Spruance VS O.H. Perry

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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Rui Elias Maltez
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Spruance VS O.H. Perry

#1 Mensagem por Rui Elias Maltez » Seg Jun 27, 2005 12:31 pm

Já existem 2 tópicos sobre cada uma destas classes de navios de guerra americanos, relativamente antigos, e resultado de filosofias diferentes, consequência de opções politico-militares das Aministrações americanas.

Os destroires Spruance (DD's) e as fragatas da classe OHPerry (FFG) são hoje em dia comparados mais em termos de tamanho, deslocamento e tripulação que ao nível de armamento e capacidades militares.

Os Spruance terão um maior custo operacional, em termos de tripulação embarcada, embora seja comum considerar-se que as OH Perry que equiparam a Marinha norte americana e que hoje em dia equipam ainda outras importantes marinhas mundiais do hemisfério ocidental (Espanha, Turquia, Polónia, Austrália, etc) têm praticamente o mesmo nível de armamento e as mesmas funções.

Se os Spruance foram concebidos para proporcionarem escoltas para forças-tarefa, basicamente para luta anti-submarina, e daí a sua velocidade interessante e o seu casco bem reforçado para cruzar mares alterosos em boa velocidade, temos as OH Perry, que virão para Portugal com o rótulo de navios que irão prestar uma mais-valia militar à nossa Marinha, nomeadamente ao nível AAW, e assim complementando as capacidades oferecidas pelas nossas actuais fragatas da classe Vasco da Gama.

Em que ficamos?

Spruance para luta anti-submarina, navios enormes, de tamanho próximos dos cruzadores Ticonderoga (embora estes tenham a vantagem de serem AEGIS, tal como os modernos cruzadores AB), ou as mais versáteis e "esguias" O.H. Perry?

Se assim é, de forma linear, o que leva a que diversos países tenham interesse em adquirir uma ou mais unidades disponíveis pelos EUA para serem vendidas a países aliados, ou ao interesse de Taiwan em se equipar com as Kidd (sucedâneos das Spruance), se posdemm procurar os mais "baratos" OHP?

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JLRC
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#2 Mensagem por JLRC » Seg Jun 27, 2005 9:41 pm

Rui Elias Maltez escreveu:Sendo os Spruance concebidas como escoltadores de forças-tarefa para luta anti-submarina, e sendo igualmente referidas como destroires (DD's) que terão sensivelmente as mesmas capacidades militares que as O.H. Perry, que são apontadas para a Marinha portuguesa como navios para AAW, como é que é?

Os Spruance são maiores, e exigem maior tripulação, e num cenário muito hipotético de Portugal se equipar com 2 Spruance ou com 2 OHP, a generalidade dos colegas defendem que as OHP oferecem o mesmo tipo de armamento por mais baixo custo operacional.

Ora se umas são apontadas como ASW e outras como AAW, em que ficamos?

Gostaria de conhecer a opinião dos colegas sobre isso.


Os Spruance são destroyers ASW, projectados para poderem fornecer proteção anti-submarina aos Carrier Battle Groups, e grandes o suficiente, para poderem enfrentar mar alteroso, navegando a velocidade elevada, de modo a acompanharem os CV. Poderemos classificá-los como VdG em ponto grande, com armamento semelhante (mísseis Sea Sparrow, Harpoon, torpedos Mk 46, excepto nos mísseis Tomahawk, que as VdG não têm e nos 2/127) mas electrónica diferente. Já as OHP, graças aos mísseis SM-1 MR são fragatas AAW.
Os Kidd, não são sucedaneos dos Spruance. Inicialmente eram destroyers AAW encomendados pelo Irão e baseados no desenho dos Spruance. Devido à queda do Xá da Pérsia, os EUA ficaram com eles e modernizaram-nos. Têm 2 lançadores duplos para SM-2, como os Tico sem VLS e sistema de combate SYS-2. Embora não possuam o binómio SPY-1 A/Aegis, são poderosos navios AAW, podendo o seu sistema ser considerado um mini-Aegis.
Como conclusão, os Spruance não iriam trazer nada de novo para a nossa Marinha (preferia as 2 fragatas da classe M que a Holanda vai disponibilizar), o que eles fazem, as VdG também fazem e por menos dinheiro. Já com as OHP o caso é diferente. Nós precisamos mesmo das OHP se queremos ter navios AAW. As 2 JvH teriam sido uma boa compra mas como tal não foi possível, restam as OHP. Já agora a talhe de foice, os destroyers AAW do tipo 42 da GB, também não são grande coisa, pois também são velhos e o sistema Sea Dart está ultrapassado. Se o Brasil os comprar, fará uma grande asneira. Mas esta é só a minha opinião.




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Rui Elias Maltez
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#3 Mensagem por Rui Elias Maltez » Ter Jun 28, 2005 6:22 am

JLRC ou outros colegas:

De que fragatas da classe M estão a falar?




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#4 Mensagem por Degan » Ter Jun 28, 2005 5:04 pm

Rui,

Son las dos fragatas multipropósito Holandesas que recientemente compró Chile, de las cuales aún hay dos disponibles:


KAREL DOORMAN CLASS FRIGATES, M:

Crew 154 (170 including helicopter crew)
Dimensions
Length 122 m
Beam 14.4 m
Draught 6.2 m
helicopter flight deck 22 x 14 m
Displacement 3,300 tons
Propulsion 2 rolls royce spey 1a gas (12 Mwatt); 2 stork werkspoor diesels (3.6 Mwatt); 2 shafts
Speed 29 knots (gas turbine), 21 knots (diesel engine)
Weapons
Missiles
Anti-ship 8 boeing harpoon block 1C, 2 quad launchers
air defence 16 raytheon Seasparrow, mk 48 vertical launch system
Guns 1 x 76mm otomelara mk 100
2 x oerlikon 20 mm
Close-in weapon system thales nederland goalkeeper with 30mm gun
Torpedoes 2 twin 324 mm mk 32 mod 9 tubes, alliedsignal mk 46 mod 5 torpedoes
Systems
Decoys 2 sippican hycor sbroc mk 36 quad chaff launchers; sensytech nixie SLQ-25 towed torpedo decoy
Countermeasures argosystems apecs II
command and control system thales nederland sewaco viib
SATCOM WSC-6 twin aerials, link 11
Radars
Air/surface search thales nederland SMART-s
thales nederland LW08
fire control thales nederland stir
Navigation thales 1226
Sonar thales anaconda dsbv 61 (passive towed array); thales nederland PHS-36 (active search and attack)
Helicopter 1 x agustawestland lynx SH-14d


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Saludos cordiales,




Chile, fértil provincia y señalada, de la región antártica famosa, que no ha sido por rey jamás regida, ni sus tierras y dominios sometida!!!.
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#5 Mensagem por REGATEANO » Ter Jun 28, 2005 6:10 pm

Rui Elias Maltez escreveu:Já as OHP, graças aos mísseis SM-1 MR são fragatas AAW.


Olá Rui,

Interessante destacar a fraca capacidade desses meios em missões AAW, vejamos:

"While the guided missile frigates (FFG) bring an anti-air warfare (AAW) capability to the frigate mission, they have some limitations. The FFG-7 Class has good capability against (2 or less) medium and high altitude ASMs. If equipped with the SM-1 BLK VIB and Mod 6 FCS, it also has a good capability against low altitude ASMs. It features an improved 2D air search radar, and high SM-1 salvo rate against a single target. However, the cycle time for SM-1 is relatively long, and the capability against low ASMs for Mod 2/SM-1 BLK VIA ships is poor. Radar illuminator blockage zones are excessive, and the radars must illuminate target continuously during missile flight. The long range air search radar is 2D, and track capacity is limited." http://www.fas.org/man/dod-101/sys/ship/ffg-7.htm

E ainda, só um possuem um único radar diretor de tiro, e o lançador Mk-13 só dispara um míssil por vez.

Quanto ao SM-1 seu alcance máximo é de cerca de 20 milhas naúticas.

O pior, para mim, é o único eixo. Se quebrar alguma coisa, tem que chamar o reboque.

[]´s




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#6 Mensagem por Lauro Melo » Ter Jun 28, 2005 9:17 pm

Francisco Daniel escreveu:Olá Rui,
Interessante destacar a fraca capacidade desses meios em missões AAW, vejamos:
"While the guided missile frigates (FFG) bring an anti-air warfare (AAW) capability to the frigate mission, they have some limitations. The FFG-7 Class has good capability against (2 or less) medium and high altitude ASMs. If equipped with the SM-1 BLK VIB and Mod 6 FCS, it also has a good capability against low altitude ASMs. It features an improved 2D air search radar, and high SM-1 salvo rate against a single target. However, the cycle time for SM-1 is relatively long, and the capability against low ASMs for Mod 2/SM-1 BLK VIA ships is poor. Radar illuminator blockage zones are excessive, and the radars must illuminate target continuously during missile flight. The long range air search radar is 2D, and track capacity is limited." http://www.fas.org/man/dod-101/sys/ship/ffg-7.htm

E ainda, só um possuem um único radar diretor de tiro, e o lançador Mk-13 só dispara um míssil por vez.

Quanto ao SM-1 seu alcance máximo é de cerca de 20 milhas naúticas.

