Estratégia Nacional de Defesa

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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#76 Mensagem por WalterGaudério » Sáb Set 20, 2008 11:01 am

orestespf escreveu:
projeto escreveu:Ele só está preparando o terreno para justificar a END e futuras compras.
Perfeito, Alberto! Não faria isso se o NJ estivesse bem na fita, não é o caso, maleta, escutas, etc. A END precisa ir adiante e "argumentos" (artificiais ou não) precisa ser postos à mesa.


Abração,

Orestes
O que eu acho que está melando a coisa são os desdobramentos da crise georgiana, somada a fanfarronice do Sr. Chavez Frias, está começando a urubuzar possíveis acordos Russia-Brasil.




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
brisa

Re: Estratégia Nacional de Defesa

#77 Mensagem por brisa » Sáb Set 20, 2008 3:36 pm

Ministro: plano de Defesa pode superar divergências

Coordenador do comitê interministerial responsável pela elaboração do Plano Estratégico de Defesa Nacional entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 9, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, acredita que a iniciativa, embora conduzida por civis, irá contribuir para a superação de eventuais divergências entre civis e militares.


Mangabeira afirma não haver, da parte do atual governo, qualquer atitude revanchista por conta da perseguição a oposicionistas da ditadura militar (1964-1985), mas reconheceu que o golpe que depôs o presidente João Goulart aprofundou o distanciamento entre a sociedade civil e os militares.

"Vivemos um período de antagonismos e de suspeitas entre civis e militares que foi agravado por toda a experiência do regime militar", afirmou Mangabeira. "Acho que estamos superando isso e, a meu ver, essa é uma das conquistas menos visíveis da formulação do Plano de Defesa, selar a superação desse legado histórico".

Segundo o ministro, enquanto no resto do mundo os defensores de "projetos nacionais" são os mesmos grupos associados às pessoas que querem o fortalecimento da Defesa Nacional para que seus países tenham "uma margem de manobra que lhes permita construir seus próprios modelos e resistir às agressões e intimidações externas", no Brasil aconteceu algo singular.

"Devido a toda a nossa história, houve uma divergência, agravada pelo regime militar, entre os que defendiam o projeto de desenvolvimento e os que reclamavam um projeto de fortalecimento de nossas Defesas", disse Mangabeira.

Ele explicou que, enquanto o desenvolvimentismo foi associado aos grupos de esquerda, a noção de Defesa foi associada aos militares que combatiam esses mesmos grupos.

Mangabeira lembrou que, embora não tenha sido a única causa, o afastamento entre militares e esquerdas ajuda a explicar "a marginalização da causa da Defesa" e o conseqüente sucateamento das Forças Armadas brasileiras.

"Claro que essa não é a única explicação. Entre todos os países grandes, o Brasil é o menos beligerante e o que menos contato teve com guerras. Não temos inimigos, não estamos ameaçados por qualquer um de nossos vizinhos e o pacifismo faz parte de nossa identidade nacional. Estamos predestinados a nos engrandecer sem imperar. Nada disso, no entanto, nos exime da responsabilidade de nos defendermos".

Segundo Mangabeira, outra conseqüência desse antagonismo seria a existência de poucos especialistas civis aptos a discutir o tema e colaborar para a definição das estratégias adotadas pelo País.

Após receber a proposta do Plano de Defesa, Lula pediu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que convocasse uma reunião do Conselho Nacional de Defesa para que se amplie o debate sobre o assunto. Jobim preside o comitê interministerial criado em setembro de 2007 para formular a estratégia nacional




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#78 Mensagem por jauro » Sáb Set 20, 2008 4:02 pm

Ele explicou que, enquanto o desenvolvimentismo foi associado aos grupos de esquerda, a noção de Defesa foi associada aos militares que combatiam esses mesmos grupos.

Mangabeira lembrou que, embora não tenha sido a única causa, o afastamento entre militares e esquerdas ajuda a explicar "a marginalização da causa da Defesa" e o conseqüente sucateamento das Forças Armadas brasileiras.
Esta "histórinha" é por demais da conta de conhecida e é sacada cada vez que se quer cozinhar o galo mais um pouco.

Quero saber quando este tal conselho se reúne?




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#79 Mensagem por jauro » Dom Set 21, 2008 10:35 am

O Globo PANORAMA POLÍTICO
Mangabeira e as Forças Armadas
Ilimar Franco

Enquanto o Plano Estratégico de Defesa Nacional está na gaveta, o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) volta à França e à Rússia no início de novembro para negociar a compra de submarinos e caças supersônicos para as Forças Armadas, com transferência de tecnologia. Os presidentes desses países também virão ao Brasil até o final do ano. O lançamento do plano de defesa estava previsto para a cerimônia de 7 de setembro, mas foi adiado.

Quando se reúne o tal CND?




