O futuro da AAAe no Brasil
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Blz Tykuna,
Mas isto realmente tem a ver com "O futuro da AAAe no Brasil" ou é só uma bateria anti-aérea de algum país perto da China?
abraços]
Mas isto realmente tem a ver com "O futuro da AAAe no Brasil" ou é só uma bateria anti-aérea de algum país perto da China?
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Brasileiro escreveu:Blz Tykuna,
Mas isto realmente tem a ver com "O futuro da AAAe no Brasil" ou é só uma bateria anti-aérea de algum país perto da China?
abraços]
É só pra "babar "mesmo! hehe Você tem razão, é "apenas" uma AA de lá.
Abraços
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
É um sistema completo, (aliás, mais completo do que o comum) e mostra bem como deve ser um sistema AAe de médio/longo alcance... Muito bom!!! gostei muito da foto!
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Quem pode me ajudar, não entendo a sistemática da Artilharia anti-aérea no Brasil, a Brigada AAAÉ de Santos é só o comando dos 5 GAAAÉ, ou possui alguma bateria operacional própria? E as Bias são subordinadas as Brigadas a que pertencem ou aos GAAAÉ? E finalmente, não deveríamos ter pelo mesmo os dobro de unidades AAAÉ que temos atualmente, por exemplo a região norte não possui unidades deste tipo? Obrigado e Abraços
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
A BdaAAAe enquadra os 5 GAAAe. (material dos anos 80) e alguns IglasFOXTROT escreveu:Quem pode me ajudar, não entendo a sistemática da Artilharia anti-aérea no Brasil, a Brigada AAAÉ de Santos é só o comando dos 5 GAAAÉ, ou possui alguma bateria operacional própria? E as Bias são subordinadas as Brigadas a que pertencem ou aos GAAAÉ? E finalmente, não deveríamos ter pelo mesmo os dobro de unidades AAAÉ que temos atualmente, por exemplo a região norte não possui unidades deste tipo? Obrigado e Abraços
As BiaAAAe são das Bda que as enquadram (9 Bias):2ª e 3ª BdaCMec,3ª, 6ª, 9ª, 10ª, 11ª, 12ª e Bda Pqdt (material dos anos 40).
Sim mais 13 Bias e mais 5 Grupos.
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Jauro.
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- Glauber Prestes
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
É isso aí.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Gauber,vc degusta aquele petisco da foto, com a "que desce redondo e gelaaaaadaaa", com aspirador de pó?
Como que "cê" consegue comer batata palha com cerva? Vixi!
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- Glauber Prestes
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Cara, o importante é a cerveja, não o petiscoso...jp escreveu:Gauber,vc degusta aquele petisco da foto, com a "que desce redondo e gelaaaaadaaa", com aspirador de pó?
Como que "cê" consegue comer batata palha com cerva? Vixi!
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
FOXTROT escreveu:Quem pode me ajudar, não entendo a sistemática da Artilharia anti-aérea no Brasil, a Brigada AAAÉ de Santos é só o comando dos 5 GAAAÉ, ou possui alguma bateria operacional própria? E as Bias são subordinadas as Brigadas a que pertencem ou aos GAAAÉ? E finalmente, não deveríamos ter pelo mesmo os dobro de unidades AAAÉ que temos atualmente, por exemplo a região norte não possui unidades deste tipo? Obrigado e Abraços
na LAAD ALGUEM VIU SOBRE sistema da Artilharia anti-aérea no Brasil?
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Parece que não ocorreu nada nesse sentido. A não ser a exposição do SABER M-60, mas parece que ninguém se interessou em ir a fundo no tema desse radar ou da Orbisat, ou perguntar sobre o M-200...zarata escreveu:FOXTROT escreveu:Quem pode me ajudar, não entendo a sistemática da Artilharia anti-aérea no Brasil, a Brigada AAAÉ de Santos é só o comando dos 5 GAAAÉ, ou possui alguma bateria operacional própria? E as Bias são subordinadas as Brigadas a que pertencem ou aos GAAAÉ? E finalmente, não deveríamos ter pelo mesmo os dobro de unidades AAAÉ que temos atualmente, por exemplo a região norte não possui unidades deste tipo? Obrigado e Abraços
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Mas eu acho que alguma coisa importante deve estar chegando perto nesse ou no próximo ano.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Sobre a AAAe ta confirmado que o Brasil não tem nenhuma bateria RBS-70
Abraço
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- FOXTROT
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Valeu pessoal, vamos esperar por novidades na artilharia anti-aérea, abraços
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Uma pena. É um sistema soberbo. Uma base aérea, ou instalação qualquer, guarnecido por RSB-23 e -70 é uma coça e tanto.Sd Young Guns 2 escreveu:Sobre a AAAe ta confirmado que o Brasil não tem nenhuma bateria RBS-70
Abraço
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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
sistema da Artilharia anti-aérea no Brasil parece que esfriou o que esta acontecendo?Brasileiro escreveu:Parece que não ocorreu nada nesse sentido. A não ser a exposição do SABER M-60, mas parece que ninguém se interessou em ir a fundo no tema desse radar ou da Orbisat, ou perguntar sobre o M-200...zarata escreveu:
na LAAD ALGUEM VIU SOBRE sistema da Artilharia anti-aérea no Brasil?
Mas eu acho que alguma coisa importante deve estar chegando perto nesse ou no próximo ano.
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Re: O futuro da AAAe no Brasil
Vamos ver se conseguimos agitar o assunto então, voltando ao debate.
Na minha opinião existe um aspecto relativo aos sistemas de defesa anti-aérea baseados em mísseis que parece não estar sendo levado em conta nesta discussão. Os mísseis em si não podem ser considerados como sistemas de armas propriamente ditos, na verdade eles são sua munição, e isto tem implicações importantes com relação à forma como devem ser considerados do ponto de vista de sua aquisição e emprego.
Os sistemas de detecção, controle de tiro, comunicações, etc... associados à um sistema de defesa anti-aérea não são consumíveis, e em princípio supõem-se que operarão ao longo de todo o conflito a menos que sejam efetivamente destruídos pelo inimigo. Isto obriga que a força atacante os considere também como alvos e tome medidas para tentar neutralizá-los, desviando e colocando em risco recursos que de outra forma estariam disponíveis para atacar os próprios objetivos que a defesa anti-aérea se propõem a proteger.
Já os mísseis em si são consumíveis, e algumas unidades deverão ser gastas toda vez que o sistema de defesa anti-aéreo for utilizado, quer esta utilização seja efetiva ou não. Isto implica que, caso a quantidade de mísseis disponível seja restrita, a força atacante pode se limitar a forçar o seu uso efetuando ataques simulados sem a intenção real de penetrar as defesas ou atingir qualquer alvo com precisão, apenas aproximando-se dos lançadores até detectar o disparo ou a aproximação dos mísseis e então fugindo antes de estar realmente em risco. As opções da defesa serão então evitar o disparo até o último momento, o que a colocará (e ao objetivo que pretende proteger) ao alcance de armas inteligentes e até mesmo de bombas burras lançadas no modo CCIP e afins, ou disparar sempre que os parâmetros de lançamento forem atingidos, esgotando sua munição em pouco tempo e tornando-se a partir daí inútil. E o próprio uso dos mísseis para interceptar bombas e mísseis atacantes terá o mesmo efeito.
O pior problema é que se uma força de defesa está nesta situação, sua capacidade de dissuasão é muito pequena. Um eventual inimigo pode estar certo de que bastará uma curta campanha de hostilização da defesa para que ela se torne inoperante (pela falta de mísseis) ou muito pouco efetiva (pela necessidade de economizar os mísseis). Assim a defesa anti-aérea passa a ser um fator de pouco peso na decisão do inimigo em atacar ou não, o que deveria ser uma das principais funções de qualquer componente de força militar.
