Misseis Anti Radiação - Exportação
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
- Bourne
- Sênior
- Mensagens: 21087
- Registrado em: Dom Nov 04, 2007 11:23 pm
- Localização: Campina Grande do Sul
- Agradeceu: 3 vezes
- Agradeceram: 21 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Pelo que li (acho ) o Itamaraty é contra essa venda. Por que pode complicar os acordos/cooperações com a Índia, e as perspectivas de grandes e bilionários negócios futuros. Portanto, sai mais barato o Estado brasileiro continuar financiando o desenvolvimento/produção do MAR-1 do que com a venda para o Paquistão.
Em resumo, são negócios, apenas negócios. O Brasil deve por na balança quem é mais importante para o país e trará maiores retornos no longo prazo. A resposta vai ser óbvia, é a Índia. E, assim, se ela não se sente confortável com essa venda, está pode ser cancelada. Mas, ao mesmo tempo, cria uma ótima oportunidade para o Brasil aprofundar a sua cooperação com a Índia.
--------------------------------------------------------------------------------
Caso fosse:
Norte-americano: tudo complicado, os homis tem interesse nos dois. O Paquistão é essencial na luta contra o terrorismo e estabilidade na região. A Índia é vital para a manutenção do poder norte-americano no mundo. Além de ser um importantissimo aliado na região, especialmente contra a China.
Russo: nem pensar. A Índia tem muito mais dinheiro e o montante de negócios e as cooperações bilionárias não podem ser postos em risco por uma venda para o Paquistão.
China: se puder vende. Por que ambas são inimigas da Índia.
Em resumo, são negócios, apenas negócios. O Brasil deve por na balança quem é mais importante para o país e trará maiores retornos no longo prazo. A resposta vai ser óbvia, é a Índia. E, assim, se ela não se sente confortável com essa venda, está pode ser cancelada. Mas, ao mesmo tempo, cria uma ótima oportunidade para o Brasil aprofundar a sua cooperação com a Índia.
--------------------------------------------------------------------------------
Caso fosse:
Norte-americano: tudo complicado, os homis tem interesse nos dois. O Paquistão é essencial na luta contra o terrorismo e estabilidade na região. A Índia é vital para a manutenção do poder norte-americano no mundo. Além de ser um importantissimo aliado na região, especialmente contra a China.
Russo: nem pensar. A Índia tem muito mais dinheiro e o montante de negócios e as cooperações bilionárias não podem ser postos em risco por uma venda para o Paquistão.
China: se puder vende. Por que ambas são inimigas da Índia.
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Será que a gente perdeu alguma coisa com a Índia por míseros 100 mísseis antiradiação? Isso não dá pra um dia de guerra. Não são ADMs não. A gente vende pros indianos também, não tem problema. Acho que a gente precisa ter peito pra assumir certas posições. Do contrário podemos desistir da indústria de defesa. Se a gente vai ficar com receio de vender armamento, não tem pra que produzir. Tudo bem que se estabeleça critérios para a venda, também não é sair vendendo pra qualquer um tirano qualquer, mas não vejo o Paquistão como problemático.Carlos Mathias escreveu:Tava sim, tava sim. A Rússia veta vendas ao Paquistão que desagrade aos indianos, seus parceiros na região. É o caso dos motores russos nos caças chineses.
Por quê? Porque eles preferem não arriscar os grandes negócios deles com a Índia fornecendo equipamento pro inimigo deles.
Será que se o Brasil vendesse uns 200 MAR-1 pro Irã, os EUA bateriam palmas e achariam a coisa mais normal do mundo?
Acho inclusive que a comparação Paquistão - Irã não é das melhores. Enquanto o primeiro não tem, em tese, nada contra, o Irã figura na lista dos países suspeitos por natureza.
E falando francamente, a aproximação Brasil-Índia ainda está muito mais no campo das ideias, da retórica do que na prática. Quando a Índia atingir para o Brasil o status que tem para a Rússia, aí a gente pode pensar em não vender armas pro Paquistão.
O Itamaraty é sempre contra tudo. Quer apostar que não muda nada?Bourne escreveu:Pelo que li (acho ) o Itamaraty é contra essa venda. Por que pode complicar os acordos/cooperações com a Índia, e as perspectivas de grandes e bilionários negócios futuros. Portanto, sai mais barato o Estado brasileiro continuar financiando o desenvolvimento/produção do MAR-1 do que com a venda para o Paquistão.
Em resumo, são negócios, apenas negócios. O Brasil deve por na balança quem é mais importante para o país e trará maiores retornos no longo prazo. A resposta vai ser óbvia, é a Índia. E, assim, se ela não se sente confortável com essa venda, está pode ser cancelada. Mas, ao mesmo tempo, cria uma ótima oportunidade para o Brasil aprofundar a sua cooperação com a Índia.
A gente costuma olhar sempre pro lado apocalíptico ou como se só nós fossemos os miseráveis que precisam de negócios com os outros. A Índia depende tanto do Brasil quanto o Brasil da Índia. Invertendo as coisas, a Índia vai deixar de fazer os tais acordos/cooperações com o Brasil e as "perspectivas de grandes e bilionários negócios futuros" por causa de 100 mísseis? Se a gente vai colocar na balança, a Índia também.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Vai dizer isso para os indianos, que o Paquistão é um anjo celestial. É muito óbvio que deve-se guardar as devidas proporções e não levar a coisa ao pé daletra. Se imaginarmos um triângulo entre Brasil+USA+Irã, e se fizermos um paralelo com Brasil+Índia +Paquistão, você acha que a opinião dos EUa em relação ao Irã é melhor que a da Índia sobre o Paquistão? Na minha opinião os indianos tem o Paquistão em pior conta que os EUA tem o Irã. Eles estão em estado permanente de guerra e já foram as vias de fato diversas vezes, os paquistaneses acabaram de perpetrar um monstruoso ataque terrorista na Índia.Acho inclusive que a comparação Paquistão - Irã não é das melhores. Enquanto o primeiro não tem, em tese, nada contra, o Irã figura na lista dos países suspeitos por natureza.
Então, os indianos veem sim o Paquistão com piores olhos que os EUA em relação ao Irã.
E sinceramente, acho que nossa relação com a Índia pode sim ser muito mais proveitosa que com o Paquistão. Mas isso é opinião minha, só isso mesmo.
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Volto a dizer: A venda feita ao Paquistão não afeta em nada os negócios do Brasil com a India. Se os indianos vierem a se preocupar com a presença desses misseis no inventário do Paquistão, sempre poderão comprar os mesmos misseis na mesma quantidade ou em maior quantidade. Ambos os paises mantem relações diplomaticas com o Brasil e são considerados paises confiaveis pelo estado brasileiro. Não há nenhum impecilho politico-administrativo para vendas militares a nenhum dos dois paises.
Esse 'estudo' que se está fazendo aqui sobre possiveis dificuldades com a India em virtude da venda dos misseis ao Paquistão vai concluir, estou certo, que não há problema algum.
Israel vende eletronica para os dois paises. Os EUA vendem de tudo para ambos os paises (apesar de que nos ultimos 18 meses a India esfriou bastante seu impeto de compras norte-americanas e ampliou bastante seu arsenal de origem russa). Enfim, todo mundo ganha bom dindim vendendo para os dois lados das montanhas da Cachemira sem qq prurido.
É como na AL, onde a Russia vende tudo e mais um pouco para a Venezuela, pais que alem de ter fronteira com o Brasil, é governado por um Ten Cel meio estranho, e assina um documento com o Brasil prevendo o fornecimento de muita coisa e um comprometimento maior do que o que tem atualmente, e já começa vendendo uns helicopterozinhos, mais algumas remessas de Iglas, e por aí vai...
E o Brasil vende ST para a Colombia que aprende a usá-los alem fronteiras e agora vende ST para o Equador, apesar dos problemas entre os dois paises, e nem por isso a situação entre Brasil e os dois indigitados paises se altera.
Pessoal, negócios são negócios.
Quanto ao Irã a coisa é diferente pois é um país fora de centro, governado por gente radical ao extremo, que ameaça destruir outro pais todo o tempo e que tenta assumir ares retrôs, como se resolvessem reconstruir o antigo imperio Persa. Querem se projetar sobre o mediterraneo, soprando sob as costas da OTAN. O Brasil faria uma grande besteira se vendesse qq material ou equipamento militar para lá.
A realidade choca mesmo.
Esse 'estudo' que se está fazendo aqui sobre possiveis dificuldades com a India em virtude da venda dos misseis ao Paquistão vai concluir, estou certo, que não há problema algum.
Israel vende eletronica para os dois paises. Os EUA vendem de tudo para ambos os paises (apesar de que nos ultimos 18 meses a India esfriou bastante seu impeto de compras norte-americanas e ampliou bastante seu arsenal de origem russa). Enfim, todo mundo ganha bom dindim vendendo para os dois lados das montanhas da Cachemira sem qq prurido.
É como na AL, onde a Russia vende tudo e mais um pouco para a Venezuela, pais que alem de ter fronteira com o Brasil, é governado por um Ten Cel meio estranho, e assina um documento com o Brasil prevendo o fornecimento de muita coisa e um comprometimento maior do que o que tem atualmente, e já começa vendendo uns helicopterozinhos, mais algumas remessas de Iglas, e por aí vai...
E o Brasil vende ST para a Colombia que aprende a usá-los alem fronteiras e agora vende ST para o Equador, apesar dos problemas entre os dois paises, e nem por isso a situação entre Brasil e os dois indigitados paises se altera.
Pessoal, negócios são negócios.
Quanto ao Irã a coisa é diferente pois é um país fora de centro, governado por gente radical ao extremo, que ameaça destruir outro pais todo o tempo e que tenta assumir ares retrôs, como se resolvessem reconstruir o antigo imperio Persa. Querem se projetar sobre o mediterraneo, soprando sob as costas da OTAN. O Brasil faria uma grande besteira se vendesse qq material ou equipamento militar para lá.
A realidade choca mesmo.
Non Multa Sed Multum
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Cara, isso é um problema da Índia. A diferença de vender para o Paquistão e Irã está na reação da comunidade internacional. Importa pouco a visão que a Índia tem do Paquistão. Se ela reclamar ela, é voz isolada. Certamente não seria a mesma reação de uma venda ao Irã. Por isso que a comparação não é das melhores. O Irã não é inimigo só dos EUA, de uma certa forma o tipe de regime acaba sendo inimigo de todo Ocidente. Vai uma enorme diferença.Carlos Mathias escreveu:Vai dizer isso para os indianos, que o Paquistão é um anjo celestial. É muito óbvio que deve-se guardar as devidas proporções e não levar a coisa ao pé daletra. (...)
Então, os indianos veem sim o Paquistão com piores olhos que os EUA em relação ao Irã.
E sinceramente, acho que nossa relação com a Índia pode sim ser muito mais proveitosa que com o Paquistão. Mas isso é opinião minha, só isso mesmo.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
- Vinicius Pimenta
- Site Admin
- Mensagens: 12007
- Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
- Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 131 vezes
- Contato:
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
x2. Assino embaixo. É o que eu venho dizendo.Carioca escreveu:Volto a dizer: A venda feita ao Paquistão não afeta em nada os negócios do Brasil com a India. Se os indianos vierem a se preocupar com a presença desses misseis no inventário do Paquistão, sempre poderão comprar os mesmos misseis na mesma quantidade ou em maior quantidade. Ambos os paises mantem relações diplomaticas com o Brasil e são considerados paises confiaveis pelo estado brasileiro. Não há nenhum impecilho politico-administrativo para vendas militares a nenhum dos dois paises.
Esse 'estudo' que se está fazendo aqui sobre possiveis dificuldades com a India em virtude da venda dos misseis ao Paquistão vai concluir, estou certo, que não há problema algum.
Israel vende eletronica para os dois paises. Os EUA vendem de tudo para ambos os paises (apesar de que nos ultimos 18 meses a India esfriou bastante seu impeto de compras norte-americanas e ampliou bastante seu arsenal de origem russa). Enfim, todo mundo ganha bom dindim vendendo para os dois lados das montanhas da Cachemira sem qq prurido.
É como na AL, onde a Russia vende tudo e mais um pouco para a Venezuela, pais que alem de ter fronteira com o Brasil, é governado por um Ten Cel meio estranho, e assina um documento com o Brasil prevendo o fornecimento de muita coisa e um comprometimento maior do que o que tem atualmente, e já começa vendendo uns helicopterozinhos, mais algumas remessas de Iglas, e por aí vai...
E o Brasil vende ST para a Colombia que aprende a usá-los alem fronteiras e agora vende ST para o Equador, apesar dos problemas entre os dois paises, e nem por isso a situação entre Brasil e os dois indigitados paises se altera.
Pessoal, negócios são negócios.
Quanto ao Irã a coisa é diferente pois é um país fora de centro, governado por gente radical ao extremo, que ameaça destruir outro pais todo o tempo e que tenta assumir ares retrôs, como se resolvessem reconstruir o antigo imperio Persa. Querem se projetar sobre o mediterraneo, soprando sob as costas da OTAN. O Brasil faria uma grande besteira se vendesse qq material ou equipamento militar para lá.