O pior, para mim, é o único eixo. Se quebrar alguma coisa, tem que chamar o reboque.
[]´s


Tudo Bem Francisco,

Saberia explicar porque o sistema SM-1 seria lento ?
O texto mostra que a recarga é lenta, ou seja o ciclo é longo.

Parabéns pelo ótimos conhecimentos sobre forças navais.

Abraços,




"Os guerreiros não caem se ajoelham e levantam ainda mais fortes."
TOG: 22 anos de garra, determinação e respeito.
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#7 Mensagem por Einsamkeit » Ter Jun 28, 2005 9:25 pm

Esses Navios sao Virtualmente inuteis contra inimigos Mais fortes, num impotetico conflito com a espanha, basta 2 F-18 com 2 Harpoon cada para por a fundo, que cada Sm-1 pegue cada harpoon ainda ficam 2 indo para o alvo, Nao intendo essa classe de navios com Mk-13, ele deve demorar uma era para recarregar o Missil, Talvez se o Navio tivesse 2 de Braços duplos como os Ticos mais antigos ai sim teria uma boa capacidade, Acho que agora as coisas começaram a melhorar para os navios, porque estavam muito pendidas para as aeronaves.




Somos memórias de lobos que rasgam a pele
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ou talvez memórias de homens.
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#8 Mensagem por alfsapt » Qua Jun 29, 2005 6:24 am

Einsamkeit escreveu: Nao intendo essa classe de navios com Mk-13, ele deve demorar uma era para recarregar o Missil...


Pelo que já vi em imagens demora uns 3 segundos. O processo é mecânico e o míssil simplesmente "aparece" no seu suporte dada a velocidade com que sobe do interiror do Navio. O relativamente longo ciclo de tiro de que falam julgo dever-se mais aos sistemas de seguimento e aquisição de alvo... julgo eu.




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#9 Mensagem por P44 » Qua Jun 29, 2005 6:34 am

Boas ,Alfsapt!


Também me lembro de já ter visto documentários em que mostram o Lançador Mk-13 a carregar e é "estupidamente" rápido...

Uma pessoa até fica parva.
O orificio na base do lançador abre, o missil sobe pela "calha" do lançador, este roda a uma velocidade impressionante...

Agora realmente, em relação á "aquisição" do Alvo , é que já não sei...




Triste sina ter nascido português 👎
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#10 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Jun 29, 2005 12:50 pm

Neste momento, o problema não é tanto a "aquisição do alvo," mas a "aquisição das OHP" [050]


No entanto, gostaria de destacar que para mim, e dado que ambas são miragens, preferiria duas Karel Doorman para daqui a 3 ou 5 anos que duas OHP para já.

Poderão argumentar que as KD são semelhantes às nosas Vasco da Gama em termos de armamento.

Mas no entanto, destacaria que num up-grade que se lhes fizesse, e em que se lhes instalasse VLS, isso poderia dar maiores capacidades.

Mas se no fim recebermos as duas OHP que estão em provesso de espera já com 28 anos de idade, será que nessa altura servirão ainda para algo de relevante? :roll:




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#11 Mensagem por JLRC » Qua Jun 29, 2005 4:21 pm

Rui Elias Maltez escreveu:
Mas no entanto, destacaria que num up-grade que se lhes fizesse, e em que se lhes instalasse VLS, isso poderia dar maiores capacidades.


Rui

As Karel Doorman já têm um VLS, para mísseis Sea Sparrow.




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#12 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qui Jun 30, 2005 7:27 am

JLRC:

Nesse caso, não poderiam ser uma boa compra para a nossa Marinha?

Não sei se as KD serão navios AAW perfeitos, mas davam um jeito.

No limite, e já que as OHP vêm quase de borla (se vierem :cry: ), não colocaria de lado a hipóptese de termos na mesma 2 KD.

Repare:

Portugal teve 4 João Belo e 3 Vasco da Gama.

Total: 7 fragatas.

Actualmente tem ainda as 3 Vasco da Gama e 2 João Belo.

Total:

5 fragatas.

Supondo que as 2 OHP serão para substituir as João Belo ficaremos com 5 fragatas (3 ASW e 2 AAW).

Para um futuro próximo (se não fossem as malditas contingências financeiras crónicas, e falta de vontade em investir em Defesa e Segurança) ficaríamos na mesma com 7 fragtasa (3 Vasco da Gama, 2 OHP e 2 Karel Doorman).

Não acharia esse dispositivo desproporcional para as necessidades portuguesas, e para a extensão das águas à sua responsabilidade.

Já quanto às possiblidades financeiras, isso é outra conversa. :shock:




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