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Mensagem
por Marino » Sex Set 26, 2008 9:12 pm
Recebi de um amigo, tendo sido publicado na revista Conexão Marítima (não conheço):
Brasil acelera programa de construção de submarino nuclear
· · Para acelerar o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro, a Marinha decidiu criar uma nova estrutura para tratar do programa. O comandante da Marinha, Júlio de Moura Neto, convocou o almirante de esquadra da reserva José Alberto Accioly Fragelli, ex-comandante do Estado Maior da Armada, para assumir a Coordenadoria Geral do Programa de Desenvolvimento do Submarino Nuclear, que será criada nesta sexta-feira (26) no Rio.
A medida é um dos primeiros passos da Força para retomar a construção de submarinos convencionais no Arsenal do Rio, de onde o último dos cinco submarinos da frota brasileira saiu em 2005, para alcançar o projeto de um casco capaz de receber o reator nuclear.
Com a decisão do Brasil de fechar um acordo bilateral com a França para a transferência de tecnologia para a construção de quatro submarinos convencionais visando ao nuclear, a Marinha terá de preparar o Arsenal do Rio para retomar a construção desse tipo de embarcação no País. O último submarino construído no Rio, o Tikuna, foi incorporado à Armada em 2005.
A decisão do Brasil pela França, anunciada no início da semana pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, era o que faltava para a Marinha voltar a planejar a construção de submarinos. Os oficiais temiam que a demora tornasse obsoleta a plataforma montada no Arsenal do Rio.
O modelo a ser adotado deverá ser o Scorpene, classe de submarinos franceses vendida a países como Chile, Malásia e Índia. Os cinco submarinos convencionais da frota brasileira foram construídos a partir de uma plataforma alemã. O Tikuna é uma versão aperfeiçoada dos quatro anteriores, da classe Tupi. O primeiro deles foi construído na Alemanha, em 1989, num acordo de cooperação que transferiu tecnologia para a construção dos outros no Arsenal da Marinha no Rio. O Brasil esteve prestes a assinar um novo acordo com a Alemanha para a construção de novos submarinos, que tinha até previsão de financiamento, mas voltou atrás com a retomada do projeto nuclear este ano. Ao contrário da França, a Alemanha não tem submarinos nucleares.
"Precisamos dos submarinos convencionais, que são mais adequados para o controle de águas mais perto da nossa costa. Além disso, ele vai dar o embasamento necessário para alcançarmos o submarino nuclear", declarou o almirante Álvaro Luiz Pinto, comandante de Operações Navais da Marinha. Para ele, o projeto do submarino nuclear consumirá ainda pelo menos dez anos.
Apesar da decisão pela França, o almirante disse que ainda é cedo para prever quando o Arsenal do Rio estará adaptado para começar a linha de produção dos submarinos com tecnologia francesa. Ele espera abrir a linha de produção de submarinos em 2010. "Nada foi assinado ainda", adverte.
Jobim já anunciou que o acordo será assinado no final de dezembro, quando o presidente francês Nicolas Sarkozy virá ao Brasil. O tratado, que o ministro classificou de "estratégico", não se restringe aos submarinos. A França também vai transferir tecnologia para a construção no Brasil dos helicópteros E-725, a cargo da Helibras. Na área de treinamento, a França também ajudará na formação de agentes especiais, principalmente do Exército.
O ministro também quer ir às compras para adquirir mais navios para a Marinha e concretizar seu plano de descentralização da Força com a criação de duas novas esquadras. Jobim quer bases no Nordeste e na Foz do Amazonas. No entanto, as aquisições deverão privilegiar a indústria naval nacional, uma das diretrizes do Plano Estratégico de Defesa que o governo promete para outubro
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco