ITAIPU
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ITAIPU
Paraguai ameaça fazer com Itaipu o que Evo Morales fez com o gás
Candidatos defendem mudança na parceria; líder na corrida presidencial quer que o Brasil pague 8 vezes mais
Agnaldo Brito
Pela primeira vez, em 60 anos, a hegemonia do Partido Colorado no Paraguai pode cair por terra. Dom Fernando Lugo, um ex-membro do episcopado latino-americano, lidera a corrida eleitoral e pode tornar-se presidente nas eleições do próximo dia 20 de abril. Um cristão-novo na política paraguaia com idéias de mudanças, entre as quais a disposição, tal como o boliviano Evo Morales, de rever os termos de um negócio gigante e estratégico para o Brasil, a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Não é o único. Há no Paraguai uma clara insatisfação com o destino de quase a totalidade dos 45 mil gigawatts/hora (GWh) por ano - metade da produção de Itaipu - que rumam para o Brasil e ajudam a mover a economia nacional. Itaipu atende 20% da demanda brasileira. Blanca Ovelar, candidata apoiada pelo atual presidente Nicanor Duarte e terceira colocada na última pesquisa publicada pelo diário ABC Color -, mantém planos de renegociar pontos do Tratado de Itaipu, a base contratual sobre a qual foi erguida a maior usina do mundo. O general Lino Oviedo, que esteve exilado no Brasil depois de ser acusado de articular um golpe contra o governo Wasmosy, afirma - embora em tom mais ameno - que também irá, se for eleito, discutir pontos da relação binacional em Itaipu.
Entretanto, nenhum candidato tem usado o assunto como estratégia de mobilização dos paraguaios como Lugo. A recuperação da “soberania energética” é repetida em todas as carreatas e discursos do líder da frente Aliança Patriótica para a Mudança, um aglomerado de sete partidos políticos (entre os quais membros do dividido Partido Colorado e do Partido Liberal) e 11 movimentos sociais. A campanha oficial iniciada na última quinta-feira promete esquentar ainda mais o tema.
Em cada púlpito em que aparece, o ex-bispo da Igreja Católica inflama os paraguaios ao dizer que, uma vez no governo, abrirá negociações para derrubar a exigência que faz o Paraguai entregar ao sócio brasileiro a energia excedente e, principalmente, a discussão de um “preço de mercado” por megawatt/hora vendido ao Brasil.
“Ele está certo em querer isso para os paraguaios”, revela o eleitor José Domingo Medina, de 94 anos, que na quarta-feira se juntou a cerca de 200 paraguaios que acompanhavam o candidato num corpo-a-corpo pelas ruas da periferia de Assunção. Cartazes de campanha com a frase “Itaipu, o justo para o Paraguai”, trazem a hidrelétrica para o centro da disputa.
Lugo alega que o Paraguai obtém um retorno anual de US$ 200 milhões pela venda da energia, exclusiva para o vizinho, e pretende transformar o país num exportador “livre”. O fato de isso ser impossível, por ora, já que o Paraguai não tem linhas de transmissão para tal, não parece ser um problema.
A meta de Lugo é elevar o valor da venda de energia ao Brasil a US$ 1,8 bilhão. “O mais importante é a recuperação da soberania de Itaipu e Yacyretá (usina binacional com os argentinos). Uma política energética que não permita mais a atual condição de entregar ao Brasil uma energia a preço de custo”, disse em entrevista ao Estado.
Lugo nega que tenha se inspirado em Evo Morales para implantar uma “política de mudanças”, mas o líder boliviano é personagem recorrente das lideranças políticas que compõem a frente. Todos ressaltam a decisão boliviana de mudar os contratos de exploração e produção de gás. Alegam que a medida promoveu “maiores entradas” de recursos à Bolívia após a nacionalização. Acham que é um exemplo a ser seguido.
Encontro com lula
A proposta de revisão da relação binacional Brasil e Paraguai poderá ser dita pessoalmente a Lula. Depois de ter recebido o general Lino Oviedo, o embaixador brasileiro em Assunção comunicou na semana passada ao candidato da Aliança Patriótica para a Mudança que Lula poderá recebê-lo em março.
Lugo promete informar o presidente brasileiro sobre a disposição de levar adiante o plano de renegociar o preço da energia cedida ao Brasil, caso tenha êxito na disputa. “Queremos apontar (ao presidente Lula), com clareza, nossas inquietudes ante o preço da energia que se fornece ao Brasil.”
Brasil reage com 'dez verdades'
Documento rebate alegações em relação ao destino e ao preço da energia da Usina de Itaipu
Agnaldo Brito
Em um documento não-oficial chamado “10 verdades sobre Itaipu”, obtido pela reportagem do Estado, o Brasil tenta rebater com argumentos a crescente insatisfação paraguaia em relação ao destino e ao preço da energia. O Itamaraty entregou a missão de explicar os termos do tratado ao embaixador brasileiro em Assunção, Valter Pecly Moreira.
O Brasil avalia que há uma “avalanche de desinformações, distorções e inverdades” sobre Itaipu que estão “criando um clima de animosidade, desconfiança e ressentimento entre paraguaios e brasileiros”.
O documento alega ter sido “vantagem” para o Paraguai a renegociação da dívida de Itaipu Binacional, hoje em US$ 19,4 bilhões, o que inclui os débitos antigos, tomados para a construção da hidrelétrica e, mais recentemente, os recursos necessários para a instalação das duas últimas turbinas, totalizando 20 unidades de geração, dez para cada País.
O texto tem a preocupação de mostrar a rentabilidade da usina para o país. Segundo informa, o Paraguai já teria recebido em royalties, encargos de administração e supervisão, rendimento de capital e remuneração pela cessão da energia um total de US$ 4,7 bilhões, entre os anos de 1985 e 2006. Até 2023, o governo paraguaio deverá receber outros US$ 5 bilhões. Em recurso relativo exclusivamente à remuneração por cessão de energia, o país recebeu no período US$ 1,7 bilhão, e é sobre essa conta que recai a principal polêmica.
O Brasil alega que não cabe preço de mercado sobre essa conta, já que o pagamento refere-se a uma compensação pela renúncia paraguaia ao “direito de aquisição” dessa energia, algo que não o faz por não ter consumidor para tanto. “A remuneração por cessão de energia não pode ser confundida com o pagamento efetivo do custo da energia, já que se trata de uma compensação ao país cedente pela renúncia ao direito de aquisição”, diz o documento.
Um preço de mercado só seria possível depois de quitadas todas as dívidas de Itaipu, o que vai ocorrer apenas em 2023. Hoje, uma mudança nessa regra implicaria, segundo apurou a reportagem, um preço dez vezes maior ao consumidor brasileiro, cerca de R$ 600 o MWh. Só para comparação, a concessão da Usina Jirau, no Rio Madeira, foi arrematada por um pouco mais de R$ 70 o MWh.
Exportação
A exportação de energia do Brasil para a Argentina ampliou as desconfianças do Paraguai. No documento, o Brasil nega que tenha exportado energia produzida em Itaipu para a Argentina, e reconhece que isso seria um claro descumprimento do tratado. O socorro brasileiro aos argentinos foi feito com a geração de térmicas a gás natural. “O auxílio brasileiro para mitigar a crise energética da Argentina não tem relação com a energia de Itaipu, inteiramente destinada ao mercado interno”, diz o texto.
Disputa eleitoral paraguaia preocupa empresas no Brasil
Dois candidatos questionam na campanha validade do acordo de Itaipu
Lu Aiko Otta e Denise Chrispim Marin
Em tempos de escassez de energia em toda a América Latina, um novo foco de preocupação surgiu no radar do empresariado brasileiro: o Paraguai. Com eleições presidenciais marcadas para 20 de abril e com dois candidatos colocando no centro de suas campanhas a promessa de pressionar o Brasil para uma renegociação do acordo da usina hidrelétrica binacional de Itaipu, o país vizinho pode se converter em mais um ponto de insegurança energética na região, a exemplo do que já é a Bolívia.
