A 4ª Frota e o Brasil
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
DEFESA@NET 10 Julho 2008
DEFESA @ NET
Operação Atlântico
Brasil responde à IV Frota?
Kaiser Konrad
Preocupadas com a proteção das recém descobertas reservas de Petróleo na costa brasileira as Forças Armadas realizarão em setembro o maior exercício militar combinado da América Latina em 2008. A Operação Atlântico vai concentrar no Rio de Janeiro 9 mil militares. Estão previstos o engajamento de quase todos os meios navais disponíveis, além de tropas das Brigadas Pára-quedista e de Operações Especiais.
“Aqui Estamos”. Este é o recado que os militares brasileiros pretendem enviar aos Estados Unidos após a reativação da IV Frota. O temor de ingerência em nossas águas e a hipotética invasão como a que aconteceu 2003 no Iraque deixaram de ser uma neurose exclusiva da caserna e chegou ao Congresso.
Ontem os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF), visitaram o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, para pedir explicações sobre a Quarta Frota naval americana.
Ingenuidade parlamentar
“Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”.
O que o senador Simon não sabe é que existem países com políticas de Estado e outros só de Governo. Deixar para depois é uma característica dos governantes brasileiros, que não têm a capacidade de assumir riscos em suas decisões e passam “a bola para os outros”, como foi feito com o programa FX de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. A questão passou de FHC a Lula e até agora não saiu do papel.
Estes parlamentares deveriam visitar o presidente brasileiro e cobrar uma posição efetiva sobre a modernização dos meios militares, assim estariam fazendo um grande serviço e mostrando seus interesses em prol da Defesa Nacional. Os contatos com a Embaixada americana poderiam ficar para o Itamaraty.
Os parlamentares brasileiros agora temem os americanos, mas se isentaram da responsabilidade e não fizeram discursos contundentes como este na hora de aprovar recursos suplementares para que as Forças Armadas se modernizassem, ofuscando assim olhares cobiçosos e fazendo frente às potenciais ameaças estrangeiras à soberania nacional.
A Questão Antártica
Os americanos reativaram a Quarta Frota por ser a região do Atlântico Sul um dos cenários de maior potencial conflitivo no planeta. Além dos recursos minerais recém descobertos em águas brasileiras, os americanos olham para seu futuro e vêem a questão da partilha da Antártida como uma de suas principais preocupações. O engajamento de argentinos, chilenos e britânicos e os olhares de Chávez levaram os “irmãos do norte” a se preocupar mais com esta questão.
Em entrevista a Defesanet, um importante cientista da Agência Espacial Européia afirmou que existe a possibilidade de uma guerra acontecer no Atlântico Sul nos próximos 25 anos. E o Brasil estará preparado? Será com aviões Bandeirulha e poucos submarinos que vamos defender nossos interesses no mar? Essas questões não foram levantadas por nossos políticos muito menos têm sido motivo de discursos acalorados no Congresso.O Brasil necessita pensar estratégicamente e investir em equipamentos militares, dissuadindo assim àqueles contrários aos nossos interesses.
O influente jornal The Telegraph, sempre próximo aos círculos militares ingleses, publicou no dia 08 de Julho matéria sobre a crescente preocupação destes com o governo argentino, e a surpreendente aproximação da presidenta Cristina Kirchner com os militares, e também alerta sobre a mobilização de outros países. Mencionam inclusive a disposição dos russos de enviarem tropas especias para operar em climas árticos.
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Operação Atlântico
Brasil responde à IV Frota?
Kaiser Konrad
Preocupadas com a proteção das recém descobertas reservas de Petróleo na costa brasileira as Forças Armadas realizarão em setembro o maior exercício militar combinado da América Latina em 2008. A Operação Atlântico vai concentrar no Rio de Janeiro 9 mil militares. Estão previstos o engajamento de quase todos os meios navais disponíveis, além de tropas das Brigadas Pára-quedista e de Operações Especiais.
“Aqui Estamos”. Este é o recado que os militares brasileiros pretendem enviar aos Estados Unidos após a reativação da IV Frota. O temor de ingerência em nossas águas e a hipotética invasão como a que aconteceu 2003 no Iraque deixaram de ser uma neurose exclusiva da caserna e chegou ao Congresso.
Ontem os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF), visitaram o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, para pedir explicações sobre a Quarta Frota naval americana.
Ingenuidade parlamentar
“Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”.
O que o senador Simon não sabe é que existem países com políticas de Estado e outros só de Governo. Deixar para depois é uma característica dos governantes brasileiros, que não têm a capacidade de assumir riscos em suas decisões e passam “a bola para os outros”, como foi feito com o programa FX de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. A questão passou de FHC a Lula e até agora não saiu do papel.
Estes parlamentares deveriam visitar o presidente brasileiro e cobrar uma posição efetiva sobre a modernização dos meios militares, assim estariam fazendo um grande serviço e mostrando seus interesses em prol da Defesa Nacional. Os contatos com a Embaixada americana poderiam ficar para o Itamaraty.
Os parlamentares brasileiros agora temem os americanos, mas se isentaram da responsabilidade e não fizeram discursos contundentes como este na hora de aprovar recursos suplementares para que as Forças Armadas se modernizassem, ofuscando assim olhares cobiçosos e fazendo frente às potenciais ameaças estrangeiras à soberania nacional.
A Questão Antártica
Os americanos reativaram a Quarta Frota por ser a região do Atlântico Sul um dos cenários de maior potencial conflitivo no planeta. Além dos recursos minerais recém descobertos em águas brasileiras, os americanos olham para seu futuro e vêem a questão da partilha da Antártida como uma de suas principais preocupações. O engajamento de argentinos, chilenos e britânicos e os olhares de Chávez levaram os “irmãos do norte” a se preocupar mais com esta questão.
Em entrevista a Defesanet, um importante cientista da Agência Espacial Européia afirmou que existe a possibilidade de uma guerra acontecer no Atlântico Sul nos próximos 25 anos. E o Brasil estará preparado? Será com aviões Bandeirulha e poucos submarinos que vamos defender nossos interesses no mar? Essas questões não foram levantadas por nossos políticos muito menos têm sido motivo de discursos acalorados no Congresso.O Brasil necessita pensar estratégicamente e investir em equipamentos militares, dissuadindo assim àqueles contrários aos nossos interesses.
