MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Wolfgang
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#511 Mensagem por Wolfgang » Ter Abr 08, 2008 4:49 pm

Obrigado, born!




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Centurião
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#512 Mensagem por Centurião » Ter Abr 08, 2008 6:19 pm

jacquessantiago escreveu:08/04/2008 (13:46)

Brasil é o último em ranking de investimentos da OCDE
Agencia Estado

O Brasil é o último colocado no ranking de investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). De acordo com a OCDE, a parte total do Produto Interno Bruto (PIB) dedicado ao investimento em ativos fixos é "um importante indicador do crescimento econômico futuro". A OCDE reúne 30 países, que produzem mais da metade de toda a riqueza do mundo. O Brasil não faz parte da organização.

Em 2005 - último ano com dados disponíveis para todos os países pesquisados - a China liderava o ranking, com 41,5% de Formação Bruta de Capital Fixo como porcentagem do PIB. Os números da OCDE apontam para aceleração dos investimentos no país, que estavam em 34,3% no ano 2000. Já o Brasil é o último colocado, com uma taxa de 15,9%. Em 2000, esta taxa era de 16,8%.

Os números fazem parte do Factbook 2008, relatório anual divulgado pela OCDE que contém estatísticas econômicas, sociais e ambientais sobre os países membros da organização. Indicadores sobre o Brasil foram incluídos neste ano no documento, já que, de acordo com a OCDE, o Brasil faz parte de um grupo de "players globais" que podem vir a ingressar no organismo. Além do Brasil, fazem parte do grupo Índia, China, Indonésia e África do Sul.

Para os países membros da OCDE, a taxa média de investimentos em 2006 foi de 21%, mas ela é maior em países como Coréia do Sul, Espanha, Islândia e Austrália. A Coréia lidera a lista de membros da OCDE com maior taxa de Formação Bruta de Capital Fixo, de 29% em 2006.

Investimento externo

Em termos de investimentos estrangeiros diretos (IED), um "elemento-chave no processo de integração econômica internacional", o Brasil está um pouco melhor colocado no ranking da OCDE. De acordo com os dados do organismo, o País recebeu US$ 18,782 bilhões em 2006 de IED. O valor está muito abaixo aos US$ 183,571 bilhões dos EUA (o primeiro colocado da lista) e dos US$ 69,468 bilhões recebidos pela China (que aparece na quarta posição). Ainda assim, na lista de 35 países pesquisados, o Brasil aparece no 13º lugar. Os EUA e o Reino Unido foram os principais destinos para os investimentos estrangeiros diretos entre os países da OCDE em 2006, enquanto os fluxos para os países da zona do euro diminuíram entre 2005 e 2006.

Para a OCDE, além de criar relações entre economias e encorajar a transferência de tecnologia entre países, os investimentos estrangeiros diretos são "uma fonte adicional de financiamento de capital para investimentos". De acordo com o organismo, tanto os fluxos de investimentos estrangeiros diretos caíram "drasticamente" em 2001, após o boom do final dos anos 1990. "O ambiente global para o IED melhorou em 2006, ao mesmo tempo em que o crescimento macroeconômico continuou, os preços dos estoques continuaram firmes e a lucratividade das empresas foi forte em geral", acrescentou.

É interessante ter que ler esse relatórios sobre o país, porque a situação no Brasil muda tão rápido, que eles acabam não refletindo a realidade atual. O IED dobrou para US$ 34 bilhões em 2007, o que nos colocou como segundo mercado emergente. A taxa de investimento da economia, que é a FBCF sobre o PIB, atingiu 17,6% no mesmo ano. Cresce a dois dígitos por ano. Mesmo assim, é preciso mais dinheiro e planejamento para aumentar essa relação. O objetivo seria algo entre 20% e 25% para podermos crescer acima de 5-6%. Tem que se levar em conta que o aumento da produtividade foi um pouco subestimado pelos economistas. Por isso, estamos fazendo mais com menos. Mas isso tem um limite.

Por isso, o governo, através do BNDES, tenta complementar o investimento necessário. Ainda assim precisamos de mais.




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Luiz Bastos
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#513 Mensagem por Luiz Bastos » Ter Abr 08, 2008 10:30 pm

Relatório coloca o Brasil como locomotiva da América Latina

Por Redação, com agências internacionais - de Madri



Divulgado nesta terça-feira, o relatório Oportunidades e Riscos Estratégicos para a Economia Espanhola recomenda que Brasil e Espanha reforcem suas relações econômicas bilaterais e com os países latino-americanos, em vez de apostar na relação comercial com os EUA, que "parecem estar priorizando os países emergentes asiáticos".

- Quem está se encarregando de que a América Latina não perca a importância (econômica) é o Brasil - disse a jornalistas internacionais o economista Alfrado Arahuetes, um dos autores do estudo.

O estudo, elaborado pelo Real Instituto Elcano, traz um resumo de forma comparada das oportunidades e riscos das economia espanhola, brasileira, norte-americana e alemã e de suas interdependências.

- O Brasil não quer perder relação com os grandes - continua Arahuetes, sobre os Estados Unidos, principal sócio comercial e investidor, ou a União Européia, com especial ênfase na Espanha.

O economista, no entanto, assinala que "tem um enfoque forte com a América Latina".

- Este giro para a América Latina aconteceu nos últimos 12 ou 13 anos, mas é um fenômeno que vai além - reforça Arahuetes.

A Espanha e, com uma ênfase menor, o restante da União Européia, também significam "oportunidades estratégicas" para o Brasil, que tem ainda as atenções voltadas para a Ásia, com grandes possibilidades no Japão, China, Coréia do Sul e Taiwan.

- Nesta parte do mundo, a Espanha tem pouca presença nas dinâmicas asiáticas, mas está cada vez mais presente na Índia - acrescentou Arahuetes. Ele acredita que a "Espanha compartilha com o Brasil este vínculo com a América Latina".

Para o embaixador brasileiro em Madri, José Viegas Filho, as relações hispano-brasileiras são "especiais, estratégicas".

- O Brasil se encontra em um momento economicamente exuberante - completou.

O diplomata afirma que o Brasil é "o maior mercado emergente do mundo, que recebeu US$ 34 bilhões em investimentos diretos em 2007 com uma inflação razoável, em torno de 4,5%".

- O Brasil representa uma oportunidade estratégica para a Espanha, que é o segundo investidor no país sul-americano - emendou Paul Isbell, pesquisador do Instituto Elcano e coordenador do relatório apresentado em Madri.

http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=136884




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Fred
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#514 Mensagem por Fred » Ter Abr 15, 2008 9:04 pm

O nascimento da superbolsa
| 03.04.2008
A fusão da Bovespa com a BM&F, agora reunidas na Nova Bolsa, comprova o novo patamar da economia brasileira e abre espaço para que São Paulo brigue por uma vaga entre os maiores centros financeiros do mundo


Eduardo Nicolau/AE
Abertura de capital da BM&F: a fusão com a Bovespa era um plano antigo
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Por Giuliana Napolitano e Daniella Camargos

EXAME Uma das lições do século 20 é que não se faz uma potência econômica sem um grande centro financeiro. Não por coincidência, os cinco primeiros colocados no ranking das maiores economias -- Estados Unidos, Japão, Alemanha, China e Inglaterra -- são os países que hospedam as seis bolsas mais importantes do mundo. A união da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), anunciada no final de março, colocou o Brasil na briga dos grandes centros financeiros globais. A Nova Bolsa, nome provisório da empresa, deu origem à terceira maior bolsa do mundo, com valor de mercado de 20 bilhões de dólares, atrás somente da Bolsa Mercantil de Chicago (conhecida pela sigla em inglês CME) e da bolsa alemã. Separadas, a Bovespa e a BM&F corriam o sério perigo de cair na irrelevância em uma época em que tamanho e musculatura são cada vez mais uma questão de vida ou morte no mundo financeiro globalizado. Com a união, a caça virou caçadora, e o plano agora é fazer da bolsa brasileira o pólo financeiro da América Latina, o que inclui, num primeiro momento, acordos e, mais tarde, a aquisição de bolsas sul-americanas. Entusiasmadas com a liquidez do mercado nos últimos anos, algumas das maiores bolsas do mundo, como a de Chicago e a de Londres, abriram o capital e deram início a um processo de consolidação nunca antes visto -- somente nos últimos dois anos, o total de aquisições movimentou 35,7 bilhões de dólares. É justamente para esse jogo de gente grande que a Bovespa e a BM&F agora se cacifaram. "O Brasil está ampliando sua presença no mercado financeiro global, e não tenho dúvidas de que o país terá um papel cada vez mais relevante", diz David Lewis, prefeito da City, coração financeiro de Londres. "Com a fusão, a Bovespa e a BM&F ganham escala, tornam-se mais competitivas e se credenciam para ser um dos grandes mercados globais", completa Charles Carey, vice-presidente da Bolsa Mercantil de Chicago.

A junção das duas companhias só será oficializada se for aprovada pelas respectivas assembléias de acionistas programadas para o final de abril, mas nos bastidores já começou a disputa para eleger o presidente executivo e o presidente do conselho da nova empresa. Os grandes protagonistas são justamente os maiores responsáveis pela criação da Nova Bolsa, os dois senhores que aparecem nas fotos publicadas nesta página: Raymundo Magliano Filho, presidente do conselho de administração da Bovespa, e Manoel Felix Cintra Neto, que ocupa o mesmo cargo na BM&F. Magliano Filho é carismático, expansivo e dono de uma sólida base intelectual. Foi responsável pela recente popularização da bolsa paulista, que passou a fazer parte do dia-a-dia de milhões de brasileiros. Também foi ele que deu impulso ao Novo Mercado, segmento que reúne as empresas com alto padrão de governança corporativa. Mais tímido e discreto, Cintra Neto é considerado um dos executivos mais brilhantes de sua geração. Transformou a BM&F numa bolsa enxuta, muito avançada tecnologicamente e com altos padrões de eficiência. Profissionais que já trabalharam com os dois dizem que nenhum deles nutre um carinho muito especial pelo outro, mas até agora essa antipatia mútua não atrapalhou a integração. À frente de suas respectivas bolsas, Magliano e Cintra Neto já haviam tentado juntar as duas instituições há alguns anos, mas os estudos não foram em frente. A discordância em relação ao valor de mercado de cada uma das bolsas acabou sendo uma barreira intransponível. Os executivos da BM&F achavam que a bolsa de futuros valia mais que a bolsa de valores. E, como era de esperar, o pessoal da Bovespa pensava justamente o contrário. A abertura de capital das duas bolsas, no ano passado, abriu o caminho para o entendimento anunciado há uma semana. O mercado determinou que a Bovespa valia mais, e a BM&F se comprometeu a pagar 1,2 bilhão de reais aos acionistas da bolsa de valores. "A integração faz todo o sentido, porque cria uma empresa mais competitiva e com condições de concorrer globalmente", diz Aldo Musacchio, professor da Harvard Business School e autor de diversos estudos sobre o desenvolvimento do mercado de capitais.

Uma brasileira entre as grandes
A Nova Bolsa é a terceira maior do mundo em valor de mercado e a sexta entre as bolsas de futuros
A Nova Bolsa (Bovespa e BM&F) é a terceira maior do mundo em valor de mercado...
(em bilhões de dólares)
1 - CME+Nymex
(Estados Unidos) 36
2 - Deutsche Börse
(Alemanha) 32
3 - Nova Bolsa
(Brasil) 20
4 - Hong Kong
(China) 17,5
5 - Nyse Euronext
(Estados Unidos) 17
6 - Nasdaq+OMX
(Estados Unidos) 14
7 - ICE
(Estados Unidos) 9
8 - Londres
(Grã-Bretanha)
6,3
9 - ASX
(Austrália) 6
10 - Cingapura
(Cingapura) 5,7
...e, entre as bolsas de valores emergentes, está bem posicionada para se transformar num pólo regional
(número de empresas estrangeiras listadas)
1 - Nova Bolsa
(Brasil) 9
2 - Hong Kong
(China) 9
3 - Korea
(Coréia do Sul) 3
4 - Bombaim
(Índia) 0
5 - Xangai
(China) 0
Como bolsa de futuros, a Nova Bolsa já é uma das líderes mundiais...
(em trilhões de contratos negociados por ano)
1 - CME+Nymex
(Estados Unidos) 3
2 - Korea
(Coréia do Sul) 2,7
3 - Eurex/ISE
(Europa) 2,7
4 - Liffe
(Holanda) 0,9
5 - CBOE
(Estados Unidos) 0,9
6 - Nova Bolsa
(Brasil) 0,8
...mas, como bolsa de valores, ainda tem um volume anual muito baixo...
(em trilhões de dólares)
1 - NYSE
(Estados Unidos) 35
2 - Nasdaq+OMX
(Estados Unidos) 17
3 - Londres
(Grã-Bretanha) 12,6
4 - Tóquio
(Japão) 6,5
5 - Deutsche Börse
(Alemanha) 4,3
6 - Nova Bolsa
(Brasil) 0,6
…o mercado, no entanto, prevê uma forte expansão do volume médio negociado por dia
(em bilhões de dólares)
Hoje 3
Em cinco anos 8
Em dez anos 12,5
Fontes: Bloomberg e World Federation of Exchanges

Para o país, a criação da Nova Bolsa é a comprovação de que o capitalismo brasileiro subiu um patamar. Não é que uma economia não possa sobreviver sem uma bolsa local. Em teoria, as empresas podem buscar dinheiro em bolsas do exterior. Na prática, porém, é muito mais difícil para as companhias, em particular para as de menor porte, acessar o mercado financeiro se ele estiver sediado em outro país. "Sem uma bolsa local, não teríamos visto o número de IPOs que foram feitos no Brasil nos últimos anos", diz Pedro Moreira Salles, presidente do Unibanco. "Para as companhias médias do país, não é fácil abrir o capital em Nova York ou Londres, por causa dos custos e da necessidade de se adaptar às regras locais." Por aqui, tudo é mais tranqüilo -- metade das companhias que fizeram IPO na Bovespa no ano passado era de médio porte. O exemplo da Itália ilustra os problemas de quem permite que a bolsa local perca relevância e deixe de cumprir o papel de financiar as atividades produtivas. Com sede em Milão, a bolsa italiana sofreu constante desgaste ao longo dos últimos anos, o que culminou com sua venda para a bolsa de Londres, em junho de 2007. No ano passado, as ofertas de ações na Itália somaram apenas 11 bilhões de dólares -- cifra irrisória ante os 82 bilhões da bolsa inglesa, apesar de as duas economias terem porte semelhante.

Nos últimos anos, o Brasil aprendeu que um mercado de capitais avançado é a melhor "política industrial" que existe -- uma maneira eficaz de transformar idéias em produtos e serviços. Entre 1997 e 2006, a rentabilidade média das companhias abertas no Brasil foi de 11% ao ano, ante 8% das fechadas. Essa diferença tem duas explicações. Uma é o papel dos acionistas. "Companhias listadas na bolsa são avaliadas publicamente e mais cobradas por resultados", diz Ricardo Rochman, professor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, que pesquisou a rentabilidade das 10 000 empresas que fazem parte da base de dados da Serasa. A outra razão para a diferença de performance entre as empresas abertas e as fechadas é o maior acesso a financiamentos. Em 2000, os recursos obtidos com as ofertas de ações e de títulos de dívida representavam apenas 10% de todo o crédito concedido às companhias brasileiras, diz um estudo do economista Carlos Antonio Rocca. No ano passado, de acordo com estimativas, esse índice ultrapassou os 30%.

Além de ser uma engrenagem do capitalismo, uma bolsa poderosa transforma a economia da cidade em que está localizada. Em Nova York, os profissionais de Wall Street -- 5% dos trabalhadores -- são responsáveis por um quinto de toda a renda da cidade. Na Inglaterra, a importância da City, um pequeno espaço de 3 quilômetros quadrados localizado na capital inglesa, transcendeu a própria Londres e já representa 4% de todo o produto interno bruto do país. São Paulo, é verdade, ainda está longe dos exemplos londrino e de Nova York, mas a criação da Nova Bolsa tende a dar mais ênfase a um processo que já é visível: o da crescente pujança dos profissionais ligados ao mercado de capitais. No total, a cidade tem 120 000 trabalhadores no setor financeiro. A elite é formada por um grupo de 8 000 pessoas que trabalham em gestoras de recursos, corretoras e bancos de investimento, profissionais de várias partes do país e brasileiros vindos do exterior atraídos pelas oportunidades de São Paulo. De modo geral, é gente que fala mais de um idioma, está plugada em Nova York, Londres, Tóquio e Hong Kong e consome artigos de luxo. Nos últimos dois anos, profissionais do mercado financeiro foram responsáveis por metade das vendas da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro, uma das casas de leilão mais importantes do país. Nas garagens dos prédios da avenida Faria Lima, o novo coração financeiro da capital paulista, os carros importados são maioria. "Não é por acaso que as cidades que são grandes centros financeiros globais estão entre as mais ricas e prósperas do mundo", diz Mark Yeandle, diretor da consultoria britânica Z/Yen, responsável pela elaboração do Índice de Centros Financeiros Globais, que aponta Londres, Nova York e Hong Kong -- nessa ordem -- como os principais pólos. "Esse é um setor que transpira dinheiro. Em razão da importância das finanças para os negócios, quem atua nesse segmento gera mais lucro do que um trabalhador da indústria", diz Yeandle.

O SISTEMA FINANCEIRO GLOBAL PASSOU POR uma profunda transformação nas últimas duas décadas e ganhou uma importância sem precedentes na economia mundial. Em 1980, o total de ativos financeiros -- ações, depósitos bancários, títulos públicos e de empresas -- somava 12 trilhões de dólares, o equivalente ao PIB global na época. Esse montante chegou a 167 trilhões de dólares em 2006, mais de três vezes o PIB do planeta. O crescimento foi acompanhado de um intenso processo de sofisticação, com o lançamento de novos produtos financeiros, como os fundos de hedge e de private equity. A concentração das bolsas de valores é um novo capítulo dessa transformação. Um dos principais exemplos desse movimento foi a fusão entre a bolsa de Nova York e a Euronext, em 2006. Mais recentemente, a Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) foi adquirida pela CME. É consenso entre os especialistas que essa onda de fusões e aquisições vai continuar até que menos de dez grandes bolsas concentrem quase a totalidade dos IPOs e das negociações mundiais de ações, contratos futuros e derivativos. Hoje, essas transações estão espalhadas por mais de 50 mercados -- que, em sua maioria, tendem a desaparecer ou, no mínimo, perder a importância. Ninguém arrisca dizer qual será a configuração final, mas as apostas sobre quem serão os líderes recaem sobre Nova York, Chicago, Londres, Tóquio e Hong Kong. Com a união entre a Bovespa e a BM&F, o plano é buscar um espaço entre essas gigantes.

Segundo cálculos dos executivos que negociaram a junção da Bovespa com a BM&F, as sinergias proporcionarão uma economia de custos de 25% até 2010. Historicamente, a fusão entre bolsas internacionais resultou numa redução de gastos entre 10% e 15% nos primeiros dois anos. No Brasil, a queda no custo das transações será bem-vinda, uma vez que a Bovespa tem uma das maiores taxas entre todas as bolsas do mundo. Cobra em média 0,064% sobre cada transação, ante 0,023% da bolsa de Hong Kong e 0,006% da bolsa de Londres. O problema hoje é a falta de escala. "Com mais visibilidade, a Nova Bolsa atrairá mais negócios e, conseqüentemente, esses custos cairão", diz Frederico Saraiva, analista do The Bank of New York Mellon Arx. Em termos tecnológicos, a superbolsa já nasce com o que há de melhor. O software da BM&F é o mesmo usado na de Chicago. "A bolsa de futuros brasileira é o estado-da-arte", diz o economista Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda. O sistema de controle de riscos da BM&F, por exemplo, é um dos mais sofisticados do mercado internacional. Outro diferencial em relação à maior parte das bolsas de países emergentes são as regras de proteção ao acionista minoritário. As empresas listadas no Novo Mercado, mais alto nível de governança da Bovespa, são obrigadas, entre outras coisas, a estender a todos os acionistas as mesmas condições obtidas pelos controladores em caso de venda da companhia.

A city de São Paulo
A economia que gira em torno da Bovespa e da BM&F e emprega 120 000 pessoas
Bolsa
107 Corretoras
Faturamento 8 bilhões de reais(1)
17 Bancos de Investimento(2)
Faturamento 10 bilhões de reais(1)
134 Gestoras e distribuidoras
Faturamento 15 bilhões de reais(1)
30 Bancos(3)
Patrimônio 133 bilhões de reais
Private equity e Venture capital
Volume investido 9 bilhões de reais
70 Seguradoras
Faturamento 35 bilhões de reais


Os destaques do mercado brasileiro
Um dos negócios financeiros em ascensão no país é o de ofertas de ações. Em 2007, esse segmento captou 70 bilhões de reais
O volume de contratos futuros negociados na BM&F no ano passado somou 29 trilhões de reais

(1) Estimativa
(2) Só inclui as receitas de fusões, aquisições e ofertas de ações. Exclui os negócios das corretoras e das gestoras de recursos
(3) Com escritório central em São Paulo Fontes: Bovespa, BM&F, BC, bancos, corretoras, Sincor, Thomson Financial e Sindicato dos Bancários de São Paulo

À primeira vista, parece exagero uma bolsa brasileira ter valor de mercado superior ao de praças tradicionais, como Nova York ou Tóquio. De fato, o volume de negócios gerado pela Bovespa e pela BM&F dá a impressão de que o valor da nova empresa está inflado. Em 2007, o total de transações das duas bolsas somou 15 trilhões de dólares e ficou bem abaixo dos 35 trilhões de dólares contabilizados pela bolsa de Nova York, por exemplo -- que vale menos que a companhia brasileira. Um dos argumentos usados pelos analistas para justificar essa disparidade é o potencial de crescimento do número de empresas listadas. Em 2007, esse crescimento foi de 14% na bolsa brasileira, o dobro do crescimento da bolsa americana. Estima-se que até 2012 mais 150 empresas abram o capital, elevando o total de companhias abertas para 600. Outro fator que valoriza as ações da bolsa brasileira é a possibilidade de a economia brasileira receber a recomendação de grau de investimento, o que atrairia investidores hoje proibidos de colocar dinheiro em países considerados arriscados. "O valor de mercado da Nova Bolsa pode deixar alguns surpresos, mas existe uma explicação", diz Graham Dallas, diretor internacional da Bolsa de Londres. "Países como o Brasil estão ampliando sua participação na economia mundial enquanto as velhas economias vêm perdendo espaço. Por isso, é lógico supor que as companhias desses países também se tornem mais importantes."

