O caso do satélite espião
Moderador: Conselho de Moderação
-
- Avançado
- Mensagens: 439
- Registrado em: Ter Abr 05, 2005 11:17 am
- Localização: Estarreja - Portugal
- Contato:
O caso do satélite espião
Olá a todos
Dentro de dois dias, um cruzador americano baseado no Pacífico vai abater com um míssil um satélite espião avariado. É uma medida de precaução para que nada chegue cá abaixo (nem combustível, nem algum segredo). Mas é também um acto com implicações técnicas e políticas interessantes, que nos passa completamente ao lado como muitas outras coisas na espuma dos dias.
Na parte técnica é uma espécie de ficção científica que se torna realidade. Um navio que abate um satélite com um sistema concebido não para abater satélites, mas sim mísseis balísticos. Embora limitado a órbitas baixas (que são justamente aquelas percorridas pelos satélites de reconhecimento), o sistema de combate em questão (um sistema AEGIS/SM-3) mostra uma versatilidade de emprego, que não seria de esperar num sistema destes. Com tal emprego, o sistema valoriza e outros utilizadores (fora dos EUA) ficarão a pensar se um dia não vale a pena ter a última versão do sistema nos seus navios de guerra. Estou só a lembrar-me aqui ao lado da Espanha, que vai ter 6 fragatas com o sistema AEGIS, embora sem capacidade antibalística.
Na parte política, os EUA mostram que o programa anti-míssil (BMD) da marinha americana tem grandes potencialidades e que além da sua vertente antibalística, pode também ser adaptado para acções anti-satélite, embora de forma limitada e pontual. Ora, esta vertente tem uma influência política interna e externa. A nível interno reforça o papel do programa BMD da marinha baseado no binómio Aegis/SM-3, a nível externo projecta a capacidade americana deste sistema e o seu potencial de combate em caso de conflito.
Talvez nada disto seja importante para nós, mas é de espantar que não se veja na imprensa (na televisão já nem se fala) uma análise aprofundada sobre este evento. Passa por nós como se não existisse.
http://www.areamilitar.net/opiniao/opin ... ?nrnot=114
http://radiante.wordpress.com/
Zé
Dentro de dois dias, um cruzador americano baseado no Pacífico vai abater com um míssil um satélite espião avariado. É uma medida de precaução para que nada chegue cá abaixo (nem combustível, nem algum segredo). Mas é também um acto com implicações técnicas e políticas interessantes, que nos passa completamente ao lado como muitas outras coisas na espuma dos dias.
Na parte técnica é uma espécie de ficção científica que se torna realidade. Um navio que abate um satélite com um sistema concebido não para abater satélites, mas sim mísseis balísticos. Embora limitado a órbitas baixas (que são justamente aquelas percorridas pelos satélites de reconhecimento), o sistema de combate em questão (um sistema AEGIS/SM-3) mostra uma versatilidade de emprego, que não seria de esperar num sistema destes. Com tal emprego, o sistema valoriza e outros utilizadores (fora dos EUA) ficarão a pensar se um dia não vale a pena ter a última versão do sistema nos seus navios de guerra. Estou só a lembrar-me aqui ao lado da Espanha, que vai ter 6 fragatas com o sistema AEGIS, embora sem capacidade antibalística.
Na parte política, os EUA mostram que o programa anti-míssil (BMD) da marinha americana tem grandes potencialidades e que além da sua vertente antibalística, pode também ser adaptado para acções anti-satélite, embora de forma limitada e pontual. Ora, esta vertente tem uma influência política interna e externa. A nível interno reforça o papel do programa BMD da marinha baseado no binómio Aegis/SM-3, a nível externo projecta a capacidade americana deste sistema e o seu potencial de combate em caso de conflito.
Talvez nada disto seja importante para nós, mas é de espantar que não se veja na imprensa (na televisão já nem se fala) uma análise aprofundada sobre este evento. Passa por nós como se não existisse.
http://www.areamilitar.net/opiniao/opin ... ?nrnot=114
http://radiante.wordpress.com/
Zé
Re: O caso do satélite espião
é triste para nós vermos tal situação...
ainda que alguns poucos brasileiros tenham ao menos lido tal reportagem, infelizmente fica a sensação de um total descaso quando o assunto é defesa.
Obviamente que é um sinal claro de que os americanos possuem capacidade para abater satélites. Enquanto estamos a discutir planos de reestruturação de nossa defesa e soberaria, "gastando horas de reuniões " e suando muito para planejar a compra de uns 12-24 caças usados de 4 geração, o TIO SAM demonstra um grande avanço no domínio da guerra anti-satélite, conhecida como ASAT.
Luiz Cláudio.
ainda que alguns poucos brasileiros tenham ao menos lido tal reportagem, infelizmente fica a sensação de um total descaso quando o assunto é defesa.
Obviamente que é um sinal claro de que os americanos possuem capacidade para abater satélites. Enquanto estamos a discutir planos de reestruturação de nossa defesa e soberaria, "gastando horas de reuniões " e suando muito para planejar a compra de uns 12-24 caças usados de 4 geração, o TIO SAM demonstra um grande avanço no domínio da guerra anti-satélite, conhecida como ASAT.
Luiz Cláudio.
- joao fernando
- Sênior
- Mensagens: 5208
- Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
- Localização: Santa Isabel - SP
- Agradeceram: 29 vezes
Re: O caso do satélite espião
Isso mostra que não devemos confiar em sistemas de satelites para as comunicações militares. Acredito que com boa vontade, os R99 atuando como repetidores de sinal seriam boas plataformas de retransmissão de dados para as FA.s.
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
Re: O caso do satélite espião
E o custo a longo prazo???joao fernando escreveu:Isso mostra que não devemos confiar em sistemas de satelites para as comunicações militares. Acredito que com boa vontade, os R99 atuando como repetidores de sinal seriam boas plataformas de retransmissão de dados para as FA.s.
As GATs e RPs estão em toda cidade!
Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..."
Como diria Bezerra da Silva: "Malandro é Malandro... Mané é Mané..."
- joao fernando
- Sênior
- Mensagens: 5208
- Registrado em: Ter Out 30, 2007 5:53 pm
- Localização: Santa Isabel - SP
- Agradeceram: 29 vezes
Re: O caso do satélite espião
Pra uso momentaneo, não há problemas. Na hora H, o coração do sistema (CCC) não pode cair, e assim fica facil para qualquer FA baseada em comunicação por satelites sair do ar. Veja nas guerras modernas, por mais que vc gaste dinheiro, sempre existe um nó. Se vc destruir esse nó, acabou-se a guerra antes dela começar, por incapacidade de comunicação.
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG