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Mensagem
por Penguin » Qui Jul 03, 2008 8:16 pm
A US Navy possui 6 Frotas que abragem todo o Globo. Antes da recriacao da 4a Frota, as operacoes no Caribe e Atlantico Sul estavm sob coordenacao da 2a Frota. Ha mais simbolimo (e recados nao sub-liminares) que mudancas significativas. Os navios americanos sempre navegaram por estas aguas, independente se subordinados a 2a Frota ou qq outra frota.
Causa estranheza Lula ter se juntado tao abertamente a Venezuela, Cuba e Bolivia a estes protestos (sic). Grupo que claramente possui um "agenda especifica".
MERCOSUL
União contra a Quarta Frota
Lula e Chávez cobram dos EUA explicações sobre reativação de unidade naval na região
Eliane Oliveira*, Janaína Figueiredo* e Leonardo Valente
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, aproveitaram
a Reunião de Cúpula de Presidentes do Mercosul, realizada ontem na província argentina de Tucumán,
para fazer uma dura cobrança ao governo dos Estados Unidos. Ambos os chefes de Estado
manifestaram forte preocupação pela reativação da Quarta Frota da Marinha americana, que após 58
anos voltou ontem a realizar operações militares nas Américas do Sul, Central e no Caribe. Durante seu
discurso, no plenário de presidentes do bloco, Chávez afirmou que a estratégia militar americana
representa uma ameaça para os países do continente, e defendeu a necessidade de o Mercosul "pedir
uma explicação ao governo dos Estados Unidos por sua atitude". Lula, por sua vez, disse que o governo
brasileiro pedirá explicações à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice.
- Devemos perguntar, em bloco, ao governo dos EUA por que está mandando a Quarta Frota à
nossa região - enfatizou o presidente da Venezuela, afirmando ainda que o objetivo dos EUA é apropriarse
dos recursos naturais dos países da região.Já o presidente brasileiro se antecipou e disse ter dado instruções ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que peça esclarecimentos sobre a Quarta Frota ao Departamento de
Estado americano.
- Descobrimos petróleo em toda a costa marítima brasileira. Queremos que os EUA expliquem
isto (a Quarta Frota), porque vivemos numa região totalmente pacífica. Nossa única guerra é a guerra
contra a pobreza e a fome - disse Lula.
Chávez, em seguida, citou o poderio militar de Brasil e Venezuela, ressaltando que a volta da
unidade da Marinha americana à região é um tema muito importante.
- Lula, você tem submarinos nucleares. Nós teremos mais aviões. Enfim, temos de saber o que
eles pretendem em nossas águas. Isso é uma ameaça para todos os países da região - disse. - A
imprensa está investigando, temos que ficar atentos porque este é um assunto muito importante.
Em seu discurso, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, não se referiu diretamente à
Quarta Frota, mas também destacou a importância de que os países da região preservem e defendam
seus recursos naturais, "hoje na mira das grandes potências mundiais."
Outros líderes da região também protestaram contra o início das operações da unidade militar
americana. O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse que a iniciativa dos EUA é intervencionista. Já o
ex-presidente cubano Fidel Castro escreveu em artigo que o objetivo da reativação "é espalhar o medo".Braço da Marinha americana na América Latina, a Quarta Frota americana atuou ativamente na
região a partir de 1943, em meio à Segunda Guerra Mundial, com a missão prioritária de atacar
embarcações alemãs na região e proteger navios aliados, que sistematicamente vinham sendo
afundados por submarinos nazistas.
Com o fim da guerra e o deslocamento das atenções dos Estados Unidos para a então União
Soviética, a frota foi extinta em 1950. Desde então, sua região foi absorvida pela Segunda Frota, mas de
forma secundária.
Segundo o Departamento de Estado americano, a reativação da frota tem como objetivo garantir
a segurança das águas internacionais da região especialmente contra o tráfico de drogas e o terrorismo.
Com sede na Flórida, não terá uma estrutura de navios fixa, mas começou a operar ontem com um
porta-aviões nuclear, o George Washington (que poderá ser remanejado a qualquer momento para
outras regiões) e mais 11 navios. Seu novo comandante, Joseph Kernan, até então chefe do Comando
de Táticas Especiais de Guerra Naval, é um dos mais respeitados veteranos de guerra da Marinha e sua
indicação ao cargo, segundo especialistas, pode indicar a importância da recém-ativada frota.
Motivo é político, dizem analistas
Segundo analistas, a reativação é um recado político de Washington aos países da região.
- A reativação da Quarta Frota é uma forma sutil de mostrar que, ao contrário do que muitos
dizem hoje, os Estados Unidos não abandonaram a América Latina, nem deixaram de considerá-la sua
área de influência direta. Tem a ver também com a tentativa brasileira de criar um conselho de defesa
subcontinental, como parte da Unasul. Por enquanto, é um gesto simbólico, de alerta - disse a
pesquisadora Tatiana Teixeira, especialista em Estados Unidos e autora do livro "Os think- tanks e a sua
influência na política externa dos EUA".
Para outro especialista em Estados Unidos, o professor de relações internacionais Luiz Alberto
Moniz Bandeira, a Quarta Frota mostra que os EUA têm vários objetivos estratégicos na região mas,
mesmo assim, os governos locais não têm como protestar pois as leis internacionais permitem que
qualquer país mantenha frotas em águas internacionais.
- O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já declarou, entretanto, que o Brasil não admitirá que a
Quarta Frota entre e opere dentro dos limites do mar territorial. Não se trata de bravata, mas de uma
admoestação. Se entrar em águas territoriais, o Brasil tem todo o direito de protestar e os EUA não vão
querer um incidente diplomático. O potencial bélico que possui tem limites políticos. De qualquer modo, a
reativação mostra a urgente necessidade de reequipar e modernizar a Marinha do Brasil, que foi
sucateada nos anos 1990, e acelerar a construção do submarino nuclear - disse.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla