ABIN, funciona ou não?

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

Moderadores: J.Ricardo, Conselho de Moderação

Você acredita na eficiencia da ABIN ?

Acredito
16
29%
Acredito, mas tenho algumas dúvidas
13
23%
Tento acreditar
18
32%
Não
9
16%
 
Total de votos: 56

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
rodrigo
Sênior
Sênior
Mensagens: 12891
Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
Agradeceram: 424 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#31 Mensagem por rodrigo » Qui Jul 10, 2008 2:23 pm

A admissão da presença de um agente da Abin no caso ocorreu depois que Sodré também acionou o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh, contratado por Dantas.

Greenhalgh teria questionado o Palácio do Planalto sobre a atuação de agentes da Abin em possível monitoramento de diretores do Opportunity no Rio. Só então veio a confirmação, mas com a ressalva de que teria sido um engano. A Folha também tentou falar com o ex-deputado, mas não o localizou.
Muito interessante a participação do Greenhalg. Advogado da turma do bolsa ditadura, de sequestradores e do Daniel Dantas. É uma fauna e tanto.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
Avatar do usuário
Vinicius Pimenta
Site Admin
Site Admin
Mensagens: 12007
Registrado em: Seg Fev 17, 2003 12:10 am
Localização: Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Agradeceram: 131 vezes
Contato:

Re: ABIN, funciona ou não?

#32 Mensagem por Vinicius Pimenta » Qui Jul 10, 2008 6:25 pm

Só tem safado. E tem imprensa comprada (jornalistas e veículos) que vai denfendê-los.




Vinicius Pimenta

Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceram: 6 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#33 Mensagem por PQD » Dom Jul 13, 2008 3:06 pm





Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceram: 6 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#34 Mensagem por PQD » Ter Jul 15, 2008 10:44 am

tão querendo a todo custo atrapalhar as investigações ( os envolvidos)

Justiça e PF expõem suas fraturas

Procuradores atacam Mendes, que critica Genro. E delegado pode ser punido por vazamento

Vasconcelo Quadros

BRASÍLIA



No ato mais contundente da crise gerada com o prende-e-solta do banqueiro Daniel Dantas, os procuradores da República da segunda instância em São Paulo discutiram, ontem, a possibilidade de entrar com representação formal pelo impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ampliando o racha de cima a baixo na instituição. O ministro considerou descabida a proposta e contra-atacou, criticando o ministro da Justiça, Tarso Genro que, segundo ele, não tem competência para opinar sobre as decisões. Ele se referia a hipótese, admitida por Genro, de que Dantas, em liberdade, poderia fugir.

À noite, Genro estranhou o ataque, negou que tenha criticado o presidente do STF e lembrou que nas declarações a que se refere a Mendes afirmou que as decisões estão fundamentadas na lei. O racha nas instituições não envolve apenas o embate de conseqüência incerta entre Mendes, Genro e o juiz Fausto de Sanctis, autor das ordens de prisão.

A crise tem origem dentro da própria Polícia Federal, onde o diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, mandou apurar a suspeita de vazamento da Operação Satiagraha e violação ao manual de conduta da corporação envolvendo, supostamente, o delegado Protógenes Queiroz, responsável pelas investigações.



De madrugada

Corrêa só soube do desfecho da operação na madrugada de terça-feira, menos de três horas antes das prisões. Mas não foi só isso que o incomodou. Sentiu-se desconfortável com o rumo dado ao caso. O delegado Protógenes Queiroz deixou claro que não confiava em seus superiores, montou uma estrutura paralela de investigação e, sem que Corrêa ou outro diretor soubessem, pediu ajuda à Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

– O pedido deveria ter sido feito pela via institucional – disse o diretor da PF.

Nos bastidores, Queiroz reclamou que não estava recebendo apoio e queixou-se de um suposto boicote por parte da direção da PF.



Sem fundamento

Corrêa acha a acusação sem fundamento e lembra que Protógenes Queiroz permaneceu na chefia da Operação Satiagraha por decisão sua. Quando assumiu o cargo, em setembro do ano passado, o diretor concordou com um pedido feito pelo delegado Paulo Lacerda – que deixava o órgão para assumir a Abin – e, além de manter as investigações nas mãos de Protógenes, garante que deu todo o apoio institucional.

No final de semana, o diretor da PF se sentiu desconfortável ao ler nos jornais trechos do grampo no telefone do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh em que seu nome era citado como a pessoa a ser procurada pelo chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, para informar sobre a operação.

– Não houve o contato – disse. – Nem o ministro da Justiça me procuraria para saber de operação e, se fizesse, eu não atenderia.

Corrêa diz que a PF adquiriu autonomia suficiente para impedir que alguma autoridade do governo tente interferir em investigações. Desde que a operação foi deflagrada, o diretor vem alertando que os momentos de glória de Queiroz não o livram de uma sindicância interna que vai apurar se ele está, como se suspeita, envolvido no vazamento que expôs os investigados. Ele lembra que o manual de conduta da PF, que proíbe abuso contra presos, foi violado.

O diretor aguarda a resposta a ofício encaminhado à Superintendência da PF em São Paulo para decidir o futuro do delegado. Origem da crise, Queiroz está para o DPF na mesma posição em que se encontra o juiz Fausto de Sanctis para o presidente do STF.

– Eu tenho um juiz fora do controle e o senhor tem um delegado – teria observado Gilmar Mendes numa conversa com Corrêa na última quinta-feira à noite.



Evitar o confronto

Corrêa evita um confronto com o delegado Paulo Lacerda, mas acha que a o apoio dado pela Abin à operação foi irregular e acabou fomentando divergências internas que separam as duas gestões. Ao assumir, o novo diretor demitiu todos os homens indicados por Lacerda e montou, como é normal nessas circunstâncias, uma diretoria de sua confiança. A Operação Satiagraha era a última ação remanescente da era Lacerda.

– A Abin pode e deve operar em cooperação com os demais órgãos públicos em ações que não lhe sejam vedadas – explicou Lacerda.

Ele admite que a agência deu apoio ao delegado Queiroz e considerou "absurdas e levianas" declarações que apontam para o uso de grampo clandestino pelos agentes da Abin.

A guerra institucional era tudo o que a defesa do banqueiro Daniel Dantas esperava para tentar desmoralizar as investigações. O desconforto entre PF e Abin está sendo reproduzido, de cima a baixo, no Judiciário. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) saiu ontem em defesa do procurador Rodrigo De Grandis, que acompanha as investigações e respaldou a prisão de Daniel Dantas. De Grandis e o juiz Sanctis, segundo o presidente em exerício da entidade, José Taumaturgo Rocha, "possuem independência e autonomia funcional, garantidas pela Constituição Federal".

A presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul), desembargadora Marli Ferreira divulgou carta aos magistrados, onde pede que os juízes "nunca se verguem aos interesses subalternos". Foi uma crítica velada ao presidente do Supremo, que despachou os dois habeas corpus impetrado por Dantas sem ouvir o TRF.


ADvogado de Defesa critica Tarso e diz que Abin é "SNI"

Advogado de Dantas afirma ter constatado grampos ilegais de conversas entre advogados, segundo ele uma "barbaridade"

Para Nélio Machado, que vê interesse político de Tarso, é reprovável ministro ter dito que será "muito difícil" para Dantas provar sua inocência

ROBERTO MACHADO

DA SUCURSAL DO RIO



O advogado Nélio Machado, que defende Daniel Dantas, acusou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de estar agindo de forma ilegal e paralela à investigação da Polícia Federal e criticou o comportamento do ministro da Justiça, Tarso Genro, no episódio da prisão do dono do Opportunity.

Preso duas vezes na semana passada e beneficiado por habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Dantas é acusado de chefiar uma quadrilha responsável por diversos crimes financeiros e fiscais a partir das empresas do grupo Opportunity.

O advogado afirmou que existem indícios de que agentes da Abin interceptaram ilegalmente conversas telefônicas. "Eu constatei interceptação da conversa de advogados, o que é uma barbaridade. Tem inclusive interceptação de conversa do meu cliente com um advogado dele nos Estados Unidos."

Segundo Machado, há indícios de que a Abin tenha monitorado a comunicação entre os advogados de Dantas, no Rio e em Brasília. "Incluindo troca de e-mails entre o meu escritório e o do Pedro Gordilho e Alberto Pavie. Também com o de Luiz Carlos Madeira, em Brasília. São todos advogados da maior seriedade. É uma audácia interferir mediante grampo, que eu acredito que seja ilegal."

Disse ter indícios de que a ida de Pavie ao STF, na última terça, horas após a prisão de Dantas, foi monitorada pela Abin: "Essa investigação é muito estranha porque revela, de maneira chapada e indisfarçável, a presença de uma entidade que não tem nenhuma atribuição de atuar em investigação de natureza penal, que eu chamo de SNI [Serviço Nacional de Informações, antigo nome da Abin]."

O advogado de Dantas afirmou que Tarso teria interesses políticos no episódio. "Vê-se que o presidente da República lançou, ou pelo menos prestigiou, a ministra Dilma [Rousseff]. Subitamente vê-se o ministro Tarso ocupar espaço. Ele integra o Executivo e está agindo meio à solta. O próprio presidente deu declarações posteriores muito mais comedidas."

Machado disse que a avaliação de Tarso, em entrevista à Folha publicada no domingo, de que seria "muito difícil" para Dantas provar inocência é "reprovável". "Ele está agindo como o algoz. Faz juízo de valor."

Sobre o depoimento de Hugo Chicaroni, que disse ter recebido dinheiro para tentar subornar um delegado da PF em benefício de Dantas, Machado afirmou tratar-se de ação "isolada". "Não há envolvimento do meu cliente com aquela ação."

Ao criticar a atuação do juiz da 6ª Vara Criminal de São Paulo Fausto De Sanctis, que ordenou as prisões de Dantas, Machado antecipou uma das linhas que utilizará na defesa. "Um juiz tem que se preocupar com o julgamento técnico. Esse caso está viciado desde o início porque violaram o HD [disco rígido] do banco [Opportunity] contra uma ordem judicial do STF. Juiz de primeira instância não pode ir contra o Supremo."




Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
bsl
Júnior
Júnior
Mensagens: 38
Registrado em: Sáb Abr 05, 2008 6:51 pm

Re: ABIN, funciona ou não?

#35 Mensagem por bsl » Ter Jul 15, 2008 2:47 pm

Sera que alguem explicaria para mim como seria a carreira na Abin, sobre o concurso de admissão, etc? Faz um tempo já que ando bem interessado nisso, no momento estou estudando para EsPCEx apenas




Avatar do usuário
Alcantara
Sênior
Sênior
Mensagens: 6586
Registrado em: Qui Jan 20, 2005 4:06 pm
Localização: Rio de Janeiro - RJ
Agradeceram: 248 vezes
Contato:

Re: ABIN, funciona ou não?

#36 Mensagem por Alcantara » Ter Jul 15, 2008 5:40 pm

bsl escreveu:Sera que alguem explicaria para mim como seria a carreira na Abin, sobre o concurso de admissão, etc? Faz um tempo já que ando bem interessado nisso, no momento estou estudando para EsPCEx apenas

26/06/2008 - 13h53
Abin ganha seis meses para abrir concurso com 190 vagas
Da Redação
Em São Paulo

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tem mais seis meses para publicar o edital do concurso com 190 vagas, autorizado em dezembro do ano passado pelo Ministério do Planejamento.

