nossos interesses são só comerciais e de manutençaõ da paz que já temos, sem nos envolver em conflitos externos, por isso não temos militares nas ocupações americanas no Oriente Médio. Nosso diplomacia para com eles tem que ser como estão sendo, totalmente comerciais, sem desagradar a ninguém de forma essencial. Israel pode ficar ofendida com nossa política com o Irã, mas temos que ver que, como foi dito naquele vídeo que coloquei aqui, o Japão, por exemplo, também tem acordos comerciais com o Irã, o mesmo com muitos países da União Européia.

Só um ponto... para terminar... O Brasil não quer resolver os conflitos do Oriente Médio, o que nós queremos é ganhar comercialmente. Exportar produtos para eles, assim aumentando o nível de empregos no Brasil. Por que romper acordos comerciais em pról de interesses políticos que não nos interessam em nada? Em pról de um isolamento do Irã que simplesmente não é da nossa conta? Por que perder se outros, que muitas vezes nos criticam, como EUA, estão normalizando relações com esses países?




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#102 Mensagem por Sterrius » Qui Mai 14, 2009 11:15 pm

So uma ligeira correção (ligeira mesmo).

O curso pra diplomacia brasileira atualmente é o mais dificil da america do sul.

Quanto ao seus ultimos 2 topicos so reforça +- o pensamento que eu tenho da diplomacia brasileira e como ações diplomaticas devem ser tratadas.

Seu post tb me leva a crer que vc ja tentou o curso ou ao menos se interessou pelo mesmo :p.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#103 Mensagem por Vinicius Pimenta » Sex Mai 15, 2009 12:21 am

Parabéns pelos posts e pelo sites, krygstem!

Creio que o Itamaraty passe por um momento pouco feliz. A diplomacia brasileira em si é excelente e creio que disso ninguém tenha dúvidas.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#104 Mensagem por krygstem » Sex Mai 15, 2009 12:40 am

Sterrius escreveu:So uma ligeira correção (ligeira mesmo).

O curso pra diplomacia brasileira atualmente é o mais dificil da america do sul.

Quanto ao seus ultimos 2 topicos so reforça +- o pensamento que eu tenho da diplomacia brasileira e como ações diplomaticas devem ser tratadas.

Seu post tb me leva a crer que vc ja tentou o curso ou ao menos se interessou pelo mesmo :p.
Hehehehe, com certeza... talvez o dia que eu decorar toda a bibliografia eu passe :P

Obrigado Vinicius, eu também queria congratular o defesabrasil pelo ótimo site e pelo fórum único, de alto nível mesmo.




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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco

#105 Mensagem por WalterGaudério » Sex Mai 15, 2009 10:15 am

rafafoz escreveu:
a história vai nos cobrar TODOS os ERROS que cometemos HOJE.
Verdade.

Acrescentando o que estava falando, o Brasil ainda não possui influência sobre essas nações, o Brasil que me lembre nunca mediou um conflito armado, com nações de grande porte (desconsiderando o que teve entre Colômbia, Equador e Venezuela, e conflitos desse porte) como EUA, Irã e Coréia do Norte (ta as duas últimas não são de grande porte). O Brasil não irá lidar com casos internos, relacionados à política brasileira e outras nações, e sim lidando diretamente com um conflito a qual nós não fazemos parte, e possui inúmeras nações que não estão muito dispostas a negociar, como Japão, Coréia do Sul, Israel, etc. Sendo que muitas são nações desenvolvidas e com poder nuclear. Entre outros fatores, a qual o governo não lidou até agora e continuo achando o Brasil despreparado para lidar em cenários desse nível.
O pior é que antevejo que a história vai cobrar com sangue, guerras, e advinha quem lutará e dará seu sangue nelas?

Isso mesmo, os seus filhos e netos. Meus inclusive.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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