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Mensagem
por Naval » Qua Ago 13, 2008 10:57 pm
O PELOTÃO DE FUZILEIROS NAVAIS NO ASSALTO ANFÍBIO
Por causa de seu tamanho, de sua missão imediata ao desembarque, às defesas de praia, e dos tipos de Embarcações de Desembarque normalmente empregados, o Pelotão de Fuzileiros em assalto é normalmente desembarcado num único escalão. Um Pelotão de Fuzileiros normalmente pode ser desembarcado em 02 Embarcações de Desembarque. A formatura em linha é usualmente empregada pelas Embarcações de Desembarque da vaga de assalto na corrida da linha de partida para a praia. Esta formatura permite o desembarque de todos os elementos da vaga aproximadamente, ao mesmo tempo, e evita o fogo de enfiada que possa ser desencadeado da praia até próximo ao momento do desembarque. Esta formatura é fácil de ser efetivamente controlada. Uma formatura aberta em forma de ''v'', algumas vezes é utilizada pela vagas de assalto, porém apresenta a desvantagem de todas as embarcações da vaga não chegarem à praia ao mesmo tempo. Sem considerar a formatura empregada, todas as ED's estão preparadas para se mover para a praia em rumos de ziguezague, mantendo suas posições relativas na formatura.
Normalmente é atribuída uma frente de 100 a 200 metros a um Pelotão de Fuzileiros ao desembarcar. A fim de cobrir com fogos toda a frente atribuída ao Pelotão e assegurar que todas as armase instalações do inimigo na praia sejam atacadas imediatamente após o desembarque, as primeiras ED's, normalmente são distribuídas de modo uniforme sobre a frente designada mantendo-se a disância de 40 a 75 metros entre as embarcações. Esta distância também permite que a ED tenha espaço necessário para se retirar e fazer-se de novo ao mar sema interferência indevida com as vagas de embarcações subsequentes que estão chegando para desembarcar. Em situações de baixa visibilidade, ou quando a praia é estreita, pode ser necessário reduzir esta distância. Contudo, a distância deve ser suficiente para evitar danos a mais de uma embarcação por um mesmo projétil ou bomba, e permite o desenvolvimento completo das tropas sem congestionamento ou mistura de unidades de praia.
O Pelotão de Fuzileiros de Assalto organizado para o desembarque, compõe-se geralmente de três grupos de combate, tendo a disposição uma seção de metralhadoras e um grupo de assalto da Companhia de Comando do Batalhão de Infantaria. A fim de assegurar a cobertura de frente da praia que lhe foi atribuída, máximo desenvolvimento de potência de fogo ofensivo no tempo mínimo e rápida conquista da praia, todo o Pelotão de Fuzileiros reforçado desembarcará, em geral simultaneamente na hora H e sem outro elemento de apoio.
O Comandante do Pelotão de Fuzileiros conduz o assalto de acordo com os seguintes princípios:
- Retoma o mais cedo possível o controle do Pelotão e de todas as unidades à disposição. Pelo fato do Comandante do Pelotão estar embarcado com a metade do seu Pelotão numa embarcação e o Sargento-Auxiliar com o restante do Pelotão numa outra e, ainda, pelo fato de ambas as embarcações abicarem lado a lado, o Comandante do Pelotão, em geral está capacitado em estabelecer rapidamente o contato com todas as suas unidades subordinadas, não só utilizando os seus próprios esforços e os do Sargento-Auxiliar, como também os mensageiros do Pelotão.
O Comandante do Pelotão avalia a situação com que se defronta sua unidade por meio de reconhecimento e de visitas pessoais aos seus Comadantes de Grupos de Combate e faz um rápido estudo da situação.
O Comandante do Pelotão, baseado nesse rápido estudo, ou decide progredir no ataque em direção ao objetivo designado de acordo com o desenvolvimento da situação presente, ou altera o plano de ataque para enfrentar uma nova situação. Ao tomar tal decisão, O Comandante de Pelotão apega-se aos príncipios de primeiro destruir o inimigo na praia que possa influir materialmente no desembarque, para depois avançar rapidamente para o interior a fim de aprofundar a cabeça-de-praia. Se os três Grupos de Combate estiverem engajados na praia, ele deve conduzir a ação de modo a conquistar a praia antes do prosseguimento; porém, se os três Grupos de Combate estiverem avançando e conquistando o objetivo designado, ele continua o ataque. Se, como acontece muitas vezes, um ou dois Grupos de Combate estiverem progredindo de acordo com o que foi planejado, enquanto o restante esteja combatendo contra um objetivo cuja conquista exija reforço de tropa, o Comandante do Pelotão deve conter a resistência com a força já engajada e decidir se desvia outras unidades do Pelotão de suas tarefas para auxiliarem o ataque, ou se comunica o fato ao Comandante de Companhia sugerindo que a resistência seja reduzida pelo Pelotão reserva. Como regra geral, as unidades que estejam progredindo satisfatoriamente não devem ser desviadas, ou de outro modo empregadas, a não ser em séria emergência. Ademais, em geral, não é possível desengajar unidades em combate com o inimigo. Os fatores definitivos dessa decisão são: o efeito que a posição inimiga exerce sobre o sucesso do desembarque, o dano que possa causar se a sua captura for retardada até ser empregado contra ele o Pelotão reserva, e a possibilidade do emprego de outras unidades do Pelotão.
Qualquer que seja a decisão tomada pelo Comandante do Pelotão, a sua execução é levada a efeito por meio de esforço coordenado de todas as armas e unidades do Pelotão. A principal preocupação do Comandante do Pelotão é terminar o mais cedo possível a fase de ação independente dos Grupos de Combate e empregar o princípio da massa, pela concentração da potência de fogo de todo o Pelotão contra o objetivo designado ou escolhido.
Até ser conquistado o objetivo inicial do Pelotão, o atque não deve ser paralisado para se constituir uma reserva, nessa ocasião, porém, se a situação permitir, o Comandante do Pelotão poderá designar um Grupo de Combate para agir como grupo reserva.
As decisões tomadas e as ações empreendidas pelo Comandante do Pelotão devem ser informadas ao Comandante da Companhia. Casos as tabelas de designação de Embarcação determinem o desembarque do imediato da Companhia na primeira vaga, esse oficial receberá tais informações. Se as comunicações por rádio com o Comandante de Companhia já estiverem estabelecidas, a informação deve ser enviada por esse meio. Em qualquer caso um mensageiro é enviado ao encontro do Comandante de Companhia, quando este desembarca, para prestar-lhe todas as informações.
Quando um Grupo de Combate for insuficiente para assaltar uma fortificação com os seus próprios meios, conforme descrito previamente deve-se reforçá-lo com outros elementos, è importante lembrar que, exceto em casos especiais, o reforço é usado principalmente para implemento dos fogos de apoio e não para efetivo do Grupo de Assalto. O Grupo de Assalto não depende para seu êxito do número de homens, mas sim do uso apropriado dos Lanças-Chamas e de alto-explosivos. Um aumento de homens, a não ser para Lança-Chamas e Demolições, atrapalhará mais do que auxiliará, pois esse pessoal afetará a capacidade do Grupo de Assalto de fazer uma aproximação despercebida e, no combate aproximado exigido, os homens em excesso atrapalharão mutuamente.
Abraços.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)