O influente jornal The Telegraph, sempre próximo aos círculos militares ingleses, publicou no dia 08 de Julho matéria sobre a crescente preocupação destes com o governo argentino, e a surpreendente aproximação da presidenta Cristina Kirchner com os militares, e também alerta sobre a mobilização de outros países. Mencionam inclusive a disposição dos russos de enviarem tropas especias para operar em climas árticos.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”.
Os políticos não perdem a oportunidade para aparecer.
Eles deveriam antes se informar o que é o US Southern Command (http://en.wikipedia.org/wiki/US_Southern_Command) que possui raízes em 1903!
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Tigershark escreveu:Pois é,isso falamos do valor publicado no LOA (Lei Orçamentária Anual) para 2007,imaginem agora com os valores incluindo os novos campos de Tupi e Carioca!Teríamos a Marinha sonhada por todos nós em curto espaço de tempo!
Então só com os royalties já seria possível montar uma bela esquadra. É como tinha dito em outro tópico, diante do que estamos descobrindo, precisamos de pelo menos 3 grupos de batalha de porta-aviões.
[ ]s
Slavsya, Otechestvo nashe svobodnoye,
Druzhby narodov nadyozhny oplot,
Znamya sovetskoye, znamya narodnoye
Pust' ot pobedy k pobede vedyot!
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Tigershark escreveu:DEFESA@NET 10 Julho 2008
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Preocupadas com a proteção das recém descobertas reservas de Petróleo na costa brasileira as Forças Armadas realizarão em setembro o maior exercício militar combinado da América Latina em 2008. A Operação Atlântico vai concentrar no Rio de Janeiro 9 mil militares. Estão previstos o engajamento de quase todos os meios navais disponíveis, além de tropas das Brigadas Pára-quedista e de Operações Especiais.
“Aqui Estamos”. Este é o recado que os militares brasileiros pretendem enviar aos Estados Unidos após a reativação da IV Frota. O temor de ingerência em nossas águas e a hipotética invasão como a que aconteceu 2003 no Iraque deixaram de ser uma neurose exclusiva da caserna e chegou ao Congresso.
Ontem os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF), visitaram o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, para pedir explicações sobre a Quarta Frota naval americana.
Ingenuidade parlamentar
“Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”.
O que o senador Simon não sabe é que existem países com políticas de Estado e outros só de Governo. Deixar para depois é uma característica dos governantes brasileiros, que não têm a capacidade de assumir riscos em suas decisões e passam “a bola para os outros”, como foi feito com o programa FX de reaparelhamento da Força Aérea Brasileira. A questão passou de FHC a Lula e até agora não saiu do papel.
Estes parlamentares deveriam visitar o presidente brasileiro e cobrar uma posição efetiva sobre a modernização dos meios militares, assim estariam fazendo um grande serviço e mostrando seus interesses em prol da Defesa Nacional. Os contatos com a Embaixada americana poderiam ficar para o Itamaraty.
Os parlamentares brasileiros agora temem os americanos, mas se isentaram da responsabilidade e não fizeram discursos contundentes como este na hora de aprovar recursos suplementares para que as Forças Armadas se modernizassem, ofuscando assim olhares cobiçosos e fazendo frente às potenciais ameaças estrangeiras à soberania nacional.
A Questão Antártica
Os americanos reativaram a Quarta Frota por ser a região do Atlântico Sul um dos cenários de maior potencial conflitivo no planeta. Além dos recursos minerais recém descobertos em águas brasileiras, os americanos olham para seu futuro e vêem a questão da partilha da Antártida como uma de suas principais preocupações. O engajamento de argentinos, chilenos e britânicos e os olhares de Chávez levaram os “irmãos do norte” a se preocupar mais com esta questão.
Em entrevista a Defesanet, um importante cientista da Agência Espacial Européia afirmou que existe a possibilidade de uma guerra acontecer no Atlântico Sul nos próximos 25 anos. E o Brasil estará preparado? Será com aviões Bandeirulha e poucos submarinos que vamos defender nossos interesses no mar? Essas questões não foram levantadas por nossos políticos muito menos têm sido motivo de discursos acalorados no Congresso.O Brasil necessita pensar estratégicamente e investir em equipamentos militares, dissuadindo assim àqueles contrários aos nossos interesses.
O influente jornal The Telegraph, sempre próximo aos círculos militares ingleses, publicou no dia 08 de Julho matéria sobre a crescente preocupação destes com o governo argentino, e a surpreendente aproximação da presidenta Cristina Kirchner com os militares, e também alerta sobre a mobilização de outros países. Mencionam inclusive a disposição dos russos de enviarem tropas especias para operar em climas árticos.
Argentina's military threat raises fears over Falklands
By Graeme Baker
http://www.telegraph.co.uk/news/worldne ... lands.html
Last Updated: 11:54PM BST 08/07/2008
Argentina raised the prospect of posting military forces in the Antarctic region yesterday, with the announcement of plans to use troops to defend its interests.
President Cristina Fernández de Kirchner told defence chiefs that Argentina must be prepared to assert its sovereignty and protect its natural resources, as nations compete to claim areas of the region believed to be rich in oil.
The plans threaten to inflame tensions between Britain and Argentina over the Falkland Islands, which the South American nation still considers to be its sovereign territory despite losing a war in 1982.
Argentinian forces were driven from the islands by a British naval task force after three months of fighting and the loss of hundreds of lives. The victory proved decisive in the re-election in 1983 of Margaret Thatcher.
"This world is no longer a world divided by ideology," Mrs Fernández said. "It is more complex, and it is necessary to defend our natural resources, our Antarctica, our water."
The Argentine president compared the plan to Brazil using its soldiers to protect natural resources in the Amazon rainforest.
The proposals come as Britain considers whether formally to claim exploration rights to extended areas of the sea bed around the Falklands, South Georgia and the British Antarctic Territory.
Moves are also being made by Argentina, Australia, China, France, New Zealand and Norway to boost their presence and lay claim to waters that could yield oil. Antarctica, protected under a 1959 treaty allowing only scientific research, is the only continent that remains free of military forces.
The Argentine president's comments are the first to suggest the use of troops to protect a country's interests.
The proposals come as Mrs Fernández faces growing opposition at home after winning power last year in a landslide victory to succeed her husband, Néstor Kirchner, as president.
Her ties to the Venezuelan president Hugo Chavez have strained relations with the United States and a sluggish economy has seen widespread protests against her policies.
Britain has plans to claim more than 350,000 square miles of sea bed under a United Nations convention that allows rights to areas that are a continuation of their territory's continental shelf.
However, a Foreign Office spokesman last night stressed that Britain had not made a formal submission to the UN "although we reserve the right to do so". The deadline is May next year.
The situation in part mirrors a rush for territorial rights at the North Pole, also believed to contain vast energy reserves. Russia sparked the race last August by symbolically placing a flag on the sea bed, claiming huge tracts of the region for itself.
In turn, Canada announced it would build military training bases in the region and step up patrols of shipping lanes. Denmark and the United States have followed suit since.
The Russian army said last month that it was prepared to send winter warfare forces to the region to protect its interests.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Queridos amigos, há quanto tempo hein???
Depois de uma gloriosa exursão pelas embaixadas da vida, estou aportando novamente por aqui.
E já sabendo da acalourada discussão que a reativação iria provocar, não pude me esquivar. Sónãopenseique já haveria 13 páginas sobre isso. puxa!!!!
Bem, o que acho de bom nisso tudo, é que todos os ânimos foram afetados. Embora a imprensa televisiva não comente, e foquem em tão somente no homossexualismo da caserna, e nums "aloprados" que fizeram um servicinho na favela, uma certa onda de ânimos acirrados afloraram em tudo em ed qto é unidade.
Mas creio que há um certo erro de enquadramento, quando focamos na SA como único alvo de monitoramento. Embora, os "líderes" estejam colhendo agora os louros de sua inatividade estratégico-militar, digo financeiro, e se assanhem esprivitadamente pra lá e pra cá, duas razões palpáveis impulsionam a decisão bushiana. 1º) A expansão naval chinesa ; 2º) Uma aproximação substancial da Rússia por estas bandas (essa guerra fria nunca acabará). No entanto, se vc for a uma reunião de algum clube militar, fatalmente encontrará um grande coro cantando a entrada da 2ª fase da internacionalização da Amazônia. Aquela mesma ladainha que ouvia-se a tempos e ninguém nunca acreditou.
PS: Mesmo em final de mandato, o Bush não tomaria um decisão deste aporte sem que houvesse uma substancial unanimidade/ permissão acerca do assunto.
Abraço a todos!
Depois de uma gloriosa exursão pelas embaixadas da vida, estou aportando novamente por aqui.
E já sabendo da acalourada discussão que a reativação iria provocar, não pude me esquivar. Sónãopenseique já haveria 13 páginas sobre isso. puxa!!!!
Bem, o que acho de bom nisso tudo, é que todos os ânimos foram afetados. Embora a imprensa televisiva não comente, e foquem em tão somente no homossexualismo da caserna, e nums "aloprados" que fizeram um servicinho na favela, uma certa onda de ânimos acirrados afloraram em tudo em ed qto é unidade.
Mas creio que há um certo erro de enquadramento, quando focamos na SA como único alvo de monitoramento. Embora, os "líderes" estejam colhendo agora os louros de sua inatividade estratégico-militar, digo financeiro, e se assanhem esprivitadamente pra lá e pra cá, duas razões palpáveis impulsionam a decisão bushiana. 1º) A expansão naval chinesa ; 2º) Uma aproximação substancial da Rússia por estas bandas (essa guerra fria nunca acabará). No entanto, se vc for a uma reunião de algum clube militar, fatalmente encontrará um grande coro cantando a entrada da 2ª fase da internacionalização da Amazônia. Aquela mesma ladainha que ouvia-se a tempos e ninguém nunca acreditou.
PS: Mesmo em final de mandato, o Bush não tomaria um decisão deste aporte sem que houvesse uma substancial unanimidade/ permissão acerca do assunto.
Abraço a todos!
"A guerra, a princípio, é a esperança de q a gente vai se dar bem; em seguida, é a expectativa de q o outro vai se ferrar; depois, a satisfação de ver q o outro não se deu bem; e finalmente, a surpresa de ver q todo mundo se ferrou!"
KK
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
ao meu ver, nos vamos esta no meio de uma disputa hegemonica entre as duas potências do momento EUA no norte e CHINA na África.
eles com certeza, vão disputar e a hegemonia na região e nos vamos ficar no meio ( agora se teremos condições de ser um jogador nesse cenário, ou um mero espectador? pelo andar da carruagem eu acho quer não. novamente vamos escolher o lado de outros e não o nosso?).
eles com certeza, vão disputar e a hegemonia na região e nos vamos ficar no meio ( agora se teremos condições de ser um jogador nesse cenário, ou um mero espectador? pelo andar da carruagem eu acho quer não. novamente vamos escolher o lado de outros e não o nosso?).
Re: A 4ª Frota e o Brasil
como diria o cap. benjamim cisco :estamos perdendo a paz. a guerra pode ser a unica sadia.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Caralho! Agora os americanos vão se borrar. Quando verem o SP com meia dúzia de A4 no convés vão dar meia-volta e se mandar daqui com o rabinho entre as pernas (aliás, o A-12 tá navegando?).Tigershark escreveu:DEFESA@NET 10 Julho 2008
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Operação Atlântico
Brasil responde à IV Frota?
(...) Preocupadas com a proteção das recém descobertas reservas de Petróleo na costa brasileira as Forças Armadas realizarão em setembro o maior exercício militar combinado da América Latina em 2008. A Operação Atlântico vai concentrar no Rio de Janeiro 9 mil militares. Estão previstos o engajamento de quase todos os meios navais disponíveis, além de tropas das Brigadas Pára-quedista e de Operações Especiais.
“Aqui Estamos”. Este é o recado que os militares brasileiros pretendem enviar aos Estados Unidos após a reativação da IV Frota. O temor de ingerência em nossas águas e a hipotética invasão como a que aconteceu 2003 no Iraque deixaram de ser uma neurose exclusiva da caserna e chegou ao Congresso(...)
Acho que a proposta de se direcionar parte dos royalties do petróleo para o reaparelhamento das Forças Armadas é essencial. Isso e um aumento das verbas no Orçamento.
Mas barrar a 4ª Frota com um exercício? Tão de sacanagem, né não? O único meio para isso é político. A diplomacia de Brasil e Argentina vão ter muito trabalho.
Re: A 4ª Frota e o Brasil
Olha que eles se borram sim...
A Força de Submarinos da MB assusta sim... E eles sabem disso...
Abraços.
