abraços]Depois de algumas (demasiadas) hesitações, o Kliper foi finalmente integrado como uma parte fundamental do programa espacial russo para as próximas décadas.
A Rússia dividiu por três fases a evolução do seu programa espacial tripulado:
1ª Fase: O desenvolvimento de uma versão das cápsulas Soyuz já começou em 2007. Esta nova versão (a atual é a Soyuz-TMA) que deverá ser utilizada pela primeira vez em 2011 vai transportar mais um tripulante que os três da versão atual. Será também capaz de realizar viagens até à Lua, sem a adição de foguetes e combustível adicionais.
2ª Fase: O sistema de cargueiros Progress, que têm servido de principal fonte de abastecimento da ISS, será substituído pelo Parom. Estes cargueiros incluorão um orbitador reutilizável e um módulo não-reutilizável com 12 m2 de capacidade de carga, uma enorme expansão a partir dos reduzidos 2,5 m2 oferecidos hoje pelas Progress. Segundo Anatoly Perminov, o primeiro Parom será lançado em 2009.
3ª Fase: O novo veículo será formado por 3 segmentos distintos e poderá ser lançado por foguetões Soyuz de uma nova geração, a Soyuz-2-3, encerrando assim os planos que a RKK Energia tinha de desenvolver um Soyuz-3, uma evolução a partir do lançador Zenit-2 ou de um novo lançador Angara. Este novo lançador será responsável por colocar em órbita um novo conceito de nave espacial gémea formada pelo par Parom-Kliper. Lançados separadamente, por dois foguetões, o módulo desabitado Parom poderá atracar em órbita com o Kliper tripulado ou, separadamente, atracarem-se ambos à Estação Espacial Internacional (ISS). Se acoplados em conjunto, poderão evoluir até à Lua ou, unindo-se a mais módulos Parom ou a módulos de outro tipo, avançar até Marte e regressar, voltando o(s) Parom(s) para a ISS e regressando o Kliper ao solo com os seus cosmonautas. O Kliper poderá transportar até quatro astronautas e será lançado até 2011.
A Rússia assume assim finalmente uma visão de longo prazo para a exploração humana do Espaço e para o regresso da Rússia à cena principal da exploração tripulada do Espaço. Cada elemento desenvolvido, testado e provado numa das três fases, servirá de assentamento e garantia para o sucesso da seguinte, e assim por diante até ao apogeu do programa que será uma missão lunar ou - até - uma missão humana a Marte, estando esta apenas em equação se forem estabelecidas das devidas parcerias e acordos com outras potencias espaciais, estando a Rússia preparada para uma tal missão entre 2020 e 2030, segundo a Agência Espacial Federal.
O lander Phobos-Ground, o regresso russo ao estranho Phobos in http://www.federalspace.ru)
No campo da exploração espacial robotizada, a Rússia - completamente ausente neste domínio nas últimas décadas - antecipa também um regresso à cena internacional com sonda solar Koronas-Foton a lançar ainda este ano, o arranque do projecto marciano Phobos-Ground em 2009 e a várias missões lunares.
Fontes:
O lander Phobos-Ground, o regresso russo ao estranho Phobos in http://www.federalspace.ru)
No campo da exploração espacial robotizada, a Rússia - completamente ausente neste domínio nas últimas décadas - antecipa também um regresso à cena internacional com sonda solar Koronas-Foton a lançar ainda este ano, o arranque do projecto marciano Phobos-Ground em 2009 e a várias missões lunares.
http://movv.org/2008/06/07/as-tres-fase ... soyuz-2-3/
Fontes:
http://en.rian.ru/analysis/20061220/57396095.html
http://www.russianspaceweb.com/parom.html
http://www.shuttlepresskit.com/ISS_OVR/index.htm
As três fases do novo programa espacial russo
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Bem interessante este novo conceito russo de naves de menor porte que se acoplam em órbita para chegar à configuração desejada. Elimina a necessidade de desenvolver foguetes maiores, ao mesmo tempo em que aumenta o número de lançamentos de um tipo de foguete padrão. É exatamente a receita proposta por vários especialistas para reduzir os custos de acesso ao espaço, a produção em maior quantidade de um único foguete, ganhando escala de produção. E o foguete escolhido foi o nosso velho conhecido Lançador-A, na sua versão de 3 estágios Soyuz, provavelmente o foguete com a melhor relação custo/kg orbitado existente.Brasileiro escreveu:abraços]Depois de algumas (demasiadas) hesitações, o Kliper foi finalmente integrado como uma parte fundamental do programa espacial russo para as próximas décadas.
A Rússia dividiu por três fases a evolução do seu programa espacial tripulado:
1ª Fase: O desenvolvimento de uma versão das cápsulas Soyuz já começou em 2007. Esta nova versão (a atual é a Soyuz-TMA) que deverá ser utilizada pela primeira vez em 2011 vai transportar mais um tripulante que os três da versão atual. Será também capaz de realizar viagens até à Lua, sem a adição de foguetes e combustível adicionais.
2ª Fase: O sistema de cargueiros Progress, que têm servido de principal fonte de abastecimento da ISS, será substituído pelo Parom. Estes cargueiros incluorão um orbitador reutilizável e um módulo não-reutilizável com 12 m2 de capacidade de carga, uma enorme expansão a partir dos reduzidos 2,5 m2 oferecidos hoje pelas Progress. Segundo Anatoly Perminov, o primeiro Parom será lançado em 2009.
3ª Fase: O novo veículo será formado por 3 segmentos distintos e poderá ser lançado por foguetões Soyuz de uma nova geração, a Soyuz-2-3, encerrando assim os planos que a RKK Energia tinha de desenvolver um Soyuz-3, uma evolução a partir do lançador Zenit-2 ou de um novo lançador Angara. Este novo lançador será responsável por colocar em órbita um novo conceito de nave espacial gémea formada pelo par Parom-Kliper. Lançados separadamente, por dois foguetões, o módulo desabitado Parom poderá atracar em órbita com o Kliper tripulado ou, separadamente, atracarem-se ambos à Estação Espacial Internacional (ISS). Se acoplados em conjunto, poderão evoluir até à Lua ou, unindo-se a mais módulos Parom ou a módulos de outro tipo, avançar até Marte e regressar, voltando o(s) Parom(s) para a ISS e regressando o Kliper ao solo com os seus cosmonautas. O Kliper poderá transportar até quatro astronautas e será lançado até 2011.
A Rússia assume assim finalmente uma visão de longo prazo para a exploração humana do Espaço e para o regresso da Rússia à cena principal da exploração tripulada do Espaço. Cada elemento desenvolvido, testado e provado numa das três fases, servirá de assentamento e garantia para o sucesso da seguinte, e assim por diante até ao apogeu do programa que será uma missão lunar ou - até - uma missão humana a Marte, estando esta apenas em equação se forem estabelecidas das devidas parcerias e acordos com outras potencias espaciais, estando a Rússia preparada para uma tal missão entre 2020 e 2030, segundo a Agência Espacial Federal.
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No campo da exploração espacial robotizada, a Rússia - completamente ausente neste domínio nas últimas décadas - antecipa também um regresso à cena internacional com sonda solar Koronas-Foton a lançar ainda este ano, o arranque do projecto marciano Phobos-Ground em 2009 e a várias missões lunares.
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http://movv.org/2008/06/07/as-tres-fase ... soyuz-2-3/
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http://en.rian.ru/analysis/20061220/57396095.html
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http://www.shuttlepresskit.com/ISS_OVR/index.htm
Os americanos estão seguindo o caminho inverso com seus foguetes Ares, tentando ganhar com o aproveitamento de tecnologia já existente dos ônibus espaciais e até do projeto Saturno. Vamos ver no que vai dar isso.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Aposto nos vermelinhos.
Ps - É engraçadp, só agora é que os Russos vão poder chegar a lua.
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Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
joao fernando escreveu: Ps - É engraçadp, só agora é que os Russos vão poder chegar a lua.
Acontece que a chegada à Marte passa pela chegada à lua. Os americanos viajaram à lua há quase anos, muito tempo, para isso já estão pensando em novas viajens lunares já pensando em Marte.
Os russos estão fazendo o mesmo, a diferença é que a 'primeira fase' deles não foi muito bem sucedida, mas não é porque os americanos chegaram lá que eles estão tão na frente assim, eles não conseguiram na década de 70, mas têm "know how" para isso.
A Koslova bem que poderia dar um pulinho aqui...
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Eu fico triste em ver esta disputa EUAxRússia de novo se acendendo. Eu contava em ver um projeto multinacional como a ISS, utilizando o foguete Energia da Rússia, a tecnologia de automação americana e contribuições da UE, China e outros (quiçá até do Brasil) para montar o programa de viagem a Marte mais depressa.Brasileiro escreveu:joao fernando escreveu: Ps - É engraçadp, só agora é que os Russos vão poder chegar a lua.
Acontece que a chegada à Marte passa pela chegada à lua. Os americanos viajaram à lua há quase anos, muito tempo, para isso já estão pensando em novas viajens lunares já pensando em Marte.
Os russos estão fazendo o mesmo, a diferença é que a 'primeira fase' deles não foi muito bem sucedida, mas não é porque os americanos chegaram lá que eles estão tão na frente assim, eles não conseguiram na década de 70, mas têm "know how" para isso.
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Tenho medo de que se inicie uma "corrida à lua round 2" e depois ninguém tenha mais punch para estender o programa até Marte, que é o objetivo que realmente interessa.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Entendo sua angústia Leandro, mas estou percebendo que é exatamente isso que vai acabar acontecendo. Já imaginou o efeito psicológico no´povo russo de ver o país chegando a lua pela primeira vez, e principalmente antes da China e da "segunda fase americana", acho que o Putin se treme todo qdo. pensa nisso, porque os louros serão dele com certeza.LeandroGCard escreveu:Eu fico triste em ver esta disputa EUAxRússia de novo se acendendo. Eu contava em ver um projeto multinacional como a ISS, utilizando o foguete Energia da Rússia, a tecnologia de automação americana e contribuições da UE, China e outros (quiçá até do Brasil) para montar o programa de viagem a Marte mais depressa.Brasileiro escreveu:
Acontece que a chegada à Marte passa pela chegada à lua. Os americanos viajaram à lua há quase anos, muito tempo, para isso já estão pensando em novas viajens lunares já pensando em Marte.
Os russos estão fazendo o mesmo, a diferença é que a 'primeira fase' deles não foi muito bem sucedida, mas não é porque os americanos chegaram lá que eles estão tão na frente assim, eles não conseguiram na década de 70, mas têm "know how" para isso.
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Armam-se homens com as melhores armas.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Já pensando em Marte, os russos estão conduzindo um programa chamado "Mars 500" que é um experimento de simulação de uma missão a marte de 520 dias. Apartir disso serão realizados os estudos dos efeitos físicos e psicológicos decorrentes do estresse, do confinamento e do isolamento.
Site oficial:
http://mars500.imbp.ru/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mars500
abraços]
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
o programa espacial sovietico teve infinitamente mais sucesso que o americano.
Na epoca da guerra fria os sovieticos perceberam que a colocação de homem na lua era irrelevante no momento, por isso sei exforço foi concentrado na estação espacial MIR e seus sistema de lançamento a custo baixo.
A quantidade de lançamentos bem sucedidos e tempo de atividade com estações espaciais esta toda com os Russos. Esses sim são os fatores mais importantes para missão a Marte.
Veja que a falecida estação espacial MIR é a maior recordista e simbolo de sucesso de todos os programas espaciais sem cooperação externa.
Na epoca da guerra fria os sovieticos perceberam que a colocação de homem na lua era irrelevante no momento, por isso sei exforço foi concentrado na estação espacial MIR e seus sistema de lançamento a custo baixo.
A quantidade de lançamentos bem sucedidos e tempo de atividade com estações espaciais esta toda com os Russos. Esses sim são os fatores mais importantes para missão a Marte.
Veja que a falecida estação espacial MIR é a maior recordista e simbolo de sucesso de todos os programas espaciais sem cooperação externa.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Olá, primeiro antes de tudo: leia uns artigos da Koslova
Os russos só não chegaram na Lua porque tiveram um monte de problemas, o foguete era complexo, a liderança no programa já não era tão solida (Korolev morreu), os americanos estavam indo pela 6º vez e eles tentavam ainda lançar o primeiro foguete N1 sem explodir... quanto a se concentrar para as Estações Espaciais, pois bem, nos 70 quando a URSS lançou a Salyut, os americanos lançaram a Skylab e por aí vai. Ambos sempre estavam um no calcanhar do outro, as vezes com vantagens, as vezes não.
Sei que gosta da URSS, mas não se iluda ideologicamente...
Não é bem assim. Ambos tiveram seus altos e baixos. No começo dos 60 eu diria que a URSS estava na frente, mas após uma revisão do programa, os americanos chegaram na Lua no final da década de 60 e continuaram até os 70. Para mim a corrida espacial acabou em 75 com a missão Apollo-Soyuz. Mas enfim, nos 80 o programa sovietico era muito mais visionario que o americano, mas deu no que deu, quebradeira geral e etc.vmonteiro escreveu:o programa espacial sovietico teve infinitamente mais sucesso que o americano.
Irrelevante? Meu caro, o que foi isto?vmonteiro escreveu:Na epoca da guerra fria os sovieticos perceberam que a colocação de homem na lua era irrelevante no momento, por isso sei exforço foi concentrado na estação espacial MIR e seus sistema de lançamento a custo baixo.
Os russos só não chegaram na Lua porque tiveram um monte de problemas, o foguete era complexo, a liderança no programa já não era tão solida (Korolev morreu), os americanos estavam indo pela 6º vez e eles tentavam ainda lançar o primeiro foguete N1 sem explodir... quanto a se concentrar para as Estações Espaciais, pois bem, nos 70 quando a URSS lançou a Salyut, os americanos lançaram a Skylab e por aí vai. Ambos sempre estavam um no calcanhar do outro, as vezes com vantagens, as vezes não.
Mas isso não é exclusividade russa há anos.vmonteiro escreveu:A quantidade de lançamentos bem sucedidos e tempo de atividade com estações espaciais esta toda com os Russos. Esses sim são os fatores mais importantes para missão a Marte.
Sem cooperação? A MIR só ficou todo esse tempo no espaço porque de 1993 em diante os americanos entraram no programa. Nessa época os russos não tinham grana nem para trazer os cosmonautas que estavam na estação na epoca da quebradeira.vmonteiro escreveu:Veja que a falecida estação espacial MIR é a maior recordista e simbolo de sucesso de todos os programas espaciais sem cooperação externa.
Sei que gosta da URSS, mas não se iluda ideologicamente...
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Amigo não é uma questão de ilusão ideologica, é questão de numeros.Bolovo escreveu:Olá, primeiro antes de tudo: leia uns artigos da KoslovaNão é bem assim. Ambos tiveram seus altos e baixos. No começo dos 60 eu diria que a URSS estava na frente, mas após uma revisão do programa, os americanos chegaram na Lua no final da década de 60 e continuaram até os 70. Para mim a corrida espacial acabou em 75 com a missão Apollo-Soyuz. Mas enfim, nos 80 o programa sovietico era muito mais visionario que o americano, mas deu no que deu, quebradeira geral e etc.vmonteiro escreveu:o programa espacial sovietico teve infinitamente mais sucesso que o americano.Irrelevante? Meu caro, o que foi isto?vmonteiro escreveu:Na epoca da guerra fria os sovieticos perceberam que a colocação de homem na lua era irrelevante no momento, por isso sei exforço foi concentrado na estação espacial MIR e seus sistema de lançamento a custo baixo.
Os russos só não chegaram na Lua porque tiveram um monte de problemas, o foguete era complexo, a liderança no programa já não era tão solida (Korolev morreu), os americanos estavam indo pela 6º vez e eles tentavam ainda lançar o primeiro foguete N1 sem explodir... quanto a se concentrar para as Estações Espaciais, pois bem, nos 70 quando a URSS lançou a Salyut, os americanos lançaram a Skylab e por aí vai. Ambos sempre estavam um no calcanhar do outro, as vezes com vantagens, as vezes não.Mas isso não é exclusividade russa há anos.vmonteiro escreveu:A quantidade de lançamentos bem sucedidos e tempo de atividade com estações espaciais esta toda com os Russos. Esses sim são os fatores mais importantes para missão a Marte.Sem cooperação? A MIR só ficou todo esse tempo no espaço porque de 1993 em diante os americanos entraram no programa. Nessa época os russos não tinham grana nem para trazer os cosmonautas que estavam na estação na epoca da quebradeira.vmonteiro escreveu:Veja que a falecida estação espacial MIR é a maior recordista e simbolo de sucesso de todos os programas espaciais sem cooperação externa.
Sei que gosta da URSS, mas não se iluda ideologicamente...
Quando comentei que a MIR foi um sucesso sem cooperação foi devido seu projeto, construção e operação (na maior parte de sua vida util) exclusivamente executada pelos sovieticos.
O skylab é ridiculo (parece de brinquedo) frente os recordes que a MIR executou ao longo dos anos.
Quando discrimeinei que os sovieticos perceberam que era irrelevante a chegada a lua não especifiquei que não ouve nenhum exforço nesses sentido, a questão toda é que eles pararam de investir quando perceberam a irrelevancia do fato (seja por quais motivos forem).
Caso esse provado pela propria NASA.
Veja os números, observe a quantidade de lançamentos e tempo no espaço, o custo por lançamento. Os Russos dão uma lavada nos EUA.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Mas daí tem que entender o que se passava na época. A MIR foi sim um trunfo, mas não é porque eram "iluminados" que os russos conseguiram isso. Tem mais a ver com o programa espacial deles. Os EUA na época planejavam a Estação Freedom, que assim como qualquer projeto da era Reagan, era grande e caro. Mais tarde a URSS pensaria na MIR-2, com um conceito parecido com o americano. Esses projetos já eram um passo além da MIR, cubria algumas das limitações da antiga estação sovietica. O filho dessas estações é a atual ISS, bem parecido com o que os americanos pensavam.vmonteiro escreveu:Amigo não é uma questão de ilusão ideologica, é questão de numeros.
Quando comentei que a MIR foi um sucesso sem cooperação foi devido seu projeto, construção e operação (na maior parte de sua vida util) exclusivamente executada pelos sovieticos.
Mas também não dá para comparar assim, né amiguinho? Tem que entender como que funciona a coisa.vmonteiro escreveu:O skylab é ridiculo (parece de brinquedo) frente os recordes que a MIR executou ao longo dos anos.
A Skylab é da primeira geração de estações espaciais, dos anos 70 e a MIR é da segunda geração, dos anos 80. A equivalente soviética a Skylab são as primeiras estações Salyut. As primeiras estações eram modulos simples que ficavam em orbita, a MIR já se diferencia por ser vários modulos juntos.
Do modo que você diz que a Skylab é ridiculo, eu digo que a Salyut também é (NÃO É). Ou dizer que a Vostok 1 do Gagarin é ridiculo, bom mesmo é o Onibus Espacial. Não dá para comparar, são decadas de diferença.
O "irrelevante fato" é que perderam a Lua para os EUA, então foram para outro ramo. Já não dava mais para acompanhar os americanos na Lua. Do mesmo modo que os americanos começaram mal no começo dos 60, tiveram que rolar algumas cabeças e revisar o programa, no final da mesma decada já estavam na Lua. O mesmo vale para a URSS, quando começou dar tudo errado no começo dos 70, revisaram o programa e a partir disso conseguiram fazer o melhor programa espacial do PLANETA, só não deu 100% certo porque a URSS viria a cair uma decada depois.vmonteiro escreveu:Quando discrimeinei que os sovieticos perceberam que era irrelevante a chegada a lua não especifiquei que não ouve nenhum exforço nesses sentido, a questão toda é que eles pararam de investir quando perceberam a irrelevancia do fato (seja por quais motivos forem).
Caso esse provado pela propria NASA.
Mas isso não é porque eles são "iluminados" e os americanos são "burros e incompetentes".vmonteiro escreveu:Veja os números, observe a quantidade de lançamentos e tempo no espaço, o custo por lançamento. Os Russos dão uma lavada nos EUA.
Tem a ver que os russos tem plataformas diferentes de lançamento. O foguete R-7 dos russos é dos 50, lançou o Sputinik, o Gagarin e hoje lança a Soyuz que leva todo mundo pra ISS, os americanos nao tem nada semelhante. O fato dos russos ficarem mais tempo no espaço tem a ver com custos, é melhor deixar um cara dez meses no espaço do que deixar ele uma semana e depois mandar outro, os custos são bem menores. Os americanos já fazem isso também, só começaram mais tarde.
O programa americano e o russo tem suas particularidades, cada um tem seus pros e seus contras. Acho que não dá para comparar um com o outro e dizer "esse é melhor!" ou "esse não é!", tem mais a ver com o que eles querem mesmo.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Só que até 1993, todo o merito era russo. Se os americanos ajudaram a pagar a conta de luz, é decorrencia da falencia dos URSS, e não incapacidade russa.
Mas na verdade cada um tem o merito (e que merito...) na corrida ao espaço.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
Para missões a Marte que o tempo embarcado é critico e a preparação para base de lançamento deve ser barata e robusta, a Russia leva vantagem, exatamente pelo legado sovietico.
So resta saber se a Russia consegue efetivamente aproveitar esse know-how.
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Senhores, sejamos razoáveis.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
O know-how Russo é por demais conhecido, mas infelizmente sem € nada feito. É aí que a NASA e a ESA têm vantagem sobre o programa Russo.
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Re: As três fases do novo programa espacial russo
As diferenças entre os programas espaciais americano e soviético/russo são em grande parte devidas a um aspecto que pouca gente considera, que é a forma distinta com que os engenheiros e técnicos de cada nação encaram (ou pelo menos encaravam, não tenho muitos dados sobre a Rússia atual) o desenvolvimento tecnológico.
Nos EUA (e no resto do ocidente) vigora o impulso da tecnologia. Os avanços técnicos são considerados objetivos em si mesmos, e muitas vezes são adotados apenas por estarem disponíveis, sem muita consideração com o objetivo final do produto/sistema.
Já na União Soviética/Rússia o desenvolvimento tecnológico é guiado pelo requerimento. Isto significa que os produtos/sistemas são desenvolvidos tendo-se em vista atender as especificações de projeto colocadas pelo requisitante com o máximo de eficiência. Se para isto for necessário desenvolver uma nova tecnologia super-avançada tudo bem, mas se for possível atender os requisitos do projeto com tecnologia mais simples ou mesmo pré-existente, melhor ainda. Não se gasta esforço com novidades se estas não tiverem uma aplicação clara.
Ao longo do tempo ficou claro, pelo menos no campo da pesquisa espacial, que nenhuma destas abordagens é superior a outra, mas apenas diferente (o mesmo não se passa no campo do desenvolvimento de bens de consumo, mas aí já por características da psicologia humana).
Esta diferença de mentalidade, juntamente com circunstâncias históricas, foi que definiu a base das diferenças entre os programas espaciais das duas nações e a evolução de cada um, muito mais do que quaisquer vantagens/desvantagens em termos de capacidade técnica ou nível de investimentos realizados por cada uma das partes. Não existe uma vantagem clara para nenhum dos lados (nem mesmo por questões financeiras), apenas diferenças na forma de encarar os problemas colocados pela vontade de explorar o universo fora de nosso planeta.
Abraços a todos,
Leandro G. Card
Nos EUA (e no resto do ocidente) vigora o impulso da tecnologia. Os avanços técnicos são considerados objetivos em si mesmos, e muitas vezes são adotados apenas por estarem disponíveis, sem muita consideração com o objetivo final do produto/sistema.
Já na União Soviética/Rússia o desenvolvimento tecnológico é guiado pelo requerimento. Isto significa que os produtos/sistemas são desenvolvidos tendo-se em vista atender as especificações de projeto colocadas pelo requisitante com o máximo de eficiência. Se para isto for necessário desenvolver uma nova tecnologia super-avançada tudo bem, mas se for possível atender os requisitos do projeto com tecnologia mais simples ou mesmo pré-existente, melhor ainda. Não se gasta esforço com novidades se estas não tiverem uma aplicação clara.
Ao longo do tempo ficou claro, pelo menos no campo da pesquisa espacial, que nenhuma destas abordagens é superior a outra, mas apenas diferente (o mesmo não se passa no campo do desenvolvimento de bens de consumo, mas aí já por características da psicologia humana).
Esta diferença de mentalidade, juntamente com circunstâncias históricas, foi que definiu a base das diferenças entre os programas espaciais das duas nações e a evolução de cada um, muito mais do que quaisquer vantagens/desvantagens em termos de capacidade técnica ou nível de investimentos realizados por cada uma das partes. Não existe uma vantagem clara para nenhum dos lados (nem mesmo por questões financeiras), apenas diferenças na forma de encarar os problemas colocados pela vontade de explorar o universo fora de nosso planeta.
Abraços a todos,
Leandro G. Card