Foi publicada nesta quinta (26), no Diário Oficial da União, a Portaria 179, que altera dois artigos da Portaria nº 451, de 27 de dezembro de 2007, que autorizou o processo seletivo e fixava, a partir daquela data, o prazo de seis meses para a publicação do edital de abertura.

Além disso, as 190 vagas previstas anteriormente para analista de informações e assistente de informações serão designadas, respectivamente, para os cargos de oficial de Inteligência (nível superior, com 160 vagas) e agente de Inteligência (nível intermediário, com 30 vagas).

A mudança ocorre porque a Abin ganhou, no início deste mês, um novo plano de carreiras, que alterou a nomenclatura dos postos. A mesma medida anunciou a criação de outras 440 vagas.

O concurso público será realizado em duas etapas, sendo a segunda fase constituída de um curso de formação. Por se tratar de um processo longo, os aprovados assumirão os cargos apenas em 2009, informa o Ministério do Planejamento.

O pedido de adiamento foi feito pela própria agência, "em razão da recente estruturação" do plano de carreiras e "com o objetivo de ajustar o edital do concurso público à nova realidade da Abin", diz nota do órgão.

Mesmo com o adiamento na divulgação do edital, a Abin diz que continua a planejar o concurso e pretende definir, nos próximos dias, a empresa que organizará a seleção.




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
Avatar do usuário
Alcantara
Sênior
Sênior
Mensagens: 6586
Registrado em: Qui Jan 20, 2005 4:06 pm
Localização: Rio de Janeiro - RJ
Agradeceram: 248 vezes
Contato:

Re: ABIN, funciona ou não?

#37 Mensagem por Alcantara » Ter Jul 15, 2008 5:42 pm

Abin

Ter as regras do concurso definidas também é privilégio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Na última quinta-feira, a Abin ganhou mais seis meses para a publicação do concurso, autorizado em 27 de dezembro do ano passado. A prorrogação aconteceu porque, no início deste mês, foi aprovado o plano de cargos e salário da agência, que precisa ajustar o edital às novas regras de pessoal. Junto com o novo prazo, a Abin recebeu sinal verde para contratar 30 agentes de inteligência, função de nível médio com salário inicial de R$ 4.012,54. O edital da seleção virá com os dois cargos.

Fonte: http://www.abin.gov.br/modules/articles ... hp?id=2790




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
Avatar do usuário
Alcantara
Sênior
Sênior
Mensagens: 6586
Registrado em: Qui Jan 20, 2005 4:06 pm
Localização: Rio de Janeiro - RJ
Agradeceram: 248 vezes
Contato:

Re: ABIN, funciona ou não?

#38 Mensagem por Alcantara » Ter Jul 15, 2008 5:50 pm

Como a ABIN ficou após a sua re-estruturação:

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 434 DE 04 DE JUNHO DE 2008
Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, cria as Carreiras de Oficial de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico de Inteligência, e dá outras providências.

:idea: http://www.dji.com.br/medidas_provisori ... 6-2008.htm


Tá tudo aí.


Abraços! 8-]




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceram: 6 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#39 Mensagem por PQD » Dom Jul 20, 2008 9:04 pm

Por dentro da ABIN, a CIA brasileira

Criada em 1999, a Agência Brasileira de Inteligência voltou ao noticiário em razão da controversa participação de um de seus agentes na investigação do Caso Daniel Dantas



A descoberta de que integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) participaram da Operação Satiagraha, pela qual a Polícia Federal prendeu o banqueiro Daniel Dantas, intrigou boa parte da opinião pública brasileira. Afinal, o que é a Abin? Ela pode atuar em inquéritos policiais? Que agência é essa, sucessora do famoso Serviço Nacional de Informações (SNI), braço de espionagem da ditadura militar?