Só existem duas opções para uma defesa anti-aérea que queira evitar enfrentar a situação descrita acima:
1) Adquirir um enorme estoque de mísseis, suficiente para uma campanha longa de alta intensidade (um inimigo pode hostilizar a defesa por semanas ou meses para forçar a queda de sua eficiência, com um nível de perdas mínimo, antes de iniciar os ataques aos verdadeiros alvos). Além de extraordinariamente cara esta opção tem o inconveniente de estar limitada no tempo, pois os mísseis podem perder a validade ou tornarem-se obsoletos pela evolução da ameaça ao longo dos anos posteriores à sua aquisição.
2) Produzir seus próprios mísseis, de forma a manter um pequeno estoque sempre atualizado em tempos de paz e iniciar a produção em massa no período de crise que antecede a guerra e durante ela. Caso a disponibilidade de recursos (mais tecnológicos que monetários) não permita o desenvolvimento local dos mísseis necessários, deve-se adquirir sua licença de produção juntamente com o conhecimento para sua constante atualização ao longo dos anos (ToT). Também não é necessário produzir localmente todos os tipos de mísseis que podem ser empregados em um sistema de defesa anti-aérea, mas apenas aquele/aqueles que a doutrina local designar para o uso em maiores quantidades. Mísseis de longo alcance por exemplo podem ser reservados para situações específicas, pois se os sistemas de mísseis de alcance médio estiverem disponíveis pode-se em princípio defender um dado objetivo com um maior número de baterias posicionadas em um anel de proteção, com a mesma ou maior eficiência final. Por outro lado, com a disseminação do armamento inteligente os mísseis de curto alcance passaram a só ter utilidade na defesa de alvos de ocasião para a força atacante, não sendo mais úteis para a proteção de objetivos fixos.
Levando em consideração estes pontos cheguei a uma posição quanto ao que deveria ser prioridade das FAA’s brasileiras no que tange à defesa anti-aérea. Os principais pontos seriam:
- Adquirir e instalar uma rede de sensores de grande alcance nas regiões que concentrarem os principais alvos potenciais, com ênfase na resistência a ECM e redundância. Em tempos de paz esta rede pode integrar o sistema de navegação aérea. Não tenho informações completas a respeito mas acho até que isto já existe.
- Adquirir uma quantidade apenas razoável de mísseis de maior alcance (Aster-30, S-300, etc...) principalmente para a dissuasão de ataques contra alvos mais importantes (bases aéreas e navais, hidrelétricas, etc...). Uma capacidade importante seria a de interceptação de mísseis supersônicos, principalmente no caso da MB já que navios são alvos de grande valor que justificam o uso deste tipo de armamento.
-Desenvolver ou adquirir o projeto de sensores locais móveis de médio e curto alcance (radares como o SABER60/200, sistemas IRST, etc...), de forma a serem produzidos localmente. Um eventual inimigo saberia que mesmo ataques iniciais bem sucedidos não impediriam a re-montagem da rede de defesa anti-aérea.
- Desenvolver ou adquirir o projeto de um míssil de alcance médio (entre 25 e 35 Km), a ser produzido localmente. Este seria a base do sistema de defesa e deve ter baixo custo e a capacidade de enfrentar qualquer tipo de aeronave e também bombas e mísseis. Minha opinião é que estes requisitos favorecem um sistema de guiagem CLOS ou COLOS, em uma célula de tamanho médio, então infelizmente o MAA-1 A/B ou o A-Darter não serviriam como base para o desenvolvimento. Aster-15 e Umkhonto-R se encaixam nos requerimentos de performance, mas tem custo elevado por unidade. O ideal seria algo como uma versão expandida do BARAK ou do Sea Wolf. Seria muito interessante o desenvolvimento de uma versão com guiagem on-board (GPS+IIR ou radar, talvez com o detector do A-darter?), a ser produzida em pequenas quantidades e utilizada em situações específicas como forte ambiente ECM ou contra atacantes equipados com ARM.
