VENEZUELA
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Re: CHAVEZ: de novo.
08/06/2008 - 16h49 - Atualizado em 08/06/2008 - 16h55
Chávez: "Acho que chegou a hora das Farc libertarem todos os reféns"
Da EFE
Caracas, 8 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que "chegou a hora de as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) libertarem todos os reféns" e se colocou "às ordens" do novo líder deste grupo, o guerrilheiro colombiano "Alfonso Cano", para facilitar esta entrega.
"Nós não justificamos, eu nunca faria isto, ter na montanha um grupo de pessoas, civis e militares. Acho que chegou a hora de as Farc libertarem todos os reféns em troca de nada, seria um grande gesto. Afirmo isto agora que há um novo líder do secretariado geral", declarou em seu programa dominical "Alô, presidente".
Após lembrar que em 2007 esteve "a ponto" de se reunir com o antecessor de Cano - Manuel Marulanda, conhecido como "Tirofijo" e que morreu no dia 26 de março - o governante venezuelano destacou que a conjuntura atual permite avançar neste sentido.
O encontro com Marulanda, autorizado pelo presidente colombiano Álvaro Uribe, finalmente fracassou e "o caminho foi fechado", pois as pressões dos Estados Unidos e das forças internas colombianas "foram muito duras", explicou.
No entanto, comentou, agora poderiam ser firmadas as bases para um acordo de paz definitivo.
A situação vivida pela América Latina e pelos EUA "parece criar condições favoráveis a um processo de paz na Colômbia, com um grupo de países e instâncias que garantiriam os acordos de paz, como ocorreu na América Central", manifestou.
"A esta altura, na América Latina, está fora de ordem um movimento guerrilheiro e é preciso que se diga isto às Farc. Queria dizer isto a Marulanda", declarou Chávez.
Ele solicitou aos vários países e instâncias internacionais que, uma vez libertadas as pessoas em poder das Farc, seja garantido o cumprimento dos acordos de paz, "de uma paz que seja respeitada".
Nomeou especificamente Brasil, Argentina, Nicarágua, Equador, França, Espanha, Portugal, "talvez o próprio Vaticano", assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Peço-lhes ajuda. Basta de tanta guerra, chegou a hora de se sentar para falar de paz. Esta é a nossa vontade, dos venezuelanos", disse.
"Estou às ordens, Cano, para ir buscar os reféns", afirmou.
"Vamos, soltem todas estas pessoas, há idosos, mulheres, doentes. Já está bom", declarou e afirmou que "a guerra de guerrilhas passou para a História".
"As Farc devem saber de uma coisa: se transformaram em uma desculpa do império (americano) para ameaçar a todos nós. É a desculpa perfeita. No dia em que for feita a paz na Colômbia faltará desculpa para o império", inclusive para manter bases militares na região, afirmou.
Os EUA estão "planejando" instalar outras bases militares na Colômbia, o que constitui "uma ameaça contra a Venezuela e a desculpa é o, chamado por eles, terrorismo", disse.
Isso começará a acabar com a libertação de todas as pessoas em poder das Farc, o que "poderia ser um primeiro passo para que acabe a guerra interna na Colômbia
Chávez: "Acho que chegou a hora das Farc libertarem todos os reféns"
Da EFE
Caracas, 8 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que "chegou a hora de as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) libertarem todos os reféns" e se colocou "às ordens" do novo líder deste grupo, o guerrilheiro colombiano "Alfonso Cano", para facilitar esta entrega.
"Nós não justificamos, eu nunca faria isto, ter na montanha um grupo de pessoas, civis e militares. Acho que chegou a hora de as Farc libertarem todos os reféns em troca de nada, seria um grande gesto. Afirmo isto agora que há um novo líder do secretariado geral", declarou em seu programa dominical "Alô, presidente".
Após lembrar que em 2007 esteve "a ponto" de se reunir com o antecessor de Cano - Manuel Marulanda, conhecido como "Tirofijo" e que morreu no dia 26 de março - o governante venezuelano destacou que a conjuntura atual permite avançar neste sentido.
O encontro com Marulanda, autorizado pelo presidente colombiano Álvaro Uribe, finalmente fracassou e "o caminho foi fechado", pois as pressões dos Estados Unidos e das forças internas colombianas "foram muito duras", explicou.
No entanto, comentou, agora poderiam ser firmadas as bases para um acordo de paz definitivo.
A situação vivida pela América Latina e pelos EUA "parece criar condições favoráveis a um processo de paz na Colômbia, com um grupo de países e instâncias que garantiriam os acordos de paz, como ocorreu na América Central", manifestou.
"A esta altura, na América Latina, está fora de ordem um movimento guerrilheiro e é preciso que se diga isto às Farc. Queria dizer isto a Marulanda", declarou Chávez.
Ele solicitou aos vários países e instâncias internacionais que, uma vez libertadas as pessoas em poder das Farc, seja garantido o cumprimento dos acordos de paz, "de uma paz que seja respeitada".
Nomeou especificamente Brasil, Argentina, Nicarágua, Equador, França, Espanha, Portugal, "talvez o próprio Vaticano", assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Peço-lhes ajuda. Basta de tanta guerra, chegou a hora de se sentar para falar de paz. Esta é a nossa vontade, dos venezuelanos", disse.
"Estou às ordens, Cano, para ir buscar os reféns", afirmou.
"Vamos, soltem todas estas pessoas, há idosos, mulheres, doentes. Já está bom", declarou e afirmou que "a guerra de guerrilhas passou para a História".
"As Farc devem saber de uma coisa: se transformaram em uma desculpa do império (americano) para ameaçar a todos nós. É a desculpa perfeita. No dia em que for feita a paz na Colômbia faltará desculpa para o império", inclusive para manter bases militares na região, afirmou.
Os EUA estão "planejando" instalar outras bases militares na Colômbia, o que constitui "uma ameaça contra a Venezuela e a desculpa é o, chamado por eles, terrorismo", disse.
Isso começará a acabar com a libertação de todas as pessoas em poder das Farc, o que "poderia ser um primeiro passo para que acabe a guerra interna na Colômbia
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Re: CHAVEZ: de novo.
Como já disse antes o cara tá "afinando".Tigershark escreveu:08/06/2008 - 16h49 - Atualizado em 08/06/2008 - 16h55
Chávez: "Acho que chegou a hora das Farc libertarem todos os reféns"
Da EFE
Caracas, 8 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou hoje que "chegou a hora de as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) libertarem todos os reféns" e se colocou "às ordens" do novo líder deste grupo, o guerrilheiro colombiano "Alfonso Cano", para facilitar esta entrega.
"Nós não justificamos, eu nunca faria isto, ter na montanha um grupo de pessoas, civis e militares. Acho que chegou a hora de as Farc libertarem todos os reféns em troca de nada, seria um grande gesto. Afirmo isto agora que há um novo líder do secretariado geral", declarou em seu programa dominical "Alô, presidente".
Após lembrar que em 2007 esteve "a ponto" de se reunir com o antecessor de Cano - Manuel Marulanda, conhecido como "Tirofijo" e que morreu no dia 26 de março - o governante venezuelano destacou que a conjuntura atual permite avançar neste sentido.
O encontro com Marulanda, autorizado pelo presidente colombiano Álvaro Uribe, finalmente fracassou e "o caminho foi fechado", pois as pressões dos Estados Unidos e das forças internas colombianas "foram muito duras", explicou.
No entanto, comentou, agora poderiam ser firmadas as bases para um acordo de paz definitivo.
A situação vivida pela América Latina e pelos EUA "parece criar condições favoráveis a um processo de paz na Colômbia, com um grupo de países e instâncias que garantiriam os acordos de paz, como ocorreu na América Central", manifestou.
"A esta altura, na América Latina, está fora de ordem um movimento guerrilheiro e é preciso que se diga isto às Farc. Queria dizer isto a Marulanda", declarou Chávez.
Ele solicitou aos vários países e instâncias internacionais que, uma vez libertadas as pessoas em poder das Farc, seja garantido o cumprimento dos acordos de paz, "de uma paz que seja respeitada".
Nomeou especificamente Brasil, Argentina, Nicarágua, Equador, França, Espanha, Portugal, "talvez o próprio Vaticano", assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Peço-lhes ajuda. Basta de tanta guerra, chegou a hora de se sentar para falar de paz. Esta é a nossa vontade, dos venezuelanos", disse.
"Estou às ordens, Cano, para ir buscar os reféns", afirmou.
"Vamos, soltem todas estas pessoas, há idosos, mulheres, doentes. Já está bom", declarou e afirmou que "a guerra de guerrilhas passou para a História".
"As Farc devem saber de uma coisa: se transformaram em uma desculpa do império (americano) para ameaçar a todos nós. É a desculpa perfeita. No dia em que for feita a paz na Colômbia faltará desculpa para o império", inclusive para manter bases militares na região, afirmou.
Os EUA estão "planejando" instalar outras bases militares na Colômbia, o que constitui "uma ameaça contra a Venezuela e a desculpa é o, chamado por eles, terrorismo", disse.
Isso começará a acabar com a libertação de todas as pessoas em poder das Farc, o que "poderia ser um primeiro passo para que acabe a guerra interna na Colômbia
unanimidade só existe no cemitério
- Edu Lopes
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Re: CHAVEZ: de novo.
O Estado policial de Chávez
A partir da publicação na Gaceta Oficial da Lei Habilitante, que organiza o Sistema Nacional de Inteligência e Contra-Inteligência, a Venezuela é um Estado policial. O coronel Hugo Chávez fez uso dos desmedidos poderes que lhe foram concedidos por uma Assembléia Nacional quase que integralmente controlada por ele para baixar uma lei de segurança nacional que nada fica a dever à que sustentou o Partido Nacional-Socialista de Hitler no poder, à que deu ares de legalidade aos sangrentos expurgos de Stalin e à que, ainda hoje, submete a população de Cuba ao jugo comunista. A lei venezuelana, aliás, é uma cópia quase fiel da lei cubana.
