DDN escreveu:Ou seja, APENAS foram sequestrado durante anos, mas não foram torturados ........
Bolovo escreveu:Podem não torturar, mas tiram o direito de ir e vir do cidadão. Oras, também é crime. Se for procurar a fundo, há crime em tudo que as FARC faz (...)
PQD escreveu:no caso das Farcs como nao houve tortura? vivendo anos e anos com a ESPECTATIVA de nao estar vivo no dia seguinte!
BomRetiro escreveu:Não se trata de o crime ser cometido por um agente do estado, o crime continua sendo crime sendo o executor agente do estado, agente de estado estrangeiro ou ainda que fosse o Zé vendedor de coves.
Como disse acima, minha linha não endossa o método das FARCs. Respeitamos, e apoiamos a luta colombiana, contra a direita que historicamente é fascista naquele país, mas, repito, não se trata aqui de dizer que o método é bom (em verdade, foi o
único método que sobrou às FARCs, graças justamente ao fascismo colombiano; quem não conhece a história, procure saber o que aconteceu quando as FARCs tentaram se converter em partido institucional nos anos 80).
Isto é, posso aquiescer no sentido de que a prática de sequestros seja um crime, e concordo que não seja uma experiência agradável. Mas reparem: se as FARCs combatem o Estado colombiano, não há que se falar em respeito a suas leis,
ao contrário do Agente Estatal, torno ao ponto, que tem o dever de zelar por essas mesmas leis.
É preciso falar na intensidade do delito, também. Falo que a tortura é crime imprescritível, porque atenta contra a dignidade humana. Vocês vão concordar que uma coisa é morar a contragosto na selva, outra, bem diferente, enfiarem um cabo de vassoura no seu,
data venia, oríficio anal enquanto te esticam num pau-de-arara.
Há uma escala valorativa aí que não pode ser desconsiderada, no que diz respeito à gravidade do crime.
Bolovo escreveu:crime é crime e ponto. Ou por acaso existe "crime bom" e "crime ruim"?
Essa é uma questão interessante, e diz respeito a problemas de Filosofia e Sociologia do Direito.
Claro que "crime" não é crime só porque a lei diz que é. Há valores, conceitos, que sequer precisam estar positivados (postos na letra da lei) para que seu descumprimento seja considerado crime (os positivistas pregam que apenas aquilo que o Estado dita, formalmente, é lei, sem levar em consideração questões sócio/filosófico/culturais, mas é uma corrente já superada).
Por exemplo, fazer declaração errada, dolosamente, para fins tributários, é crime, com um pena não-desprezível. Mas não acho que o empresário, que assim procede, mereça a pecha de "criminoso" tal como um Fernandinho Beira-Mar, por exemplo. Pois, se a lei diz que são "crimes", a escala valorativa, o potencial danoso, é diferente em um caso e em outro.
É por isso, dentro dessa argumentação, que o crime do Agente Estatal é pior que o crime do Guerrilheiro.
Delta Dagger escreveu:Então você seria a favor que Fidel Castro e seus agentes fossem julgados em um tribunal internacional?
Sob quais acusações?
SGT GUERRA escreveu:(...)mas existem casos de torturam pelas FARCS. Sem contar os inumeros atentados terroristas.
As FARCs-EP comandam um vasto território. É impossível ter controle sobre tudo que é feito, ou realizado, em suas áreas. Da mesma forma, há tortura nas delegacias brasileiras, mas ninguém em sã consciência dirá que a prática de tortura é instrumento político do Estado brasileiro de hoje.
Vinícius Pimenta escreveu:Perfeito, então você concorda que precisam ser julgados tanto aqueles que praticaram tortura, quanto aqueles que eram da guerrilha?
SGT GUERRA escreveu:O assunto aqui (preste atenção no nome do topico) é porque só um lado esta sendo julgado.
Reporto-me às minhas falas anteriores. Há a questão axiológica que faz com que, num caso, uma conduta (tortura efetuada por Agente Estatal) seja mais grave do que outra (luta armada, consciente e politizada, contra um governo ditatorial).