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#80 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Set 21, 2008 11:47 am

Jauro, 10 de outubro, se não me engano.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#81 Mensagem por jauro » Dom Set 21, 2008 3:00 pm

Carlos Mathias escreveu:Jauro, 10 de outubro, se não me engano.
Ufa!!!
PAINEL


Renato Lo Prete


Calendário

Será em 10 de outubro a reunião interministerial para fechar o Plano Nacional de Defesa- cujo lançamento deveria ter sido feito no 7 de setembro. No encontro ficarão frente a frente Nelson Jobin (Defesa) e Jorge Félix (GSI), recém- saídos de choque na cride dos grampos.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#82 Mensagem por jauro » Seg Set 22, 2008 11:54 am

E o Plano de Defesa, ministro?
Alexandre Barros

Depois do acidente da TAM em Congonhas, o ministro Nelson Jobim anunciou o novo Plano de Defesa do Brasil para setembro de 2008. Por que setembro? Por que não julho ou outubro? Suspeito, seriamente, que seria para coincidir com o 7 de Setembro, que já passou e, até agora, nada de plano.

O anúncio foi feito na cerimônia de apresentação dos novos generais ao presidente, ainda em 2007. Comparados comigo, eles são todos muito jovens. Em relação à velocidade de mudança do mundo, receio que estejam muito velhos.

Afinal, por que a idade é tão importante? É simples: Forças Armadas são burocracias que operam fora do mercado. Nelas existe apenas uma maneira de subir: fazer só o que os chefes mandam. E, como todas as burocracias não sujeitas às punições do mercado, elas não são capazes de aprender com seus próprios erros.

Só progridem nas burocracias os muito obedientes e os pouco criativos. Qualquer burocracia pública é assim. Inovação e atrevimento são punidos. O conformismo é premiado.

Oficiais jovens norte-americanos combatentes no Iraque estão começando a se insurgir contra essas características burocráticas das Forças Armadas dos EUA, que nisso são iguais a todas as outras. Os generais não vão ao campo de batalha nem costumam ter agilidade mental para acompanhar as mudanças do mundo, da tecnologia e, conseqüentemente, da estratégia. O resultado é que uma das coisas mais caras aos militares, a doutrina (que, trocando em miúdos, quer dizer: como se empregam as Forças Armadas em batalhas), acaba ficando desatualizada. Isso é muito grave num mundo que se move cada vez mais rapidamente.

No caso brasileiro é mais sério ainda, porque nossas Forças Armadas não se envolvem em guerras há muito tempo. Disse-me um oficial: “As Forças Armadas brasileiras medem a capacidade dos oficiais pelas notas que tiram nas escolas militares. Seus méritos são testados em batalhas simuladas entre azuis e vermelhos, e não em combates reais, com munição de verdade.”

Em exércitos guerreiros, mesmo com a inércia burocrática, ainda há espaço para a inovação nas guerras. Heróis são os indisciplinados que dão certo. Militarmente, isso é simples: o indisciplinado que fez alguma coisa diferente das ordens que recebeu, e morreu, deu errado. O que sobreviveu e ajudou a ganhar a batalha virou herói e contribuiu para a mudança da doutrina.

Sem guerra e com promoções dos mais conformistas, nossa rota para a inovação militar está cheia de obstáculos.

Militares não são pagos para olhar o que militares de outros países fazem. Eles são pagos para adivinhar o que potenciais inimigos externos ou elementos desestabilizadores podem ou vão fazer. Daí a importância dos serviços de espionagem.

Os orçamentos militares, no Brasil, sempre foram definidos pelos militares, sem ouvirem ninguém. Eles definem quem acham que são os inimigos (ou acreditam em histórias que lhes contam), determinam do que precisam para combater quem eles acham que são os inimigos e o Congresso vota sem ter idéia do que está aprovando.

Numa democracia com controle civil, como se presume que seja a nossa, espera-se que os militares digam à sociedade ou aos representantes por ela eleitos, primeiro, contra o que e contra quem eles pretendem nos defender; segundo, como pretendem fazer isso; terceiro, com que meios e recursos eles precisam contar; quarto, quanto isso vai custar. E, finalmente: será que não dá para fazer isso por um preço mais barato?

Nenhuma dessas condições tem sido atendida pelos militares brasileiros.

Agora vamos ao que comprar. Como não temos tecnologia militar de ponta - se deveríamos ter ou não é outra questão -, estamos limitados a comprar o que está disponível no mercado.

Essas coisas se dividem em três categorias: material não-letal, letal de baixa tecnologia e letal de alta tecnologia.

No primeiro quesito estamos bem: fardas, botinas, marmitas, cozinhas de campanha, caminhões e coisas que tais. Destas a indústria local dá conta. Quanto ao material letal de baixa tecnologia, ainda damos conta de boa parte. Afinal, a indústria nacional de armas, bem como as de metalurgia, podem, em curto espaço de tempo, adaptar-se para suprir boa parte das necessidades.

