Procura-se sucessora da G3
Carlos Varela
Aespingarda G3, que há mais de 40 anos é utilizada nas Forças Armadas, vai finalmente entrar na fase final da sua vida operacional, na sequência da abertura das propostas de canadianos e alemães, que vão disputar a possibilidade de acabar com aquela que é uma das imagens mais marcantes de obsolescência nas fileiras.
O processo, aberto anteontem à noite no Ministério da Defesa, dá também lugar à substituição de pistolas, a Walther P38, e metralhadoras ligeiras, a HK-21 - também usadas há mais de 40 anos -, num investimento total que atinge cerca de 70 milhões de euros.
As armas em concurso, no capítulo das espingardas, são a M-4, da Colt Canadiana, uma participada da Colt norte-americana, e a G-36, da HK, a fábrica alemã de onde também é originária a G3. As duas armas inauguram também de raiz em Portugal o calibre de 5,56 mm, substituindo o 7,62 mm da G3. Os pára-quedistas e os comandos já dispunham daquele calibre, mas as armas que operam, a Galil e a Sig Sauer 43, serão substituídas logo que a nova arma seja comprada. E quando o processo ficar concluído, Portugal será o último país da OTAN a ter optado pelo calibre 5,56 mm, em serviço nos Estados aliados há mais de 10 anos.
Está prevista a aquisição de 26 mil espingardas, a Colt com um custo de 53,4 milhões de euros e a HK com 44,8. No entanto, os canadianos garantem contrapartidas de 100 milhões de euros, enquanto os alemães se ficam pelos 100% do valor do negócio.
O tira-teimas começará dentro um mês ou mês e meio, quando começarem a ser iniciados os testes das armas, estando previstos oito apreciações até à decisão final. Nos termos do concurso, o Ministério da Defesa tem um ano para decidir qual a arma que vai substituir a G3, mas fontes militares garantiram ao JN que o vencedor deverá ser encontrado ainda este ano, uma vez que há vontade política de em 2009 as Forças Armadas começarem a receber as primeiras novas espingardas.
Nas pistolas, para fornecimento de 4100 armas, a proposta mais barata é da Glock, com 1,34 milhões de euros e contrapartidas superiores a dois milhões, curiosamente a fábrica que recentemente venceu o concurso para fornecimento de novas armas para a PSP e para a GNR.
O processo para as metralhadoras ligeiras é seguido também com muita atenção, uma vez que inaugura no nosso país um tipo de arma que até agora nunca tinha sido usado, ou seja, no calibre de 5,56 mm, substituindo a HK-21, na prática uma G3 adaptada à utilização com fita.
Em causa está o fornecimento de 1600 armas, com os belgas da FN a proporem a Minimi, no valor de 9,7 milhões e contrapartidas de 16,8 milhões, e os alemães da HK a proporem a MG36, uma variante da espingarda G-36, a envolver 13,69 milhões de euros e contrapartidas de igual valor.
Fonte
MG-36...