(1) no mês passado, o exército russo fez exercícios de simulação de invasão a um pequeno país;
Esta é uma meia-verdade. Os exercicios não foram exercicios para a invasão de um pequeno país, mas sim exercicios regulares que o exército russo executa uma vez por ano na região.
(2) a Rússia chamou de volta a Moscou os seus embaixadores para uma reunião em 15 de julho, a fim de discutir um novo conceito de política externa ligado à necessidade de “defender” os povos de língua russa em países não especificados;
Isto é especulativo. Não há informação credível sobre tal intenção, nem a Rússia ou o governo da Rússia têm qualquer tradição de discutir o que quer que seja com quem quer que seja.
(3) os representantes de Moscou na Ossétia do Sul evacuaram mulheres e crianças de etnia russa antes de iniciar intenso bombardeio a vilarejos georgianos;
Esta não foi investigada. Não conheço nenhuma informação de fonte segura que afirme isto. Não é impossível, mas não faria muito sentido.
(4) a artilharia da Ossétia do Sul abriu fogo às onze da noite (23h:00min), enquanto a artilharia georgiana só reagiu após o meio-dia (12h:30min);
Segundo todos os dados que fui reunindo, houve de facto ataques esporádicos por parte da artilharia da Ossétia. O problema é que a artilharia da Ossétia, alegadamente efectuava este tipo de bombardeamentos com regularidade. A região nunca viveu em Paz. Os georgianos afirmam que naquele momento «encheram o saco». É um dos pontos confusos de toda a questão.
(5) colunas mecanizadas russas já estavam se movendo para dentro da Geórgia antes do avanço georgiano na Ossétia do Sul, em 8 de agosto;
Esta possibilidade faz sentido, muito mais quando comparamos com os dados das acções georgianas.
Toda a gente sabe que para impedir a passagem da Russia para a Ossétia é necessário fechar um tunel estratégico. Essa é a primeira coisa a fazer segundo qualquer manual.
É engraçado achar que o exército georgiano tinha técnicos americanos a treina-lo e achar que este ponto tão básico não foi analizado.
o que sabemos é que quando os georgianos tentaram destruir o tunel, os russos já estavam lá.
(6) os russos estavam mobilizando navios de guerra no Mar Negro antes da suposta “agressão georgiana”;
ISto é verdade. Há navios na pequena frota russa do mar negro (os que estão operacionais) que não poderiam ter chegado à Abkhazia se não tivessem saído do porto antes do inicio das hostílidades.
(7)
sites georgianos na Internet estiveram sob intenso ataque russo antes do início das operações militares.
Isto pode até ser verdade, mas a verdade é que a guerra dos russos contra os georgianos já se prolonga há meses. E não foram só os georgianos, os países bálticos já foram objecto de vários ataques cibernéticos dos russos. Neste caso não podemos afirmar nada.
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Muitas vezes, as pessoas no terreno, têm apenas uma imagem limitada da realidade.
Im exemplo é o que acontece sempre que vemos as imagens das pessoas vítimas dos bombardeamentos. São sempre imagens trágicas, mas as imagens que vemos e os numeros que vamos contando, entram em contradição com a tese do massacre.
Para a pessoa bombardeada, que se viu envolvida numa violência extrema, ocorreu um massacre, uma desgraça algo violento que pode ter morto os seus familiares. MAs para clamar Massacre, tem que haver mais que isso.
É tragico, mas é necessário haver mais que isso.
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Outro dado que também é convenientemente esquecido é o numero de refugiados. A Ossétia tinha 60.000 habitantes. 20.000 fugiram para se refugiar na Rússia. Mas o numero de refugiados ultrapassa 120.000.
Na sua esmagadora maioria, os refugiados são georgianos, que fugiram dos russos e das milicias da Ossétia que começaram a roubar e a pilhar no mesmo dia em que começaram os conflitos.
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No geral, fica realmente a estranha a ideia de que a Georgia decidiu atacar assim sem mais nem menos um país dezenas de vezes maior. O presidente da Georgia terá que ser o maior imbecil à face da terra. Além dele os generais georgianos têm que ser todos imbecis, os conselheiros americanos também tiveram que ser todos escolhidos a dedo, entre os mais estúpidos dos estúpidos. Talvez seja verdade...
Ou então, a outra opção é a verdadeira: Os russo de facto começaram, ou criaram o prececedente. Não seria a primeira vez, não terá sido a última.
O «Massacre», já ninguém acredita nele, o presidente russo Medvedev foi provavelmente enganado pelo numero de 1600 a 2000 mortos e agora já não pode voltar atrás, porque na Rússia isso é "sentença de morte".
Os bombardeamentos russos sobre civis, com artilharia a foguete BM-27 foram silenciados e o editor chefe da TV «Russia Today» foi convidado a demitir-se quando disse que os russos tinham bombardeado fortemente a cidade de Gori, de onde os georgianos já tinham saído.
Mas claro, é tudo culpa dos «Ianques» e desses malvados invasores do «NATO» esse país malvado aliado dos Estados Unidos.