05/05/2009 - 17h06
Tensão entre Otan e Rússia aumenta e complica melhora na relação
Bruxelas, 5 mai (EFE).- A tensão entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia voltou a aumentar, devido às manobras da aliança previstas na Geórgia e à expulsão de dois diplomatas russos por suposta espionagem, fatos que minaram o processo de retomada das relações bilaterais.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, anunciou hoje que não irá à reunião do Conselho Otan-Rússia que estava prevista para 18 e 19 de maio em Bruxelas.
Seria o primeiro encontro de ministros desde que os aliados congelaram o Conselho Otan-Rússia devido ao conflito na Geórgia, que desencadeou na proclamação de independência de Abkházia e Ossétia do Sul em agosto passado.
O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, lamentou a decisão de Lavrov e expressou sua confiança em poder encontrar outra data para o conselho "em breve".
A Rússia também não irá ao encontro de chefes de Estado-Maior de países da Otan e associados, que será realizada amanhã e na quinta-feira.
Em ambos os casos, o motivo alegado são as manobras que a Otan fará entre amanhã e 6 de junho nos arredores de Tbilisi.
A Otan convidou a Rússia e outros países com os quais colabora a participar desses exercícios, que já estavam há um ano programados.
Porém, o presidente russo, Dmitri Medvedev, advertiu que "onde recentemente houve guerra não foram feitas manobras", as qualificou de "provocação descarada" e ordenou o aumento de sua presença militar na Abkházia e na Ossétia do Sul.
Hoje foi sufocado perto de Tbilisi um motim de um batalhão que, segundo sugeriu o Governo Mikhail Saakashvili, tinha por trás o Governo russo, com o objetivo, entre outros, de perturbar o exercício da Otan.
As autoridades russas rejeitaram as acusações do presidente georgiano.
A esses eventos se somou a expulsão na quinta-feira passada de dois funcionários da missão russa perante a aliança, Víctor Kochukov e Vasyl Chizhov, que é filho do embaixador da Rússia na União Europeia, Vladimir Chizhov.
Esse foi outro dos motivos que fez Lavrov adiar por tempo indeterminado a reunião com os ministros de Assuntos Exteriores da Otan.
A Rússia nega qualquer envolvimento com tarefas de espionagem dos dois diplomatas, que a Aliança Atlântica vinculou com o caso de um alto funcionário da Estônia que em fevereiro passado foi condenado a 12 anos de prisão em seu país por dar informação secreta a serviços de espionagem russos.
Apesar de tudo, o embaixador da Rússia perante a Otan, Dmitri Rogozin, assegurou hoje que Moscou não romperá relações diplomáticas com a Aliança Atlântica.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2 ... 39608.jhtm