Bolívia
Moderador: Conselho de Moderação
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Bolívia deve apostar no Brasil e não em Chávez, afirma Alain Touraine
Da France Presse
LIMA, 5 Mai 2008 (AFP) - A Bolívia deve optar pelo caminho continental buscando apoio no Brasil e não apostar no caminho venezuelano de Hugo Chávez, considerou o sociólogo francês Alain Touraine em uma entrevista concedida à AFP em Lima.
O presidente boliviano "Evo Morales está entre dois caminhos possíveis e o único realmente frutífero é o caminho seguido por Luiz Inácio Lula da Silva: o caminho continental e não o caminho venezuelano", disse Touraine, um dos mais importantes sociólogos contemporâneos.
"O problema central da América Latina hoje é a Bolívia e esta depende muito de Hugo Chávez. Mas o futuro da Bolívia é o gás e isso supõe a ajuda do Brasil. Não há outra solução para a Bolívia", ressaltou o pensador.
"Morales precisa da ajuda imediata da Venezuela, mas o problema real é que não é possível escolher um caminho porque há uma divisão interna impressionante na Bolívia", acrescentou.
Em relação à atual crise boliviana, Touraine manifestou sua convicção de que o país não será dividido: "Não estou pessimista, não creio que Santa Cruz se separe. O mercado cruzenho é a Bolívia".
"Espero que o Brasil tenha possibilidades de ajudar a Bolívia antes que ela seja destruída por Chávez e por Santa Cruz", insistiu.
"Chávez e Morales -acrescentou- são dois fenômenos políticos da América Latina totalmente diferentes: eu sou anti-Chávez e pró-Morales".
Touraine criticou o governante da Venezuela ressaltando que "há propaganda e a Venezuela não foi transformada em um país mais igualitário".
"Chávez não é Fidel (Castro) porque Fidel representava o campo socialista. Chávez é um poço de petróleo e tem influência porque tem muito dinheiro", afirmou o sociólogo francês, um especialista em América Latina.
A obra de Touraine foi traduzida para vários idiomas e sua produção causou grande impacto nas ciências sociais na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.
Da France Presse
LIMA, 5 Mai 2008 (AFP) - A Bolívia deve optar pelo caminho continental buscando apoio no Brasil e não apostar no caminho venezuelano de Hugo Chávez, considerou o sociólogo francês Alain Touraine em uma entrevista concedida à AFP em Lima.
O presidente boliviano "Evo Morales está entre dois caminhos possíveis e o único realmente frutífero é o caminho seguido por Luiz Inácio Lula da Silva: o caminho continental e não o caminho venezuelano", disse Touraine, um dos mais importantes sociólogos contemporâneos.
"O problema central da América Latina hoje é a Bolívia e esta depende muito de Hugo Chávez. Mas o futuro da Bolívia é o gás e isso supõe a ajuda do Brasil. Não há outra solução para a Bolívia", ressaltou o pensador.
"Morales precisa da ajuda imediata da Venezuela, mas o problema real é que não é possível escolher um caminho porque há uma divisão interna impressionante na Bolívia", acrescentou.
Em relação à atual crise boliviana, Touraine manifestou sua convicção de que o país não será dividido: "Não estou pessimista, não creio que Santa Cruz se separe. O mercado cruzenho é a Bolívia".
"Espero que o Brasil tenha possibilidades de ajudar a Bolívia antes que ela seja destruída por Chávez e por Santa Cruz", insistiu.
"Chávez e Morales -acrescentou- são dois fenômenos políticos da América Latina totalmente diferentes: eu sou anti-Chávez e pró-Morales".
Touraine criticou o governante da Venezuela ressaltando que "há propaganda e a Venezuela não foi transformada em um país mais igualitário".
"Chávez não é Fidel (Castro) porque Fidel representava o campo socialista. Chávez é um poço de petróleo e tem influência porque tem muito dinheiro", afirmou o sociólogo francês, um especialista em América Latina.
A obra de Touraine foi traduzida para vários idiomas e sua produção causou grande impacto nas ciências sociais na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.
- Edu Lopes
- Sênior
- Mensagens: 4549
- Registrado em: Qui Abr 26, 2007 2:18 pm
- Localização: Brasil / Rio de Janeiro / RJ
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Brasil não reconhece autonomia
Considerado ilegal por Evo, Estatuto de Santa Cruz não terá valor diplomático, segundo Amorim
Aprovado por 84,27% dos eleitores do departamento (Estado) boliviano de Santa Cruz e considerado ilegal pelo governo de Evo Morales, o Estatuto Autonômico não será reconhecido pelo Brasil. Ao classificar o texto como "um embaraço a um governo nacional", o chanceler brasileiro, Celso Amorim, garantiu que o país não favorecerá "nada que ameace a integridade territorial da Bolívia".
Enquanto os líderes da planície oriental boliviana, que reivindicam autonomia do governo central, comemoravam a ampla vitória nas urnas, Evo classificava o pleito como um "fracasso", tendo em vista a abstenção que chegou a 38,82% e a rejeição que somou 15,73%.