"Jesus Cristo é o Senhor"
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
EUA querem aproximar Brasil e Colômbia
Thomas Shannon, chefe da diplomacia americana na região, diz que relação forte entre os dois
países é importante para o continente
Diplomata se cala sobre 3º mandato de Uribe, alega que 4ª Frota não terá papel ofensivo e se opõe
a diálogo com as Farc como grupo
ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO
(...)
Quarta Frota
Shannon abordou ainda um assunto que vêm tirando o sono de governos latinos: a reativação da
Quarta Frota da Marinha dos EUA, a partir do próximo sábado, para defender interesses americanos nas
águas da América do Sul e do Caribe.
Para o secretário-adjunto, a reativação é uma questão administrativa. "As embarcações que
operam ao redor das Américas não mudam. A Quarta Frota não tem capacidade ofensiva, não tem portaaviões
nem submarinos. O trabalho local continua o mesmo, que é principalmente de ajuda humanitária e
interdição de tráfico de drogas e pessoas."
Ele garante ainda que haverá respeito às águas nacionais. "Não nos interessa e não temos
razões para navegar em rios ou áreas litorâneas onde o mar pertence a um Estado."
Para reforçar a resposta americana, além de Shannon o Embaixador dos EUA no Brasil, Clifford
M. Sobel, falou sobre a Quarta Frota ontem aos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy
(PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e João Pedro (PT-AM).
Shannon manifestou otimismo com a relação entre os EUA e a América Latina. Elogiou até o
venezuelano Hugo Chávez: "Ele disse a nosso embaixador na Venezuela que sente falta dos cafés da
manhã que tinham juntos. Isso para nós é muito bem vindo".
Thomas Shannon, chefe da diplomacia americana na região, diz que relação forte entre os dois
países é importante para o continente
Diplomata se cala sobre 3º mandato de Uribe, alega que 4ª Frota não terá papel ofensivo e se opõe
a diálogo com as Farc como grupo
ANDREA MURTA
DA REDAÇÃO
(...)
Quarta Frota
Shannon abordou ainda um assunto que vêm tirando o sono de governos latinos: a reativação da
Quarta Frota da Marinha dos EUA, a partir do próximo sábado, para defender interesses americanos nas
águas da América do Sul e do Caribe.
Para o secretário-adjunto, a reativação é uma questão administrativa. "As embarcações que
operam ao redor das Américas não mudam. A Quarta Frota não tem capacidade ofensiva, não tem portaaviões
nem submarinos. O trabalho local continua o mesmo, que é principalmente de ajuda humanitária e
interdição de tráfico de drogas e pessoas."
Ele garante ainda que haverá respeito às águas nacionais. "Não nos interessa e não temos
razões para navegar em rios ou áreas litorâneas onde o mar pertence a um Estado."
Para reforçar a resposta americana, além de Shannon o Embaixador dos EUA no Brasil, Clifford
M. Sobel, falou sobre a Quarta Frota ontem aos senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy
(PT-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e João Pedro (PT-AM).
Shannon manifestou otimismo com a relação entre os EUA e a América Latina. Elogiou até o
venezuelano Hugo Chávez: "Ele disse a nosso embaixador na Venezuela que sente falta dos cafés da
manhã que tinham juntos. Isso para nós é muito bem vindo".
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Senado questiona nova frota
Delegação parlamentar visita o embaixador Clifford Sobel para pedir explicações sobre reativação de unidade naval com atuação na América Latina. Descoberta de petróleo na costa motiva desconfiança
Isabel Fleck
Da equipe do Correio
A reativação da Quarta Frota naval dos Estados Unidos, voltada para a América Latina e o Caribe, tem gerado rumores que incomodam tanto o governo brasileiro como o norte-americano. Em reunião com o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF) pediram ontem mais explicações sobre a decisão do governo de George W. Bush. A preocupação dos parlamentares é de que o ressurgimento da frota, desativada em 1950, tenha alguma relação com a descoberta recente de grandes reservas de petróleo na costa brasileira.
“Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”. “Pedimos a ele que, se possível, fizesse chegar aos dois candidatos americanos (John McCain e Barack Obama) as nossas preocupações”, completou.
De acordo com os parlamentares, Sobel demonstrou surpresa com a manifestação, já que a intenção americana é pacífica. “Ele estranhou que pudesse haver uma preocupação com o anúncio da Quarta Frota, uma vez que ele considerava natural que todos déssemos as boas-vindas. Mas lembramos a ele que, há 40 anos, houve uma ação da Marinha e das Força Armada dos EUA por aqui, da qual não guardamos as melhores lembranças”, destacou Suplicy, fazendo referência à manobra militar americana que, em 1964, apoiou o golpe que depôs o presidente João Goulart.
Em comunicado divulgado após a reunião, o embaixador americano destacou que o principal objetivo da Quarta Frota é “construir e reforçar parcerias com as nações da região”. Segundo Sobel, o uso de recursos navais na região será aprovado apenas em apoio a “missões de paz, esforços de assistência humanitária, resposta a desastres, operações contra o tráfico de narcóticos e exercícios tradicionais com as marinhas de nações parceiras”. O diplomata assegurou que não haverá navios alocados de forma permanente à unidade, e que o trabalho será realizado a partir da Flórida, por uma equipe de 120 pessoas. O embaixador desmentiu também que o porta-aviões USS George Washington, que esteve na costa brasileira no fim de abril, seja parte da Quarta Frota.
Sobel descartou ainda a possibilidade de que a reativação da unidade militar esteja relacionada à recente descoberta de petróleo em uma vasta extensão da costa brasileira. “Ele (o embaixador) disse que os americanos têm uma tradição de respeitar os mares territoriais”, afirmou Pedro Simon. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia demonstrado preocupação com essa possível relação na semana passada, na Argentina, durante a reunião de cúpula do Mercosul. “Descobrimos petróleo a 300km da costa brasileira. Queremos que os Estados Unidos nos expliquem isso (a Quarta Frota), porque vivemos em uma região totalmente pacífica”, declarou Lula na ocasião.
Delegação parlamentar visita o embaixador Clifford Sobel para pedir explicações sobre reativação de unidade naval com atuação na América Latina. Descoberta de petróleo na costa motiva desconfiança
Isabel Fleck
Da equipe do Correio
A reativação da Quarta Frota naval dos Estados Unidos, voltada para a América Latina e o Caribe, tem gerado rumores que incomodam tanto o governo brasileiro como o norte-americano. Em reunião com o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), João Pedro (PT-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF) pediram ontem mais explicações sobre a decisão do governo de George W. Bush. A preocupação dos parlamentares é de que o ressurgimento da frota, desativada em 1950, tenha alguma relação com a descoberta recente de grandes reservas de petróleo na costa brasileira.