Primeiro, os fatos: a Abin participou da operação. Policiais federais confirmaram a Zero Hora que o delegado Protógenes Queiroz solicitou apoio de membros da agência, sediados no Rio de Janeiro, para seguir homens ligados a Daniel Dantas. Um deles, aliás, foi surpreendido pelos sócios do banqueiro ao usar um carro com placas frias, o que ajudou a despertar a desconfiança de Dantas de que era alvo de uma operação da PF. Agentes da Abin também atuaram diretamente no apoio ao inquérito.

Queiroz usou os homens da Abin porque lhe foram sonegados policiais federais e meios por parte da direção da PF. É que o delegado insistia em conduzir o inquérito de uma forma "apressada e precipitada", nos dizeres de um confidente da cúpula da Federal. Como tem autonomia sobre a investigação, o delegado foi em frente, usando emprestados investigadores de outro órgão federal.

Por incrível que pareça, isso é comum. A Abin possui núcleos estaduais que muitas vezes agem em parceria com as superintendências da PF - e, inclusive, partilham do mesmo prédio, em alguns Estados. Não por coincidência, a agência ocupa hoje em Porto Alegre o antigo prédio da Federal, na Avenida Paraná. Policiais e "arapongas" da Abin se conhecem e mantêm relações que variam da cordialidade à rivalidade.

- A Abin é uma espécie de CIA (o serviço de contra-espionagem norte-americano), em versão brasileira. Investiga tudo que atente contra os interesses do Estado e da segurança nacional, mas não prende e não faz inquéritos - define um agente que atua na Capital.

Nesses riscos para os interesses do Estado - leia-se União - enquadram-se as movimentações financeiras de Daniel Dantas que foram alvo da Operação Satiagraha. Entre elas, evasão de divisas para o Exterior e sonegação, conforme relata o inquérito policial.

A Abin nasceu por iniciativa militar, considerando-se que é herdeira das atribuições do extinto SNI. Os agentes veteranos eram quase todos oriundos da caserna. Fizeram até curso de agente secreto na escola de informações sediada em Brasília. Isso continua, mas a nova geração de arapongas é integrada em grande parte por civis, interessados nas benesses de uma carreira de funcionário público. Hoje, são realizados concursos para preencher as fileiras da agência.



Policiais são cedidos à Abin para ajudar nas investigações

Mas nem todos os que trabalham para a Abin são servidores de carreira. Grande parte das investigações é feita por policiais civis, militares e federais cedidos para atuar no órgão. O pessoal é agregado à agência e recebe, em troca, uma ajuda de custo (espécie de função gratificada) que, no caso dos policiais estaduais, chega a dobrar os vencimentos. O objetivo é dar experiência aos novatos, resume um agente.

As principais missões da Abin são investigar militares e policiais sob suspeita, checar antecedentes de candidatos ao serviço público, seguir funcionários públicos e verificar seu patrimônio, além de averiguar a vida de empresários que farão negócios com o governo.

- Via de regra, é melhor seguir o assessor do que o figurão. Político e empresário não rouba, transfere a missão a um subordinado. Pressionado, esse funcionário também vira uma boa testemunha - resume um agente gaúcho da Abin.



Agência colaborou com informações sobre atentados

Agentes da Abin também tentam antecipar o que surge de ruim no horizonte do governo ou rastrear o que ocorreu de errado. Entre suas missões estão o levantamento de investimentos estrangeiros na Amazônia, ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em áreas de interesse da segurança nacional (fronteiras) e pesquisa de riscos para a realização de investimentos em determinadas regiões (pontos sujeitos a fracasso, boicote, terrorismo e oposição política).

A agência colaborou em um passado recente com informações que levaram ao esclarecimento do atentado contra duas organizações judaicas na Argentina e à prisão, no Paraguai, de um envolvido com o primeiro atentado à bomba contra as Torres Gêmeas de Nova York, em 1993.
Erros fazem parte da rotina dos espiões brasileiros, como o deslize do tenente da PM a serviço da Abin que foi percebido pelos assessores de Dantas. Nesse caso, o araponga é "esfriado", expressão utilizada pelos agentes para definir quem foi enviado a outro Estado para atuar em casos menos importantes e "repensar a vida".