Porta comercial
Santa Cruz é a porta de entrada das exportações brasileiras na Bolívia e porta de saída do gás natural importado pelo Brasil. Amorim ressaltou como exemplo de "embaraço nacional" o fato de o artigo 82 do Estatuto prever que os controles aduaneiros de Santa Cruz serão definidos por lei local. A função hoje é cumprida por funcionários do governo central.
– Eu disse a eles, em Santa Cruz: o Brasil no Mercosul está disposto a colocar tarifa zero para todos os produtos bolivianos, mas como vou fazer isso se a aduana de Santa Cruz for diferente da aduana central? Impossível – ilustrou.
O ministro ressaltou que o Brasil respeita o que são decisões internas na Bolívia e que "não somos nós que temos a competência de dizer como fazer, de que maneira fazer".
– Alguns dispositivos são embaraçosos, mas talvez até eles estejam dispostos a negociar e mudar, espero que sim.
Em eco, o embaixador da Bolívia no Equador, Javier Zarate, considerou "preocupantes as tentativas de autonomia em diversos países", lembrou que na província equatoriana de Guayas, cuja capital é Guayaquil, nó econômico do Equador – setor que também apóia a autonomia.
– É preocupante porque estão querendo tornar similares as situações que acontecem na Bolívia. Em um momento em que a América Latina e o mundo estão buscando a integração, não podemos crer nem entender como há setores, regiões, que querem desmembramento, separação, desintegração.
O embaixador afirmou que soube de reuniões entre representantes de Santa Cruz e de Guayaquil em 2007 e 2006, relacionadas com o tema das autonomias.
Depois de liderar uma campanha pela abstenção, Evo usou as estatísticas para desqualificar a vitória do Estatuto:
– Com a abstenção de 39%, o "não" e os votos nulos somam praticamente 50% de repúdio ao Estatuto. Esses dados se baseiam na informação dos meios privados. Se quiséssemos ter um resultado real, a verdade, estou seguro de que é muito mais de 50% e não se pode enganar o povo dizendo que há muito mais que 80%.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/sitehtml/p ... 06001.html
Considerado ilegal por Evo, Estatuto de Santa Cruz não terá valor diplomático, segundo Amorim
Aprovado por 84,27% dos eleitores do departamento (Estado) boliviano de Santa Cruz e considerado ilegal pelo governo de Evo Morales, o Estatuto Autonômico não será reconhecido pelo Brasil. Ao classificar o texto como "um embaraço a um governo nacional", o chanceler brasileiro, Celso Amorim, garantiu que o país não favorecerá "nada que ameace a integridade territorial da Bolívia".
Enquanto os líderes da planície oriental boliviana, que reivindicam autonomia do governo central, comemoravam a ampla vitória nas urnas, Evo classificava o pleito como um "fracasso", tendo em vista a abstenção que chegou a 38,82% e a rejeição que somou 15,73%.
Porta comercial
Santa Cruz é a porta de entrada das exportações brasileiras na Bolívia e porta de saída do gás natural importado pelo Brasil. Amorim ressaltou como exemplo de "embaraço nacional" o fato de o artigo 82 do Estatuto prever que os controles aduaneiros de Santa Cruz serão definidos por lei local. A função hoje é cumprida por funcionários do governo central.
– Eu disse a eles, em Santa Cruz: o Brasil no Mercosul está disposto a colocar tarifa zero para todos os produtos bolivianos, mas como vou fazer isso se a aduana de Santa Cruz for diferente da aduana central? Impossível – ilustrou.
O ministro ressaltou que o Brasil respeita o que são decisões internas na Bolívia e que "não somos nós que temos a competência de dizer como fazer, de que maneira fazer".
– Alguns dispositivos são embaraçosos, mas talvez até eles estejam dispostos a negociar e mudar, espero que sim.
Em eco, o embaixador da Bolívia no Equador, Javier Zarate, considerou "preocupantes as tentativas de autonomia em diversos países", lembrou que na província equatoriana de Guayas, cuja capital é Guayaquil, nó econômico do Equador – setor que também apóia a autonomia.
– É preocupante porque estão querendo tornar similares as situações que acontecem na Bolívia. Em um momento em que a América Latina e o mundo estão buscando a integração, não podemos crer nem entender como há setores, regiões, que querem desmembramento, separação, desintegração.
O embaixador afirmou que soube de reuniões entre representantes de Santa Cruz e de Guayaquil em 2007 e 2006, relacionadas com o tema das autonomias.
Depois de liderar uma campanha pela abstenção, Evo usou as estatísticas para desqualificar a vitória do Estatuto:
– Com a abstenção de 39%, o "não" e os votos nulos somam praticamente 50% de repúdio ao Estatuto. Esses dados se baseiam na informação dos meios privados. Se quiséssemos ter um resultado real, a verdade, estou seguro de que é muito mais de 50% e não se pode enganar o povo dizendo que há muito mais que 80%.