“Viemos manifestar nossa estranheza com relação à questão da Quarta Frota, ainda mais pelo fato de o presidente Bush tomar a decisão no final do seu mandato. Fizemos um apelo para que a frota não venha, pois vai criar um mal-estar desnecessário”, afirmou Simon ao fim da reunião. Segundo o senador, o presidente americano deveria deixar essa decisão “para o próximo governo”. “Pedimos a ele que, se possível, fizesse chegar aos dois candidatos americanos (John McCain e Barack Obama) as nossas preocupações”, completou.
De acordo com os parlamentares, Sobel demonstrou surpresa com a manifestação, já que a intenção americana é pacífica. “Ele estranhou que pudesse haver uma preocupação com o anúncio da Quarta Frota, uma vez que ele considerava natural que todos déssemos as boas-vindas. Mas lembramos a ele que, há 40 anos, houve uma ação da Marinha e das Força Armada dos EUA por aqui, da qual não guardamos as melhores lembranças”, destacou Suplicy, fazendo referência à manobra militar americana que, em 1964, apoiou o golpe que depôs o presidente João Goulart.
Em comunicado divulgado após a reunião, o embaixador americano destacou que o principal objetivo da Quarta Frota é “construir e reforçar parcerias com as nações da região”. Segundo Sobel, o uso de recursos navais na região será aprovado apenas em apoio a “missões de paz, esforços de assistência humanitária, resposta a desastres, operações contra o tráfico de narcóticos e exercícios tradicionais com as marinhas de nações parceiras”. O diplomata assegurou que não haverá navios alocados de forma permanente à unidade, e que o trabalho será realizado a partir da Flórida, por uma equipe de 120 pessoas. O embaixador desmentiu também que o porta-aviões USS George Washington, que esteve na costa brasileira no fim de abril, seja parte da Quarta Frota.
Sobel descartou ainda a possibilidade de que a reativação da unidade militar esteja relacionada à recente descoberta de petróleo em uma vasta extensão da costa brasileira. “Ele (o embaixador) disse que os americanos têm uma tradição de respeitar os mares territoriais”, afirmou Pedro Simon. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia demonstrado preocupação com essa possível relação na semana passada, na Argentina, durante a reunião de cúpula do Mercosul. “Descobrimos petróleo a 300km da costa brasileira. Queremos que os Estados Unidos nos expliquem isso (a Quarta Frota), porque vivemos em uma região totalmente pacífica”, declarou Lula na ocasião.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Quarta Frota
O embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, reuniu membros do Senado brasileiro na embaixada americana, a pedido dos legisladores, para discutir o restabelecimento da Quarta Frota dos EUA. Participaram da reunião os senadores Pedro Simon, Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque e João Pedro.
Em resposta a vários erros factuais em recentes relatos na imprensa sobre a Quarta Frota e a preocupações expressas por membros do Senado brasileiro, baseados nesses relatos, o embaixador Sobel aproveitou a oportunidade para corrigir o mal-entendido e explicar aos senadores sobre a organização e a missão da Quarta Frota, cujo objetivo é construir e reforçar parcerias com as nações da região.
O embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, reuniu membros do Senado brasileiro na embaixada americana, a pedido dos legisladores, para discutir o restabelecimento da Quarta Frota dos EUA. Participaram da reunião os senadores Pedro Simon, Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque e João Pedro.
Em resposta a vários erros factuais em recentes relatos na imprensa sobre a Quarta Frota e a preocupações expressas por membros do Senado brasileiro, baseados nesses relatos, o embaixador Sobel aproveitou a oportunidade para corrigir o mal-entendido e explicar aos senadores sobre a organização e a missão da Quarta Frota, cujo objetivo é construir e reforçar parcerias com as nações da região.
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Questionada recriação da Quarta Frota
AMÉRICA LATINA Autoridades brasileiras e argentinas cobram aos EUA explicações sobre a decisão de reativar, após 58 anos, a força naval que combatia o nazismo
BRASÍLIA – Brasil e Argentina se mobilizam para cobrar explicações dos Estados Unidos sobre a reativação, após 58 anos, da Quarta Frota da Marinha americana, cuja área de atuação é a América Latina. No Brasil, quatro senadores – Eduardo Suplicy (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS), Cristóvam Buarque (PDT-DF) e João Pedro (PT-AM) – estiveram ontem com o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, para pedir esclarecimentos sobre o assunto. Já o governo argentino aproveitará a visita de uma autoridade do governo americano para fazer os questionamentos.
Sobel disse que o objetivo dessa Quarta Frota é construir e reforçar parcerias com as nações da região em missões de paz, esforços de assistência humanitária e operações contra o narcotráfico. O grupo de parlamentares pediu ao embaixador que transmitisse suas restrições aos dois candidatos que disputam a sucessão do presidente americano George Bush: o republicano John McCain e o democrata Barak Obama.
As recentes descobertas de grandes bacias de petróleo na área do pré-sal na costa brasileira e os rumores de uma pressão pela internacionalização da Amazônia reforçam a preocupação dos senadores brasileiros.
“Fizemos um apelo para que a Quarta Frota não venha. A notícia de recriação dessa Frota teve uma repercussão muito negativa em toda a América, e estranhamos que a decisão tenha sido tomada ao final do governo Bush e no momento em que a situação é tão tranqüila na América Latina”, justificou Simon.
Já o pedido de esclarecimentos da Argentina será feito hoje ou amanhã ao sub-secretário de Estado dos EUA, Thomas Shannon, que estará de visita a Buenos Aires. O anúncio foi realizado pelo vice-chanceler, Victor Taccetti, que afirmou que o governo está “preocupado” pela falta de consultas prévias por parte do governo americano aos países da região.
“Estamos preocupados por não saber o motivo da reativação da Frota e como é sua atuação. Uma iniciativa desse tipo deveria ser conversada entre países amigos”, disse Taccetti.
O início do funcionamento da Quarta Frota – criada durante a Segunda Guerra Mundial para combater no Atlântico Sul os submarinos da Alemanha nazista – está previsto para este mês.