Confiança na Bolsa
O estouro da crise financeira não diminuiu o entusiasmo dos investidores brasileiros no mercado de ações
O número de investidores pessoa física na Bovespa continua aumentando
2003 85 478
2005 155 183
2006 219 634
2007(1) 456 557
(1) Em fevereiro de 2008, o número era 469 791
Fonte: Bovespa
No Brasil, o patrimônio dos fundos de ações oscilou, mas cresceu de julho de 2007 a fevereiro de 2008, período em que a crise externa se agravou
(em bilhões de reais)
jul/2007 122
dez 148
fev/2008 144
Fonte: Anbid
A participação dos fundos de ações no total do setor de fundos de investimento é a mais alta dos últimos dez anos
1998 9%
2000 7%
2002 8%
2004 7%
2006 9%
2008 12%
Fonte Anbid

O que está por trás da expansão recente do mercado brasileiro é o amadurecimento dos investidores, especialmente das pessoas físicas. O número de pessoas que compram e vendem ações aumentou mais de cinco vezes entre 2003 e 2007, enquanto o patrimônio dos fundos de renda variável foi multiplicado por 4. Nos últimos meses, todo esse dinamismo foi posto à prova -- e passou no teste. Havia uma crença de que os investimentos na bolsa não passavam de uma euforia passageira. A crise internacional, que vem se agravando desde agosto do ano passado, não afastou as pessoas físicas da bolsa. Ao contrário: de lá para cá, o número de acionistas registrados na Bovespa aumentou e mais 4 bilhões de reais foram aplicados nos fundos de ações.

Esses dados são importantes porque mostram que a bolsa brasileira entrou, de fato, numa nova fase. Mas ainda não são suficientes para afirmar que a Bovespa está no mesmo patamar de países desenvolvidos. O valor de mercado das companhias abertas representa 62% do PIB brasileiro, inferior aos 99% do Chile e aos 160% da Inglaterra. Mesmo o número de pessoas físicas que compram e vendem ações aqui é pequeno: são 470 000, menos de 0,5% da população brasileira. Nos Estados Unidos, o índice beira os 20%. Para completar, o Índice Bovespa é muito concentrado em apenas um segmento. Cerca de 40% das empresas são produtoras de commodities. Obstáculos como esses terão de ser vencidos para que a bolsa paulista entre no pelotão de elite.

Na entrevista coletiva em que anunciaram a fusão, Magliano e Cintra Neto admitiram que a Nova Bolsa quer ir às compras. "Vamos participar ativamente da integração na América Latina", disse Magliano. No mercado externo, o que há de mais atraente é a bolsa do México, segunda maior da América Latina, atrás apenas da brasileira. A bolsa mexicana já iniciou um processo cujo objetivo é a abertura de capital -- o que facilitaria uma eventual aquisição. Com relação ao mercado de derivativos, a bolsa mais atraente é a de Rosário (Rofex), na Argentina. Antes mesmo do anúncio da união com a Bovespa, a BM&F já estava conversando com a bolsa argentina para uma possível parceria. No que depender do trabalho dos bancos de investimento com sede em São Paulo, as empresas latino-americanas vão aumentar sua presença na Nova Bolsa antes mesmo de qualquer acordo de parceria ou aquisição. O Credit Suisse e o Itaú BBA, dois dos maiores bancos de investimento que atuam no Brasil, têm engatilhadas 15 ofertas de ações de companhias estrangeiras. Estima-se que os IPOs de empresas latino-americanas na Bovespa somem cerca de 2 bilhões de dólares nos próximos 12 meses. "Os investidores de mercados emergentes preferem concentrar seus investimentos num único ambiente de negócios. A Bovespa já vinha assumindo o papel de centro de liquidez para as empresas brasileiras. É natural que ela passe a ser a opção preferencial de listagem para emissores da América do Sul", diz José Olympio, diretor do Credit Suisse. Trata-se de um movimento que também deve atrair investidores latino-americanos para a Nova Bolsa. A vontade de correr riscos e fazer opções ousadas -- os elementos-chave que impulsionam o sistema capitalista -- está criando raízes num continente que, não faz muito tempo, era célebre pelo populismo econômico e pela veneração ao estatismo. A criação da superbolsa e seus planos de expansão são o resultado dos novos tempos.




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PRick

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#515 Mensagem por PRick » Qua Set 03, 2008 2:39 pm

Esse tópico merece ser ressuscitado!

[]´s




GustavoB
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#516 Mensagem por GustavoB » Qua Set 03, 2008 5:51 pm

Imprensa Petrobras

Lula faz corte do aço e dá início
à construção de navios da Transpetro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará às 9h da próxima sexta-feira, dia 5 de setembro, no Estaleiro Atlântico Sul, localizado no Porto de Suape, em Pernambuco, para fazer o primeiro corte do aço, que marca o início da construção dos navios integrantes do Promef - Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro - subsidiária de logística e transporte da Petrobras.
Na primeira fase do Promef foram licitados 26 navios e para a segunda fase está prevista a construção de mais 23, totalizando 49 embarcações. Parte integrante do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento - o Promef revitalizou a indústria naval brasileira e prevê, em suas duas etapas, a geração de cerca de 40 mil empregos diretos. Na cerimônia também está previsto o primeiro corte do aço para a construção da Plataforma P-55, da Petrobras.




GustavoB
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#517 Mensagem por GustavoB » Qua Set 03, 2008 6:15 pm

Investimentos da União são os maiores em oito anos

Os investimentos dos órgãos federais ligados aos Três Poderes (excluindo as estatais) no primeiro e segundo quadrimestres de 2008 bateram recorde se comparados aos últimos oito anos. De 2000 para cá, os investimentos da União cresceram 40% na escala que compreende os meses entre janeiro e agosto (veja tabela). As aplicações da administração federal direta este ano ultrapassaram com folga a casa dos R$ 14 bilhões, o que representa 35% dos recursos previstos em orçamento para serem investidos neste ano.

O montante aplicado pela União em planejamento e execução de obras, compra de imóveis, equipamentos e material permanente representa um crescimento real de 38% na comparação com igual período de 2007. Os dados incluem os chamados “restos a pagar”, compromissos assumidos e não pagos em anos anteriores. Para o vice-presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, Paulo Brasil, a expansão das aplicações pode ser atribuída, em parte, a sensibilidade da atual gestão de perceber o bom momento da economia para retomar investimentos públicos. “São vários anos sem investimentos significativos por parte do governo”, completa.

Mesmo com o recorde de investimentos, Paulo Brasil pondera que as aplicações ainda estão aquém dos padrões internacionais. “Os investimentos do poder público de economias emergentes, que pretendem crescer, correspondem a mais de 25% do PIB [Produto Interno Bruto]. No Brasil, cerca de 20% do PIB é investido, o que seria insuficiente para alcançar crescimento econômico superior a 5% ao ano”, argumenta.

Se por um lado os gastos aumentaram nos últimos oito anos, os recursos autorizados também estiveram a contento. A quantia prevista para investimentos do Executivo, Legislativo e Judiciário cresceu 60%. Para 2008, o orçamento autorizado, no patamar de R$ 40,2 bilhões, é o maior desde o início do milênio. Comparado com 2007, o aumento na dotação na rubrica é de 6%.

Outro salto registrado é a quantia de empenhos (reserva de recursos) emitidos nos primeiros oito meses de 2008, que representam 40% do orçamento autorizado para este ano. Na comparação com o mesmo período de 2007, as reservas feitas em orçamento para garantir recursos para uma ação ou compra determinada cresceram 48%. O valor é ainda maior se comparado aos últimos oito anos, quando o acréscimo acumulado na emissão de empenhos foi de 77%.