Se a lei for aplicada integralmente - e ninguém duvida que Hugo Chávez o faça -, a Venezuela se transformará, como aconteceu nos países citados, numa nação de amedrontados delatores. Felizmente, a imprensa independente, a Igreja Católica e organizações preocupadas com a defesa dos direitos humanos estão reagindo ao arbítrio.
A Academia de Ciências Políticas e Sociais, por exemplo, anunciou que estuda a possibilidade de convocar um referendo derrogatório ou de impugnar a lei no Supremo Tribunal de Justiça. Mas as chances de sucesso de qualquer dessas iniciativas são mínimas. O Conselho Nacional Eleitoral, que poderia organizar o referendo, come na mão de Chávez, e a Suprema Corte é formada por juízes escolhidos a dedo pela mesma mão. Não foi à toa que causou surpresa a atitude da juíza Blanca Rosa Mármol de León, que declarou que a legislação baixada "é uma ameaça para todos nós. Tenho a obrigação de dizer isso, como cidadã e juíza. Esse é um passo na direção da criação de uma sociedade de delatores". Mas essa é uma voz isolada no Supremo Tribunal, pelo menos por enquanto.
A lei tem abrangência universal. Considera órgãos de apoio às atividades de inteligência e contra-inteligência "as pessoas naturais e jurídicas, de direito público e privado, nacionais ou estrangeiras, assim como os órgãos e entes da administração pública nacional, estadual e municipal, as redes sociais, as organizações de participação popular e comunidades organizadas". Em resumo, tudo e todos. E se empresas, entes públicos e pessoas não colaborarem com os órgãos de inteligência, cometerão crime, pois "dita conduta atenta contra a segurança, a defesa e o desenvolvimento integral da nação". A pena de prisão é de 2 a 4 anos, passando para de 4 a 8 anos se o infrator for funcionário público. Cria-se, com isso, o caldo de cultura para a formação de organizações como os Comitês de Defesa da Revolução cubanos, que vigiam os vizinhos, e para a delação generalizada.
Além disso, quem quer que se utilize de meios de coleta de informações - que passam a ser prerrogativa exclusiva dos órgãos de inteligência - comete delito punível com prisão. A redação do dispositivo é propositadamente vaga para permitir que qualquer jornalista, no exercício de sua profissão, seja preso como espião ou o que quer que a autoridade decida, pois a lei permite a edição de medidas administrativas que - pasmem! - "tutelem os direitos e garantias fundamentais das pessoas".
O arbítrio não acaba aí. As operações de inteligência e contra-inteligência terão "caráter processual penal de diligências necessárias e urgentes, sem estar sujeitas a outras condições temporais ou materiais estabelecidas em lei". Acaba o devido processo legal - um direito garantido em qualquer país civilizado. Qualquer pessoa poderá ser objeto de uma investigação secreta, de um inquérito secreto, de um processo secreto, e terminar presa num local secreto, sem acesso a advogados. Juízes e promotores não poderão interferir e, se o fizerem, será sob risco de prisão.
Hugo Chávez anunciou que a nova lei se destina a ser um "escudo" contra "ataques imperialistas". O ministro do Interior, Ramón Rodriguez Chacin, designado para comandar a polícia política, afirmou que ela foi feita para combater a "interferência dos Estados Unidos" e que os agentes serão pessoas "comprometidas com a revolução". Na verdade, a edição dessa lei é mais uma etapa do processo de transformação da Venezuela em um Estado totalitário, sob a tutela de um caudilho.
A lei é uma clara violação da Carta Democrática da OEA. Sua adoção torna a Venezuela de Chávez irremediavelmente incompatível com os princípios do Mercosul, consagrados na Cláusula Democrática.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6086,0.php
A partir da publicação na Gaceta Oficial da Lei Habilitante, que organiza o Sistema Nacional de Inteligência e Contra-Inteligência, a Venezuela é um Estado policial. O coronel Hugo Chávez fez uso dos desmedidos poderes que lhe foram concedidos por uma Assembléia Nacional quase que integralmente controlada por ele para baixar uma lei de segurança nacional que nada fica a dever à que sustentou o Partido Nacional-Socialista de Hitler no poder, à que deu ares de legalidade aos sangrentos expurgos de Stalin e à que, ainda hoje, submete a população de Cuba ao jugo comunista. A lei venezuelana, aliás, é uma cópia quase fiel da lei cubana.
Se a lei for aplicada integralmente - e ninguém duvida que Hugo Chávez o faça -, a Venezuela se transformará, como aconteceu nos países citados, numa nação de amedrontados delatores. Felizmente, a imprensa independente, a Igreja Católica e organizações preocupadas com a defesa dos direitos humanos estão reagindo ao arbítrio.
A Academia de Ciências Políticas e Sociais, por exemplo, anunciou que estuda a possibilidade de convocar um referendo derrogatório ou de impugnar a lei no Supremo Tribunal de Justiça. Mas as chances de sucesso de qualquer dessas iniciativas são mínimas. O Conselho Nacional Eleitoral, que poderia organizar o referendo, come na mão de Chávez, e a Suprema Corte é formada por juízes escolhidos a dedo pela mesma mão. Não foi à toa que causou surpresa a atitude da juíza Blanca Rosa Mármol de León, que declarou que a legislação baixada "é uma ameaça para todos nós. Tenho a obrigação de dizer isso, como cidadã e juíza. Esse é um passo na direção da criação de uma sociedade de delatores". Mas essa é uma voz isolada no Supremo Tribunal, pelo menos por enquanto.
A lei tem abrangência universal. Considera órgãos de apoio às atividades de inteligência e contra-inteligência "as pessoas naturais e jurídicas, de direito público e privado, nacionais ou estrangeiras, assim como os órgãos e entes da administração pública nacional, estadual e municipal, as redes sociais, as organizações de participação popular e comunidades organizadas". Em resumo, tudo e todos. E se empresas, entes públicos e pessoas não colaborarem com os órgãos de inteligência, cometerão crime, pois "dita conduta atenta contra a segurança, a defesa e o desenvolvimento integral da nação". A pena de prisão é de 2 a 4 anos, passando para de 4 a 8 anos se o infrator for funcionário público. Cria-se, com isso, o caldo de cultura para a formação de organizações como os Comitês de Defesa da Revolução cubanos, que vigiam os vizinhos, e para a delação generalizada.
Além disso, quem quer que se utilize de meios de coleta de informações - que passam a ser prerrogativa exclusiva dos órgãos de inteligência - comete delito punível com prisão. A redação do dispositivo é propositadamente vaga para permitir que qualquer jornalista, no exercício de sua profissão, seja preso como espião ou o que quer que a autoridade decida, pois a lei permite a edição de medidas administrativas que - pasmem! - "tutelem os direitos e garantias fundamentais das pessoas".
O arbítrio não acaba aí. As operações de inteligência e contra-inteligência terão "caráter processual penal de diligências necessárias e urgentes, sem estar sujeitas a outras condições temporais ou materiais estabelecidas em lei". Acaba o devido processo legal - um direito garantido em qualquer país civilizado. Qualquer pessoa poderá ser objeto de uma investigação secreta, de um inquérito secreto, de um processo secreto, e terminar presa num local secreto, sem acesso a advogados. Juízes e promotores não poderão interferir e, se o fizerem, será sob risco de prisão.
Hugo Chávez anunciou que a nova lei se destina a ser um "escudo" contra "ataques imperialistas". O ministro do Interior, Ramón Rodriguez Chacin, designado para comandar a polícia política, afirmou que ela foi feita para combater a "interferência dos Estados Unidos" e que os agentes serão pessoas "comprometidas com a revolução". Na verdade, a edição dessa lei é mais uma etapa do processo de transformação da Venezuela em um Estado totalitário, sob a tutela de um caudilho.
A lei é uma clara violação da Carta Democrática da OEA. Sua adoção torna a Venezuela de Chávez irremediavelmente incompatível com os princípios do Mercosul, consagrados na Cláusula Democrática.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 6086,0.php
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Re: CHAVEZ: de novo.
Entre tapas e beijos.
09/06/2008 - 18h04
EUA elogiam declaração de Chávez contra as Farc
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos elogiaram na segunda-feira as declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contra as guerrilhas colombianas Farc, mas cobraram um maior distanciamento de Caracas em relação ao grupo.
A Colômbia acusa o anti-americano Chávez de apoiar os rebeldes. Mas no domingo Chávez pediu ao novo comandante das Farc que liberte seus reféns e abandone a luta armada.
"Certamente são boas palavras", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, a jornalistas. "E incentivaríamos a Venezuela a seguir essas boas palavras com ações concretas."
"O governo venezuelano deveria fazer todos os esforços, públicos e privados, para se distanciar de qualquer relação que possa ter tido com as Farc", disse McCormack.
A relação de Chávez com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia está na ordem do dia desde que a Interpol confirmou a autenticidade de arquivos de computadores da guerrilha que supostamente confirmavam o apoio.
Chávez nega as acusações e diz que sua meta é negociar o fim da guerra civil colombiana. No domingo, ele afirmou que o conflito está servindo de pretexto para que os EUA tramem sua derrubada.
09/06/2008 - 18h04
EUA elogiam declaração de Chávez contra as Farc
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos elogiaram na segunda-feira as declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contra as guerrilhas colombianas Farc, mas cobraram um maior distanciamento de Caracas em relação ao grupo.
A Colômbia acusa o anti-americano Chávez de apoiar os rebeldes. Mas no domingo Chávez pediu ao novo comandante das Farc que liberte seus reféns e abandone a luta armada.
"Certamente são boas palavras", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, a jornalistas. "E incentivaríamos a Venezuela a seguir essas boas palavras com ações concretas."