AMÉRICA LATINA Autoridades brasileiras e argentinas cobram aos EUA explicações sobre a decisão de reativar, após 58 anos, a força naval que combatia o nazismo
BRASÍLIA – Brasil e Argentina se mobilizam para cobrar explicações dos Estados Unidos sobre a reativação, após 58 anos, da Quarta Frota da Marinha americana, cuja área de atuação é a América Latina. No Brasil, quatro senadores – Eduardo Suplicy (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS), Cristóvam Buarque (PDT-DF) e João Pedro (PT-AM) – estiveram ontem com o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, para pedir esclarecimentos sobre o assunto. Já o governo argentino aproveitará a visita de uma autoridade do governo americano para fazer os questionamentos.
Sobel disse que o objetivo dessa Quarta Frota é construir e reforçar parcerias com as nações da região em missões de paz, esforços de assistência humanitária e operações contra o narcotráfico. O grupo de parlamentares pediu ao embaixador que transmitisse suas restrições aos dois candidatos que disputam a sucessão do presidente americano George Bush: o republicano John McCain e o democrata Barak Obama.
As recentes descobertas de grandes bacias de petróleo na área do pré-sal na costa brasileira e os rumores de uma pressão pela internacionalização da Amazônia reforçam a preocupação dos senadores brasileiros.
“Fizemos um apelo para que a Quarta Frota não venha. A notícia de recriação dessa Frota teve uma repercussão muito negativa em toda a América, e estranhamos que a decisão tenha sido tomada ao final do governo Bush e no momento em que a situação é tão tranqüila na América Latina”, justificou Simon.
Já o pedido de esclarecimentos da Argentina será feito hoje ou amanhã ao sub-secretário de Estado dos EUA, Thomas Shannon, que estará de visita a Buenos Aires. O anúncio foi realizado pelo vice-chanceler, Victor Taccetti, que afirmou que o governo está “preocupado” pela falta de consultas prévias por parte do governo americano aos países da região.
“Estamos preocupados por não saber o motivo da reativação da Frota e como é sua atuação. Uma iniciativa desse tipo deveria ser conversada entre países amigos”, disse Taccetti.
O início do funcionamento da Quarta Frota – criada durante a Segunda Guerra Mundial para combater no Atlântico Sul os submarinos da Alemanha nazista – está previsto para este mês.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
EUA querem maior aproximação entre Brasil e Colômbia
Humberto Saccomandi
VALOR ECONÔMICO 10/7/2008
Na esteira da libertação dos reféns, o governo dos EUA parece interessado em acelerar o
processo de normalização na Colômbia. Para isso, admite uma negociação direta entre o governo
colombiano e a guerrilha Farc e deseja apoio maior do Brasil ao governo do presidente Álvaro Uribe.
Essa mensagem foi transmitida ontem pelo subsecretário de Estado dos EUA para o continente
americano, Thomas Shannon. Em visita a São Paulo, ele falou a grupo de jornalistas brasileiros.
Shannon tratou de vários outros assuntos. Expressou o desejo de incluir outros países no
programa continental de etanol. Buscou dirimir suspeitas em torno da reativação da 4ª Frota da marinha
americana. Destacou a importância do sucesso da missão de paz no Haiti. E insinuou que a China
redimensionou seu apetite por investimentos na América Latina por temor de ferir interesses dos EUA.Sobre a relação bilateral com o Brasil, Shannon já mira a transição nos EUA. "Nosso desafio
neste momento é construir a ponte entre o governo do presidente Bush e o próximo governo dos EUA,
para assegurar que o próximo governo entenda bem o papel do Brasil no mundo, o poder que o Brasil vai
projetar, e aprofunde nossa capacidade de trabalhar com o Brasil."Shannon veio da Colômbia, onde foi agradecer a Uribe pela libertação de três reféns americanos
que estavam com as Farc. "A operação de 2 de julho foi impecável em termos de libertar os
seqüestrados por meio de um ação de inteligência, e não de violência. Isso mostra a capacidade do
Estado colombiano de enfrentar as Farc de maneiras inovadoras e diferentes."
Segundo ele, a participação americana na operação se limitou a fornecer dispositivos eletrônicos
de localização para o helicóptero e monitorar as comunicações, por meio de um avião.
O subsecretário disse que o episódio "abre uma avenida para as Farc se reintegrarem de
maneira pacífica à sociedade colombiana". Questionado se os EUA apoiavam uma negociação direta do
governo colombiano com as Farc (consideradas por Washington um grupo terrorista), Shannon foi claro:
"Não somos contra as negociações, mas contra concessões."
"A Colômbia está mudando de uma maneira histórica. [Na Colômbia] há ciclos de violência, pois
os acordos entre as elites nunca tocam o fundo, as razões estruturais da violência. [Agora há] a
oportunidade de sair deste ciclo. (...) O Estado colombiano está se transformando, e assim muda o modo
como se comunica com grupos ilegais. Uribe mostrou isso na negociação com os paramilitares. Não
houve um processo de paz nos termos de reconhecer os paramilitares como iguais. É mais uma
negociação em eles têm de se submeter ao Estado, a um processo de Justiça, reintegrar-se à sociedade
como indivíduos, não como um grupo. Acho que veremos o Estado colombiano começar um processo de
negociação com as Farc nesse mesmo modelo. Será muito difícil para as Farc entender e aceitar isso,
mas será necessário."
Shannon evitou comentar a possibilidade de Uribe tentar um terceiro mandato. "É um assunto
supersensível para a Colômbia."
Ele destacou a importância da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, daqui há dez
dias. "De todos os países da América do Sul, talvez a relação do Brasil com a Colômbia seja a menos
desenvolvida, por razões históricas e também pelo isolamento de muitos anos da Colômbia, por sua luta
interna. Mas a Colômbia representa neste momento um aspecto muito importante do futuro da América
do Sul."
Esse aspecto é resumido por Shannon como sendo o sucesso contra a violência e o
fortalecimento das instituições do Estado como forma de promover o desenvolvimento e reduzir a
pobreza, a desigualdade e a exclusão social.
"Uma forte relação entre Brasil e Colômbia será algo bem positivo para a América do Sul",
afirmou.
Ele elogiou a atuação do Brasil como estabilizador regional. "O Brasil tem um projeto de
integração sul-americana que requer habilidade de manter relações com todos os países. Os países da
América do Sul neste momento apresentam uma diversidade de personalidades e de estilos de
liderança, e manter uma diplomacia que tenha a capacidade de se comunicar bem com todos não é nada
fácil."
