Battleaxe escreveu:Apesar de termos muitas notas no tópico de noticias, eu acho que este assunto é por demais importante para ficar misturado com outras noticias, por isso estou abrindo este aqui. Espero que a moderação concorde!
O texto abaixo sintetiza bem a visão americana. Na minha opinião, graças ao nosso molusco, somos um fracasso militarmente
Por André Araujo
No espaço latino americano um fato a registrar é a reconstituição da 4ª Frota da Marinha dos EUA, com base na Florida e area de atuação predominante no Atlantico Sul. Essa força tenha sido desincorporada em
1950 e o seu relançamento deve-se a 4 fatores:
1. A formação de um eixo antiamericano na America do Sul a partir do projeto bolivariano de Hugo Chavez, incluindo hoje o Equador, a Bolivia, o Paraguai e de certo modo a Argentina.
2. A crescente importância do continente (especialmente do Brasil) no fornecimento mundial de alimentos, minérios e combustivel.
3. A incapacidade diplomática, politica e militar do Brasil, maior pais do continente, em servir de contrapeso a regimes populistas que estão se fortalecendo na região.
4. A obsolescência, sucateamento e enfraquecimento da estrutura militar brasileira, hoje em quinto lugar na relação das forças amrmadas sul-americanas, em termos de equipamento outrora uma parceira confiavel dos EUA, hoje incapaz de qualquer ação militar de contenção e arbitramento no continente.
Essa grande unidade da Marinha dos EUA foi reconstituida com 11 navios, liderados por um porta-aviões nuclear e deve ser oficialmente comissionada em 1º de setembro próximo, com o comandante já definido,
Contra-Almirante Joseph Kernan.
Os EUA sempre viram o Brasil como o lider natural da America do Sul, mas hoje se preocupam com a fraqueza do establishment militar brasileiro, que vem sendo desmontado desde 1990.
enviada por Luis Nassif
Como já havia falado aqui dezenas de vezes, a visão de brasileiros que pensam como Norte-Americanos, é de se notar no texto acima, antes de ser a visão dos EUA para a AS.
1- A primeira visão é interessante, porque tem como eixo, que o mundo está a disposição e a reboque dos EUA, portanto, o que marca os países é sua posição frente as políticas dos EUA. O chamado eixo anti-EUA, pode ser encarado como eixo contra as políticas imperialistas dos EUA, que sempre interviram de forma significativa nas políticas internas dos países da América Latina, como a história não cansa de comprovar.
2- Gostaria muito que a recriação da 4ª frota esteja ligada ao aumento da importância América do Sul, mas ainda é cedo para determinar os reais motivos da atitude dos EUA.
3- Mais uma visão típica made in USA, o Brasil não tem que ser contrapeso dos interesses dos EUA na AS, temos que ter nossos próprios interesses, que por hora, estão mais do lado do chamado eixo Anti-EUA, que para pró-EUA. Não temos que bancar as atitudes imperialistas dos EUA, são essas que estão levando a cada vez maior número de países se voltarem contra os EUA, são atitudes reativas na maioria das vezes.
4- Esse dado não é verdadeiro, as nossas FA´s antes de 1990 não eram melhores que as atuais, pelo contrário, eram mais fracas ainda. Quanto a comparção com as outras FA`s da AS, também não é verdadeiro, a Argentina sempre teve FA´s melhor armadas que as nossas. A Venezuela comprou F-16, antes de sequer sonharmos com caças de igual nível. A classificação como quinta maior força do continente é equivocada, somos a primeira, hoje, não éramos no passado, e a principal diferença é que a Argentina entrou em colapso. Não existe qualquer desmonte de establishment militar, só se isso quer dizer o fim da Ditadura Militar. Porque a capacidade de nossas FA´s ao término do Governo Militar era inferior a atual.
O mais engraçado é a parceria confiável com os EUA, na verdade sempre fomos os capachos dos EUA, que sempre nos negaram a venda de equipamentos de primeira.
Sobre a liderança e o arbitramento brasileiro na AS, nunca foi um fato histórico, o que de fato sempre existiu entre o Brasil e o resto da AS, é um afastamento, ou mesmo indiferença sobre nosso papel de liderança, mesmo porque, a Argentina representava antes um obstáculo de peso para a nossa liderança, somente, agora, é que o Brasil resolveu se voltar para a AS, antes tal debate nem existia em nossa sociedade, pelo simples fato de que estávamos completamente despreparados para tal, tanto, militarmente, mas, principalmente, economicamente.
É bem possível que a recriação da 4ª Frota, esteja ligada a perda da capacidade dos EUA de intervir internamente nos governos dos países da AS, assim, está ligada, sobretudo, a fraqueza dos EUA em controlar seus antigos alidados, ou de fazer valer sua força ideológica, frente a crescente crise interna de sua economia e o aumento de sua vulnerabilidade como potência hegemônica única. Assim, o aumento da presença militar, derive, diretamente, do aumento de suas próprias fraquezas e medos internos. Podemos fazer um paralelo interessante, quando uma polícia ou FA se vale apenas de sua capacidade militar para controlar uma sociedade, quer dizer que os controles ideológicos já cairam por terra. Podemos resumir nos seguintes termos, na medida que a sociedade dos EUA deixa de ser o modelo de utopia para outros povos, maior será a necessidade dos EUA se valerem de outros meios de persuasão, como os, puramente, de força. Como é o caso que assistimos no Oriente Médio. A invasão do Iraque representa a decadência dos EUA em subordinar outros povos, por meios ideológicos ou econômicos. Resta então a força, e como diz um velho ditado, se você precisa provar por meio das armas que você é superior, quer dizer que você já deixou de ser superior.
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