O especialista em orçamento e finanças públicas Paulo Brasil enumera os pilares que estimularam o progresso na emissão dos empenhos, mecionando, inclusive o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O recorde de empenhos está calcado em uma arrecadação recorde, conclusão de processos licitatórios e ambiente político, tendo como carro chefe da atual gestão o PAC”, ressalta.

Restos a pagar elevam os investimentos

O montante desembolsado pela União para investimentos este ano foi direcionado bem mais para os restos a pagar do que para empreendimentos neste ano. De restos a pagar – ações iniciadas em anos anteriores, mas que ainda não haviam sido quitadas –, o governo pagou até agora R$ 12,2 bilhões. Sendo assim, se fossem desconsiderados os restos a pagar, o valor aplicado pela União seria bem menor, R$ 2,5 bilhões. A maior parte dos investimentos de 2008, portanto, não representa novas obras que integram o orçamento do ano.

Um cálculo proporcional revela que a média de investimentos no primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva (de 2003 a 2006), no período entre janeiro e agosto, foi de R$ 5,4 bilhões. Já na segunda gestão petista, a média de aplicações no primeiro e segundo quadrimestre é de R$ 12,7 bilhões, um aumento de 134% sobre a primeira gestão.

Apesar dos consecutivos recordes no que tange ao orçamento autorizado, emissão de empenhos e valores investidos, se o ritmo de investimentos continuar como está, ou seja, cerca de R$ 14,7 bilhões aplicados em oito meses, a execução orçamentária vai fechar o ano longe do que seria considerado ideal, já que estão previstos mais de R$ 40 bilhões. No atual compasso de investimentos, ao final do ano, seriam aplicados pouco mais de R$ 22 bilhões, ou seja, 52% do total.

Vale ressaltar que os investimentos da União estão incluídos no Orçamento Geral da União (OGU), que engloba também, por exemplo, despesas com pessoal e encargos sociais, outras despesas correntes com água, luz, telefone, materiais de consumo, entre outros, além da reserva de contingência, no valor de R$ 22,7 bilhões para 2008. O PAC também compõe os investimentos da União com a construção de obras ou compra de equipamentos.

A proposta orçamentária para 2009, entregue aos líderes partidários da Comissão Mista de Orçamento na última semana pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deve começar a ser analisada em breve. A expectativa da base aliada do governo é que o texto seja aprovado ainda este ano para evitar que o presidente comece 2009 sem recursos orçamentários autorizados pelo Congresso, como aconteceu este ano.

Transportes investe mais

Como de costume, o Ministério dos Transportes é o dono do maior montante de recursos para serem aplicados em investimentos. Para este ano, a pasta tem R$ 9,7 bilhões autorizados em orçamento. Tradicionalmente, o órgão também é o que mais investe. Contudo, quando se trata de execução financeira (quitação de débitos) os números mostram que o aproveitamento da pasta é bem menos expressivo (veja tabela).

Até o último mês, a pasta investiu R$ 3,4 bilhões, o que equivale a 36% do autorizado para o ano. Outros ministérios com volume de recursos bem menos significativos, como por exemplo, o Ministério das Comunicações, consumiram, passados oito meses do ano, mais de 90% da verba prevista. As Comunicações, com orçamento de pouco menos R$ 40 milhões para investimentos, aplicou 91% dos recursos autorizados, cerca de R$ 34,5 milhões.

Também não e novidade que o Ministério das Cidades ocupe o segundo lugar quando o assunto é orçamentos volumosos. A pasta aplicou R$ 3,3 bilhões, quantia um pouco menor que a aplicada pelo Ministério dos Transportes. Com esse total, as Cidades investiram 47% sobre o montante disponível para o órgão.

O Ministério da Educação, terceiro no ranking de aplicações, é o quarto quando se trata de maiores volumes orçamentários. No primeiro e segundo quadrimestres, o órgão aplicou R$ 1,7 bilhões, ou 59% do valor autorizado. O Ministério da Defesa, por sua vez, investiu R$ 1,3 bilhão, o que representa 39% da sua dotação autorizada.

Amanda Costa
Do Contas Abertas




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#518 Mensagem por Luiz Bastos » Qui Set 04, 2008 3:33 am

Jornal Correio do Brasil 02/09/2008

1/9/2008 19:33:34
Exportações brasileiras crescem acima da média mundial

Por Redação, com ABr - de Brasília


As exportações brasileiras registraram, em agosto, o segundo melhor saldo mensal do ano, com vendas de US$ 19,747 bilhões, contra US$ 20,451 bilhões do mês anterior. Na média diária, as vendas de agosto foram melhores que as de julho, mas o mês anterior teve dois dias úteis a mais, de acordo com Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo ele, as exportações de janeiro a agosto somaram US$ 130,843 bilhões, com crescimento de 29,3% sobre o mesmo período de 2007, “acima, portanto, do crescimento médio mundial, de 15,3% ao ano”. Destacou também que no acumulado dos últimos 12 meses as vendas somam US$ 189 bilhões, muito próximo da meta anual de US$ 190 bilhões, o que "deve provocar revisão da meta no próximo mês".

Barral disse que “tanto as exportações quanto as importações tiveram evoluções recordes”, em que pese as compras de produtos externos terem crescido mais e provocado menores saldos comerciais (exportações menos importações). O saldo de agosto, no valor de US$ 2,269 bilhões, foi 35,92% menor que em agosto do ano passado; e no acumulado do ano o superávit soma US$ 16,907 bilhões, com queda de 38,43% em relação a igual período de 2007.

O secretário de Comércio Exterior disse que os destaques nas exportações de produtos manufaturados em agosto, comparados ao mesmo mês do ano passado, foram gasolina (+121,4%), álcool etílico (+94,1%), óxidos e hidróxidos de alumínio (+74,2%), tratores (+48,2%) e aviões (+35,8%). Quanto aos semimanufaturados, as maiores vendas externas foram de produtosd de ferro/aço (+231,7%), ferro fundido (+153,4%), ferro-ligas (+76,3%) e óleo de soja (+55,2%).

Entre os produtos básicos, os maiores aumentos ocorreram nas vendas de minério de cobre (+224,1%), petróleo em bruto (+144,1%), minério de ferro (+110,1%), soja em grão (+75,1%), carne de frango (+ 69%), carne bovina (+49,3%), café em grão (+30,7%), carne suína (+29,4%) e farelo de soja (+23,5%).

Além do crescimento de tradicionais produtos da pauta de exportações, Welber Barral destacou, no grupo dos manufaturados, que “houve ampliação significativa de itens com pequena participação no rol de vendas brasileiras lá fora, o que mostra a continuidade do processo de diversificação da pauta brasileira de exportações”. Entre eles, tubos flexíveis, soda cáustica, resíduos de petróleo como coque e betume, carbonetos, leveduras, produtos hortícolas e até farinhas e torresmos.

O secretário afirmou que “as vendas foram maiores em todos os principais blocos econômicos”, com destaques para a Ásia (+76,3%), especialmente para a China, por conta principalmente de minério de ferro, soja em grão, siderúrgicos, combustíveis e carnes. Houve crescimento considerável também para a África (+68%) em gasolina, açúcar, carnes, minérios, máquinas e equipamentos; para a Europa Oriental (+52,4%), Mercosul (+40,9%) e Oriente Médio (+31,7%).

As menores taxas de crescimento foram dos países mais diretamente afetados pela crise financeira no mercado imobiliário; razão porque as vendas para a União Européia aumentaram só 26% e para os Estados Unidos 18,8%. Apesar disso, os EUA continuam sendo nossos maiores compradores (US$ 2,411 bilhões no mês), seguidos de China (US$ 1,972 bilhão), Argentina (US$ 1,694 bilhão), Países Baixos (US$ 995 milhões) e Alemanha (US$ 786 milhões).

Barral ressaltou ainda que houve expressivo crescimento das exportações também para mercados não-tradicionais na pauta brasileira, como Islândia, Ilhas Virgens, Paquistão, Luxemburgo, Zimbabue e Chade, como resposta ao esforço de diversificação do comércio externo




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Re:

#519 Mensagem por Brigadeiro » Qui Set 04, 2008 10:06 am

cicloneprojekt escreveu:
PRick escreveu:Segundo li hoje, as reservas já estão em torno de 140 bilhões de dólares, crescendo numa taxa de quase 01 bilhão por dia. O BACEN tem que baixar mais rápido as taxas de juros, ou vamos começar a nadar em dólares. :lol: :lol:

[ ]´s

Isso é meu sonho reservas de US$ 200 bi. Talvez lá para dezembro de 2008. Mas sei que vai chegar.

Ou seja, temos carta na manga, não tem desculpa para não dar seguimento ao reequipamento das FAs.

sds

Walter
Caramba! O sonho do Walter se realizou antes do Papai Noel chegar e em pouco menos de um ano desde a publicação deste post (30/05/07): :shock: :shock: :shock:

Posição em 26 de junho de 2008: US$ 200.231 milhões.

Posição mais recente:

Posição em 2 de setembro de 2008: US$ 205.318 milhões.

Fonte: Banco Central do Brasil.

Até mais!




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#520 Mensagem por cvn73 » Sex Set 05, 2008 1:31 am

Pelo menos as coisas estão dando certo.

Crise fez bem ao Brasil, diz Moody's


04 de Setembro de 2008 | 17:29




Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) - A resposta das autoridades econômicas brasileiras à crise internacional aumentou a confiança na capacidade do país de tomar medidas duras, porém necessárias, para garantir a saúde de seus fundamentos macroeconômicos, afirmou o vice-presidente de risco soberano da agência Moody's.

"Melhorou a credibilidade do Brasil com o comportamento das autoridades econômicas diante da crise", disse à Reuters o executivo Mauro Leos.

Ele afirmou que essa avaliação será levada em conta no próximo encontro dos diretores da Moody's com autoridades do Banco Central e do Tesouro Nacional no mês que vem, como parte do processo regular de acompanhamento dos dados da economia brasileira.

A Moody's é a única das três grandes agências de classificação de risco internacionais que ainda não concedeu ao país o selo de baixo risco de crédito.

Segundo Leos, as políticas monetária e fiscal do governo têm sido coerentes, o que deu maior solidez às ações. Na primeira, com o Banco Central mostrando-se disposto a elevar os juros até o nível necessário para debelar as expectativas inflacionárias. E na segunda, pelo compromisso do governo de elevar a meta de superávit fiscal primário em 0,5 ponto percentual.

"Todas as respostas dadas para enfrentar um choque trazem custos. No caso do Brasil, isso está se mostrando na forma de juros mais altos e expectativas de crescimento econômico menor em 2009", afirmou.

"Mas em termos de tendência de médio prazo, as medidas são positivas."

Para o executivo, considerando-se a dimensão da crise, os efeitos sobre os fundamentos do país, tanto na área fiscal quanto na política monetária, foram moderados, constituindo uma evidência adicional de que o Brasil está mais resistente a choques externos.

De acordo com Leos, a reversão no saldo das contas correntes brasileiras que ocorreu de lá para cá não deteriora a avaliacão da saúde fiscal do país, já que, diferentemente do que ocorreu em crise anteriores, desta fez uma posição externa menos vistosa não contaminou seriamente a parte fiscal.

"A combinação de elevadas reservas internacionais, câmbio flutuante e credibilidade das políticas do BC nos faz crer que esse não é um tema para preocupação agora", afirmou.

Atualmente, o rating do governo brasileiro em moeda estrangeiro concedido pela Moody's é "Ba1" --um degrau abaixo da faixa considerada de baixo risco-- com perspectiva estável. O país já obteve a classificação grau de investimento pela Standard & Poor's em abril, e pela Fitch, em maio.

FRAGILIDADES

O que preocupa a Moody's é a manutenção da tendência de expansão dos gastos públicos correntes. "Houve uma melhora, mas o gasto continua subindo todo ano. Isso não pode continuar", disse Leos.

O vice-presidente da Moody's avalia que a proposta de Orçamento para 2009, apresentada na semana passada pelo Ministério do Planejamento com a previsão de um reajuste de 12 por cento para o salário mínimo, só reforça essa análise.

"Há uma sensação de que o governo é muito generoso. Mas isso representa um aumento real de cerca de 6 por cento, o que teria reflexo na previdência e nas contas fiscais. Se acontecer, será uma notícia muito negativa", apontou.

Outro ponto considerado frágil nos fundamentos do país, segundo Leos, é o nível ainda baixo da taxa de investimento na economia, equivalente a menos de 20 por cento do PIB.

"Hoje o país está crescendo com base no consumo. Para o médio prazo, precisa elevar o investimento para acima de 20 por cento ou vai afetar a capacidade de crescimento", alerta.

A descoberta de novas reservas gigantescas de petróleo na camada pré-sal não alivia a situação, diz Leos, mesmo diante das declarações recentes do presidente Lula de que a novidade trará bilhões de dólares em novos investimentos para o país.

"A notícia é boa, mas isso só deve apresentar resultados daqui a alguns anos. Por enquanto, o risco é pensar que tudo está bem", concluiu.

(Edição de Isabel Versiani)




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#521 Mensagem por cvn73 » Sex Set 05, 2008 2:34 pm

6.000.000 de automóveis :shock: :shock:
Setor automotivo investirá US$ 23 bi

| 05.09.2008 | 07h43




Por AE
AGÊNCIA ESTADO O setor automobilístico vai investir quase US$ 23 bilhões nos próximos quatro anos e chegará a 2013 com uma capacidade produtiva anual de 6 milhões de veículos, cerca de 2,5 milhões a mais do que tem atualmente. Entre os projetos previstos estão pelo menos duas novas fábricas, uma delas da japonesa Toyota, já anunciada, e outra da coreana Hyundai, que deve ser confirmada nas próximas semanas.De acordo com os projetos inscritos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Toyota deve investir US$ 750 milhões na fábrica que fará em Sorocaba, interior de São Paulo, para produzir 150 mil carros por ano. O projeto da Hyundai é orçado em cerca de US$ 600 mil. Do total de investimentos previstos, 70% devem vir das montadoras e o restante, das fabricantes de autopeças, segundo projeções feitas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.Embora a capacidade prevista para 2013 chegue aos 6 milhões de veículos, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, calcula que a produção efetiva no período será de 5 milhões de unidades. Para este ano, a previsão é de produção de 3,4 milhões de veículos, número mantido apesar da desaceleração verificada em agosto. Até o mês passado, foram fabricadas 2,32 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, número 20,3% maior que o de igual período de 2007. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#522 Mensagem por GustavoB » Dom Set 07, 2008 12:43 pm

Domingo, 7 de setembro de 2008, 12h13
Fonte: Redação Terra

Economia Nacional
Brasil tem "limitador de crescimento", diz agência internacional

Fabiano Klostermann
Direto de São Paulo

O crescimento da economia brasileira, projetado pela Unctad, o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento, em 4,8% em 2008, está próximo do limite do que o País pode suportar sem apresentar desequilíbrios macroeconômicos. A afirmação é do economista sênior da agência de classificação de risco Moody's para a América Latina, Alfredo Coutino.