Fonte: http://jbonline.terra.com.br/sitehtml/p ... 06001.html
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
O Globo
Assunto: O Mundo
Título: 1b La Paz e Santa Cruz agora falam em negociação
Data: 06/05/2008
Crédito: Soraya Aggege
Governos boliviano e do departamento rebelde discordam dos números do referendo, mas baixam tom beligerante
Soraya Aggege
SANTA CRUZ DE LA SIERRA. Paralelamente a severas divergências sobre os resultados do referendo de domingo, o governo de Evo Morales e o departamento (província) rebelde de Santa Cruz deram sinais claros ontem de que estão dispostos a negociar. Um dia após o presidente anunciar que se reunirá com todos os prefeitos (governadores) dos departamentos bolivianos, os líderes de Santa Cruz afirmaram ontem que podem abdicar de pontos do estatuto aprovado nas urnas.
Os líderes autonomistas cruzenhos pretendem reforçar sua posição com o apoio de outras três regiões do país. Os departamentos de Beni, Pando e Tarija farão referendos de autonomia em junho, e os cruzenhos pretendem esperar os resultados para iniciar uma negociação com o governo central.
La Paz deixou claro que não quer mais a intermediação da Igreja Católica. Mas ampliou o leque de itens negociáveis.
- Estamos esperando os prefeitos para um diálogo e, simplesmente, não vemos necessidade da intermediação da Igreja. Tudo é passível de negociação, inclusive a nova Constituição, a autonomia e a reforma agrária. Estamos totalmente abertos - disse ao GLOBO o porta-voz do governo, Ivan Canellas.
Já o governo de Santa Cruz avaliou como um "balde de água fria" o não reconhecimento da aprovação do estatuto de autonomia por parte de Morales, e considerou a não intermediação da Igreja como uma forma de fechar uma janela para o diálogo. Mesmo assim, afirma estar disposto a negociar.
- Estamos tristes e preocupados com a situação, porque não querem mais a Igreja (como negociadora) e não aceitam o resultado do referendo. Mas vamos apenas esperar os outros departamentos fazerem seus referendos e negociaremos inclusive várias mudanças no nosso estatuto - afirmou o secretário de Autonomia do governo de Santa Cruz, Carlos Dabdoub.
Até a tarde de ontem, a Corte Departamental tinha contado 34% dos votos. A abstenção (pregada pelo governo central) chegava a 35,82%. O "sim" à autonomia chegava a 84,25%, enquanto o "não" somava 15,73%. A queima de urnas atingiu 4% dos votos, segundo a Corte. As contas de La Paz, porém, eram bem diferentes, apesar de o trabalho de contagem não estar sendo feito pelo governo central: foram 40% de abstenção, e 10% dos eleitores registrados teriam votado "não". Somando tudo, haveria 50% de opiniões contrárias à autonomia.
Expectativa cerca referendo nos outros departamentos
Porém, se a mesma lógica fosse aplicada ao pleito que elegeu Morales presidente em 2005, ele teria tido apoio minoritário. Em vez dos 53,7% dos votos válidos, teria só 42,1% dos eleitores registrados.
- O referendo, que é ilegal, só serviu para mostrar que Santa Cruz está dividida. Política e administrativamente é impossível viabilizar a aplicação desse estatuto. Mesmo assim, o presidente está aberto a negociação. Apenas espera ser procurado para que marquemos uma data. É claro que precisam ser feitas mudanças que interessam a todos no país - disse Canellas.
Com propostas de estatutos mais suaves que o de Santa Cruz, os líderes das regiões também demonstram irritação com La Paz.
- Morales demonstra uma cegueira política ao não entender a mensagem de Santa Cruz - disse o prefeito de Beni, Ernesto Suárez.
Em Beni, Pando e Tarifa os ânimos continuam acirrados em torno dos referendos de junho.
- Depositamos muita força nesse referendo de Santa Cruz e é preciso que o governo reconheça a vontade expressa nos votos. Queremos que Santa Cruz proclame sua autonomia, porque no dia 22 de junho será a nossa vez - disse o advogado Gualberto Villegas, dos Montoneros Chapacos, de Tarija.
Assunto: O Mundo
Título: 1b La Paz e Santa Cruz agora falam em negociação
Data: 06/05/2008
Crédito: Soraya Aggege
Governos boliviano e do departamento rebelde discordam dos números do referendo, mas baixam tom beligerante
Soraya Aggege
SANTA CRUZ DE LA SIERRA. Paralelamente a severas divergências sobre os resultados do referendo de domingo, o governo de Evo Morales e o departamento (província) rebelde de Santa Cruz deram sinais claros ontem de que estão dispostos a negociar. Um dia após o presidente anunciar que se reunirá com todos os prefeitos (governadores) dos departamentos bolivianos, os líderes de Santa Cruz afirmaram ontem que podem abdicar de pontos do estatuto aprovado nas urnas.
Os líderes autonomistas cruzenhos pretendem reforçar sua posição com o apoio de outras três regiões do país. Os departamentos de Beni, Pando e Tarija farão referendos de autonomia em junho, e os cruzenhos pretendem esperar os resultados para iniciar uma negociação com o governo central.
La Paz deixou claro que não quer mais a intermediação da Igreja Católica. Mas ampliou o leque de itens negociáveis.
- Estamos esperando os prefeitos para um diálogo e, simplesmente, não vemos necessidade da intermediação da Igreja. Tudo é passível de negociação, inclusive a nova Constituição, a autonomia e a reforma agrária. Estamos totalmente abertos - disse ao GLOBO o porta-voz do governo, Ivan Canellas.
Já o governo de Santa Cruz avaliou como um "balde de água fria" o não reconhecimento da aprovação do estatuto de autonomia por parte de Morales, e considerou a não intermediação da Igreja como uma forma de fechar uma janela para o diálogo. Mesmo assim, afirma estar disposto a negociar.
- Estamos tristes e preocupados com a situação, porque não querem mais a Igreja (como negociadora) e não aceitam o resultado do referendo. Mas vamos apenas esperar os outros departamentos fazerem seus referendos e negociaremos inclusive várias mudanças no nosso estatuto - afirmou o secretário de Autonomia do governo de Santa Cruz, Carlos Dabdoub.
Até a tarde de ontem, a Corte Departamental tinha contado 34% dos votos. A abstenção (pregada pelo governo central) chegava a 35,82%. O "sim" à autonomia chegava a 84,25%, enquanto o "não" somava 15,73%. A queima de urnas atingiu 4% dos votos, segundo a Corte. As contas de La Paz, porém, eram bem diferentes, apesar de o trabalho de contagem não estar sendo feito pelo governo central: foram 40% de abstenção, e 10% dos eleitores registrados teriam votado "não". Somando tudo, haveria 50% de opiniões contrárias à autonomia.
Expectativa cerca referendo nos outros departamentos
Porém, se a mesma lógica fosse aplicada ao pleito que elegeu Morales presidente em 2005, ele teria tido apoio minoritário. Em vez dos 53,7% dos votos válidos, teria só 42,1% dos eleitores registrados.
- O referendo, que é ilegal, só serviu para mostrar que Santa Cruz está dividida. Política e administrativamente é impossível viabilizar a aplicação desse estatuto. Mesmo assim, o presidente está aberto a negociação. Apenas espera ser procurado para que marquemos uma data. É claro que precisam ser feitas mudanças que interessam a todos no país - disse Canellas.
Com propostas de estatutos mais suaves que o de Santa Cruz, os líderes das regiões também demonstram irritação com La Paz.
- Morales demonstra uma cegueira política ao não entender a mensagem de Santa Cruz - disse o prefeito de Beni, Ernesto Suárez.
Em Beni, Pando e Tarifa os ânimos continuam acirrados em torno dos referendos de junho.
- Depositamos muita força nesse referendo de Santa Cruz e é preciso que o governo reconheça a vontade expressa nos votos. Queremos que Santa Cruz proclame sua autonomia, porque no dia 22 de junho será a nossa vez - disse o advogado Gualberto Villegas, dos Montoneros Chapacos, de Tarija.
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Folha de São Paulo
Assunto: Mundo
Título: 1a Separatismo é inviável na Bolívia, diz Garcia
Data: 07/05/2008
Crédito: Eliane Cantanhêde, colunista da Folha
Eliane Cantanhêde, colunista da Folha
Para assessor de Lula, nem militares bolivianos permitiriam nem vizinhos reconheceriam uma secessão
O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia disse ontem que o Brasil não acredita que a vitória da oposição no referendo sobre a autonomia do departamento (Estado) de Santa Cruz venha a evoluir para um movimento realmente separatista na Bolívia, até porque "as Forças Armadas [do país] não iriam permitir".
Em conversa com a Folha, Garcia disse: "Não acredito que haja um movimento consistente de separatismo, senão as Forças Armadas agiriam. Elas não iriam permitir o desmembramento do território".
Na sua opinião, que traduz o pensamento também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Itamaraty, os líderes do movimento que gerou o referendo "não têm a intenção real de promover uma independência territorial, inclusive porque sabem que não terão aval de nenhuma espécie". Num tom quase de advertência, especificou: "Não terão apoio nem interno nem externo, o que inclui Brasil e OEA [Organização dos Estados Americanos]".
Garcia e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, dizem crer que, a partir do resultado do referendo estarão abertas as negociações entre o governo de Evo Morales e o governo de Santa Cruz.
A possibilidade de diálogo foi aberta, na avaliação brasileira, porque, de um lado, os defensores da autonomia ganharam, mas, de outro, a abstenção foi bem maior do que no referendo nacional sobre autonomias departamentais, em 2006. Segundo Garcia, os Estados rebelados vão querer "maior autonomia em relação a La Paz e maiores compromissos de Morales com suas reivindicações".
Apesar do otimismo, a oposição já avisou que só abrirá o diálogo com Morales depois que outros três departamentos governador pela oposição (Beni, Pando e Tarija) realizarem seus referendos, em junho.
O Brasil mantém contatos com o governo Morales, com setores do movimento da autonomia e também com a Argentina, a fim de criar ambiente propício ao diálogo, com base na certeza de que o separatismo seria danoso à Bolívia e à região. Uma das ameaças veladas que Brasil e Argentina fazem é de haver obstáculos práticos no Mercosul para um movimento separatista.
Assunto: Mundo
Título: 1a Separatismo é inviável na Bolívia, diz Garcia
Data: 07/05/2008
Crédito: Eliane Cantanhêde, colunista da Folha
Eliane Cantanhêde, colunista da Folha
Para assessor de Lula, nem militares bolivianos permitiriam nem vizinhos reconheceriam uma secessão
O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia disse ontem que o Brasil não acredita que a vitória da oposição no referendo sobre a autonomia do departamento (Estado) de Santa Cruz venha a evoluir para um movimento realmente separatista na Bolívia, até porque "as Forças Armadas [do país] não iriam permitir".
Em conversa com a Folha, Garcia disse: "Não acredito que haja um movimento consistente de separatismo, senão as Forças Armadas agiriam. Elas não iriam permitir o desmembramento do território".
Na sua opinião, que traduz o pensamento também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Itamaraty, os líderes do movimento que gerou o referendo "não têm a intenção real de promover uma independência territorial, inclusive porque sabem que não terão aval de nenhuma espécie". Num tom quase de advertência, especificou: "Não terão apoio nem interno nem externo, o que inclui Brasil e OEA [Organização dos Estados Americanos]".
Garcia e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, dizem crer que, a partir do resultado do referendo estarão abertas as negociações entre o governo de Evo Morales e o governo de Santa Cruz.
A possibilidade de diálogo foi aberta, na avaliação brasileira, porque, de um lado, os defensores da autonomia ganharam, mas, de outro, a abstenção foi bem maior do que no referendo nacional sobre autonomias departamentais, em 2006. Segundo Garcia, os Estados rebelados vão querer "maior autonomia em relação a La Paz e maiores compromissos de Morales com suas reivindicações".
Apesar do otimismo, a oposição já avisou que só abrirá o diálogo com Morales depois que outros três departamentos governador pela oposição (Beni, Pando e Tarija) realizarem seus referendos, em junho.
O Brasil mantém contatos com o governo Morales, com setores do movimento da autonomia e também com a Argentina, a fim de criar ambiente propício ao diálogo, com base na certeza de que o separatismo seria danoso à Bolívia e à região. Uma das ameaças veladas que Brasil e Argentina fazem é de haver obstáculos práticos no Mercosul para um movimento separatista.
- rodrigo
- Sênior
- Mensagens: 12891
- Registrado em: Dom Ago 22, 2004 8:16 pm
- Agradeceu: 221 vezes
- Agradeceram: 424 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
E por acaso existe secessão permitida?O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia disse ontem que o Brasil não acredita que a vitória da oposição no referendo sobre a autonomia do departamento (Estado) de Santa Cruz venha a evoluir para um movimento realmente separatista na Bolívia, até porque "as Forças Armadas [do país] não iriam permitir".
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
08/05/2008 - 16h00 - Atualizado em 08/05/2008 - 16h05
Bolívia: Congresso aprova referendo para revogar mandatos do Executivo
Da France Presse
LA PAZ, 8 Mai 2008 (AFP) - O Congresso da Bolívia aprovou nesta quinta-feira uma lei proposta pelo presidente Evo Morales para convocar, em um prazo de 90 dias, um referendo revogatório do mandato do presidente, vice-presidente e dos nove prefeitos do país, informou o Senado boliviano.
Os mandatos de Morales e Alvaro García Linera, que se encerram em janeiro de 2011, poderão ser revogados caso superem os votos recebidos por ambos nas eleições de dezembro de 2005, que foram no total de 53,74%.
Bolívia: Congresso aprova referendo para revogar mandatos do Executivo
Da France Presse
LA PAZ, 8 Mai 2008 (AFP) - O Congresso da Bolívia aprovou nesta quinta-feira uma lei proposta pelo presidente Evo Morales para convocar, em um prazo de 90 dias, um referendo revogatório do mandato do presidente, vice-presidente e dos nove prefeitos do país, informou o Senado boliviano.
Os mandatos de Morales e Alvaro García Linera, que se encerram em janeiro de 2011, poderão ser revogados caso superem os votos recebidos por ambos nas eleições de dezembro de 2005, que foram no total de 53,74%.
-
- Sênior
- Mensagens: 13539
- Registrado em: Sáb Jun 18, 2005 10:26 pm
- Agradeceu: 56 vezes
- Agradeceram: 201 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Essa aí eu não entendi...Tigershark escreveu:08/05/2008 - 16h00 - Atualizado em 08/05/2008 - 16h05
Bolívia: Congresso aprova referendo para revogar mandatos do Executivo
Da France Presse
LA PAZ, 8 Mai 2008 (AFP) - O Congresso da Bolívia aprovou nesta quinta-feira uma lei proposta pelo presidente Evo Morales para convocar, em um prazo de 90 dias, um referendo revogatório do mandato do presidente, vice-presidente e dos nove prefeitos do país, informou o Senado boliviano.
Os mandatos de Morales e Alvaro García Linera, que se encerram em janeiro de 2011, poderão ser revogados caso superem os votos recebidos por ambos nas eleições de dezembro de 2005, que foram no total de 53,74%.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
-
- Sênior
- Mensagens: 922
- Registrado em: Sáb Abr 15, 2006 4:45 pm
- Localização: Minas Gerais - Brasil
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Eu acho que é o mesmo jogo do Chavez. Fazer referendo para se fortalecer ditatorialmente, pois acredita na maioria indigena que lhe apoia.cicloneprojekt escreveu:Essa aí eu não entendi...Tigershark escreveu:08/05/2008 - 16h00 - Atualizado em 08/05/2008 - 16h05
Bolívia: Congresso aprova referendo para revogar mandatos do Executivo
Da France Presse
LA PAZ, 8 Mai 2008 (AFP) - O Congresso da Bolívia aprovou nesta quinta-feira uma lei proposta pelo presidente Evo Morales para convocar, em um prazo de 90 dias, um referendo revogatório do mandato do presidente, vice-presidente e dos nove prefeitos do país, informou o Senado boliviano.
Os mandatos de Morales e Alvaro García Linera, que se encerram em janeiro de 2011, poderão ser revogados caso superem os votos recebidos por ambos nas eleições de dezembro de 2005, que foram no total de 53,74%.
Mas se perder no referendo. Vai argumentar que não pode fazer nada. Ai cruza os braços diante da trapalhada administrativa, que ele mesmo gerou.
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
- delmar
- Sênior
- Mensagens: 5260
- Registrado em: Qui Jun 16, 2005 10:24 pm
- Localização: porto alegre
- Agradeceu: 207 vezes
- Agradeceram: 505 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
O Morales fez tal proposta tempos atras, quando estava com a bola cheia. O projeto ficou engavetado no senado boliviano por um bom tempo. Agora que a bola do Morales murchou algum senador reavivou a questão e colocou o projeto em votação. Se for aprovado o Morales pode, ainda, vetar o dito cujo. Vai ser apenas uma cutucada da oposição nele.cicloneprojekt escreveu:Essa aí eu não entendi...Tigershark escreveu:08/05/2008 - 16h00 - Atualizado em 08/05/2008 - 16h05
Bolívia: Congresso aprova referendo para revogar mandatos do Executivo
Da France Presse
LA PAZ, 8 Mai 2008 (AFP) - O Congresso da Bolívia aprovou nesta quinta-feira uma lei proposta pelo presidente Evo Morales para convocar, em um prazo de 90 dias, um referendo revogatório do mandato do presidente, vice-presidente e dos nove prefeitos do país, informou o Senado boliviano.
Os mandatos de Morales e Alvaro García Linera, que se encerram em janeiro de 2011, poderão ser revogados caso superem os votos recebidos por ambos nas eleições de dezembro de 2005, que foram no total de 53,74%.
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
- Tigershark
- Sênior
- Mensagens: 4098
- Registrado em: Seg Jul 09, 2007 3:39 pm
- Localização: Rio de Janeiro - Brasil
- Agradeceu: 2 vezes
- Agradeceram: 1 vez
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Mais uma cutucada então.....E vem mais por aí:No mês que vem estão previstos mais 3 plebiscitos separatistas na Bolívia.
- Pedro Gilberto
- Sênior
- Mensagens: 1366
- Registrado em: Ter Nov 01, 2005 6:19 pm
- Localização: Salvador / BA
- Agradeceu: 116 vezes
- Agradeceram: 17 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Morales aceita referendo que pode revogar seu mandato na Bolívia
De Marcia Carmo
Em Buenos Aires, para a BBC Brasil
09/05/2008 - 02h31
O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que vai promulgar "o quanto antes" um projeto de lei que prevê a realização de um referendo para decidir se ele, o vice-presidente e os nove governadores do país devem permanecer ou não em seus cargos.
O anúncio de Morales, na noite desta quinta-feira, foi feito pouco depois de o Senado boliviano, dominado pela oposição, ter aprovado o projeto sobre o referendo revogatório.
EM SANTA CRUZ, 'SIM' TEM 85%
O "sim" para o estatuto autônomo da região boliviana de Santa Cruz se consolida com um apoio de 85%, após a apuração de 96,6% das mesas eleitorais do referendo realizado no domingo passado, informou a Corte Departamental Eleitoral
LEIA MAIS
MAIS NOTÍCIAS DO DIA
"O povo vai poder decidir com as urnas e não com violência", disse Morales, em um pronunciamento transmitido pela TV boliviana.
"O povo dirá quem serve e quem não serve", afirmou o presidente, cujo mandato está previsto para terminar em 2011.
O referendo para ratificar ou revogar os mandatos deverá ser realizado em três meses.
"Pelo que aprovamos nesta quinta-feira, o referendo deverá ser realizado em agosto ou na primeira semana de setembro", disse o presidente do Senado, Oscar Ortiz, do opositor partido Podemos.
O projeto do referendo havia sido enviado ao Congresso pelo próprio Morales, em dezembro do ano passado.
Na época, o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, onde o partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), é maioria.
Enviada ao Senado, a proposta ficou parada, já que a oposição, que controla a casa, não concordava com o projeto.
No entanto, nesta quinta-feira, quatro dias depois da derrota do governo central no referendo que decidiu dar mais autonomia política, financeira e social ao departamento (Estado) de Santa Cruz, o Senado aprovou o projeto.
Surpresa
A decisão dos senadores surpreendeu o governo boliviano. O porta-voz da Presidência, Ivan Canelas, disse que não entende por que a medida foi aprovada agora, quando o governo busca um diálogo com os governadores.
"Eles estão tentando colocar pedras no meio do caminho", disse Canelas à agência de notícias boliviana "Red Erbol". "O que estão querendo com isso? Querem gerar maior instabilidade?"
A tensão entre Morales e os governadores de oposição aumentou com a vitória do "sim" pela autonomia de Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, no referendo realizado no último domingo.
Segundo dados oficiais, o "sim" à autonomia recebeu cerca 85% dos votos. A abstenção foi superior a 30%. Morales considerou o referendo de Santa Cruz "ilegal" e "inconstitucional" e convocou os governadores ao diálogo.
Pelo menos quatro dos nove governadores bolivianos afirmaram que só aceitarão conversar com o presidente depois da realização de outros referendos sobre autonomia nos departamentos de Beni, Pando e Tarija, previstos para junho.
Nesta quinta-feira, antes do anúncio da decisão do Senado, Morales havia feito um novo apelo aos governadores, mas a resposta continuava sendo negativa.
Votação
Pelo projeto de lei do referendo, os mandatos poderão ser revogados caso a votação pelo "não" supere a recebida pelos líderes nas eleições em que chegaram ao poder.
Por exemplo, para revogar os mandatos de Morales e do vice-presidente, Álvaro García Linera, a votação pelo "não" teria de ser superior aos 53,74% de votos que receberam quando foram eleitos, em dezembro de 2005.
Além dos referendos revogatórios dos mandatos e da votação sobre a autonomia dos departamentos, também está prevista a realização de um plebiscito para ratificar ou não a nova Constituição da Bolívia.
O projeto de reforma da Constituição foi aprovado em novembro do ano passado, em uma votação que não teve a presença da oposição e acirrou a divisão política no país.
Nesta quinta-feira, o líder da bancada do MAS, Román Loayza, deu prazo de duas semanas para que o Congresso aprove o referendo da Constituição.
"O Congresso tem que aprovar imediatamente (a convocação para o referendo da Constituição), entre esta semana e a próxima. Ou então, as organizações sociais vão cercar o Poder Legislativo", afirmou Loayza à "Red Erbol".
Logo após o anúncio da decisão do Senado, nesta quinta-feira, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que é aliado de Morales, disse em um discurso transmitido pela TV que vai "intervir" caso queiram "desestabilizar" o governo boliviano.
"Não ficaremos de braços cruzados se fizerem dano à Bolívia", afirmou Chávez.
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter ... u3599.jhtm
[]´s
De Marcia Carmo
Em Buenos Aires, para a BBC Brasil
09/05/2008 - 02h31
O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou que vai promulgar "o quanto antes" um projeto de lei que prevê a realização de um referendo para decidir se ele, o vice-presidente e os nove governadores do país devem permanecer ou não em seus cargos.
O anúncio de Morales, na noite desta quinta-feira, foi feito pouco depois de o Senado boliviano, dominado pela oposição, ter aprovado o projeto sobre o referendo revogatório.
EM SANTA CRUZ, 'SIM' TEM 85%
O "sim" para o estatuto autônomo da região boliviana de Santa Cruz se consolida com um apoio de 85%, após a apuração de 96,6% das mesas eleitorais do referendo realizado no domingo passado, informou a Corte Departamental Eleitoral
LEIA MAIS
MAIS NOTÍCIAS DO DIA
"O povo vai poder decidir com as urnas e não com violência", disse Morales, em um pronunciamento transmitido pela TV boliviana.
"O povo dirá quem serve e quem não serve", afirmou o presidente, cujo mandato está previsto para terminar em 2011.
O referendo para ratificar ou revogar os mandatos deverá ser realizado em três meses.
"Pelo que aprovamos nesta quinta-feira, o referendo deverá ser realizado em agosto ou na primeira semana de setembro", disse o presidente do Senado, Oscar Ortiz, do opositor partido Podemos.
O projeto do referendo havia sido enviado ao Congresso pelo próprio Morales, em dezembro do ano passado.
Na época, o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, onde o partido de Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), é maioria.
Enviada ao Senado, a proposta ficou parada, já que a oposição, que controla a casa, não concordava com o projeto.
No entanto, nesta quinta-feira, quatro dias depois da derrota do governo central no referendo que decidiu dar mais autonomia política, financeira e social ao departamento (Estado) de Santa Cruz, o Senado aprovou o projeto.
Surpresa
A decisão dos senadores surpreendeu o governo boliviano. O porta-voz da Presidência, Ivan Canelas, disse que não entende por que a medida foi aprovada agora, quando o governo busca um diálogo com os governadores.
"Eles estão tentando colocar pedras no meio do caminho", disse Canelas à agência de notícias boliviana "Red Erbol". "O que estão querendo com isso? Querem gerar maior instabilidade?"
A tensão entre Morales e os governadores de oposição aumentou com a vitória do "sim" pela autonomia de Santa Cruz, o departamento mais rico da Bolívia, no referendo realizado no último domingo.
Segundo dados oficiais, o "sim" à autonomia recebeu cerca 85% dos votos. A abstenção foi superior a 30%. Morales considerou o referendo de Santa Cruz "ilegal" e "inconstitucional" e convocou os governadores ao diálogo.