A realidade choca mesmo.
Vinicius Pimenta
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
- Carlos Lima
- Sênior
- Mensagens: 18932
- Registrado em: Qui Mai 12, 2005 6:58 am
- Agradeceu: 1275 vezes
- Agradeceram: 631 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
x3!! ArrebentouVinicius Pimenta escreveu:x2. Assino embaixo. É o que eu venho dizendo.Carioca escreveu:Volto a dizer: A venda feita ao Paquistão não afeta em nada os negócios do Brasil com a India. Se os indianos vierem a se preocupar com a presença desses misseis no inventário do Paquistão, sempre poderão comprar os mesmos misseis na mesma quantidade ou em maior quantidade. Ambos os paises mantem relações diplomaticas com o Brasil e são considerados paises confiaveis pelo estado brasileiro. Não há nenhum impecilho politico-administrativo para vendas militares a nenhum dos dois paises.
Esse 'estudo' que se está fazendo aqui sobre possiveis dificuldades com a India em virtude da venda dos misseis ao Paquistão vai concluir, estou certo, que não há problema algum.
Israel vende eletronica para os dois paises. Os EUA vendem de tudo para ambos os paises (apesar de que nos ultimos 18 meses a India esfriou bastante seu impeto de compras norte-americanas e ampliou bastante seu arsenal de origem russa). Enfim, todo mundo ganha bom dindim vendendo para os dois lados das montanhas da Cachemira sem qq prurido.
É como na AL, onde a Russia vende tudo e mais um pouco para a Venezuela, pais que alem de ter fronteira com o Brasil, é governado por um Ten Cel meio estranho, e assina um documento com o Brasil prevendo o fornecimento de muita coisa e um comprometimento maior do que o que tem atualmente, e já começa vendendo uns helicopterozinhos, mais algumas remessas de Iglas, e por aí vai...
E o Brasil vende ST para a Colombia que aprende a usá-los alem fronteiras e agora vende ST para o Equador, apesar dos problemas entre os dois paises, e nem por isso a situação entre Brasil e os dois indigitados paises se altera.
Pessoal, negócios são negócios.
Quanto ao Irã a coisa é diferente pois é um país fora de centro, governado por gente radical ao extremo, que ameaça destruir outro pais todo o tempo e que tenta assumir ares retrôs, como se resolvessem reconstruir o antigo imperio Persa. Querem se projetar sobre o mediterraneo, soprando sob as costas da OTAN. O Brasil faria uma grande besteira se vendesse qq material ou equipamento militar para lá.
A realidade choca mesmo.
[]s
CB_Lima
CB_Lima = Carlos Lima
-
- Sênior
- Mensagens: 5921
- Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
- Agradeceu: 29 vezes
- Agradeceram: 5 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Vão me atirar pedras.
--------------------------------------------------------
O Irã não é uma criação imperialista, um rearranjo derivado do Grande Jogo do século XIX. Eles têm um sentido histórico, por mais que a "famíla real Pahlevi" fosse uma criação fantoche (o Tarik Ali disse que eles eram descendentes de cossacos, vejam só).
O próprio Sadam disse para jamais confiar em um persa, um dos legados do seu pai. "Persa", não iraniano.
E os iranianos não deixam de ter esse sentido histórico, de talvez ser o país mais importante do Oriente Médio, seja pelo óleo, seja pelo gás (onde são mais ricos ainda), seja pelas riquezas e promessas do Cáspio, seja pelo legado islâmico xiita, seja pela demografia, seja por terem enfrentado o Iraque, que era apoiado por americanos, russos, franceses, dentre outros. Não bastasse isso, ainda tem uma forma de democracia, que não é a ocidental, mas mui mais transparente que a dos países islâmicos.
Boa parte de juventude iraniana tem uma educação formal mui superior à dos vizinhos. A gurizada curte rock, as mulheres usam lingerie, nas cercanias de Teerã.
Acho que o soft power, aplicado ao Irã, contemplando o longo prazo, é do interesse do ocidente, Brasil incluso (lembrem-se do Cáspio e suas águas profundas).
Comparemos o Irã, em uma perspectiva de longo prazo, com o Paquistão, essa invenção inglesa, desprovido de unidade étnica (pashtuns vivendo tanto no Pak quanto no Afeganistão, por exemplo), incompetente na arte da guerra (e eram considerados tremendos guerreiros, quando da cisão com a Índia, muitos esperando que eles aniquilassem os hindus - novamente, Tarik Ali), com uma elita militar corrupta, fraticida e com coceira no gatilho, sustentando os sunitas mais radicais de todos.
Não estou defendendo o Irã, mas colocando em uma perspectiva de longo prazo (agora não, os iranianos são párias internacionais). Porém, para os paks, vendemos uma arma sensível, uma tecnologia que não sei se até então dispunham. E eles são e serão uma nação problemática.
E pensemos na Índia, no IBAS, nos projetos militares futuros, a possível influência da África do Sul. O papel que temos jogado no mais das vezes em conjunto com os hindus, no G20, e também em uma diplomacia mais do que tudo calcada no soft power.
Sei não, talvez os verdadeiramente espertos na parada tenham sido os paquistaneses. Adquirem uma arma sensível e friccionam nossa relação de longo prazo com os indianos. Touché ou xeque-mate ?
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Em suma, a longo prazo, não sei se a venda será interessante, oportuna ou conveniente. Quem sabe uma aposta grega ou indiana ?
Bem, saludos,people. alexandre.
--------------------------------------------------------
O Irã não é uma criação imperialista, um rearranjo derivado do Grande Jogo do século XIX. Eles têm um sentido histórico, por mais que a "famíla real Pahlevi" fosse uma criação fantoche (o Tarik Ali disse que eles eram descendentes de cossacos, vejam só).
O próprio Sadam disse para jamais confiar em um persa, um dos legados do seu pai. "Persa", não iraniano.
E os iranianos não deixam de ter esse sentido histórico, de talvez ser o país mais importante do Oriente Médio, seja pelo óleo, seja pelo gás (onde são mais ricos ainda), seja pelas riquezas e promessas do Cáspio, seja pelo legado islâmico xiita, seja pela demografia, seja por terem enfrentado o Iraque, que era apoiado por americanos, russos, franceses, dentre outros. Não bastasse isso, ainda tem uma forma de democracia, que não é a ocidental, mas mui mais transparente que a dos países islâmicos.
Boa parte de juventude iraniana tem uma educação formal mui superior à dos vizinhos. A gurizada curte rock, as mulheres usam lingerie, nas cercanias de Teerã.
Acho que o soft power, aplicado ao Irã, contemplando o longo prazo, é do interesse do ocidente, Brasil incluso (lembrem-se do Cáspio e suas águas profundas).
Comparemos o Irã, em uma perspectiva de longo prazo, com o Paquistão, essa invenção inglesa, desprovido de unidade étnica (pashtuns vivendo tanto no Pak quanto no Afeganistão, por exemplo), incompetente na arte da guerra (e eram considerados tremendos guerreiros, quando da cisão com a Índia, muitos esperando que eles aniquilassem os hindus - novamente, Tarik Ali), com uma elita militar corrupta, fraticida e com coceira no gatilho, sustentando os sunitas mais radicais de todos.
Não estou defendendo o Irã, mas colocando em uma perspectiva de longo prazo (agora não, os iranianos são párias internacionais). Porém, para os paks, vendemos uma arma sensível, uma tecnologia que não sei se até então dispunham. E eles são e serão uma nação problemática.
E pensemos na Índia, no IBAS, nos projetos militares futuros, a possível influência da África do Sul. O papel que temos jogado no mais das vezes em conjunto com os hindus, no G20, e também em uma diplomacia mais do que tudo calcada no soft power.
Sei não, talvez os verdadeiramente espertos na parada tenham sido os paquistaneses. Adquirem uma arma sensível e friccionam nossa relação de longo prazo com os indianos. Touché ou xeque-mate ?
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Em suma, a longo prazo, não sei se a venda será interessante, oportuna ou conveniente. Quem sabe uma aposta grega ou indiana ?
Bem, saludos,people. alexandre.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
É isso aí, a questão é o longo prazo. Mas deixa quieto, por enquanto.