A porca torce o rabo é nos materiais letais de alta tecnologia. Estes os países fornecedores cedem ou vendem sem transferir tecnologia (e as Forças Armadas brasileiras só gostam de adquirir material com transferência de tecnologia, o que limita significativamente o número de supridores). Temos de aceitar o que nos for oferecido, na quantidade e nos prazos que os vendedores fixarem. Negociações nessa área são longas e complicadas.

Desde o ano passado as coisas se complicam na Bolívia. O país está dividido e o grau de violência aumenta.

A Rússia manda bombardeiros para manobras conjuntas com as forças militares da Venezuela.

Os anúncios da Petrobrás informam que as reservas presumidas de petróleo brasileiro no Atlântico são bem maiores do que se pensava.

Os EUA reativaram a IV Frota, responsável pelo patrulhamento e segurança no Atlântico Sul.

E o Plano de Defesa, anunciado pelo ministro Jobim para setembro, que fim levou?

Numa de suas primeiras declarações o ministro Jobim disse muito energicamente, sobre a crise aérea, que não importava a cor do gato, desde que ele matasse o rato.

A ausência de um Plano de Defesa claro, para uma politéia(Sic) que tem crises pipocando em volta, parece levar a crer que o ministro se atrapalhou na sua declaração e disse o contrário do que talvez quisesse dizer: que ele achava que, na realidade, a cor do gato é muito mais importante do que a morte do rato.

Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política (University of Chicago), é pró-reitor do Centro Universitário Unieuro (Brasília)
Boa apreciação, cheirando a ranço político, mas razoável.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#83 Mensagem por Marino » Seg Set 22, 2008 6:46 pm

Jauro, não gostei não. Podemos encontrar uma quantidade de erros. Veja se concorda (em azul):
jauro escreveu:E o Plano de Defesa, ministro?
Alexandre Barros

Depois do acidente da TAM em Congonhas, o ministro Nelson Jobim anunciou o novo Plano de Defesa do Brasil para setembro de 2008. Por que setembro? Por que não julho ou outubro? Suspeito, seriamente, que seria para coincidir com o 7 de Setembro, que já passou e, até agora, nada de plano.
Foi o Presidente da República que fixou o prazo para entraga de uma Estratégia Nacional de Defesa. Por necessidade, ela vai decorrer de uma nova Política. Não cabe falar em Planos.
Também foi decisão do Lula convocar o CDN, após receber as publicações no prazo determinado.


O anúncio foi feito na cerimônia de apresentação dos novos generais ao presidente, ainda em 2007. Comparados comigo, eles são todos muito jovens. Em relação à velocidade de mudança do mundo, receio que estejam muito velhos.
Bobagem. As FFAA são reconhecidas, em qualquer país desenvolvido, ou em desenvolvimento, como forças impulsionadoras de mudança, tecnológicas, metodológicas, etc.

Afinal, por que a idade é tão importante? É simples: Forças Armadas são burocracias que operam fora do mercado. Nelas existe apenas uma maneira de subir: fazer só o que os chefes mandam. E, como todas as burocracias não sujeitas às punições do mercado, elas não são capazes de aprender com seus próprios erros.
Afirmação de um acadêmico que não conhece as FFAA. Não são capazes de aprender com os erros? Como, se o erro significa morrer, ou perder uma guerra?

Só progridem nas burocracias os muito obedientes e os pouco criativos. Qualquer burocracia pública é assim. Inovação e atrevimento são punidos. O conformismo é premiado.
Conformismo premiado? Total ignorância do que são nossas FFAA. Se existisse conformismo, a MB não estaria com seu programa nuclear, a FAB não teria continuado com a idéia da Embraer, o EB não teria criado o IME e o CTEX. Inovação e atrevimento punidos? Diga isto ao Marechal Casimiro Montenegro, criador do ITA/CTA.

Oficiais jovens norte-americanos combatentes no Iraque estão começando a se insurgir contra essas características burocráticas das Forças Armadas dos EUA, que nisso são iguais a todas as outras. Os generais não vão ao campo de batalha nem costumam ter agilidade mental para acompanhar as mudanças do mundo, da tecnologia e, conseqüentemente, da estratégia. O resultado é que uma das coisas mais caras aos militares, a doutrina (que, trocando em miúdos, quer dizer: como se empregam as Forças Armadas em batalhas), acaba ficando desatualizada. Isso é muito grave num mundo que se move cada vez mais rapidamente.
Acho que o "professor" acredita que os Generais devam ter mais de 100 anos, que não usam computador, que nem entraram na era digital ainda. Não vão ao campo de batalha? Afirmação de profundo conhecedor. Na MB temos um ditado: do Marinheiro ao Almirante, todos estamos no mesmo barco. O míssil que atingir o Marinheiro, é o mesmo que atingirá o Almirante.

No caso brasileiro é mais sério ainda, porque nossas Forças Armadas não se envolvem em guerras há muito tempo. Disse-me um oficial: “As Forças Armadas brasileiras medem a capacidade dos oficiais pelas notas que tiram nas escolas militares. Seus méritos são testados em batalhas simuladas entre azuis e vermelhos, e não em combates reais, com munição de verdade.”
Pelo menos admite que é por meritocracia que ocorrem as promoções. Graças a Deus não estamos em guerra, mas quando preciso, vide Haiti/Angola/Moçambique, o pessoal mostra performance elevadíssima.

Em exércitos guerreiros, mesmo com a inércia burocrática, ainda há espaço para a inovação nas guerras. Heróis são os indisciplinados que dão certo. Militarmente, isso é simples: o indisciplinado que fez alguma coisa diferente das ordens que recebeu, e morreu, deu errado. O que sobreviveu e ajudou a ganhar a batalha virou herói e contribuiu para a mudança da doutrina.
PUTZ

Sem guerra e com promoções dos mais conformistas, nossa rota para a inovação militar está cheia de obstáculos.
PUTZ

Militares não são pagos para olhar o que militares de outros países fazem. Eles são pagos para adivinhar o que potenciais inimigos externos ou elementos desestabilizadores podem ou vão fazer. Daí a importância dos serviços de espionagem.
Não olham o que outros militares fazem? ADIVINHAR? Não tem noção do que fala, do método de planejamento, em que estudamos todas as POSSIBILIDADES DO INIMIGO.

Os orçamentos militares, no Brasil, sempre foram definidos pelos militares, sem ouvirem ninguém. Eles definem quem acham que são os inimigos (ou acreditam em histórias que lhes contam), determinam do que precisam para combater quem eles acham que são os inimigos e o Congresso vota sem ter idéia do que está aprovando.
Quanta bobagem. Quem dera que nossos orçamentos fossem por nós definidos, e cumpridos. O "professor", que escreve um artigo destes, não sabe que não se usam mais inimigos definidos. São definidas as VULNERABILIDADES do país, e de maneira decorrente, quais as CAPACIDADES que precisamos ter, para nos contrapormos a qualquer um que queira explorar tais vulnerabilidades. O Congresso não sabe de nada? Ele podia visitar a Comissão De Defesa.

Numa democracia com controle civil, como se presume que seja a nossa, espera-se que os militares digam à sociedade ou aos representantes por ela eleitos, primeiro, contra o que e contra quem eles pretendem nos defender; segundo, como pretendem fazer isso; terceiro, com que meios e recursos eles precisam contar; quarto, quanto isso vai custar. E, finalmente: será que não dá para fazer isso por um preço mais barato?
Imensa bobagem.
Há várias metodologias que podem ser utilizadas. A que o Governo optou, foi dizer aos militares quais as tarefas que os mesmos devem cumprir. Então, não foram os militares que disseram à sociedade suas tarefas. Foi o PODER POLÍTICO DA NAÇÃO que definiu e impôs estas tarefas, como acontece nas democracias. Nas respostas dadas, foi explicitado COMO vão cumprir as tarefas, as CAPACIDADES necessárias, e o custo vai ser definido pelo Governo, ao definir se aceita as respostas e concordar com as mesmas.


Nenhuma dessas condições tem sido atendida pelos militares brasileiros.
O contra-exemplo acima desmonta esta frase.

Agora vamos ao que comprar. Como não temos tecnologia militar de ponta - se deveríamos ter ou não é outra questão -, estamos limitados a comprar o que está disponível no mercado.
A criatura não conhece os desenvolvimentos conseguidos pelo Brasil: MAR, Guerra Eletrônica, MAA, Nuclear, etc.

Essas coisas se dividem em três categorias: material não-letal, letal de baixa tecnologia e letal de alta tecnologia.

No primeiro quesito estamos bem: fardas, botinas, marmitas, cozinhas de campanha, caminhões e coisas que tais. Destas a indústria local dá conta. Quanto ao material letal de baixa tecnologia, ainda damos conta de boa parte. Afinal, a indústria nacional de armas, bem como as de metalurgia, podem, em curto espaço de tempo, adaptar-se para suprir boa parte das necessidades.

A porca torce o rabo é nos materiais letais de alta tecnologia. Estes os países fornecedores cedem ou vendem sem transferir tecnologia (e as Forças Armadas brasileiras só gostam de adquirir material com transferência de tecnologia, o que limita significativamente o número de supridores). Temos de aceitar o que nos for oferecido, na quantidade e nos prazos que os vendedores fixarem. Negociações nessa área são longas e complicadas.
Veja a parte que sublinhei.
A criatura criticou, ou é impressão minha, as FFAA por exigirem trasferência de tecnologia?
Temos de aceitar o que nos for oferecido, na quantidade e nos prazos que os vendedores fixarem? Pergunte para os alemães se conseguiram isso com a MB. Alguém concorda com estas afirmações?


Desde o ano passado as coisas se complicam na Bolívia. O país está dividido e o grau de violência aumenta.

A Rússia manda bombardeiros para manobras conjuntas com as forças militares da Venezuela.