ADRIANA IRION E HUMBERTO TREZZI



A rotina dos arapongas



Juarez, como prefere ser chamado, é araponga desde a adolescência. Começou no quartel do Exército, ainda soldado, quando foi convidado a participar do S-2 (serviço secreto militar) em razão da habilidade para atuar como ator e passar despercebido.

Depois da baixa do Exército, ingressou numa das polícias do sul do Brasil e hoje, aos 49 anos, é agente cedido à Abin.



Adora o que faz. Sobretudo se disfarçar.

- Já atuei como falso carteiro, maloqueiro, lixeiro, estivador e presidiário. Tudo para vigiar sem ser vigiado. Coletar documentos sem ser percebido - descreve, durante conversa com repórteres de Zero Hora.



Abaixo, confira algumas das rotinas do araponga:

Orientações em código

As orientações da chefia chegam por e-mail. Em linguagem cifrada. Só o agente conhece a posição das frases e a alternância de palavras que dão sentido à missão.

O e-mail é eliminado assim que o recado é compreendido.

Os agentes, que usam codinomes, também falam em código. "Preciso um papel higiênico aí da Assembléia", fala um araponga ao telefone. É a senha para que um informante, servidor do Legislativo, lhe forneça algum documento ou recolha o lixo de determinado gabinete para ser vasculhado pelo agente. Isso mesmo, no lixo do alvo.

Uma mão lava a outra

Policiais cedem conteúdo de grampos telefônicos aos arapongas da Abin para que façam seus relatórios. Em troca, os agentes da Abin ajudam esses policiais na coleta de informações. Muitas vezes a agência produz um relatório, agentes da PF solicitam escuta judicial e depois o material é compartilhado.

Sem lenço e sem documento

Juarez deixa em casa a carteira de policial. Anda com uma identidade comum. Não quer ser revistado e surpreendido, como um agente secreto português de anedota.

- Agente não tem que dar carteiraço, discrição é tudo - resume.

Relatórios e mais relatórios

A missão da Abin é produzir conhecimento não-oficial. Isso inclui fotografar placas e pessoas, residências, levantar dados sobre sua vida, ver com quem se encontra. Nada disso vai para a esfera judicial. É tudo para consumo interno do governo.

Até relatório é secreto

Os relatórios dos agentes são identificados por caracteres, não têm assinatura nem procedência. Só a agência tem como saber de onde vieram e quem fez.

Rede de informantes

Ter conhecimento é o mais importante. A rede clandestina é a mais ativa e confiável que existe, no entender de Juarez. "Quem tem rede, tem o poder." A rede é composta de seguranças, ascensoristas, faxineiras, operadores de fotocópias, secretários, todo tipo de gente que trabalhe perto do alvo.

- Tu ficas amigo deles, troca umas figurinhas, levanta alguma informação para eles e eles ficam te devendo. Aí avisam quando o suspeito sai, quando volta, que carro pegou, quando se encontrou. Até o lixo dele te fornecem. O lixo é a maior fonte de informação, anota aí - resume o araponga.

Informação compartimentada

O trabalho se dá em três etapas: busca de rua (campana, infiltração), coleta de dados junto a bancos de dados oficiais (computadores, cartórios, registros de imóveis) e análise (produção de relatório para as chefias em Brasília). Via de regra, o sujeito domina só uma etapa e não conhece detalhes das outras. É serviço compartimentado.

Informação não falta

Juarez acredita que os melhores homens de inteligência estão no Brasil. São discretos, se misturam ao povo para buscar dados. O governo tem todas as condições, todas as informações sobre possíveis irregularidades. "Se não atua, é porque não quer", resume.

Contra-espionagem

Sobre telefonemas e troca de e-mails com dados sigilosos, Juarez é sucinto:

- O que está no ar todo mundo pode pegar (captar, grampear). O que fazemos é desenvolver mecanismos para que quem pegue não possa usar.

Vazamento

- As informações privilegiadas sempre vão vazar. Se vaza para vago (criminoso), imagina para os notáveis (investigados influentes).

Menos ideologia

O serviço mudou. No tempo do SNI, era mais ideologia, defesa do Estado. Agora, é defesa do cidadão e dos cofres do Estado.

- O problema é quando confundem governo com Estado - alfineta Juarez.

Serviço extra

Juarez admite que muitos agentes fazem serviço extra, o bico. Trabalham para a Abin e fornecem outros relatórios para empresas privadas. Uma situação hipotética: uma reflorestadora quer saber que riscos vai enfrentar se comprar áreas fronteiriças. O agente liga para as polícias e cartórios da região, faz levantamento, fotos e monta um dossiê. Isso pode servir tanto para a Abin quanto para empresários.





Espiões ao redor do mundo

EUA

Voltada para atuação externa, a CIA, a agência de contra-espionagem americana, também atua no monitoramento de agentes estrangeiros infiltrados em território norte-americano. Número de homens a serviço da CIA é ignorado.

RÚSSIA

Os sucessores da lendária KGB, principal adversária da CIA durante a Guerra Fria, são o Serviço Federal Russo de Inteligência (SVR) e o Serviço Federal de Segurança (FSB). Com cerca de 12 mil funcionários, o SVR busca informações políticas e econômicas e faz ações para impedir a venda de armas a terroristas. Já o FSB atua na luta contra o narcotráfico e o crime organizado.

GRÃ-BRETANHA

O MI-6 é responsável pela produção de informações relacionadas com os países que não integram a Grã-Bretanha. A agência monitora organizações estrangeiras cujas atividades possam ferir os interesses britânicos no Exterior. Dentro do país, a inteligência é de responsabilidade do MI-5.

ALEMANHA

O Serviço Federal de Informações (BND) usa organizações culturais, comerciais e industriais na coleta de dados sobre todos os locais em que há interesses alemães no mundo. Ligado ao Ministério do Exterior, o Serviço de Proteção à Constituição (BFV) atua no combate ao terrorismo e em questões ambientais.

AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA

- Definida como um órgão de Estado e não de governo, com atuação voltada à defesa da sociedade brasileira e sem vinculação partidária, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência.

- A estrutura foi criada em 1999, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em substituição à Secretaria de Assuntos Estratégicos, que havia absorvido, em 1990, as atribuições do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), o braço de espionagem dos militares durante a ditadura (1964-1985).

- A Abin possui cerca de 2 mil servidores, dos quais em torno de 500 são cedidos por outros órgãos - como as polícias civil e militar e o Exército - para prestar serviços à agência. O órgão não pode solicitar à Justiça interceptações telefônicas ou quebras de sigilo.

- Atualmente, é dirigida pelo delegado Paulo Lacerda, que comandou a Polícia Federal de 2003 a 2007.

- A agência é responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar a atividade de inteligência no país.

- Sua principal missão é a produção de conhecimento prévio sobre fatos e situações que possam influir em processos decisórios e ações de governo, além de ser responsável pela adoção de medidas de proteção a assuntos sigilosos de interesse do Estado em áreas como biotecnologia e matrizes energéticas.

- Também deve assessorar o chefe de Estado, sobretudo em caráter preventivo, assegurando-lhe o conhecimento antecipado de fatos e situações relacionados ao bem-estar da sociedade e ao desenvolvimento e segurança do país.

Fonte: Site da Abin e Assessoria de Comunicação Social




Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Avatar do usuário
joao fernando
Sênior
Sênior
Mensagens: 5208
Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
Localização: Santa Isabel - SP
Agradeceram: 29 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#40 Mensagem por joao fernando » Seg Jul 21, 2008 1:49 pm

Se a abin funciona? O se funciona...

Se os dados são usados? Claro que não.

