rcolistete escreveu:orestespf escreveu:Acho muito divertido as expressões de alguns aqui sobre o que a FAB quer ou não, principalmente sobre equipamentos russos. Chega a ser risível tal comportamento, mas provavelmente é fruto de opinião de alguns fabianos descontentes que dizem tal coisa e que são reproduzidas no DB como verdades absolutas.
Estive reunido ontem com os que decidem, estarei reunido mais uma vez na próxima terça-feira (rapidamente) lá em BSB, quando estarei partindo em uma viagem "externa" a serviço do MD. Afirmo: certas coisas que leio aqui soam mal, muito mal, me parece que tem a intenção de tumultuar o fórum. Nada disso que dizem alguns poucos aqui é verdade.
Olá Orestes,
Parabéns por estar no meio do pessoal da FAB que está/estará decidindo o FX !
Olá, Roberto, em azul, tá? Não é pessoal da FAB, mas sim do MD (mas... rs).
Porém, sobre certas coisas aqui no fórum DB soar mal, muito mal, do ponto de vista da FAB, boa parte da culpa é dela :
- de não ter transparência sobre planos de curto, médio e longo prazos : veja os EUA, Inglaterra, França, etc, eles publicam todo ano ou a cada tantos anos centenas de páginas de documentos (disponíveis em PDF gratuitamente na Internet) para todo mundo acompanhar quase tudo que será comprado no ano seguinte, N próximos anos, etc, com análises críticas de aumento de preços e atrasos nos cronogramas, etc. Tem país que até divulga um balanço de taxa de disponibilidade das aeronaves em cada esquadrão (ou tipo de aeronave) !
Corretíssimo, penso da mesma forma, aliás venho batendo em tal coisa recentemente. Uma frase que ouvi ontem (é de um amigo, mas não pedi permissão para citá-lo, então...): "as forças aéreas do mundo são em geral mais abertas ao novo, possuem pensamentos de vanguarda, já a FAB é a mais conservadora de nossas três Forças, pensa pra trás."
- veja o FX, desde 1998 eu discuto sobre isso na Internet ! Eu e vários aqui e de outros fóruns... enquanto isso um monte de "paisecos" (muito menores que nós em tamanho, PIB, população, etc) já compraram e receberam o equivalente a mais de um FX-1 original nosso...
A FAB parece passar a idéia de pensar grande, de querer o que existe de melhor, mas até agora tem se mostrado altamente incompetente para se decidir. Dou um singelo exemplo, no FX-1 a FAB não quis no M-2000 BR (na verdade nenhum de nós, menos o PRick, acho. rsrs), mas se o tivesse aceito hoje estaríamos em melhores condições e possivelmente comprando o Rafale atualmente, que seria o caça natural. Hoje a FAB não consegue nem selecionar o Rafale e não sabe o que deseja de fato. Ainda corre o risco de escolher o "mais caro" (em sentido lato) e ficar sem nada mais uma vez. Isso não deve acontecer, mas a possibilidade (no limite) existe sim.
- veja que recentemente foi divulgada no DOU gasto de US$ 43 mi (2008 e 2010) em Legacy para a FAB. Enquanto isso nem temos mísseis em qualidade e quantidade para a FAB operar em
períodos de paz, i.e., pilotos realmente dispararem mísseis ar-ar, etc, em exercícios contra alvos drones, etc. Enquanto o GTE e outros esquadrões se empanturram com novos aviões, tem caçador da FAB se aposentando sem ter disparado um único míssil na vida... Para mim e a torcida do Flamengo, isso é revoltante.
A situação dos mísseis e demais armamentos mudou da água para o vinho, mas não posso detalhar. Armamento é prioridade número um no momento (para as três Forças), tem um motivo pra isso, mas...
orestespf escreveu:
O problema do caça de 4ªG não está no modelo em si, mas na quantidade que será comprada. Provavelmente a compra deste será de prateleira mesmo, mas existem "vendedores" putos com isso. Outro ponto que está pegando, a questão da integração dos nossos armamentos, se forem poucas unidades adquiridas, a integração será por nossa conta e coisa está ficando cara, sem falar que ainda não se sabe em quanto tempo ficará pronta (todas as aquisições).
A FAB está caindo na real. Integração de armamentos e sensores é caríssima. Vide F-14 da US Navy que não tinham AMRAAM (a integração seria muito cara... isso para a US Navy que tem um orçamento sem comparação com o nosso), dezenas de US$ mi para tipicamente integrar mísseis ar-ar, ar-superfície a caças, etc. Se for míssil ar-ar BVR, às vezes não tem como compatibilizar com o radar (devido às frequências utilizadas) e o míssil BVR é subutilizado (AMRAAM em certos caças com MLU).
Quanto se fala em transferência de tecnologia deve ser lido "abertura do software embarcado", não tudo, mas apenas a parte que nos permite integrar nossos armamentos. Parece que os franceses e russos topam isso sem problema algum, já os demais...
Como curiosidade : há mísseis ar-ar que só em desenvolvimento, testes e homologação foram disparados mais de 100 ! Se a FAB fizesse isso, gastaria toda a encomenda só testando e não sobraria um para uso operacional...
Perfeito, mas como disse acima, o cenário mudou, melhorou muito. Não posso detalhar, mas espero que os amigos não façam uma interpretação pejorativa, ou seja, "passar de um para dois disparos significa um aumento de 100%, logo é melhorar muito". Não, não é isso, a coisa mudou sim, principalmente na compra de novos armamentos e prioridade nos investimentos de nossos armamentos, algo para ficar impressionado (dentro da nossa realidade, claro, não vamos comparar com EUA, por exemplo).
[]s, Roberto