Os anúncios da Petrobrás informam que as reservas presumidas de petróleo brasileiro no Atlântico são bem maiores do que se pensava.

Os EUA reativaram a IV Frota, responsável pelo patrulhamento e segurança no Atlântico Sul.

E o Plano de Defesa, anunciado pelo ministro Jobim para setembro, que fim levou?
Não lê jornal? Como escrever sobre o assunto se não se atualiza. Sugiro inscrever-se no DB.

Numa de suas primeiras declarações o ministro Jobim disse muito energicamente, sobre a crise aérea, que não importava a cor do gato, desde que ele matasse o rato.

A ausência de um Plano de Defesa claro, para uma politéia(Sic) que tem crises pipocando em volta, parece levar a crer que o ministro se atrapalhou na sua declaração e disse o contrário do que talvez quisesse dizer: que ele achava que, na realidade, a cor do gato é muito mais importante do que a morte do rato.

Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política (University of Chicago), é pró-reitor do Centro Universitário Unieuro (Brasília)
Boa apreciação, cheirando a ranço político, mas razoável.
Concorda com minhas críticas, ou não?
Se não, podemos debater e chegar a um consenso.
Abração.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#84 Mensagem por Vinicius Pimenta » Seg Set 22, 2008 8:26 pm

Concordo com você, Marino. Texto muito ruim.
Alexandre Barros, Ph.D. em Ciência Política (University of Chicago), é pró-reitor do Centro Universitário Unieuro (Brasília)
Famoso quem?




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#85 Mensagem por jauro » Ter Set 23, 2008 10:45 am

Concorda com minhas críticas, ou não?
Se não, podemos debater e chegar a um consenso.
Abração.
Perfeito Marino. Perfeito.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#86 Mensagem por jauro » Ter Set 23, 2008 10:52 am

Acordo militar trará Sarkozy ao País



Itapemirim (ES), 23 de Setembro de 2008 - O Plano Nacional de Defesa, inicialmente previsto para ser anunciado em 7 de setembro, será divulgado até o fim de outubro, disse ontem o ministro da Defesa, Nelson Jobim. O ministro também anunciou que a decisão sobre o acordo de cooperação militar com a França já foi tomada pelo governo e o pacto será assinado no fim do ano, durante uma visita do presidente francês ao Brasil.

Jobim reconheceu que as Forças Armadas precisam de equipamentos novos para cumprir suas funções. "É evidente que precisam. Creio que até o fim de outubro devemos anunciar o Plano Nacional, que vai demonstrar claramente o tipo de modelo que temos de discutir", disse Jobim, na cidade de Itapemirim, no Espírito Santo, onde acompanhou demonstrações da Operação Atlântico, que simula uma guerra pelo controle da infra-estrutura petrolífera dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu submeter o plano de defesa ao Conselho de Defesa Nacional, que vai se reunir no início de outubro. Segundo Jobim, no fim de dezembro o presidente da França, Nicolas Sarkozy, virá ao País para assinar um acordo militar que envolve transferência de tecnologia para a conclusão do projeto de construção do submarino a propulsão nuclear.

O submarino nuclear é uma das prioridades do Brasil, depois da descoberta de reservas petrolíferas na área do pré-sal. "O Brasil dispõe do controle do combustível. O acordo com a França é a construção da parte não nuclear do submarino", disse o ministro a jornalistas. "O presidente Sarkozy virá ao Brasil no fim do ano e deve assinar o acordo estratégico em 22 ou 23 de dezembro", acrescentou Jobim. Segundo o ministro, além da parceria na construção do submarino nuclear, o acordo com a França também inclui a fabricação de helicópteros militares numa das fábricas da Helibrás e a capacitação de tropas do Exército.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#87 Mensagem por jauro » Ter Set 23, 2008 11:21 am

Imagem

22 SET 08
Entrevista-Mangabeira Unger

Coordenador do comitê interministerial responsável pela elaboração do Plano Estratégico de Defesa Nacional entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 9, o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, acredita que a iniciativa, embora conduzida por civis, irá contribuir para a superação de eventuais divergências entre civis e militares. Mangabeira afirma não haver, da parte do atual governo, qualquer atitude revanchista por conta da perseguição a oposicionistas da ditadura militar (1964-1985), mas reconheceu que o golpe que depôs o presidente João Goulart aprofundou o distanciamento entre a sociedade civil e os militares.

"Vivemos um período de antagonismos e de suspeitas entre civis e militares que foi agravado por toda a experiência do regime militar", afirmou Mangabeira. Acho que estamos superando isso e, a meu ver, essa é uma das conquistas menos visíveis da formulação do Plano de Defesa, selar a superação desse legado histórico".

Segundo o ministro, enquanto no resto do mundo os defensores de projetos nacionais são os mesmos grupos associados a pessoas que querem o fortalecimento da Defesa Nacional para que seus países tenham uma margem de manobra que lhes permita construir seus próprios modelos e resistir a agressões e intimidações externas, no Brasil aconteceu algo singular. "Houve uma divergência, agravada pelo regime militar, entre os que defendiam o projeto de desenvolvimento e os que reclamavam um projeto de fortalecimento de nossas Defesas", disse Mangabeira.