Para a defesa de curta distância contra aeronaves de apoio aéreo aproximado, UAV’s armados ou helis a artilharia AA de tubo ainda me parece a solução com melhor relação custo/eficiência, desde que apresente alcance suficiente para enfrentar as armas utilizadas nestes casos (não confio em calibres menores que 40mm para isso). Um complemento com mísseis de curto alcance (Manpads) pode ser necessário, mas aí não se aplica o que foi dito acima com relação aos mísseis médio alcance, porque o atacante não tem como planejar seguidas ações de simples hostilização contra alvos pequenos e constantemente em movimento, cuja posição ele não tem como garantir nem mesmo por curtos períodos de tempo. Portanto um estoque menor de mísseis pode ser suficiente, e a simples aquisição pode ser a melhor solução até porque seu custo é menor.
Resumindo muito, esta é minha opinião sobre o assunto.
Abraços,
Leandro G. Card
Na minha opinião existe um aspecto relativo aos sistemas de defesa anti-aérea baseados em mísseis que parece não estar sendo levado em conta nesta discussão. Os mísseis em si não podem ser considerados como sistemas de armas propriamente ditos, na verdade eles são sua munição, e isto tem implicações importantes com relação à forma como devem ser considerados do ponto de vista de sua aquisição e emprego.
Os sistemas de detecção, controle de tiro, comunicações, etc... associados à um sistema de defesa anti-aérea não são consumíveis, e em princípio supõem-se que operarão ao longo de todo o conflito a menos que sejam efetivamente destruídos pelo inimigo. Isto obriga que a força atacante os considere também como alvos e tome medidas para tentar neutralizá-los, desviando e colocando em risco recursos que de outra forma estariam disponíveis para atacar os próprios objetivos que a defesa anti-aérea se propõem a proteger.
Já os mísseis em si são consumíveis, e algumas unidades deverão ser gastas toda vez que o sistema de defesa anti-aéreo for utilizado, quer esta utilização seja efetiva ou não. Isto implica que, caso a quantidade de mísseis disponível seja restrita, a força atacante pode se limitar a forçar o seu uso efetuando ataques simulados sem a intenção real de penetrar as defesas ou atingir qualquer alvo com precisão, apenas aproximando-se dos lançadores até detectar o disparo ou a aproximação dos mísseis e então fugindo antes de estar realmente em risco. As opções da defesa serão então evitar o disparo até o último momento, o que a colocará (e ao objetivo que pretende proteger) ao alcance de armas inteligentes e até mesmo de bombas burras lançadas no modo CCIP e afins, ou disparar sempre que os parâmetros de lançamento forem atingidos, esgotando sua munição em pouco tempo e tornando-se a partir daí inútil. E o próprio uso dos mísseis para interceptar bombas e mísseis atacantes terá o mesmo efeito.
O pior problema é que se uma força de defesa está nesta situação, sua capacidade de dissuasão é muito pequena. Um eventual inimigo pode estar certo de que bastará uma curta campanha de hostilização da defesa para que ela se torne inoperante (pela falta de mísseis) ou muito pouco efetiva (pela necessidade de economizar os mísseis). Assim a defesa anti-aérea passa a ser um fator de pouco peso na decisão do inimigo em atacar ou não, o que deveria ser uma das principais funções de qualquer componente de força militar.
Só existem duas opções para uma defesa anti-aérea que queira evitar enfrentar a situação descrita acima:
1) Adquirir um enorme estoque de mísseis, suficiente para uma campanha longa de alta intensidade (um inimigo pode hostilizar a defesa por semanas ou meses para forçar a queda de sua eficiência, com um nível de perdas mínimo, antes de iniciar os ataques aos verdadeiros alvos). Além de extraordinariamente cara esta opção tem o inconveniente de estar limitada no tempo, pois os mísseis podem perder a validade ou tornarem-se obsoletos pela evolução da ameaça ao longo dos anos posteriores à sua aquisição.
2) Produzir seus próprios mísseis, de forma a manter um pequeno estoque sempre atualizado em tempos de paz e iniciar a produção em massa no período de crise que antecede a guerra e durante ela. Caso a disponibilidade de recursos (mais tecnológicos que monetários) não permita o desenvolvimento local dos mísseis necessários, deve-se adquirir sua licença de produção juntamente com o conhecimento para sua constante atualização ao longo dos anos (ToT). Também não é necessário produzir localmente todos os tipos de mísseis que podem ser empregados em um sistema de defesa anti-aérea, mas apenas aquele/aqueles que a doutrina local designar para o uso em maiores quantidades. Mísseis de longo alcance por exemplo podem ser reservados para situações específicas, pois se os sistemas de mísseis de alcance médio estiverem disponíveis pode-se em princípio defender um dado objetivo com um maior número de baterias posicionadas em um anel de proteção, com a mesma ou maior eficiência final. Por outro lado, com a disseminação do armamento inteligente os mísseis de curto alcance passaram a só ter utilidade na defesa de alvos de ocasião para a força atacante, não sendo mais úteis para a proteção de objetivos fixos.
Levando em consideração estes pontos cheguei a uma posição quanto ao que deveria ser prioridade das FAA’s brasileiras no que tange à defesa anti-aérea. Os principais pontos seriam:
- Adquirir e instalar uma rede de sensores de grande alcance nas regiões que concentrarem os principais alvos potenciais, com ênfase na resistência a ECM e redundância. Em tempos de paz esta rede pode integrar o sistema de navegação aérea. Não tenho informações completas a respeito mas acho até que isto já existe.
- Adquirir uma quantidade apenas razoável de mísseis de maior alcance (Aster-30, S-300, etc...) principalmente para a dissuasão de ataques contra alvos mais importantes (bases aéreas e navais, hidrelétricas, etc...). Uma capacidade importante seria a de interceptação de mísseis supersônicos, principalmente no caso da MB já que navios são alvos de grande valor que justificam o uso deste tipo de armamento.
-Desenvolver ou adquirir o projeto de sensores locais móveis de médio e curto alcance (radares como o SABER60/200, sistemas IRST, etc...), de forma a serem produzidos localmente. Um eventual inimigo saberia que mesmo ataques iniciais bem sucedidos não impediriam a re-montagem da rede de defesa anti-aérea.
- Desenvolver ou adquirir o projeto de um míssil de alcance médio (entre 25 e 35 Km), a ser produzido localmente. Este seria a base do sistema de defesa e deve ter baixo custo e a capacidade de enfrentar qualquer tipo de aeronave e também bombas e mísseis. Minha opinião é que estes requisitos favorecem um sistema de guiagem CLOS ou COLOS, em uma célula de tamanho médio, então infelizmente o MAA-1 A/B ou o A-Darter não serviriam como base para o desenvolvimento. Aster-15 e Umkhonto-R se encaixam nos requerimentos de performance, mas tem custo elevado por unidade. O ideal seria algo como uma versão expandida do BARAK ou do Sea Wolf. Seria muito interessante o desenvolvimento de uma versão com guiagem on-board (GPS+IIR ou radar, talvez com o detector do A-darter?), a ser produzida em pequenas quantidades e utilizada em situações específicas como forte ambiente ECM ou contra atacantes equipados com ARM.
Para a defesa de curta distância contra aeronaves de apoio aéreo aproximado, UAV’s armados ou helis a artilharia AA de tubo ainda me parece a solução com melhor relação custo/eficiência, desde que apresente alcance suficiente para enfrentar as armas utilizadas nestes casos (não confio em calibres menores que 40mm para isso). Um complemento com mísseis de curto alcance (Manpads) pode ser necessário, mas aí não se aplica o que foi dito acima com relação aos mísseis médio alcance, porque o atacante não tem como planejar seguidas ações de simples hostilização contra alvos pequenos e constantemente em movimento, cuja posição ele não tem como garantir nem mesmo por curtos períodos de tempo. Portanto um estoque menor de mísseis pode ser suficiente, e a simples aquisição pode ser a melhor solução até porque seu custo é menor.
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