“O processo é acompanhado com preocupação na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), porque dois candidatos fazem campanha falando contra o Brasil e colocam em discussão a validade do acordo de Itaipu”, disse ao Estado o diretor-adjunto de Relações Internacionais da entidade, Thomaz Zanotto. “Itaipu responde por 40% da eletricidade consumida no Sul e Sudeste.”
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, o assunto é delicado. “As autoridades precisam ficar alertas à evolução dessa questão”, afirmou. “Ficar alerta quer dizer estar sustentado por contratos e acordos sólidos.”
Embora preocupados, os empresários acham que não se deve interferir no processo eleitoral do Paraguai. “O melhor presidente é o que os paraguaios escolherem”, afirmou o dirigente da Fiesp.
Os dois candidatos mais incendiários quando o tema é a relação Brasil-Paraguai são Blanca Ovelar, do partido que domina o governo paraguaio há 66 anos, o Colorado, e Fernando Lugo, um ex-bispo católico com discurso de extrema-esquerda cuja principal legenda de sustentação é o Partido Liberal Autêntico, de direita.
Pesquisa encomendada na semana passada pelo Partido Colorado mostrou que Lugo lidera as intenção de voto, com 31%. Blanca e o candidato que menos problemas traria ao Brasil, o general Lino Oviedo, aparecem empatados tecnicamente, com 27% e 28%, respectivamente. Entretanto, à questão sobre quem deve vencer as eleições, 47,5% das pessoas consultadas apontaram o nome de Blanca.
A situação preocupa a ponto de um grupo de empresários brasileiros haver consultado o Ibope sobre a possibilidade de realizar uma pesquisa de intenção de votos no país vizinho. O trabalho não foi contratado. Além da indústria do Sul e do Sudeste, empresários de Estados que fazem limite com o Paraguai temem que os discursos de campanha inflamem as ações de grupos que vêem no Brasil um império obcecado em prejudicar o Paraguai.
O Itamaraty está ciente desse risco e preparado para uma nova onda de gritaria em favor da “soberania energética” do governo que vier a ser eleito no Paraguai. Fontes da diplomacia explicam que os ataques freqüentes de paraguaios ao Tratado de 1973, que permitiu a construção de Itaipu e definiu as regras do compartilhamento da energia elétrica, acontecem porque, nesse país, Itaipu é vista como uma “caixa preta”. “Nós, brasileiros, encaramos Itaipu como uma fonte de energia elétrica barata. Os paraguaios a vêem como fonte de dólares (dos royalties)”, completou.
Para Zanotto, são poucos os problemas concretos que o próximo presidente do Paraguai pode provocar ao Brasil. “Não dá para fazer praticamente nada, porque os contratos de Itaipu são bem feitos”, disse. “Mas vemos o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, questionando contratos com uma petrolífera americana; há problemas do Equador em relação à Petrobrás - enfim, governos que simplesmente alegam injustiças para tentar renunciar contratos, sem nenhuma base legal.” Nesse sentido, o Paraguai pode tornar-se um foco de dor de cabeça parecido com a Bolívia.
Candidatos defendem mudança na parceria; líder na corrida presidencial quer que o Brasil pague 8 vezes mais
Agnaldo Brito
Pela primeira vez, em 60 anos, a hegemonia do Partido Colorado no Paraguai pode cair por terra. Dom Fernando Lugo, um ex-membro do episcopado latino-americano, lidera a corrida eleitoral e pode tornar-se presidente nas eleições do próximo dia 20 de abril. Um cristão-novo na política paraguaia com idéias de mudanças, entre as quais a disposição, tal como o boliviano Evo Morales, de rever os termos de um negócio gigante e estratégico para o Brasil, a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Não é o único. Há no Paraguai uma clara insatisfação com o destino de quase a totalidade dos 45 mil gigawatts/hora (GWh) por ano - metade da produção de Itaipu - que rumam para o Brasil e ajudam a mover a economia nacional. Itaipu atende 20% da demanda brasileira. Blanca Ovelar, candidata apoiada pelo atual presidente Nicanor Duarte e terceira colocada na última pesquisa publicada pelo diário ABC Color -, mantém planos de renegociar pontos do Tratado de Itaipu, a base contratual sobre a qual foi erguida a maior usina do mundo. O general Lino Oviedo, que esteve exilado no Brasil depois de ser acusado de articular um golpe contra o governo Wasmosy, afirma - embora em tom mais ameno - que também irá, se for eleito, discutir pontos da relação binacional em Itaipu.
Entretanto, nenhum candidato tem usado o assunto como estratégia de mobilização dos paraguaios como Lugo. A recuperação da “soberania energética” é repetida em todas as carreatas e discursos do líder da frente Aliança Patriótica para a Mudança, um aglomerado de sete partidos políticos (entre os quais membros do dividido Partido Colorado e do Partido Liberal) e 11 movimentos sociais. A campanha oficial iniciada na última quinta-feira promete esquentar ainda mais o tema.
Em cada púlpito em que aparece, o ex-bispo da Igreja Católica inflama os paraguaios ao dizer que, uma vez no governo, abrirá negociações para derrubar a exigência que faz o Paraguai entregar ao sócio brasileiro a energia excedente e, principalmente, a discussão de um “preço de mercado” por megawatt/hora vendido ao Brasil.
“Ele está certo em querer isso para os paraguaios”, revela o eleitor José Domingo Medina, de 94 anos, que na quarta-feira se juntou a cerca de 200 paraguaios que acompanhavam o candidato num corpo-a-corpo pelas ruas da periferia de Assunção. Cartazes de campanha com a frase “Itaipu, o justo para o Paraguai”, trazem a hidrelétrica para o centro da disputa.
Lugo alega que o Paraguai obtém um retorno anual de US$ 200 milhões pela venda da energia, exclusiva para o vizinho, e pretende transformar o país num exportador “livre”. O fato de isso ser impossível, por ora, já que o Paraguai não tem linhas de transmissão para tal, não parece ser um problema.
A meta de Lugo é elevar o valor da venda de energia ao Brasil a US$ 1,8 bilhão. “O mais importante é a recuperação da soberania de Itaipu e Yacyretá (usina binacional com os argentinos). Uma política energética que não permita mais a atual condição de entregar ao Brasil uma energia a preço de custo”, disse em entrevista ao Estado.
Lugo nega que tenha se inspirado em Evo Morales para implantar uma “política de mudanças”, mas o líder boliviano é personagem recorrente das lideranças políticas que compõem a frente. Todos ressaltam a decisão boliviana de mudar os contratos de exploração e produção de gás. Alegam que a medida promoveu “maiores entradas” de recursos à Bolívia após a nacionalização. Acham que é um exemplo a ser seguido.
Encontro com lula
A proposta de revisão da relação binacional Brasil e Paraguai poderá ser dita pessoalmente a Lula. Depois de ter recebido o general Lino Oviedo, o embaixador brasileiro em Assunção comunicou na semana passada ao candidato da Aliança Patriótica para a Mudança que Lula poderá recebê-lo em março.
Lugo promete informar o presidente brasileiro sobre a disposição de levar adiante o plano de renegociar o preço da energia cedida ao Brasil, caso tenha êxito na disputa. “Queremos apontar (ao presidente Lula), com clareza, nossas inquietudes ante o preço da energia que se fornece ao Brasil.”
Brasil reage com 'dez verdades'
Documento rebate alegações em relação ao destino e ao preço da energia da Usina de Itaipu
Agnaldo Brito
Em um documento não-oficial chamado “10 verdades sobre Itaipu”, obtido pela reportagem do Estado, o Brasil tenta rebater com argumentos a crescente insatisfação paraguaia em relação ao destino e ao preço da energia. O Itamaraty entregou a missão de explicar os termos do tratado ao embaixador brasileiro em Assunção, Valter Pecly Moreira.