» É impossível crescer como a China, diz consultor
» Estudo: PIB do Brasil deve crescer 150% até 2030
» Mantega: economia está desacelerando

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o aquecimento economia brasileira está desacelerando para um ritmo mais sustentável. Segundo ele, até mesmo a expansão do crédito, que vinha na faixa de 30% ao ano, baixou para valores entre 15% e 20%, o que caracterizaria um crescimento mais saudável.
O economista da Moody's - única das três principais agências de classificação de risco (que inclui Fitch e Standard & Poor's) a não dar grau de investimento ao Brasil - explica que um crescimento entre 4,5% e 5% é o potencial efetivo de expansão da economia brasileira. "Esse potencial é determinado pela capacidade de produção acumulada pela economia nos últimos 10 anos e determinado por três fatores fundamentais de fonte de crescimento permanente: poupança de investimentos, produtividade e mudanças tecnológicas", explicou.
De acordo com o economista sênior da agência, para não gerar desequilíbrios entre oferta e demanda, que ocasionam pressões inflacionárias, é necessário que o crescimento de um país não ultrapasse o seu potencial.
"Se a economia brasileira crescer além de 5%, então a demanda doméstica vai ultrapassar a produção nacional, gerando então um excesso de demanda que vai ser acomodado seja por inflação ou desequilíbrio na balança comercial", afirma Coutino.
O economista cita ainda a taxa de investimento na relação com o Produto Interno Bruto (PIB) como limitador do crescimento que um país pode apresentar sem desequilíbrios e cita o vizinho Chile como exemplo de a ser seguido. "No caso do Chile, a economia tem índices de investimento de cerca de 25% (do PIB), que indicam que a economia pode suportar crescimento acima de 5% sem desequilíbrios", explica.
"No caso do Brasil, as taxas são mais baixas, entre 18% a 20%, o que significa que o País pode crescer menos. Para a economia brasileira ter mais capacidade de crescer, é preciso investir mais na expansão dos negócios", acrescenta.
Apesar deste limitador de 5% ao ano, Coutino diz que o País está no caminho certo para melhorar seu crescimento. "O Brasil está fazendo coisas certas agora, mas o País passou por períodos de alta volatilidade tanto no ambiente econômico quanto no político, que foram um obstáculo para a economia no passado, e também aumentaram a pobreza", diz o economista.
No entanto, ele destaca que as mudanças não surtem efeito rapidamente e exigem anos para incrementar a capacidade produtiva. "Agora que o governo está combinando políticas de livre mercado com políticas públicas de conteúdo mais social, o Brasil está sustentando um crescimento maior. Mas, o incremento da capacidade produtiva leva anos e anos e o Brasil só começou a investir mais nesta década".

Perspectivas
Na comparação com outros países do chamado Bric (que inclui, além do Brasil, Rússia, Índia e China), o economista da Moody's diz acreditar que o País pode crescer em importância não somente dentro do grupo, mas também no cenário mundial.
"O Brasil está indo na direção certa e, se nada errado acontecer no ambiente político que possa trazer um governo populista no futuro, a consistência das políticas macroeconômicas vai pôr o País em um papel diferente na economia mundial", afirma.
"Se as autoridades brasileiras e o setor privado persistirem no esforço de investir mais na expansão da capacidade de produção, então a economia brasileira vai desempenhar um papel importante não só dentro dos Brics mas também no cenário mundial", complementa Coutino.




PRick

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#523 Mensagem por PRick » Qua Set 10, 2008 9:42 am

Vejam só o "limitador" de crescimento do Brasil, esse pessoal só fala abobrinhas.

Pela notícia abaixo, o PIB do Primeiro semestre cresceu 6%!

[ ]´s
PIB do segundo trimestre sobe 6,1% ante mesmo período de 2007

10/09 - 09:06 - Redação


O PIB brasileiro, em valores correntes, alcançou R$ 716,9 bilhões, no segundo trimestre de 2008, divulgou o IBGE na manhã desta quarta-feira. A alta de 6,1% em relação ao mesmo trimestre de 2007 superou a expectativa de analistas, que era de 5,2%.

Na comparação entre os primeiros semestres de 2008 e 2007, atingiu 6,0%.

No segundo trimestre de 2008, o PIB a preços de mercado cresceu 1,6% em relação ao trimestre anterior (série com ajuste sazonal). O maior destaque foi a Agropecuária, com crescimento de 3,8%, seguida por Serviços (1,3%) e Indústria (0,9%).

O crescimento da Agropecuária pode ser explicado, em grande parte, pelo desempenho de alguns produtos importantes que possuem safra relevante no trimestre. Esse é o caso, por exemplo, do café em grão, do milho, do arroz em casca e da soja, com estimativas de crescimento na produção para 2008 de 27,7%, 12,8%, 9,6% e 3,6%, respectivamente.

Na Indústria, o destaque foi a Construção Civil (9,9%), beneficiada pelo aumento de 5,0% da população ocupada no setor e pelo crescimento nominal de 26,7% de operações de crédito para o setor de habitação. A Indústria Extrativa cresceu 5,3%, em grande parte decorrência do aumento de 5,1% da produção de petróleo e gás e de 7,3% da produção de minério de ferro. Em seguida vieram a Indústria da Transformação (4,8%) e Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (4,5%).

Em relação aos componentes da demanda interna, no segundo trimestre deste ano, destaca-se a alta de 5,4% na Formação Bruta de Capital Fixo, que já crescera oito trimestres consecutivos nessa base de comparação.

A Despesa de Consumo das Famílias cresceu 1,0%, seguida da Despesa de Consumo da Administração Pública (0,3%). No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 8,5% e as Importações de Bens e Serviços 8,4%.

O Valor Adicionado a preços básicos apresentou um aumento de 5,7%. Já os Impostos sobre Produtos cresceram 8,5%, com o desempenho das Importações de Bens e Serviços que provocaram um aumento no volume do Imposto sobre Importação.

O setor de Serviços cresceu 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, seu maior desempenho nessa comparação desde o segundo trimestre de 2004 (5,9%). Os maiores destaques foram para Intermediação Financeira e Seguros (12,7%); Serviços de Informação (9,7%); Comércio (atacadista e varejista) com uma taxa positiva de 8,9%; seguida por Transporte, Armazenagem e Correio (4,4%).

Entre os componentes da demanda interna, destacou-se o crescimento de 16,2% da Formação Bruta de Capital Fixo. A Despesa de Consumo das Famílias cresceu 6,7%, décima nona alta consecutiva nessa comparação. Já a Despesa de Consumo da Administração Pública cresceu 5,3% no segundo trimestre de 2008, em relação ao mesmo período de 2007.

Pelo lado da demanda externa, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,1% no período, após uma queda no trimestre anterior. As Importações de Bens e Serviços (25,8%) tiveram o décimo nono crescimento seguido nesta comparação, desde o quarto trimestre de 2003.

Nos últimos quatro trimestres, PIB acumula 6,0% em relação ao mesmo período de 2007

No segundo trimestre de 2008, o PIB a preços de mercado acumulado nos quatro últimos trimestres cresceu 6,0% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da elevação de 5,4% do Valor Adicionado a preços básicos e do aumento de 9,2% nos Impostos sobre Produtos.

O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu do desempenho positivo dos três setores que o compõem: Agropecuária (7,0%), Indústria (5,5%) e Serviços (5,1%).

A Renda Nacional Bruta atingiu R$ 698,5 bilhões no segundo trimestre de 2008 contra R$ 621,1 bilhões no respectivo período de 2007. Nessa mesma base de comparação a Poupança Bruta atingiu R$ 136,2 bilhões contra R$ 121 bilhões no mesmo período do ano anterior.

No acumulado do ano, a Necessidade de Financiamento atingiu R$ 35,3 bilhões contra R$ 0,3 bilhão no primeiro semestre do ano anterior. Essa variação decorre, principalmente, da redução do saldo externo corrente no montante de R$ 25,2 bilhões e do aumento de R$ 9 bilhões em Renda Líquida de Propriedade Enviada ao Resto do Mundo.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#524 Mensagem por GustavoB » Qua Set 10, 2008 11:13 am

Também compartilho da emoção de entender o país num bom momento, mas não são propriamente "abobrinhas". Se não houver uma política industrial competente, crédito e, principalmente, investimento em infra-estrutura não teremos um crescimento econômico sustentando. Isso significa que o Brasil continuará à mercê dos mercados, correndo o risco até de desabastecimento e, conseqüentemente, inflação, além de toda aquela história que já conhecemos. Nem vamos falar em Educação...
Abraço

Economia brasileira cresce 6% no primeiro semestre

SÃO PAULO, 10 de setembro de 2008 - O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado cresceu 6% no primeiro semestre de 2008 em relação à igual período do ano passado, sendo que a indústria teve expansão de 6,3%, o setor de serviços apresentou aumento de 5,3%, a Agropecuária expandiu 5,2%.

SÃO PAULO, 10 de setembro de 2008 - O Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado cresceu 6% no primeiro semestre de 2008 em relação à igual período do ano passado, sendo que a indústria teve expansão de 6,3%, o setor de serviços apresentou aumento de 5,3%, a Agropecuária expandiu 5,2%. No ano, a necessidade de financiamento acumula R$ 35,3 bilhões, abaixo de R$ 3 milhões no primeiro semestre de 2007. Essa variação decorre, principalmente, da redução do saldo externo corrente no montante de R$ 25,2 bilhões e do aumento de R$ 9 bilhões em Renda Líquida de Propriedade Enviada ao Resto do Mundo. De abril a junho, o PIB a preços de mercado cresceu 6,1% em relação a igual período de 2007, sendo que o Valor Adicionado a preços básicos apresentou um aumento de 5,7%. Já os Impostos sobre Produtos cresceram 8,5%, com o desempenho das Importações de Bens e Serviços que provocaram um aumento no volume do Imposto sobre Importação. Entre os setores que contribuem para a geração do Valor Adicionado, destaca-se a Agropecuária (7,1%), seguida pela Indústria (5,7%) e pelos Serviços (5,5%), sempre na comparação com o mesmo trimestre de 2007. O crescimento da Agropecuária pode ser explicado, em grande parte, pelo desempenho de alguns produtos importantes que possuem safra relevante no trimestre. Esse é o caso, por exemplo, do café em grão, do milho, do arroz em casca e da soja, com estimativas de crescimento na produção para 2008 de 27,7%, 12,8%, 9,6% e 3,6%, respectivamente. Na Indústria, o destaque foi a Construção Civil (9,9%), beneficiada pelo aumento de 5,0% da população ocupada no setor e pelo crescimento nominal de 26,7% de operações de crédito para o segmento de habitação. A Indústria Extrativa cresceu 5,3%, em grande parte decorrência do aumento de 5,1% da produção de petróleo e gás e de 7,3% da produção de minério de ferro. Em seguida vieram a Indústria da Transformação (4,8%) e Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (4,5%). O setor de Serviços cresceu 5,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, seu maior desempenho nessa comparação desde o segundo trimestre de 2004 (5,9%). Os maiores destaques foram para Intermediação Financeira e Seguros (12,7%); Serviços de Informação (9,7%); Comércio (atacadista e varejista) com uma taxa positiva de 8,9%; seguida por Transporte, Armazenagem e Correio (4,4%) e Outros Serviços (4,0%). Os outros subsetores tiveram os seguintes desempenhos: Administração, Saúde e Educação Pública (2,3%) e Serviços Imobiliários e Aluguel (1,9%). Segundo o IBGE, entre os componentes da demanda interna, o destaque foi crescimento de 16,2% da Formação Bruta de Capital Fixo. Já a Despesa de Consumo das Famílias avançou 6,7%, décima nona alta consecutiva nessa comparação. Enquanto a Despesa de Consumo da Administração Pública aumentou 5,3% no segundo trimestre de 2008 em relação ao mesmo período de 2007. Pelo lado da demanda externa, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 5,1% no período, após uma queda no trimestre anterior. As Importações de Bens e Serviços (25,8%) tiveram o décimo nono crescimento seguido nesta comparação, desde o quarto trimestre de 2003. (Vanessa Stecanella - InvestNews)
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GustavoB
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#525 Mensagem por GustavoB » Qui Set 11, 2008 9:47 am

É disso que eu falo


Banco Central eleva taxa básica de juros para 13,75% ao ano

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reajustou hoje (10) a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,75 ponto percentual, e repetiu a “calibragem” usada na reunião do último mês de julho. Reafirmou, assim, a expectativa média de uma centena de analistas financeiros ouvidos pela pesquisa Focus que o BC realiza todas as semanas. A taxa de juros que remunera os títulos depositados no Serviço Especial de Liquidação e Custódia (Selic) estava em 13% ao ano, e passa a valer 13,75% até a próxima reunião do Copom, dias 28 e 29 de outubro.
"Avaliando o cenário macroeconômico, o Copom decidiu elevar a taxa Selic para 13,75% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e três pela elevação da taxa em 0,50%, com vista a promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas", diz a nota divulgado há pouco pelo Comitê de Política Monetária.
Embora a maioria dos analistas de mercado e de instituições financeiras apostasse na elevação de 0,75 ponto percentual, dirigentes de instituições representativas dos empresários e das centrais de trabalhadores defendem a necessidade de a autoridade monetária conter o aumento continuado da taxa básica de juros, que começou 2008 em 11,25%, e a partir de abril voltou a subir como forma de conter pressões inflacionárias.
Mas não só empresários e trabalhadores são contrários às elevações da Selic. O presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ), João Paulo de Almeida Magalhães, diz que “aumentar a taxa neste momento é uma loucura”. Ele acredita que o corte de gastos seria uma medida mais efetiva no combate à inflação.
João Paulo lembra que um dos maiores gastos do Estado é com o pagamento dos juros da dívida, estimado em R$ 160 bilhões neste ano, o que, por si só, recomendaria corte na taxa de juros. Mas, já que não se faz isso, acrescentou, “acho que a melhor alternativa seria uma política de rendimentos que coloque a remuneração dos agentes econômicos em níveis médios, como se fez no Plano Real”.
Outros defendem aumentos de menor magnitude, uma vez que a inflação perdeu força e dá mostras de chegar ao fim do ano abaixo do teto da meta de 6,5%. É o caso do vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Ele entende que a justificativa de aumentar os juros para conter o consumo doméstico tem efeito mínimo: “Não traz qualquer mudança na intenção de compras”. Oliveira disse que a distância entre a taxa Selic e as taxas efetivamente cobradas nos financiamentos era até então de 134,22% ao ano, o que dá uma variação de quase 1.000% entre as duas pontas, e garante que tem financeira cobrando diferença de até 1.500% no crédito pessoal.
Por isso, Ribeiro sustenta que o aumento da taxa básica de juros “não é suficiente para reduzir as intenções de compra”, uma vez que acrescenta apenas alguns reais nos financiamentos, e “para o consumidor o que interessa mais é a garantia do emprego e saber se as prestações do novo financiamento cabem no seu bolso”.
Ao contrário, porém, os representantes dos agentes financeiros querem as taxas mais altas do que já estão, como o economista Fábio Susteras, do Banco Real. Ele afirma que apesar da queda recente nos preços das commodities (produtos com cotação internacional, que compõem mais de metade da pauta de exportações brasileiras), cujo reflexo tem se mostrado no recuo dos preços dos alimentos, “existem outros itens que ainda preocupam o BC, como o descompasso entre oferta e demanda”.




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