Esse texto ainda é pior que o posterior, passa algumas coisas como verdades, que nunca foram assim. E vai na mesma linha, virou moda falar em defesa, mesmo que não saia nada que preste, ou um monte de frases soltas, coladas e falácias.Marino escreveu:Uma correção: a MB não recebe leudêmio. Arrêgo!
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Do Valor:
Os meigos precisam andar armados
Maria Cristina Fernandes
O título acima é a transcrição literal de uma passagem do discurso do ministro extraordinário de assuntos estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, no lançamento do Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa. É a partir do documento a ser produzido por este comitê, que, além de Mangabeira, terá a participação do ministros da Defesa, da Fazenda, do Planejamento, e da Ciência e Tecnologia, além dos três comandos militares, que se conhecerão, de fato, as consequências reais do conflito andino sobre as Forças Armadas no Brasil.
Ainda não foi desta vez que a América do Sul se transformou num Oriente Médio, para tomar de empréstimo a retórica do presidente do Equador, Rafael Correa, em seu apelo pela condenação da Colômbia no ataque à soberania de seu país. Mas a ameaça de conflito armado aumentou as expectativas sobre o documento que deve nortear desde a política de recuperação do parque industrial bélico do país até os dogmas da segurança nacional. "O texto deverá refletir a concepção de que que a América do Sul é instável e o Brasil, por isso, precisa de Forças Armadas preparadas", diz o professor da Universidade Federal de São Carlos e presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Defesa, João Roberto Martins Filho.
O discurso de Mangabeira é, até hoje, passados seis meses dos 12 de prazo para a conclusão dos trabalhos do comitê, o único documento oficial sobre a linha de atuação deste grupo sob sua coordenação. De sua íntegra, depreende-se um velado anti-americanismo - "As Forças Armadas Brasileiras não existem para ajudar outra potência a policiar o mundo, elas existem para defender o Brasil" - além de um indisfarçável romantismo sobre a missão ali iniciada: "Às vezes é mais difícil mudar do que morrer. Disposição para mudar é o que a nação agora exige dos seus soldados. E dos civis, o que se espera é que saldem a maior dívida da nação para com as Forças Armadas: a dívida da desatenção".
Uma parte da fatura está abrigada no projeto de lei do Orçamento que o Congresso reluta em votar. Prevê-se lá um aumento de quase 50% nos recursos destinados às três pastas militares, que devem passar de R$ 9 bilhões. Os parlamentares foram bombardeados no final do ano passado por sucessivas audiências com os comandantes militares que fizeram longos relatos da penúria de suas pastas pelos cortes de repasses iniciados no governo Fernando Henrique Cardoso.
Da Aeronáutica, reportou-se que mais de um terço de seus aviões estão no chão por falta de peças. Do Exército, que sete em cada dez blindados têm mais de três décadas de operação. E da Marinha, que está em litígio permanente por repasses de royalties de petróleo e de laudêmios aquém do que lhes é de direito, que todos os seus 21 navios operam com restrições e que, de seus cinco submarinos, apenas um não tem problemas. O Brasil, segundo esse conjunto de relatos, só estaria em condições de colocar em operação pouco mais de um terço de seu poderio bélico.
"Parece óbvio mas é difícil convencer que não há Estado sem Forças Armadas", diz o professor do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, Geraldo Cavagnari. A América do Sul é uma das regiões do mundo de mais baixos gastos militares. E, entre os sulamericanos, o Brasil é um dos países que, proporcionalmente, faz menos investimentos em defesa.
Conflito terá reflexo sobre nova política de defesa
Se isso se justifica, de um lado, por uma tradição pacifista da política externa brasileira que tem mantido o país longe dos conflitos bélicos do continente desde a carnificina promovida, no final do século 19, pela Guerra do Paraguai, por outro, pesa em favor do lobby armado a discrepância entre a reivindicação por uma cadeira no Conselho de Segurança e a reduzida expressão militar do Brasil na região. A presença de tropas brasileiras no Haiti, justificadas, em grande parte, para fazer frente a essa pretensão, não bastaria como plataforma de campanha.
"É um mito este de que o mundo está se desarmando", diz Cavagnari, apresentando suas estatísticas: a China aumentou seu orçamento militar para US$ 100 milhões, que ainda é um oitavo do que gasta o Pentágono, e a Rússia, depois de Putin, já multiplicou por seis seus gastos que já chegam a US$ 35 bilhões.
No início do seu primeiro mandato, ao propagandear o combate à fome como commodity de sua imagem internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou aplausos no mundo inteiro ao anunciar a suspensão da compra de caças em nome da prioridade ao que então se chamava Fome Zero.
De lá pra cá, enfrentou o apagão aéreo, fruto, em grande parte, do desinvestimento nos sistemas de controle da Aeronáutica, já está no seu terceiro ministro da Defesa, e, agora, pode vir a terminar o mandato como o presidente que mais investiu nas Forças Armadas desde o final do regime militar.
Na discussão em torno do documento que deverá nortear a atuação dessas forças reaparelhadas, resta monitorar as pressões contra o que uma fatia dos militares considera excessivo pacifismo da defesa nacional.
São discussões que chegam até mesmo a ventilar uma improvável lei de abate. Os pilotos que monitoram a fronteira amazônica queixam-se de que, ao interceptarem conversas de traficantes nos rádios conseguem, no máximo, se posicionar ao lado dessas aeronaves com ordem de pouso. Não podem usar força pela ausência de aval na política de Defesa Nacional. E é improvável que algum dia possam, pelo risco de vitimarem civis. Mas não surpreenderia se o novo documento, ao contrário do atual, mencionasse o termo narcotráfico.
É um debate que deve ter posições antagônicas, entre petistas e militares, por se dar numa conjuntura de recrudescimento de movimentos de guerrilha fomentados em grande parte por governos de esquerda que pipocam no continente e, dos quais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado interlocutor privilegiado.
Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras
Cobra que o Documento de Defesa fique pronto na metade do prazo estipulado.
O pior é o complexo de vira-latas, procurar seu próprio destino é ser anti-EUA, só rindo.
"Parece óbvio mas é difícil convencer que não há Estado sem Forças Armadas", isso também não é um fato.
As alegações do Apagão Aéreo tb não são verdadeiras, mas apenas uma opinião, de quem entende nada sobre o assunto.
Ora a lei do Abate já foi aprovada, e já existe, esqueceram de avisar a jornalista, mas existir Lei do Abate não é aval para sair abatendo todos os aviões suspeitos.
Existe um recrudescimento dos movimentos de guerrilha na AS! E que estão sendo fomentados por governos de esquerda. Ora como alguém pode mentir de forma tão descarada! Só existe hoje um único grande grupo guerrilheira na AL, são as FARC, e elas estão diminuindo, segundo vários informes, queria saber em qual planeta essa jornalista está!
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