Pelo menos quatro dos nove governadores bolivianos afirmaram que só aceitarão conversar com o presidente depois da realização de outros referendos sobre autonomia nos departamentos de Beni, Pando e Tarija, previstos para junho.
Nesta quinta-feira, antes do anúncio da decisão do Senado, Morales havia feito um novo apelo aos governadores, mas a resposta continuava sendo negativa.
Votação
Pelo projeto de lei do referendo, os mandatos poderão ser revogados caso a votação pelo "não" supere a recebida pelos líderes nas eleições em que chegaram ao poder.
Por exemplo, para revogar os mandatos de Morales e do vice-presidente, Álvaro García Linera, a votação pelo "não" teria de ser superior aos 53,74% de votos que receberam quando foram eleitos, em dezembro de 2005.
Além dos referendos revogatórios dos mandatos e da votação sobre a autonomia dos departamentos, também está prevista a realização de um plebiscito para ratificar ou não a nova Constituição da Bolívia.
O projeto de reforma da Constituição foi aprovado em novembro do ano passado, em uma votação que não teve a presença da oposição e acirrou a divisão política no país.
Nesta quinta-feira, o líder da bancada do MAS, Román Loayza, deu prazo de duas semanas para que o Congresso aprove o referendo da Constituição.
"O Congresso tem que aprovar imediatamente (a convocação para o referendo da Constituição), entre esta semana e a próxima. Ou então, as organizações sociais vão cercar o Poder Legislativo", afirmou Loayza à "Red Erbol".
Logo após o anúncio da decisão do Senado, nesta quinta-feira, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que é aliado de Morales, disse em um discurso transmitido pela TV que vai "intervir" caso queiram "desestabilizar" o governo boliviano.
"Não ficaremos de braços cruzados se fizerem dano à Bolívia", afirmou Chávez.
http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter ... u3599.jhtm
[]´s
"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Chávez adverte contra separatismo
AP
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou ontem que seu governo não assistirá passivamente se for concretizado algum plano separatista na Bolívia. “Caso as forças oligárquicas da Bolívia cheguem a causar dano a esse país irmão que leva o nome de (Simón) Bolívar, a Venezuela não ficará de braços cruzados”, disse Chávez em Caracas, num encontro com ministros de Energia e Petróleo de 12 países sul-americanos. “Aí poderia começar aquilo que Che Guevara disse: um Vietnã, dois Vietnãs, três Vietnãs na América Latina.” Chávez disse que o referendo de domingo no qual os eleitores da região boliviana de Santa Cruz aprovaram um estatuto de autonomia é parte de um “plano contra a América do Sul” que incluiria Equador e Venezuela - onde, segundo ele, haveria complôs separatistas similares. “Podem me acusar de ingerência. Eu me declaro culpado disso agora mesmo. Se algo chegar a ocorrer, serão rompidas as regras do jogo. Só unidos podemos frear esses planos.”
AP
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou ontem que seu governo não assistirá passivamente se for concretizado algum plano separatista na Bolívia. “Caso as forças oligárquicas da Bolívia cheguem a causar dano a esse país irmão que leva o nome de (Simón) Bolívar, a Venezuela não ficará de braços cruzados”, disse Chávez em Caracas, num encontro com ministros de Energia e Petróleo de 12 países sul-americanos. “Aí poderia começar aquilo que Che Guevara disse: um Vietnã, dois Vietnãs, três Vietnãs na América Latina.” Chávez disse que o referendo de domingo no qual os eleitores da região boliviana de Santa Cruz aprovaram um estatuto de autonomia é parte de um “plano contra a América do Sul” que incluiria Equador e Venezuela - onde, segundo ele, haveria complôs separatistas similares. “Podem me acusar de ingerência. Eu me declaro culpado disso agora mesmo. Se algo chegar a ocorrer, serão rompidas as regras do jogo. Só unidos podemos frear esses planos.”
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
- Brigadeiro
- Sênior
- Mensagens: 2138
- Registrado em: Qua Dez 21, 2005 10:54 am
- Localização: Porto Velho/RO
- Agradeceu: 17 vezes
- Agradeceram: 12 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Uma intervenção bolivariana vai melar por essas bandas, afinal, não acredito que nossas Forças Armadas irão ficar de braços cruzados vendo o translado de material bélico e pessoal por nosso espaço aéreo (mesmo com uma "autorização" do governo federal).
Até mais!
Até mais!
Thiago
--------------
"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
--------------
"O respeito e a educação são garantia de uma boa discussão. Só depende de você!"
- bruno mt
- Sênior
- Mensagens: 1274
- Registrado em: Qua Mar 12, 2008 2:26 pm
- Localização: Cuiabá-MT
- Agradeceu: 4 vezes
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
pô,mas porque porque pelo Brasil,pode passar pela colmbia ou em ultimo caso, por mar.
- ric_strike
- Júnior
- Mensagens: 38
- Registrado em: Seg Set 24, 2007 6:57 pm
- Localização: São Paulo
Re: Guerra civíl na Bolívia e a ameaça ao fornecimento de gás
Galera, sou só eu ou tem mais alguém que não aguenta mais esse cagão do celso amorim?