Mas o noso amigo falar que pega lixo, é dose, não? Coisa secreta a gente queima ou engole... :twisted:




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
Avatar do usuário
PQD
Sênior
Sênior
Mensagens: 2342
Registrado em: Seg Mai 28, 2007 4:38 pm
Agradeceram: 6 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#41 Mensagem por PQD » Seg Jul 21, 2008 2:24 pm

joao fernando escreveu:Se a abin funciona? O se funciona...

Se os dados são usados? Claro que não.

Mas o noso amigo falar que pega lixo, é dose, não? Coisa secreta a gente queima ou engole... :twisted:
vc se surpreenderia com as coisas que se encontram no lixo, nem todo mundo toma cuidado...




Editado pela última vez por PQD em Ter Jul 22, 2008 6:01 pm, em um total de 1 vez.
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Avatar do usuário
Alcantara
Sênior
Sênior
Mensagens: 6586
Registrado em: Qui Jan 20, 2005 4:06 pm
Localização: Rio de Janeiro - RJ
Agradeceram: 248 vezes
Contato:

Re: ABIN, funciona ou não?

#42 Mensagem por Alcantara » Seg Jul 21, 2008 3:10 pm

Todos que buscam dados sobre alguém ou alguma instituição, por exemplo, são UNÂNIMES em afirmar que o lixo vale ouro para eles.

Abraços!!! 8-]




"Se o Brasil quer ser, então tem que ter!"
Avatar do usuário
joao fernando
Sênior
Sênior
Mensagens: 5208
Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
Localização: Santa Isabel - SP
Agradeceram: 29 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#43 Mensagem por joao fernando » Seg Jul 21, 2008 4:09 pm

Sim, foi o que escrevi. Lixo vc queima... :twisted:




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
alcmartin
Sênior
Sênior
Mensagens: 3249
Registrado em: Sex Fev 23, 2007 2:17 am
Agradeceram: 59 vezes

Re: ABIN, funciona ou não?

#44 Mensagem por alcmartin » Ter Jul 22, 2008 5:06 pm

Aos interessados: o ultimo concurso da ABIN pedia nivel superior, em qualquer area. Constava no programa do concurso direito, geografia, historia universal e brasileira, portugues e mais uma lingua estrangeira, a escolher, entre:ingles, espanhol, russo, arabe ou chines. Também uma redação sobre tema afim.
Havia diferentes vagas para todo o Brasil e escolhia-se o local antes do concurso.
Aos aprovados exigia-se exame de saude e nada consta dos mais variados orgãos publicos, como policia civil e federal, receita federal e estadual, cartorio de protesto local e da justiça militar. O grau de sigilo do concurso é bom, identificação digital na prova e não havendo identificação por nome em nenhuma fase do concurso, somente numero de inscrição.

O site da Abin traz bastante esclarecimento aos interessados, tendo inclusive link p/um video de um forum, em BSB, com figuras do setor.,Muito util aos interessados.

Boa sorte!




dbotura
Intermediário
Intermediário
Mensagens: 143
Registrado em: Dom Mai 22, 2005 4:13 pm
Localização: Mirassol-SP

Re: ABIN, funciona ou não?

#45 Mensagem por dbotura » Dom Jul 27, 2008 3:11 pm

É isso mesmo que gostaria de ouvir ou ler, mas depois da sacanagem do afastamento dos delegados, como os caras fazem isto na cara dura e dizem que não foi retalhação, ai o molusco vem e tb na maior cara de pau diz que não sabia de nada e pede para que os delegados retornem, esse "desgoverno" deve tá tão podre, que deve fede longe , mas muito longe se começarem a mexer muito, agora o esquema do bafômetro que la nos EUA custa acho $300 e aqui ta sendo comprado pelas PM por até 6000 reais, será que não tem "ninguém" mordendo ai tb? Que vergonha..........BRASIL ACIMA DE TUDO!!!!!!!!!!!!!!!!!




Responder