"O governo venezuelano deveria fazer todos os esforços, públicos e privados, para se distanciar de qualquer relação que possa ter tido com as Farc", disse McCormack.
A relação de Chávez com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia está na ordem do dia desde que a Interpol confirmou a autenticidade de arquivos de computadores da guerrilha que supostamente confirmavam o apoio.
Chávez nega as acusações e diz que sua meta é negociar o fim da guerra civil colombiana. No domingo, ele afirmou que o conflito está servindo de pretexto para que os EUA tramem sua derrubada.
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Re: CHAVEZ: de novo.
Sempre achei isso.Apesar de toda a retórica ele sabe bem onde quer ir e como chegar lá.De bobo não tem nada mesmo.
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Re: CHAVEZ: de novo.
O Globo
Assunto: O Mundo
Título: Decifrando Chávez
Data: 10/06/2008
Crédito: Cristina Azevedo
Para analistas, discurso sobre fim da era de guerrilhas significa que Farc teriam perdido último aliado
Cristina Azevedo
A declaração do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, dizendo que não há mais espaço para a guerra de guerrilha no continente e pedindo que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertem todos seus políticos gerou diferentes leituras ontem na Colômbia, indo da suspeita de um acordo implícito entre os dois governos ao ceticismo e à esperança do início de uma nova fase no processo de paz. Chávez, que antes pedia que as Farc fossem reconhecidas como forças beligerantes, causou surpresa domingo ao dizer que a existência delas se tornou um pretexto para os EUA ameaçarem a região. Uma entrevista do ex-senador e ex-refém Luis Eládio Perez afirmando que mais seqüestrados devem ser libertados em breve aumentou as especulações, no momento em que a Colômbia aguarda o primeiro passo do novo líder do grupo, Alfonso Cano.
O especialista em Farc Ariel Árias, da Corporação Arco-Íris - ONG que estuda o conflito -, acredita numa espécie de acordo implícito entre Bogotá e Caracas: um não pressiona com o que teria sido achado nos computadores do guerrilheiro morto Raúl Reyes, e que segundo a Colômbia compromete Equador e Venezuela, e o outro abranda o discurso sobre o grupo.
- Não se sabe se o que está nos computadores é verdade ou não, mas eles são um instrumento de pressão. A Venezuela tem eleições regionais em novembro, e Chávez, que foi derrotado no referendo passado, espera que esses computadores fiquem calados - disse Árias ao GLOBO por telefone.
As Farc vêm sofrendo fortes golpes, com a morte de líderes de seu secretariado, deserções e traição. Alguns analistas entenderam a declaração de Chávez como mais um revés para a guerrilha, criando mais pressão sobre ela. Alfredo Rangel, diretor do Instituto de Segurança e Democracia, disse à Reuters que as Farc "perderam o último balão de oxigênio que lhe restava". Árias, por outro lado, não espera grandes mudanças nas Farc, já que desde 2005 os comunicados eram assinados pelo "colegiado" e não por Manuel Marulanda, seu líder histórico, que morreu em março.
Ele considera que há razões, pelo menos quatro, a serem consideradas no discurso de Chávez. A declaração do presidente venezuelano acalma os ânimos, num momento em que Piedad Córdoba - sua parceira nas negociações - ameaça processar a revista "Paris Match" por afirmar que ela teria aconselhado as Farc a não libertarem a ex-senadora Ingrid Betancourt. A segunda seria convencer Cano a fazer sua "estréia no comando" com um gesto de boa vontade, para reativar as negociações. A terceira, uma razão tático-militar: os EUA vão retirar sua base do Equador, e ela provavelmente será transferida para a Colômbia. E, finalmente, atrair um discurso latino-americano unificado sobre a negociação - o que passa por um processo de reconhecimento - mesmo que implícito - do status de beligerância das Farc.
- Chávez sabe que se mais reféns forem soltos, aumentará a pressão de outros países sobre a Colômbia para negociar - diz Árias.
Libertação poderia ser na próxima semana
Pedro Medellín, por outro lado, está otimista com os rumores de novas libertações. Professor de Ciências Políticas da Universidade Nacional da Colômbia, ele reconhece que a nova postura abre portas para Chávez no cenário internacional, mas acha que ele não daria a declaração se não contasse com resposta positiva das Farc.
- Interessa a Cano dar um sinal positivo não só para restabelecer os canais de comunicação, mas também para retomar o tema de acordo humanitário - afirmou ao GLOBO.
O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, disse esperar que a atitude de Chávez se traduza em fatos concretos. No Departamento de Estado dos EUA, os comentários foram bem recebidos.
- São boas palavras. E nós encorajamos a Venezuela que a essas palavras sigam-se ações concretas - disse o porta-voz Sean McCormack.
Pérez afirmou que mais reféns serão soltos, sem explicar de onde vinha a informação. Em entrevista à rádio, disse que podem ser soltos o ex-governador de Meta Alan Jara; o ex-deputado Sigifredo López; e o ex-congressista Óscar Tulio Lizcano. Ele não descartou que um dos três americanos, seqüestrados em 2003, possam ser soltos. Segundo versões, Ingrid poderia ser incluída. Os americanos foram vistos recentemente por soldados no departamento de Guaviare, contou Santos, mas estes não se aproximaram para não arriscar a vida deles.