Marginalização.

Ele explicou que, enquanto o desenvolvimentismo foi associado aos grupos de esquerda, a noção de Defesa foi associada aos militares que combatiam esses mesmos grupos. Mangabeira lembrou que, embora não tenha sido a única causa, o afastamento entre militares e civis de esquerdas ajuda a explicar a marginalização da causa da Defesa e o conseqüente sucateamento das Forças Armadas brasileiras.

"Claro que essa não é a única explicação. Entre todos os países grandes, o Brasil é o menos beligerante e o que menos contato teve com guerras. Não temos inimigos, não estamos ameaçados por qualquer um de nossos vizinhos e o pacifismo faz parte de nossa identidade nacional. Estamos predestinados a nos engrandecer sem imperar. Nada disso, no entanto, nos exime da responsabilidade de nos defendermos", diz.

Segundo Mangabeira, outra consequência desse antagonismo seria a existência de poucos especialistas civis aptos a discutir o tema e colaborar para a definição das estratégias adotadas pelo País. "Em todos os países grandes do mundo há uma burocracia civil especializada em questões militares. Nós não a temos. Por isso eu julgo importante que essa proposta entregue ao presidente tenha sido conduzida por civis, com a ajuda dos militares. Ao longo do último ano, ouvi de vários oficiais que eles jamais haviam discutido com civis as grandes questões militares".

Após receber a proposta do Plano de Defesa, Lula pediu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que convocasse uma reunião do Conselho Nacional de Defesa para que se amplie o debate. Jobim preside o comitê interministerial, criado em setembro de 2007 para formular a estratégia nacional.

Mangabeira destaca que o plano apresentado ao presidente vai exigir sacrifícios da Nação, a quem caberá sustentar, ao longo de vários governos, as opções assumidas durante o debate que deve ocorrer assim que o plano for divulgado.

Sem mencionar valores, Mangabeira diz que nada é mais caro que a independência e relega a segundo plano os investimentos no reaparelhamento das Forças Armadas. "A estratégia nacional de Defesa não é uma peça orçamentária".



Como tem sido a relação dos militares com o senhor, um ministro civil escolhido pelo presidente para coordenar os trabalhos de elaboração do Plano Estratégico de Defesa Nacional?

- Mangabeira Unger: Excelente. O trabalho intensivo na construção da estratégia nacional de Defesa me proporcionou muitas e muitas horas de trabalho junto ao ministro Nelson Jobim (da Defesa) e aos militares, e construímos uma relação de colaboração cada vez mais aberta. Eu diria que minha melhor relação institucional é com as Forças Armadas, que assim como os cientistas e as igrejas em especial a Católica, se identificam com uma perspectiva nacional. E também porque estão de fora do mundo do dinheiro.



Como os militares reagiram ao fato de civis conduzirem o debate sobre as estratégias de Defesa e as possíveis mudanças nas Forças Armadas?

- A meu ver, o fato de que todo o processo de discussão do Plano tenha sido conduzido por civis é um de seus aspectos mais importantes. Em todo o mundo, quando um governo propõe a reconstrução de suas Forças, a tendência é que essas se fechem em si mesmas. Quando foi instituído o comitê interministerial responsável por elaborar a estratégia nacional de Defesa, eu disse a alguns oficiais que seria muito importante que eles se abrissem ao diálogo e resistissem à tentação de adotar uma atitude defensiva para, assim, construirmos juntos essa proposta. Pouco a pouco, foi isso que ocorreu. Foi uma experiência sensacional que não tem precedentes na história de nosso País, que nunca se empenhou numa tentativa tão abrangente de repensar toda a sua Defesa.



O distanciamento, ou, digamos, desconfiança, de parte da sociedade em relação aos temas militares acabou por proporcionar o sucateamento das Forças Armadas?

- Sim, a divergência ajuda a explicar, em parte, a marginalização da causa da Defesa, mas não é toda a explicação. Durante um longo período, as reformas militares ocorreram da seguinte forma: os militares pediam ao governo equipamentos caros como aviões ou submarino e o governo concedia um pouco para os satisfazer. Isso não é reforma séria, não é Defesa. Pelo contrário. O cerne desse debate não diz respeito a equipamentos ou orçamentos, embora tenha, claro, implicações sobre esses. O reaparelhamento das Forças será uma conseqüência de nossas grandes opções estratégicas. O essencial é, por um lado, nos perguntarmos qual é o alcance de nossas ambições e, de outro, qual é o nível de nossa disposição para o sacrifício.



O senhor já afirmou que o Plano Estratégico de Defesa, quando for divulgado, será acusado de ser um desperdício de dinheiro e um instrumento de corrida armamentista. O senhor se referia aos investimentos necessários para implementar o plano?

- Estou prevendo que quando o plano for divulgado será atacado por alguns formadores de opinião, mas penso que essas críticas serão úteis porque criarão a oportunidade para um grande debate que o País nunca travou. E eu acredito que nós vamos ganhar esse debate, pois há uma grande empatia com a causa da Defesa, que é inseparável da causa da independência nacional. Essa empatia, no entanto, ainda é limitada pela desinformação e o que precisamos é de esclarecimentos.



Já é possível falar em quanto de recursos será necessário para implementar o Plano?

- A estratégia nacional de Defesa não é uma peça orçamentária. Logicamente, ela terá todo um mundo de desdobramentos e implicações e alguns desses serão orçamentários.



Mas o plano terá que contemplar as demandas de reaparelhamento das Forças, não?

- A estratégia nacional de Defesa não é uma resposta conjuntural a problemas pontuais nem uma espécie de triagem de pedidos e solicitações feitas pelas Forças Armadas. Essa é a velha tradição que estamos querendo sepultar. O conteúdo do plano se caracteriza por três grandes aspectos. Primeiramente, a configuração, a orientação e também o reequipamento das Forças Armadas para dotá-las de maior mobilidade, flexibilidade e poder de monitoramento. O segundo aspecto é a reconstrução da indústria nacional de Defesa, tanto privada quanto estatal e, por último, a composição das Forças Armadas e a evolução do serviço militar obrigatório.



O senhor afirmou que a estratégia exigirá sacrifícios da Nação. A que tipos de sacrifícios estava se referindo?

- Além de tempo, recursos. Defesa custa dinheiro. Nada é mais caro do que independência nacional e esse é um problema angustiante para um país como o nosso, que precisa de hospitais, escolas, onde o povo vive cercado de carências. Temos que encontrar uma maneira equilibrada para atendermos essas necessidades ao mesmo tempo em que nos defendemos. Isso não é fácil e não deve ser encarado com leviandande, como se fosse uma decisão que coubesse apenas a um presidente. Esse é o tipo de decisão que terá de ser sustentada ao longo do tempo pela Nação


Quais as principais mudanças propostas para o serviço militar obrigatório?

- Até o momento, o único consenso é sobre a importância de mantermos sua obrigatoriedade. Isso vai contra uma tendência mundial, já que muitos países substituíram suas forças, compostas por recrutas, por forças integradas exclusivamente por soldados profissionais. Um dos fatores que levou a isso foi o desejo das elites desses países de ter as mãos desatadas em suas aventuras militares, servindo-se de forças compostas unicamente por jovens pobres. Nós não seguiremos por esse caminho e essa é a única coisa que eu posso dizer de forma inequívoca.



O Exército afirma que a quase totalidade de seus recrutas são arregimentados entre jovens que, ao se alistarem, manifestam o desejo de servir. Não seria o caso de extinguir a obrigatoriedade, recrutando apenas os que quisessem ingressar na carreira militar?

- Hoje, o sistema funciona da seguinte forma. No papel é obrigatório. Na realidade, é voluntário e serve quem quer. Com o aumento dos soldos, a pressão para ingressar na carreira militar aumentou ainda mais, de forma que os recrutas são, basicamente, jovens pobres. Nós entendemos que a garantia mais profunda de defesa de nosso País é a identificação da Nação com suas Forças Armadas, e não que apenas uma parte dos brasileiros receba das demais partes para defendê-las. Em uma sociedade tão desigual quanto a nossa, o serviço militar obrigatório funciona como um nivelador republicano, um espaço no qual a Nação pode se encontrar acima das classes sociais.


Como conciliar as necessidades das Forças Armada com essa visão, já que não há como arregimentar todos os jovens em idade de servir?

- Caberá à Nação decidir dentre um amplo espectro de opções. Uma solução minimalista seria manter as coisas como estão, talvez apenas buscando proporcionar mais educação civil aos jovens cuja formação profissional é incipiente. Já a solução maximalista seria permitir que, entre todos os inscritos, as Forças Armadas pudessem escolher quem quisesse, mantendo a representação de todas as classes sociais e regiões do País. Os que não prestassem o serviço militar teriam então que prestar serviço social, de acordo com seus interesses e aptidões.


Mas o serviço militar alternativo já está previsto na Constituição Federal e, segundo as Forças Armadas, só não vem sendo posto em prática devido à falta de convênios com outros órgãos de governo que se responsabilizem por empregar essa mão-de-obra.

- Pois é. Essa é a primeira vez em que apresento essa idéia que alguém se lembra de que isso já está previsto na Constituição. Tratam-na como uma idiossincrasia. Uma evidência do quanto estamos desacostumados a uma discussão séria de nossos problemas de Defesa.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#88 Mensagem por jauro » Ter Set 23, 2008 12:52 pm

Estrutura orçamentária das Forças deverá ser alterada

Vitória-ES (22/09/2008) - A forma de elaboração do orçamento das Forças Armadas deverá ser modificada nos próximos anos, informou hoje o ministro da Defesa, Nelson Jobim, em visita à Operação Atlântico. Em entrevista coletiva, ele explicou que Marinha, Exército e Aeronáutica deverão calcular, a partir do orçamento de 2010, os valores orçamentários necessários para sua manutenção no Estado em que se encontram.

As melhorias e novos planos de investimento de cada Força deverão ser apresentados sob a forma de projetos a serem atendidos com recursos adicionais, de acordo com os planos de governo e com a estratégia nacional de defesa. “O que precisamos estabelecer são programas, essa é a mudança que vamos fazer em termos de orçamentos das Forças”, disse Jobim. Segundo o ministro, é necessário que se trabalhe em programas de curto, de médio e de longo prazos.

O ministro previu ainda que, no prazo de 30 a 60 dias, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deverá anunciar a estratégia nacional de defesa, que lhe foi entregue dia 4 de setembro último. O ministro disse que o presidente decidiu discutir mais profundamente a proposta com outros ministros. Acrescentou que, quando a discussão interna estiver concluída, a proposta será levada à apreciação do Conselho de Defesa Nacional.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Defesa
(61) 3312-4070/4071


..........................................................................................

Atualizada às 10h35

Marinha deverá ser ampliada e dividida em três Esquadras

Vitória-ES (22/09/2008) - O Brasil deverá ampliar sua Marinha e criar bases no Nordeste e na Foz do Rio Amazonas. A informação foi dada hoje pelo Ministro da Defesa, Nelson Jobim, em entrevista durante a visita às atividades da Operação Atlântico. "A Marinha está concentrada no Rio de Janeiro, e há necessidade de se ter uma Força Naval força naval na Foz do Amazonas, que é entrada fundamental do território brasileiro. E há também a necessidade de uma Força Naval força naval no Nordeste, e aí nós teremos três grandes Forças Navais forças navais", disse o ministro.

Segundo ele, na região Sudeste a parte prioritária a ser defendida é a plataforma continental, onde concentram-se as reservas de petróleo e as rotas de comércio exterior brasileiro. O ministro chegou em Vitória (ES) na manhã desta segunda-feira e assistiu a uma demonstração de resgate de reféns por tropas de operações especiais da Marinha e do Exército, na Praia do Pontal, em Itaoca, município de Itapemirim, litoral Sul do Espírito Santo. Ele ainda acompanhou uma demonstração de mergulhadores de combate, simulação de ataque aéreo e lançamento de 250 pára-quedistas.

No total, a operação usou 500 pára-quedistas em uma ação para bloquear a BR 101 e tomar um centro de suprimentos do país "Amarelo", de modo a evitar reforços para as forças inimigas. A operação previa uso de 1.000 pára-quedistas, mas o número foi reduzido devidO à necessidade de deslocar homens para a Operação Guanabara, de suporte às eleições municipais no Rio de Janeiro.

Cerca de 10 mil militares da Marinha, Exército e Aeronáutica participam da Operação Atlântico, que é coordenada pelo Ministério da Defesa. Em um exercício militar combinado, os militares treinam a defesa da região, rica em minérios da Serra do Mar e as bacias de petróleo e gás do litoral Sudeste. O exercício acontecerá até o dia 26 de setembro, nos litorais do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo.

Leia mais sobre a Operação Atlântico:
.Operação Atlântico: Forças treinam para proteger bacias de petróleo e gás
.Estrutura orçamentária das Forças deverá ser alterada

Mais informações sobre a Operação Atlântico no site: http://www.mar.mil.br/atlantico

Foto: Marinha do Brasil
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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#89 Mensagem por jauro » Ter Set 23, 2008 12:55 pm

Aos poucos a END vai se delineando.




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Re: Estratégia Nacional de Defesa

#90 Mensagem por AlbertoRJ » Ter Set 23, 2008 8:27 pm

jauro escreveu:Imagem

22 SET 08
Entrevista-Mangabeira Unger
(...)
O essencial é, por um lado, nos perguntarmos qual é o alcance de nossas ambições e, de outro, qual é o nível de nossa disposição para o sacrifício.
(...)
O senhor afirmou que a estratégia exigirá sacrifícios da Nação. A que tipos de sacrifícios estava se referindo?

- Além de tempo, recursos. Defesa custa dinheiro. Nada é mais caro do que independência nacional e esse é um problema angustiante para um país como o nosso, que precisa de hospitais, escolas, onde o povo vive cercado de carências. Temos que encontrar uma maneira equilibrada para atendermos essas necessidades ao mesmo tempo em que nos defendemos. Isso não é fácil e não deve ser encarado com leviandande, como se fosse uma decisão que coubesse apenas a um presidente. Esse é o tipo de decisão que terá de ser sustentada ao longo do tempo pela Nação
Gostaria de destacar esse aspecto extremamente importante.

Um grande abraço.




Alberto -
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