- Bolovo
- Sênior
- Mensagens: 28560
- Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
- Agradeceu: 547 vezes
- Agradeceram: 442 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Olha, eu acho que o Irã não é problema, eles tem as rixas deles com os americanos (pos 78) e israelenses, mas a situação atual, alimentado pelo populista sopa de letrinhas presidente iraniano, deixa a coisa meio chata. Na Guerra do Ira-Iraque, vendemos armas aos dois países e nada de ruim nos aconteceu.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
-
- Sênior
- Mensagens: 5921
- Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
- Agradeceu: 29 vezes
- Agradeceram: 5 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Valews, mestre (by Tia Ursula). Estimo melhoras.orestespf escreveu:Eu não atiro pedras, amigo Alexandre, estou contigo!
PS - onde lê-se arruda, quis dizer sálvia. Tou ficando esquecido.
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
- Dieneces
- Sênior
- Mensagens: 6524
- Registrado em: Seg Abr 09, 2007 1:50 pm
- Localização: São Gabriel , RS
- Agradeceu: 9 vezes
- Agradeceram: 10 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Valeu pelo artigo , aiatolá Alexandre...
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
-
- Sênior
- Mensagens: 3804
- Registrado em: Qua Dez 03, 2008 12:34 am
- Localização: Goiânia-GO
- Agradeceu: 241 vezes
- Agradeceram: 84 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Valeu pelo lúcido post estimado Alexandre. E pode ficar tranquilo de minha parte, ainda que não concordasse, não atiraria pedras, afinal fóruns são para debates e aprendizados e não para desrespeitos ou donos da verdade!alexandre lemos escreveu:Vão me atirar pedras.
--------------------------------------------------------
O Irã não é uma criação imperialista, um rearranjo derivado do Grande Jogo do século XIX. Eles têm um sentido histórico, por mais que a "famíla real Pahlevi" fosse uma criação fantoche (o Tarik Ali disse que eles eram descendentes de cossacos, vejam só).
O próprio Sadam disse para jamais confiar em um persa, um dos legados do seu pai. "Persa", não iraniano.
E os iranianos não deixam de ter esse sentido histórico, de talvez ser o país mais importante do Oriente Médio, seja pelo óleo, seja pelo gás (onde são mais ricos ainda), seja pelas riquezas e promessas do Cáspio, seja pelo legado islâmico xiita, seja pela demografia, seja por terem enfrentado o Iraque, que era apoiado por americanos, russos, franceses, dentre outros. Não bastasse isso, ainda tem uma forma de democracia, que não é a ocidental, mas mui mais transparente que a dos países islâmicos.
Boa parte de juventude iraniana tem uma educação formal mui superior à dos vizinhos. A gurizada curte rock, as mulheres usam lingerie, nas cercanias de Teerã.
Acho que o soft power, aplicado ao Irã, contemplando o longo prazo, é do interesse do ocidente, Brasil incluso (lembrem-se do Cáspio e suas águas profundas).
Comparemos o Irã, em uma perspectiva de longo prazo, com o Paquistão, essa invenção inglesa, desprovido de unidade étnica (pashtuns vivendo tanto no Pak quanto no Afeganistão, por exemplo), incompetente na arte da guerra (e eram considerados tremendos guerreiros, quando da cisão com a Índia, muitos esperando que eles aniquilassem os hindus - novamente, Tarik Ali), com uma elita militar corrupta, fraticida e com coceira no gatilho, sustentando os sunitas mais radicais de todos.
Não estou defendendo o Irã, mas colocando em uma perspectiva de longo prazo (agora não, os iranianos são párias internacionais). Porém, para os paks, vendemos uma arma sensível, uma tecnologia que não sei se até então dispunham. E eles são e serão uma nação problemática.
E pensemos na Índia, no IBAS, nos projetos militares futuros, a possível influência da África do Sul. O papel que temos jogado no mais das vezes em conjunto com os hindus, no G20, e também em uma diplomacia mais do que tudo calcada no soft power.
Sei não, talvez os verdadeiramente espertos na parada tenham sido os paquistaneses. Adquirem uma arma sensível e friccionam nossa relação de longo prazo com os indianos. Touché ou xeque-mate ?
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Em suma, a longo prazo, não sei se a venda será interessante, oportuna ou conveniente. Quem sabe uma aposta grega ou indiana ?
Bem, saludos,people. alexandre.
Abraço!
- FOXTROT
- Sênior
- Mensagens: 7718
- Registrado em: Ter Set 16, 2008 1:53 pm
- Localização: Caçapava do Sul/RS.
- Agradeceu: 267 vezes
- Agradeceram: 108 vezes
Re: Misseis Anti Radiação - Exportação
Concordo com você Alexandre, bem como disse o Rodrigoiano, Forum é para debater!
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.