Ontem, ministro do Interior da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín reconheceu que um homem detido com munição para as Farc é membro do Exército de seu país. Mas afirmou que o homem foi enganado, caindo numa espécie de armadilha.
Com agências internacionais
Assunto: O Mundo
Título: Decifrando Chávez
Data: 10/06/2008
Crédito: Cristina Azevedo
Para analistas, discurso sobre fim da era de guerrilhas significa que Farc teriam perdido último aliado
Cristina Azevedo
A declaração do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, dizendo que não há mais espaço para a guerra de guerrilha no continente e pedindo que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertem todos seus políticos gerou diferentes leituras ontem na Colômbia, indo da suspeita de um acordo implícito entre os dois governos ao ceticismo e à esperança do início de uma nova fase no processo de paz. Chávez, que antes pedia que as Farc fossem reconhecidas como forças beligerantes, causou surpresa domingo ao dizer que a existência delas se tornou um pretexto para os EUA ameaçarem a região. Uma entrevista do ex-senador e ex-refém Luis Eládio Perez afirmando que mais seqüestrados devem ser libertados em breve aumentou as especulações, no momento em que a Colômbia aguarda o primeiro passo do novo líder do grupo, Alfonso Cano.
O especialista em Farc Ariel Árias, da Corporação Arco-Íris - ONG que estuda o conflito -, acredita numa espécie de acordo implícito entre Bogotá e Caracas: um não pressiona com o que teria sido achado nos computadores do guerrilheiro morto Raúl Reyes, e que segundo a Colômbia compromete Equador e Venezuela, e o outro abranda o discurso sobre o grupo.
- Não se sabe se o que está nos computadores é verdade ou não, mas eles são um instrumento de pressão. A Venezuela tem eleições regionais em novembro, e Chávez, que foi derrotado no referendo passado, espera que esses computadores fiquem calados - disse Árias ao GLOBO por telefone.
As Farc vêm sofrendo fortes golpes, com a morte de líderes de seu secretariado, deserções e traição. Alguns analistas entenderam a declaração de Chávez como mais um revés para a guerrilha, criando mais pressão sobre ela. Alfredo Rangel, diretor do Instituto de Segurança e Democracia, disse à Reuters que as Farc "perderam o último balão de oxigênio que lhe restava". Árias, por outro lado, não espera grandes mudanças nas Farc, já que desde 2005 os comunicados eram assinados pelo "colegiado" e não por Manuel Marulanda, seu líder histórico, que morreu em março.
Ele considera que há razões, pelo menos quatro, a serem consideradas no discurso de Chávez. A declaração do presidente venezuelano acalma os ânimos, num momento em que Piedad Córdoba - sua parceira nas negociações - ameaça processar a revista "Paris Match" por afirmar que ela teria aconselhado as Farc a não libertarem a ex-senadora Ingrid Betancourt. A segunda seria convencer Cano a fazer sua "estréia no comando" com um gesto de boa vontade, para reativar as negociações. A terceira, uma razão tático-militar: os EUA vão retirar sua base do Equador, e ela provavelmente será transferida para a Colômbia. E, finalmente, atrair um discurso latino-americano unificado sobre a negociação - o que passa por um processo de reconhecimento - mesmo que implícito - do status de beligerância das Farc.
- Chávez sabe que se mais reféns forem soltos, aumentará a pressão de outros países sobre a Colômbia para negociar - diz Árias.
Libertação poderia ser na próxima semana
Pedro Medellín, por outro lado, está otimista com os rumores de novas libertações. Professor de Ciências Políticas da Universidade Nacional da Colômbia, ele reconhece que a nova postura abre portas para Chávez no cenário internacional, mas acha que ele não daria a declaração se não contasse com resposta positiva das Farc.
- Interessa a Cano dar um sinal positivo não só para restabelecer os canais de comunicação, mas também para retomar o tema de acordo humanitário - afirmou ao GLOBO.
O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, disse esperar que a atitude de Chávez se traduza em fatos concretos. No Departamento de Estado dos EUA, os comentários foram bem recebidos.
- São boas palavras. E nós encorajamos a Venezuela que a essas palavras sigam-se ações concretas - disse o porta-voz Sean McCormack.
Pérez afirmou que mais reféns serão soltos, sem explicar de onde vinha a informação. Em entrevista à rádio, disse que podem ser soltos o ex-governador de Meta Alan Jara; o ex-deputado Sigifredo López; e o ex-congressista Óscar Tulio Lizcano. Ele não descartou que um dos três americanos, seqüestrados em 2003, possam ser soltos. Segundo versões, Ingrid poderia ser incluída. Os americanos foram vistos recentemente por soldados no departamento de Guaviare, contou Santos, mas estes não se aproximaram para não arriscar a vida deles.