O Brasil avalia que há uma “avalanche de desinformações, distorções e inverdades” sobre Itaipu que estão “criando um clima de animosidade, desconfiança e ressentimento entre paraguaios e brasileiros”.
O documento alega ter sido “vantagem” para o Paraguai a renegociação da dívida de Itaipu Binacional, hoje em US$ 19,4 bilhões, o que inclui os débitos antigos, tomados para a construção da hidrelétrica e, mais recentemente, os recursos necessários para a instalação das duas últimas turbinas, totalizando 20 unidades de geração, dez para cada País.
O texto tem a preocupação de mostrar a rentabilidade da usina para o país. Segundo informa, o Paraguai já teria recebido em royalties, encargos de administração e supervisão, rendimento de capital e remuneração pela cessão da energia um total de US$ 4,7 bilhões, entre os anos de 1985 e 2006. Até 2023, o governo paraguaio deverá receber outros US$ 5 bilhões. Em recurso relativo exclusivamente à remuneração por cessão de energia, o país recebeu no período US$ 1,7 bilhão, e é sobre essa conta que recai a principal polêmica.
O Brasil alega que não cabe preço de mercado sobre essa conta, já que o pagamento refere-se a uma compensação pela renúncia paraguaia ao “direito de aquisição” dessa energia, algo que não o faz por não ter consumidor para tanto. “A remuneração por cessão de energia não pode ser confundida com o pagamento efetivo do custo da energia, já que se trata de uma compensação ao país cedente pela renúncia ao direito de aquisição”, diz o documento.
Um preço de mercado só seria possível depois de quitadas todas as dívidas de Itaipu, o que vai ocorrer apenas em 2023. Hoje, uma mudança nessa regra implicaria, segundo apurou a reportagem, um preço dez vezes maior ao consumidor brasileiro, cerca de R$ 600 o MWh. Só para comparação, a concessão da Usina Jirau, no Rio Madeira, foi arrematada por um pouco mais de R$ 70 o MWh.
Exportação
A exportação de energia do Brasil para a Argentina ampliou as desconfianças do Paraguai. No documento, o Brasil nega que tenha exportado energia produzida em Itaipu para a Argentina, e reconhece que isso seria um claro descumprimento do tratado. O socorro brasileiro aos argentinos foi feito com a geração de térmicas a gás natural. “O auxílio brasileiro para mitigar a crise energética da Argentina não tem relação com a energia de Itaipu, inteiramente destinada ao mercado interno”, diz o texto.
Disputa eleitoral paraguaia preocupa empresas no Brasil
Dois candidatos questionam na campanha validade do acordo de Itaipu
Lu Aiko Otta e Denise Chrispim Marin
Em tempos de escassez de energia em toda a América Latina, um novo foco de preocupação surgiu no radar do empresariado brasileiro: o Paraguai. Com eleições presidenciais marcadas para 20 de abril e com dois candidatos colocando no centro de suas campanhas a promessa de pressionar o Brasil para uma renegociação do acordo da usina hidrelétrica binacional de Itaipu, o país vizinho pode se converter em mais um ponto de insegurança energética na região, a exemplo do que já é a Bolívia.
“O processo é acompanhado com preocupação na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), porque dois candidatos fazem campanha falando contra o Brasil e colocam em discussão a validade do acordo de Itaipu”, disse ao Estado o diretor-adjunto de Relações Internacionais da entidade, Thomaz Zanotto. “Itaipu responde por 40% da eletricidade consumida no Sul e Sudeste.”
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, o assunto é delicado. “As autoridades precisam ficar alertas à evolução dessa questão”, afirmou. “Ficar alerta quer dizer estar sustentado por contratos e acordos sólidos.”
Embora preocupados, os empresários acham que não se deve interferir no processo eleitoral do Paraguai. “O melhor presidente é o que os paraguaios escolherem”, afirmou o dirigente da Fiesp.
Os dois candidatos mais incendiários quando o tema é a relação Brasil-Paraguai são Blanca Ovelar, do partido que domina o governo paraguaio há 66 anos, o Colorado, e Fernando Lugo, um ex-bispo católico com discurso de extrema-esquerda cuja principal legenda de sustentação é o Partido Liberal Autêntico, de direita.
Pesquisa encomendada na semana passada pelo Partido Colorado mostrou que Lugo lidera as intenção de voto, com 31%. Blanca e o candidato que menos problemas traria ao Brasil, o general Lino Oviedo, aparecem empatados tecnicamente, com 27% e 28%, respectivamente. Entretanto, à questão sobre quem deve vencer as eleições, 47,5% das pessoas consultadas apontaram o nome de Blanca.
A situação preocupa a ponto de um grupo de empresários brasileiros haver consultado o Ibope sobre a possibilidade de realizar uma pesquisa de intenção de votos no país vizinho. O trabalho não foi contratado. Além da indústria do Sul e do Sudeste, empresários de Estados que fazem limite com o Paraguai temem que os discursos de campanha inflamem as ações de grupos que vêem no Brasil um império obcecado em prejudicar o Paraguai.
O Itamaraty está ciente desse risco e preparado para uma nova onda de gritaria em favor da “soberania energética” do governo que vier a ser eleito no Paraguai. Fontes da diplomacia explicam que os ataques freqüentes de paraguaios ao Tratado de 1973, que permitiu a construção de Itaipu e definiu as regras do compartilhamento da energia elétrica, acontecem porque, nesse país, Itaipu é vista como uma “caixa preta”. “Nós, brasileiros, encaramos Itaipu como uma fonte de energia elétrica barata. Os paraguaios a vêem como fonte de dólares (dos royalties)”, completou.
Para Zanotto, são poucos os problemas concretos que o próximo presidente do Paraguai pode provocar ao Brasil. “Não dá para fazer praticamente nada, porque os contratos de Itaipu são bem feitos”, disse. “Mas vemos o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, questionando contratos com uma petrolífera americana; há problemas do Equador em relação à Petrobrás - enfim, governos que simplesmente alegam injustiças para tentar renunciar contratos, sem nenhuma base legal.” Nesse sentido, o Paraguai pode tornar-se um foco de dor de cabeça parecido com a Bolívia.
- talharim
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hahahahahahahhahahahaha
To dizendo ano que vem finalmente entraremos em guerra contra alguém.
Uma coisa boa é que as nossas FAs serão mais valorizadas pela sociedade.
Que o Paraguai sirva de exemplo para outras ações de países terroristas.Vamos impor respeito dessa vez.
To dizendo ano que vem finalmente entraremos em guerra contra alguém.
Uma coisa boa é que as nossas FAs serão mais valorizadas pela sociedade.
Que o Paraguai sirva de exemplo para outras ações de países terroristas.Vamos impor respeito dessa vez.
"I would rather have a German division in front of me than a French
one behind me."
General George S. Patton.
one behind me."
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- delmar
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Não é possível comparar a situação da Petrobras na Bolivia e Equador com a de Itaipu.
1. A usina está construida na fronteira, portanto metade no território brasileiro.
2. A propriedade da usina está dividida entre Brasil e Paraguai, assim a metade da energia produzida é nossa e a outra é paraguaia.
3. Parte do dinheiro arrecadado, com a venda da energia, é usado para pagamento da dívida contraida quando da construção da usina.
Em tese o Paraguai pode dispor da sua parte da energia como quiser, desde que continue amortizando a dívida que tem com o consórcio que construiu a usina. Se houver um aumento do consumo industrial muito grande de energia, dentro do Paraguai, ele poderá consumir toda a sua parte da produção, não sobrando nada para vender, de sua metade, para o Brasil.
Onde o Paraguai pode discutir, e criar problemas, é sobre a preferência do Brasil em comprar a energia produzida, o preço que é pago por sua parte, o preço dos juros cobrados, o valor das cotas de amortização. Isto sempre sobre a metade que é deles.
Ressalte-se, ainda, que para o Paraguai vender a energia a outro país deverá antes construir toda uma estrutura de transmissão, coisa de vários anos e alguns bilhões de dolares. É como a ameaça do Chavez de não vender mais Petróleo aos Estados Unidos, fácil de falar mas dificiil de fazer.
O Brasil deve, no entanto, trabalhar com a hipótese de que, num dia futuro, não poderá contar mais com a parte paraguaia da energia. A solução será, no meu entender, a implantação de usinas nucleares para substituir esta energia (metade de Itaipu).
saudações
1. A usina está construida na fronteira, portanto metade no território brasileiro.
2. A propriedade da usina está dividida entre Brasil e Paraguai, assim a metade da energia produzida é nossa e a outra é paraguaia.
3. Parte do dinheiro arrecadado, com a venda da energia, é usado para pagamento da dívida contraida quando da construção da usina.
Em tese o Paraguai pode dispor da sua parte da energia como quiser, desde que continue amortizando a dívida que tem com o consórcio que construiu a usina. Se houver um aumento do consumo industrial muito grande de energia, dentro do Paraguai, ele poderá consumir toda a sua parte da produção, não sobrando nada para vender, de sua metade, para o Brasil.
Onde o Paraguai pode discutir, e criar problemas, é sobre a preferência do Brasil em comprar a energia produzida, o preço que é pago por sua parte, o preço dos juros cobrados, o valor das cotas de amortização. Isto sempre sobre a metade que é deles.
Ressalte-se, ainda, que para o Paraguai vender a energia a outro país deverá antes construir toda uma estrutura de transmissão, coisa de vários anos e alguns bilhões de dolares. É como a ameaça do Chavez de não vender mais Petróleo aos Estados Unidos, fácil de falar mas dificiil de fazer.
O Brasil deve, no entanto, trabalhar com a hipótese de que, num dia futuro, não poderá contar mais com a parte paraguaia da energia. A solução será, no meu entender, a implantação de usinas nucleares para substituir esta energia (metade de Itaipu).
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
- talharim
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Delmar escreveu :
Delmar para mim as 2 coisas estão totalmente relacionadas.
Se tratam de quebra de contrato unilateral.
Se tratam de invasão de propriedade nacional.
Se tratam de ameaça a integridade fisica de brasileiros.
Se tratam de ameaça aos interesses estrtégicos nacionais.
Não é possível comparar a situação da Petrobras na Bolivia e Paraguai com a de Itaipu.
Delmar para mim as 2 coisas estão totalmente relacionadas.
Se tratam de quebra de contrato unilateral.
Se tratam de invasão de propriedade nacional.
Se tratam de ameaça a integridade fisica de brasileiros.
Se tratam de ameaça aos interesses estrtégicos nacionais.
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- talharim
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Outro problema com o radicalismo comunista do Paraguai caso venha a se instalar nesse país com a vitória desse padre terrorista............é que provavelmene o Paraguai se alinhe com a China.
Sendo assim teremos 2 estados satélite Chineses na região.Bolívia e Paraguai ambos com fronteira com o Brasil.
A China está comendo pelas beiradas já deu uma rasteira estratégica no Brasil no caso Bolívia.
Xeque Mate chinês.
Muito bom isso.Daqui a pouco teremos milhares de caças J-10 instalados em bases a nossa volta com divisões de mísseis balísticos.
E tem gente preocupado com os EUA.
Os EUA venderam a AS a preço de banana para a China.Acordo de cavalheiros claro.
Sendo assim teremos 2 estados satélite Chineses na região.Bolívia e Paraguai ambos com fronteira com o Brasil.
A China está comendo pelas beiradas já deu uma rasteira estratégica no Brasil no caso Bolívia.
Xeque Mate chinês.
Muito bom isso.Daqui a pouco teremos milhares de caças J-10 instalados em bases a nossa volta com divisões de mísseis balísticos.
E tem gente preocupado com os EUA.
Os EUA venderam a AS a preço de banana para a China.Acordo de cavalheiros claro.
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Só para esclarecer aos colegas de forum(e eu vou fazer o mesmo para os Paraguaios no meio do ano qdo. fizer minha visita anual a Ciudad del Este)
A dívida do paraguai com o Brasil é decorrente do fato de que o Paraguai simplesmente não tinha(como Não tem) dinheiro para construir sua parte na usina.
Só isso, sem o Brasil Itaipu simplesmente não existiria, e quase por tabela o Paraguai tb não.
A dívida do paraguai com o Brasil é decorrente do fato de que o Paraguai simplesmente não tinha(como Não tem) dinheiro para construir sua parte na usina.
Só isso, sem o Brasil Itaipu simplesmente não existiria, e quase por tabela o Paraguai tb não.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
Armam-se homens com as melhores armas.
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- talharim
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Pois é..............mas agora que perceberam que nossa fraqueza é nossa bondade..............
Somos um país bom demais,amável demais,amistoso demais,diplomático demais.................e o pior de tudo.............nos vangloriamos disso !!!
Essa será nossa ruína ?
Somos um país bom demais,amável demais,amistoso demais,diplomático demais.................e o pior de tudo.............nos vangloriamos disso !!!
Essa será nossa ruína ?
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- Glauber Prestes
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É só fazer um exercício lá perto da fronteira, com uns 30 tucanos, uns amx e F-5... não precisa nem de exército...
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Cuidado com os sintomas.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
Será.talharim escreveu:Pois é..............mas agora que perceberam que nossa fraqueza é nossa bondade..............
Somos um país bom demais,amável demais,amistoso demais,diplomático demais.................e o pior de tudo.............nos vangloriamos disso !!!
Essa será nossa ruína ?
O pior dos infernos é reservado àqueles que, em tempos de crise moral, escolheram por permanecerem neutros. Escolha o seu lado.
- delmar
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Companheiro, a dívida é com a Itaipu bi Nacional, a empresa que construiu a Usina e é a proprietária dela. Quem está pagando esta dívida são os consumidores brasileiros que usam a energia. O Brasil também não tinha dinheiro e a maior parte da obra foi feita com dinheiro emprestado, vindo do exterior.cicloneprojekt escreveu:Só para esclarecer aos colegas de forum(e eu vou fazer o mesmo para os Paraguaios no meio do ano qdo. fizer minha visita anual a Ciudad del Este)
A dívida do paraguai com o Brasil é decorrente do fato de que o Paraguai simplesmente não tinha(como Não tem) dinheiro para construir sua parte na usina.
Só isso, sem o Brasil Itaipu simplesmente não existiria, e quase por tabela o Paraguai tb não.
Também sou contra estes líderes populistas, como o bispo paraguaio, que enganam o povo com promessas mirabolantes. O Evo Morales dizia que bastava nacionalizar o gaz e todos bolivianos seriam ricos. Hoje está faltando comida na Bolivia. Aqui no Brasil também já tivemos muito deste tipo de político.
O que eu digo é que o Brasil deve planejar sua politica energética com a certeza que, num futuro próximo, não poderemos mais contar com a metade da energia produzida em Itaipu. Paulatinamente o Paraguai vai aumentar o seu consumo interno e vai acabar usando toda a parte que lhe pertence.
saudações
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
delmar escreveu:O que eu digo é que o Brasil deve planejar sua politica energética com a certeza que, num futuro próximo, não poderemos mais contar com a metade da energia produzida em Itaipu. Paulatinamente o Paraguai vai aumentar o seu consumo interno e vai acabar usando toda a parte que lhe pertence.
Isso tem que ser planejado desde agora. Usinas nucleares necessitam de tempo e principalmente dinheiro para serem construídas. Usinas termelétricas teriam um impacto ambiental assustador! Sem contar no aumento do custo da energia...
Acho que o governo deve olhar isso com uma atenção muito especial...
[<o>]
- rodrigo
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Pior não é o Paraguai querer levar, é o Brasil entregar e ainda aparecerem pessoas dizendo que foi melhor assim, que eles são pobres e nós devemos ajudá-los. Traição devia ser punida com morte.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
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