Sobre a retomada da 4ª Frota, Shannon disse se tratar somente de uma reorganização da
marinha, e que a frota não terá capacidade ofensiva e manterá os navios que já operam na região. Ele
afirmou ainda que não há a intenção de navegar em águas territoriais nem rios de outros países.O subsecretário relatou que os EUA querem incluir novos países na parceria em etanol com o
Brasil. Atualmente, há um plano piloto em quatro países (El Salvador, República Dominicana, Haiti e São
Cristóvão e Névis) para a criação de uma indústria local de etanol de cana com apoio do Brasil e dos
EUA. Shannon acha oportuno expandir o programa antes do final do governo Bush, e citou Guatemala,
Nicarágua e Jamaica.
"O governo brasileiro é mais cauteloso, pois que mostrar êxitos nos quatro países antes de
começar a pensar num segundo grupo. Entendo isso. O Brasil é um país sério, não quer lançar iniciativas
que não cheguem a lugar nenhum. Vamos deixar isso para a Venezuela", ironizou, referindo-se às
promessas de investimento não cumpridas pelo presidente Hugo Chávez.
Para Shannon, quem quer que seja o próximo presidente dos EUA, ele terá de lidar com o etanol
como uma fonte alternativa de energia. E a tarifa americana sobre o etanol importado "não ajuda".
Sobre a entrada de capital chinês na América Latina, ele disse que "não é desafio só para nós,
mas é algo novo para todos. Todos estamos tentando entender bem as consequências dessa presença
da China". Shannon vai a Pequim em outubro discutir os interesses dos dois países na America Latina.
"A China tem tanto interesse na relação econômica com os EUA, no acesso ao nosso mercado, à nossa
tecnologia, que atua com muita cautela na América Latina, em relação aos nossos interesses."
Questionado se o governo americano chegou a solicitar cautela à China na sua investida na
América Latina, Shannon respondeu: "Não foi preciso. Eles perceberam isso."
Humberto Saccomandi
VALOR ECONÔMICO 10/7/2008
Na esteira da libertação dos reféns, o governo dos EUA parece interessado em acelerar o
processo de normalização na Colômbia. Para isso, admite uma negociação direta entre o governo
colombiano e a guerrilha Farc e deseja apoio maior do Brasil ao governo do presidente Álvaro Uribe.
Essa mensagem foi transmitida ontem pelo subsecretário de Estado dos EUA para o continente
americano, Thomas Shannon. Em visita a São Paulo, ele falou a grupo de jornalistas brasileiros.
Shannon tratou de vários outros assuntos. Expressou o desejo de incluir outros países no
programa continental de etanol. Buscou dirimir suspeitas em torno da reativação da 4ª Frota da marinha
americana. Destacou a importância do sucesso da missão de paz no Haiti. E insinuou que a China
redimensionou seu apetite por investimentos na América Latina por temor de ferir interesses dos EUA.Sobre a relação bilateral com o Brasil, Shannon já mira a transição nos EUA. "Nosso desafio
neste momento é construir a ponte entre o governo do presidente Bush e o próximo governo dos EUA,
para assegurar que o próximo governo entenda bem o papel do Brasil no mundo, o poder que o Brasil vai
projetar, e aprofunde nossa capacidade de trabalhar com o Brasil."Shannon veio da Colômbia, onde foi agradecer a Uribe pela libertação de três reféns americanos
que estavam com as Farc. "A operação de 2 de julho foi impecável em termos de libertar os
seqüestrados por meio de um ação de inteligência, e não de violência. Isso mostra a capacidade do
Estado colombiano de enfrentar as Farc de maneiras inovadoras e diferentes."
Segundo ele, a participação americana na operação se limitou a fornecer dispositivos eletrônicos
de localização para o helicóptero e monitorar as comunicações, por meio de um avião.
O subsecretário disse que o episódio "abre uma avenida para as Farc se reintegrarem de
maneira pacífica à sociedade colombiana". Questionado se os EUA apoiavam uma negociação direta do
governo colombiano com as Farc (consideradas por Washington um grupo terrorista), Shannon foi claro:
"Não somos contra as negociações, mas contra concessões."
"A Colômbia está mudando de uma maneira histórica. [Na Colômbia] há ciclos de violência, pois
os acordos entre as elites nunca tocam o fundo, as razões estruturais da violência. [Agora há] a
oportunidade de sair deste ciclo. (...) O Estado colombiano está se transformando, e assim muda o modo
como se comunica com grupos ilegais. Uribe mostrou isso na negociação com os paramilitares. Não
houve um processo de paz nos termos de reconhecer os paramilitares como iguais. É mais uma
negociação em eles têm de se submeter ao Estado, a um processo de Justiça, reintegrar-se à sociedade
como indivíduos, não como um grupo. Acho que veremos o Estado colombiano começar um processo de
negociação com as Farc nesse mesmo modelo. Será muito difícil para as Farc entender e aceitar isso,
mas será necessário."
Shannon evitou comentar a possibilidade de Uribe tentar um terceiro mandato. "É um assunto
supersensível para a Colômbia."
Ele destacou a importância da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, daqui há dez
dias. "De todos os países da América do Sul, talvez a relação do Brasil com a Colômbia seja a menos
desenvolvida, por razões históricas e também pelo isolamento de muitos anos da Colômbia, por sua luta
interna. Mas a Colômbia representa neste momento um aspecto muito importante do futuro da América
do Sul."
Esse aspecto é resumido por Shannon como sendo o sucesso contra a violência e o
fortalecimento das instituições do Estado como forma de promover o desenvolvimento e reduzir a
pobreza, a desigualdade e a exclusão social.
"Uma forte relação entre Brasil e Colômbia será algo bem positivo para a América do Sul",
afirmou.
Ele elogiou a atuação do Brasil como estabilizador regional. "O Brasil tem um projeto de
integração sul-americana que requer habilidade de manter relações com todos os países. Os países da
América do Sul neste momento apresentam uma diversidade de personalidades e de estilos de
liderança, e manter uma diplomacia que tenha a capacidade de se comunicar bem com todos não é nada
fácil."
Sobre a retomada da 4ª Frota, Shannon disse se tratar somente de uma reorganização da
marinha, e que a frota não terá capacidade ofensiva e manterá os navios que já operam na região. Ele
afirmou ainda que não há a intenção de navegar em águas territoriais nem rios de outros países.O subsecretário relatou que os EUA querem incluir novos países na parceria em etanol com o
Brasil. Atualmente, há um plano piloto em quatro países (El Salvador, República Dominicana, Haiti e São
Cristóvão e Névis) para a criação de uma indústria local de etanol de cana com apoio do Brasil e dos
EUA. Shannon acha oportuno expandir o programa antes do final do governo Bush, e citou Guatemala,
Nicarágua e Jamaica.