Ontem, ministro do Interior da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín reconheceu que um homem detido com munição para as Farc é membro do Exército de seu país. Mas afirmou que o homem foi enganado, caindo numa espécie de armadilha.
Com agências internacionais
Re: CHAVEZ: de novo.
Não tô conseguindo acreditar nisso até agora.
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
Re: CHAVEZ: de novo.
To falando que o chaveco nao é bobo!!!
Quando as Farc soltarem estes refens ou deporem as armas (que acho nao ira demorar muito) todo o crédito ira para ele
Quando as Farc soltarem estes refens ou deporem as armas (que acho nao ira demorar muito) todo o crédito ira para ele
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Re: CHAVEZ: de novo.
Creio que vai demorar muito para as FARCS deporem as armas....
¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
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Re: CHAVEZ: de novo.
È o famoso instinto de sobrevivência dos ditadores falando mais alto. Ele está preocupado mesmo é com o próprio pescoço.Tigershark escreveu:Sempre achei isso.Apesar de toda a retórica ele sabe bem onde quer ir e como chegar lá.De bobo não tem nada mesmo.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: CHAVEZ: de novo.
Ele não se decidiu se vai ou não usar ¨aquela gravata¨que o tio Saddam usou há pouco tempo...
¨Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão ¨- Eça de Queiroz
- Edu Lopes
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Re: CHAVEZ: de novo.
A reviravolta de Chávez
Apenas cinco meses depois de afirmar em alto e bom som que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não podem ser consideradas uma organização terrorista - como as classifica, por exemplo, a União Européia -, mas uma força beligerante cujo "projeto político bolivariano" ele respeita, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, trocou a treva pela luz. Com ar de quem acaba de descobrir a pólvora, anunciou que "a esta altura, na América Latina, um movimento guerrilheiro está fora de lugar". Dirigindo-se diretamente ao novo chefe das Farc, Alfonso Cano, que substituiu o seu fundador Manuel Marulanda, o Tirofijo, morto em março último, Chávez disse ter chegado a hora da libertação de todos os reféns mantidos pelos farquistas - 40 políticos e 730 seqüestrados para a cobrança de resgate.
"Seria um gesto humanitário, sem nada em troca", exortou, mais uma vez se oferecendo, naturalmente, para intermediar a sua libertação. Por fim, propôs a criação de um grupo de países, entre os quais Brasil e Argentina, que trabalharia com a Organização dos Estados Americanos (OEA) para negociar um acordo de paz entre a narcoguerrilha e o governo colombiano do presidente Álvaro Uribe. Mesmo levando em conta a propensão do caudilho de Caracas para o ziguezague - o pronunciamento de impacto de hoje invalidando o da véspera -, não houve quem não se surpreendesse com a sua súbita decisão de decretar a falência do empreendimento criminoso que já teria se decomposto de vez não fossem os petrodólares, as armas e o apoio logístico recebidos de seu benfeitor venezuelano.
Decerto, a pergunta que correu o Continente - "que foi que deu em Chávez?" - tem mais de uma resposta. Todas, de qualquer forma, sugerem que ele enfim teria se convencido de que o custo de ser patrono de uma organização repudiada pela esmagadora maioria dos colombianos e duramente golpeada pela política de confronto aberto do governo de Bogotá passou a superar enormemente os benefícios esperados da solidariedade bolivariana para as ambições chavistas. Com a desmoralização e a seqüência de baixas sofridas pelas Farc, os custos dispararam na mesma medida em que os benefícios se tornaram praticamente nulos. A esta altura, pode-se dizer, parafraseando o coronel, o respaldo ao movimento está fora de lugar - e não apenas porque os bandoleiros perderam as garras, dado o seu isolamento político e geográfico.
Chávez disse que "os guerrilheiros das Farc devem saber uma coisa: se converteram numa desculpa do império para ameaçar a todos nós; no dia em que se fizer a paz na Colômbia, acabará a desculpa do império". Significa que ele deve saber da repercussão em diversos governos da descoberta de provas de seu envolvimento com as Farc - os documentos dos computadores do dirigente Raúl Reyes, morto no ataque a um acampamento guerrilheiro no Equador, em 1º de março. Chávez deve saber também que os Estados Unidos pós-Bush voltarão a ter autoridade para obter da comunidade internacional a sua condenação enquanto não se "fizer a paz na Colômbia".
O desmoronamento das Farc, por outro lado, coincide com a reação das forças democráticas venezuelanas aos projetos totalitários do chavismo, sem falar que 70% da população - o que inclui, portanto, parcela de seus adeptos - repudia os terroristas. O ponto de inflexão, como se sabe, foi o referendo de 2 de dezembro passado, quando a maioria dos eleitores ergueu uma barreira ao que seria a transformação do país numa ditadura escancarada. Desde então, a popularidade de Chávez caiu mais de 20 pontos - está na casa de 40%. E são menos favoráveis do que gostaria os prognósticos sobre as eleições regionais de novembro. A oposição espera fazer entre 7 e 11 governadores, em 23. Hoje, tem 2. Atribuem-se a esse cenário alguns recuos táticos de Chávez. Em janeiro, anunciou anistia para os participantes do fracassado golpe de 2002 contra o seu governo. Em maio, adiou a reforma educacional que imporia a ideologia chavista nas salas de aula. E, na última sexta-feira, informou que mandou "reestudar" os artigos mais brutais da chamada Lei de Inteligência, que obrigaria os venezuelanos a espionar para o governo. Nisso se encaixa a sua reviravolta em relação às Farc.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 7356,0.php
Apenas cinco meses depois de afirmar em alto e bom som que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não podem ser consideradas uma organização terrorista - como as classifica, por exemplo, a União Européia -, mas uma força beligerante cujo "projeto político bolivariano" ele respeita, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, trocou a treva pela luz. Com ar de quem acaba de descobrir a pólvora, anunciou que "a esta altura, na América Latina, um movimento guerrilheiro está fora de lugar". Dirigindo-se diretamente ao novo chefe das Farc, Alfonso Cano, que substituiu o seu fundador Manuel Marulanda, o Tirofijo, morto em março último, Chávez disse ter chegado a hora da libertação de todos os reféns mantidos pelos farquistas - 40 políticos e 730 seqüestrados para a cobrança de resgate.
"Seria um gesto humanitário, sem nada em troca", exortou, mais uma vez se oferecendo, naturalmente, para intermediar a sua libertação. Por fim, propôs a criação de um grupo de países, entre os quais Brasil e Argentina, que trabalharia com a Organização dos Estados Americanos (OEA) para negociar um acordo de paz entre a narcoguerrilha e o governo colombiano do presidente Álvaro Uribe. Mesmo levando em conta a propensão do caudilho de Caracas para o ziguezague - o pronunciamento de impacto de hoje invalidando o da véspera -, não houve quem não se surpreendesse com a sua súbita decisão de decretar a falência do empreendimento criminoso que já teria se decomposto de vez não fossem os petrodólares, as armas e o apoio logístico recebidos de seu benfeitor venezuelano.
Decerto, a pergunta que correu o Continente - "que foi que deu em Chávez?" - tem mais de uma resposta. Todas, de qualquer forma, sugerem que ele enfim teria se convencido de que o custo de ser patrono de uma organização repudiada pela esmagadora maioria dos colombianos e duramente golpeada pela política de confronto aberto do governo de Bogotá passou a superar enormemente os benefícios esperados da solidariedade bolivariana para as ambições chavistas. Com a desmoralização e a seqüência de baixas sofridas pelas Farc, os custos dispararam na mesma medida em que os benefícios se tornaram praticamente nulos. A esta altura, pode-se dizer, parafraseando o coronel, o respaldo ao movimento está fora de lugar - e não apenas porque os bandoleiros perderam as garras, dado o seu isolamento político e geográfico.
Chávez disse que "os guerrilheiros das Farc devem saber uma coisa: se converteram numa desculpa do império para ameaçar a todos nós; no dia em que se fizer a paz na Colômbia, acabará a desculpa do império". Significa que ele deve saber da repercussão em diversos governos da descoberta de provas de seu envolvimento com as Farc - os documentos dos computadores do dirigente Raúl Reyes, morto no ataque a um acampamento guerrilheiro no Equador, em 1º de março. Chávez deve saber também que os Estados Unidos pós-Bush voltarão a ter autoridade para obter da comunidade internacional a sua condenação enquanto não se "fizer a paz na Colômbia".
O desmoronamento das Farc, por outro lado, coincide com a reação das forças democráticas venezuelanas aos projetos totalitários do chavismo, sem falar que 70% da população - o que inclui, portanto, parcela de seus adeptos - repudia os terroristas. O ponto de inflexão, como se sabe, foi o referendo de 2 de dezembro passado, quando a maioria dos eleitores ergueu uma barreira ao que seria a transformação do país numa ditadura escancarada. Desde então, a popularidade de Chávez caiu mais de 20 pontos - está na casa de 40%. E são menos favoráveis do que gostaria os prognósticos sobre as eleições regionais de novembro. A oposição espera fazer entre 7 e 11 governadores, em 23. Hoje, tem 2. Atribuem-se a esse cenário alguns recuos táticos de Chávez. Em janeiro, anunciou anistia para os participantes do fracassado golpe de 2002 contra o seu governo. Em maio, adiou a reforma educacional que imporia a ideologia chavista nas salas de aula. E, na última sexta-feira, informou que mandou "reestudar" os artigos mais brutais da chamada Lei de Inteligência, que obrigaria os venezuelanos a espionar para o governo. Nisso se encaixa a sua reviravolta em relação às Farc.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 7356,0.php
Re: CHAVEZ: de novo.
Acho que em vez de gravata nos vamos ver é muita bravataPlinio Jr escreveu:Ele não se decidiu se vai ou não usar ¨aquela gravata¨que o tio Saddam usou há pouco tempo...