A.K. for T-7 escreveu:henriquejr escreveu: Caro Beraldi,
não me admiro nenhum pouco voce não concordar comigo a respeito do MD-97, qualquer cidadão que entenda o mínimo de armas concordará contigo, até certo ponto eu concordo tb, mas acho que isso não é nem deve ser uma prioridade para o EB, existem muitos outros equipamentos que necessitam serem substituido ou adquiridos com maior urgencia, um exemplo disse são projetos como o Urutú III, artilharia anti-aerea, sensores e outros equipamentos, ALAC, MS-1.2, etc!
Mas a respeito do que comentei sobre os Fuzileiros voce concorda ou discora de mim??? Voce não acha que eles, por ser uma tropa altamente profissional e excencialmente de linha de frente, não mereceriam um fuzil bem melhor que os M-16A2 e M-4???
Discordo, Henrique. pelo seguinte:
A base de qualquer Exército é o infante com seu fuzil. Um bom infante com um bom fuzil e 50% do caminho está andado. Um moleque imberbe e sem noção com um SCAR todo equipado não adianta, assim como também não adianta um "Rambo" com uma arma que não agüenta 300 disparos antes de ficar imprestável.
É óbvio que um Exército não é só isso, mas é aí que um Exército começa. Organização, técnica, disciplina, um bom armamento leve e suprimentos para apoiar as ações. Isto já é o suficiente para dar MUITO trabalho para qualquer potência bélica. Vide Vietnam. É óbvio que sistemas acima na "cadeia alimentar" são essenciais, tanto que logo após "o fuzil", ou armamento leve em geral, eu elejo a artilharia como a próxima prioridade para formar, em termos de equipamentos, a espinha dorsal de um bom Exército. Mas comecemos pelo básico.
O FAL é uma arma antiga. Os nossos estão velhos. Certa vez fui mandado a uma OM de porte, que não vou declinar, para separar 10 fuzis FAL que o Exército iria nos emprestar para uma operação "pesada", pois só tínhamos dois M-4 à disposição na minha unidade da PF. Foi a tarde inteira fazendo uma "peneira", pois quase todos apresentavam algum problema de certa gravidade que comprometia a funcionalidade da arma. Estavam todos bonitinhos e limpinhos, mas na hora de funcionar, não estavam lá estas coisas. Esta é a realidade. Você sairia para o serviço com um .38 que dispara, mas não gira o tambor? É este o caso.
O MD-97 não atende aos requisitos confiabilidade e durabilidade. Se o órgão de certificação do EB diz que atende, ou o órgão do EB está mentindo, ou maquiando os resultados, ou a IMBEL está mandando armas "especiais", feitas sob medida para os testes de aceitação do EB. O DPF constatou, a FNSP constatou, a PC/PM do PR constatou, a CTT constatou, o próprio EB, por meio de Unidades de elite constatou...
Um bom fuzil 5,56x45mm é essencial para o EB de hoje, tanto para a redução de custos, como para o treinamento dos quadros e para a operacionalização da doutrina atual. Em termos práticos, a arma nova vai diminuir os gastos com manutenção e substituição de peças, a munição mais barata que o 7,62x51mm vai reduzir os custos de treinamento, a munição mais leve vai facilitar a logística de combate em cenários como a Amazônia, que é um dos principais focos de atenção hoje.
Se estamos curtos de grana, façamos como o Chavez: compre-se a licença do Kalashnikov para a IMBEL produzir aqui o AK-101 a cerca de R$ 480,00 (quatrocentos e oitenta reais) a unidade. O maquinário da IMBEL é adequado à produção do AK. Os materiais utilizados são os mesmos empregados no FAL. Não precisa investir praticamente em nada. No final teríamos uma arma excelente para um Exército predominantemente formado por conscritos e, acima de tudo, uma arma barata, resistente e confiável. E que atende aos requsitos delineados acima.
Quanto aos FN, eles são basicamente uns Mini-US Marines. Toda a nossa doutrina e equipamento é focada na deles, para replicar a deles. Estamos de M-16 por causa disso. Se o US Marines passar a usar o FN SCAR, e aguarde que é justamente isso que vai ocorrer no médio prazo, assim que acabar a zica do Iraque e as finanças se estabilizarem, pode ter certeza que nossos FN vão começar a olhar o SCAR. É natural. Lógico que fazemos uma adaptação, dentro de nossas possibilidades, mas uma documentação do US Marines explicando as vantagens de uma transição do M-16 para o SCAR, com certeza faz escola aqui.
Agora sou pró-padronização. Um fuzil para FN, EB e FAB. Acho que vai acabar ocorrendo isso. E que não vai ser o MD-97.