"O governo brasileiro é mais cauteloso, pois que mostrar êxitos nos quatro países antes de
começar a pensar num segundo grupo. Entendo isso. O Brasil é um país sério, não quer lançar iniciativas
que não cheguem a lugar nenhum. Vamos deixar isso para a Venezuela", ironizou, referindo-se às
promessas de investimento não cumpridas pelo presidente Hugo Chávez.
Para Shannon, quem quer que seja o próximo presidente dos EUA, ele terá de lidar com o etanol
como uma fonte alternativa de energia. E a tarifa americana sobre o etanol importado "não ajuda".
Sobre a entrada de capital chinês na América Latina, ele disse que "não é desafio só para nós,
mas é algo novo para todos. Todos estamos tentando entender bem as consequências dessa presença
da China". Shannon vai a Pequim em outubro discutir os interesses dos dois países na America Latina.
"A China tem tanto interesse na relação econômica com os EUA, no acesso ao nosso mercado, à nossa
tecnologia, que atua com muita cautela na América Latina, em relação aos nossos interesses."
Questionado se o governo americano chegou a solicitar cautela à China na sua investida na
América Latina, Shannon respondeu: "Não foi preciso. Eles perceberam isso."
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: A 4ª Frota e o Brasil
Novamente venho aqui perguntar qual seria o efeito prático da criação da quarta frota no domínio dos mares sul-americanos. Os EUA já não podem obter esse domínio, independentemente da existência ou não dessa quarta frota?
Pra mim, a criação ou não dessa frota é absolutamente irrelevante, e não muda a já clara situação de inferioridade militar latina sobre o atlântico sul.
Notícias:
11/07/2008 - 02h31
Quarta Frota não possui capacidade ofensiva, diz subsecretário dos EUA
Publicidade
da Folha Online
O subsecretário para Assuntos Hemisféricos dos Estados Unidos, Tom Shannon, afirmou nesta quinta-feira que a Quarta Frota do Comando Sul "não tem capacidade ofensiva", durante uma entrevista coletiva organizada ao fim de um encontro com a presidente argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires.
"A Quarta Frota não possui capacidade ofensiva. Não conta com porta-aviões ou grandes navios. A maior de suas embarcações é um navio-hospital", explicou Shannon, admitindo que Kirchner havia manifestado preocupação a respeito da reativação da frota durante sua reunião.
Criada em 1943 diante da ameaça nazista, a Quarta Frota da Marinha dos EUA havia sido desativada em 1950, mas voltou aos mares da América Latina nesta semana.
Analistas afirmam que o objetivo seria controlar países da região com governos considerados "incômodos" por Washington --incluindo a Venezuela. Segundo a Casa Branca, a operação serve para melhorar a capacidade operativa no combate ao narcotráfico, manejo de desastres naturais e trabalhos de cooperação.
O subsecretário revelou que a presidente argentina o havia indagado sobre reportagens na imprensa afirmando que as embarcações americanas teriam a intenção de navegar por "águas marrons". "Garanti à presidente que a Armada não penetrará nenhum rio, zona litoral ou águas territoriais", disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira passada (1) que quer explicações sobre a Quarta Frota. "Nós agora descobrimos petróleo em toda a costa marítima brasileira, a 300 quilômetros da nossa costa, e nós, obviamente, queremos que os Estados Unidos nos expliquem qual é a lógica desta Quarta Frota", afirmou.
"Nós vivemos numa região totalmente pacífica", disse o presidente, ao afirmar que a única guerra na região é contra a pobreza e a fome. "Se fosse frota de navios de alimentos, de navios de sementes, seria até razoável. Mas eu penso que isso o ministro Celso Amorim haverá de ter uma resposta da Condoleezza."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 1293.shtml
Abraços
César
Pra mim, a criação ou não dessa frota é absolutamente irrelevante, e não muda a já clara situação de inferioridade militar latina sobre o atlântico sul.
Notícias:
11/07/2008 - 02h31
Quarta Frota não possui capacidade ofensiva, diz subsecretário dos EUA
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da Folha Online
O subsecretário para Assuntos Hemisféricos dos Estados Unidos, Tom Shannon, afirmou nesta quinta-feira que a Quarta Frota do Comando Sul "não tem capacidade ofensiva", durante uma entrevista coletiva organizada ao fim de um encontro com a presidente argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires.
"A Quarta Frota não possui capacidade ofensiva. Não conta com porta-aviões ou grandes navios. A maior de suas embarcações é um navio-hospital", explicou Shannon, admitindo que Kirchner havia manifestado preocupação a respeito da reativação da frota durante sua reunião.
Criada em 1943 diante da ameaça nazista, a Quarta Frota da Marinha dos EUA havia sido desativada em 1950, mas voltou aos mares da América Latina nesta semana.
Analistas afirmam que o objetivo seria controlar países da região com governos considerados "incômodos" por Washington --incluindo a Venezuela. Segundo a Casa Branca, a operação serve para melhorar a capacidade operativa no combate ao narcotráfico, manejo de desastres naturais e trabalhos de cooperação.
O subsecretário revelou que a presidente argentina o havia indagado sobre reportagens na imprensa afirmando que as embarcações americanas teriam a intenção de navegar por "águas marrons". "Garanti à presidente que a Armada não penetrará nenhum rio, zona litoral ou águas territoriais", disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na terça-feira passada (1) que quer explicações sobre a Quarta Frota. "Nós agora descobrimos petróleo em toda a costa marítima brasileira, a 300 quilômetros da nossa costa, e nós, obviamente, queremos que os Estados Unidos nos expliquem qual é a lógica desta Quarta Frota", afirmou.
"Nós vivemos numa região totalmente pacífica", disse o presidente, ao afirmar que a única guerra na região é contra a pobreza e a fome. "Se fosse frota de navios de alimentos, de navios de sementes, seria até razoável. Mas eu penso que isso o ministro Celso Amorim haverá de ter uma resposta da Condoleezza."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 1293.shtml
Abraços
César
"- Tú julgarás a ti mesmo- respondeu-lhe o rei - É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio."
Antoine de Saint-Exupéry
Antoine de Saint-Exupéry