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Mensagem
por Naval » Dom Ago 10, 2008 9:51 pm
CONDUTA INICIAL EM TERRA DO GRUPO DE COMBATE
Depois que a tropa conseguir uma boa cobertura na praia, à frente dos CLANF's inicia-se a conquista da cabeça de praia.
O desembarque com oposição caracteriza-se por inúmeras incertezas, sendo a fase mais crítica do assalto anfíbio, que apesar de todas as dificuldades, deve ser executado com agressividade até a sua conclusão.
Os planos preconcebidos não podem ser seguidos a risca, compete a todos os comandantes de GC e comandantes de GDB, fazer um contínuo exame da situação, desde o início do movimento navio-para-terra até a conclusão do assalto.
Deve-se ressaltar que, embora a prioridade um para as vagas de assalto seja a destruição do inimigo na praia, tal fato não deve impedir o rápido avanço dos elementos engajados nessa tarefa principal. Assim, se na zona de ação de um pelotão há uma posição inimiga que exija para sua destruição, o emprego de um GC, o restante do pelotão deve continuar progredindo para seu objetivo, sem esperar na praia a destruição da posição inimiga pelo outro Grupo de Combate.
A cada grupo que desembarca em assalto deve ser atribuído um objetivo. Dependendo da situação, o objetivo pode ser de um dos seguintes tipos: objetivo isolado na praia, ou, então, parte do objetivo do pelotão, o qual poderá estar situado nas imediações da praia ou mais para o interior.
Nos estudos feitos anteriormente sobre o terreno, idéia de manobra e dispositivo para o desembarque, foi salientado que os pontos críticos do terreno e as posições inimigas que comandam a praia devem ser precisamente atribuídos para conquista a determinadas unidades. Disso decorre que, se tais objetivos estiverem dentro das possibilidades de um grupo de combate, devem ser atribuídos a um grupo, enquanto que outros podem ser de tal vulto que necessitem para sua conquista de todo um Pelotão ou mesmo de uma Companhia, caso em que o Grupo de Combate tocará parte do objetivo de uma unidade maior. Convém ressaltar que os objetivos, na praia ou nas suas imediações, devem ser pontos críticos ou posições de armas inimigas claramente definidas que possam ser localizadas antes do desembarque.
Nem todas as posições de atiradores e instalações inimigas suspeitas na praia devem ser consideradas como objetivos para o Grupo de Combate, porque, se assim fosse feito, o ímpeto do ataque se perderia na orla da praia. Por isso, à maioria dos Grupos de Combate determina-se que conquistem parte de um ponto importante do terreno, no interior, cuja conquista facilitará a progressão do ataque em seu conjunto, bem como a reorganização. Durante o adestramento, por meio de instruções verbais, deve ficar claro que qualquer resistência encontrada na progressão para o objetivo precisa ser destruída antes de se prosseguir, particularmente quando localizada na praia.
Uma ação agressiva levada a efeito com iniciativa sob a direção de um Líder audacioso, constitui a chave do sucesso da ação do Grupo de Combate no assalto; o princípio fundamental, como de resto em toda a tática do Grupo de Combate, é o emprego do conjugado FOGO-MOVIMENTO; além disso, o assalto deve ser executado de acordo com os seguintes princípios:
1) Deve ser destruído todo inimigo na praia que possa interferir materialmente no desembarque. Se ao Grupo de Combate foi atribuído um objetivo na praia, este deve ser imediatamente assaltado e destruído. Se recebeu um objetivo mais para o interior, destrói o inimigo e se apresenta na praia ou nas imediações do ponto de desembarque, antes de prosseguir para seu objetivo;
2) O ataque deve ser pressionado vigorosamente para o interior com o propósito de conquistar terreno com comandamento e assim proporcionar espaço para manobra e desembarque dos apoios e reserva, proteger a praia a qualquer custo do fogo das armas portáteis e permitir a reorganização. Os pontos fracos das posições inimigas devem ser explorados.
Tais pontos podem ser o resultado do fogo naval ou ataque aéreo, ou ainda uma falha no planejamento das defesas de praia inimigas. É evidente que esse princípio colide com o que foi enunciado acima. Este fato ressalta novamente a necessidade de cuidadoso planejamento a fim de estabelecer uma idéia de manobra que assegure o emprego mais eficiente de cada unidade após o desembarque, bem como a necessidade de um eficiente planejamento por parte do escalão imediatamente superior. A ação de desembarque é constituída, no início, por Grupos de Combate atuando independentemente, uns pressionando para o interior em direção aos objetivos designados, outros assaltando instalações inimigas importantes na praia, agindo todos de acordo com a idéia de manobra do comandante do GDB completada pelos comandantes de Companhia e Pelotão.;
3) Logo após o desembarque, os comandantes de Grupo de Combate devem tomar as providências indicadas para iniciar uma ação ofensiva imediata. Sua missão torna-se mais difícil devido as fatores que caracterizam o assalto anfíbio a saber:
- Com o fim de facilitar o desdobramento, as embarcações são abicadas com certo intervalo entre elas, o que produz brechas na frente dos pelotões de assalto justamente ao atacarem esse ponto crítico, a praia;
- A foto-interpretação pode não ter localizado todas as instalações inimigas na praia, ou o inimigo pode ter construído novas, pouco antes do desembarque;
- Para Grupos de Combate que tenham recebido objetivos na praia, pode se dar o caso do ''patrão'' perder completamente o rumo ou não conseguir desembarcá-los no ponto desejado, forçando-os a desembarcar num ponto da praia fora da distância de ataque do seu objetivo, o qual para ser atingido, obrigaria os grupos a um deslocamento lateral pela praia, e que certamente não seria viável.
Tais fatores podem, desse modo, criar uma situação em que alguns Grupos de Combate que receberam objetivos na praia, desembarquem muito distante de seus objetivos e sem oposição, enquanto outros que tinham que atacar para o interior, se encontrem diante de posições inimigas que comandam a praia. Nessa situação o Comandante do Grupo de Combate deve decidir rapidamente o método de ataque que irá empregar e executar agressivamente a sua decisão.
4) O ímpeto do assalto não deve ser perdido. Quer atacando um objetivo na praia ou pressionando para o interior, as ações do Grupo de Combate devem ser rápidas, decisivas e agressivas. Devem ser evitados ou reduzidos ao estritamente necessário os tempos mortos devido a decisões, reorganização, procura do Comandante do Pelotão ou reunião das armas de apoio. A exploração imediata do bombardeio preliminar produzirá enormes efeitos, pois as instalações inimigas e os pontos do terreno podem muitas vezes ser capturados por ataque imediato em poucos minutos, enquanto que uma demora de 30 minutos poderá exigir um ataque posterior de vários dias de duração. Alguns objetivos críticos podem não ser suscetíveis de conquista imediata devido a resistência das fortificações; nesse caso, o Grupo de Combate deve obrigar a posição inimiga a se revelar, tentar neutralizá-la e comunicar ao Comandante do Pelotão. Armas e unidades adicionais são então reunidas, o mais rapidamente possível, pelo Comandante do Pelotão ou de Companhia para assaltar a posição.
5) As seções de metralhadoras e os grupos de lança-rojão, dos pelotões de petrechos das Companhias de Fuzileiros e os grupos de Lança-chamas da Companhia de Comando do Batalhão, são normalmente embarcados com os Grupos de Combate de Assalto para formarem as equipes de embarcação da primeira vaga.
Esses elementos são postos à disposição do Pelotão de Fuzileiros de Assalto e recebem objetivos definidos contra os quais desencadeiam os fogos de apoio. Podem, também, ser postos à disposição de grupos de Combate aos quais foram atribuídos esses objetivos, ou ainda apoiá-los na sua missão; em qualquer dos casos, o Comandante de Grupo de Combate precisa saber como empregar essas armas, e todo o Grupo de Combate deve estar perfeitamente adestrado em atuar junto com elas.
TÉCNICAS.
Quando as unidades de tropa desembarcam das embarcações na praia, cessa a sua organização em equipes de embarcação, revertendo ao grupamento tático normal, como Grupos de Combate, Pelotão, Companhia etc;
O Assalto é iniciado pelos menores elementos do GDB, combatendo isoladamente na orla da praia, sem meios de controle ou direção, a não ser a influência pessoal que podem exercer os seus comandantes. Portanto o êxito nos estágios iniciais depende da capacidade da pequena unidade para a ação independente e agressiva;
Os Grupo de Combate que atacam fortificações na praia ou no interior devem empregar uma técnica especial de assalto devido ao fato de estarem, inicialmente, operando de modo independente e, em muitas ocasiões, sem armas de apoio. Isto significa que para reduzir prontamente as fortificações na praia, o Grupo de Combate deve estar adestrado e equipado para assaltá-las isoladamente com seus próprios meios. Além disso, o Grupo de Combate precisa também estar adestrado em assaltar uma posição auxiliado pelas metralhadoras, lança-rojões e lança-chamas da Companhia, das quais muitas vezes poderá lançar mão. É evidente, portanto, que qualquer técnica idealizada deve ser aplicável em ambas as situações sem afetar a formação ou a tática de Grupo de Combate.
Abraços.
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Naval em Seg Jan 13, 2014 11:33 pm, em um total de 2 vezes.
"A aplicação das leis é mais importante que a sua elaboração." (Thomas Jefferson)