Saiu Plano de reequipamento e recuperação das Forças Armadas
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- Luís Henrique
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O pessoal insiste no Gripen.
Os americanos querem que fiquemos em suas mãos. Como o Brasil não quer o Coleirão, então eles queriam empurrar a coleirinha.
Pequena autonomia de combate e falsa autonomia operacional ja que o caça é meio americano.
O Gripen foi o vencedor do FX-1 por pressão de Washington.
O Su-35 foi o vencedor do FX-1,5 e não levou por pressão de Paris.
E o FX-2 os russos vão levar porque estamos dando um cala-boca para os franceses (subs e escoltas)
Os americanos querem que fiquemos em suas mãos. Como o Brasil não quer o Coleirão, então eles queriam empurrar a coleirinha.
Pequena autonomia de combate e falsa autonomia operacional ja que o caça é meio americano.
O Gripen foi o vencedor do FX-1 por pressão de Washington.
O Su-35 foi o vencedor do FX-1,5 e não levou por pressão de Paris.
E o FX-2 os russos vão levar porque estamos dando um cala-boca para os franceses (subs e escoltas)
Editado pela última vez por Luís Henrique em Qua Fev 06, 2008 11:58 am, em um total de 1 vez.
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
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- Luís Henrique
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Sobre T-80 e blindados, creio que os Leo1A5 virão mesmo.
Isso porque o Brasil não pretende comprar T-80 russo. O Brasil pretende reabrir o parque industrial de blindados nacionais. Assim o Brasil tentaria parcerias com Alemanha em um MBT baseado no Leo2, se a resposta for negativa o Brasil pode tentar com os franceses e com os russos. Mas isto leva tempo, e como gap os Leo1A5...
Nessa área os russos têm boas chances ja que seus MBT´s além de serem mais baratos são mais leves, o que para o Brasil, faz a diferença.
Isso porque o Brasil não pretende comprar T-80 russo. O Brasil pretende reabrir o parque industrial de blindados nacionais. Assim o Brasil tentaria parcerias com Alemanha em um MBT baseado no Leo2, se a resposta for negativa o Brasil pode tentar com os franceses e com os russos. Mas isto leva tempo, e como gap os Leo1A5...
Nessa área os russos têm boas chances ja que seus MBT´s além de serem mais baratos são mais leves, o que para o Brasil, faz a diferença.
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- Luís Henrique
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A FAB ja tem grande diversidade em sua aviação de caça.
O caminho natural seria um caça multirole.
O futuro seria a 5ª geração.
Acho improvável a operação de Su-34 por dois motivos:
1) já tratado acima.
2) o Su-34 é um caça cuja função principal é o ataque marítimo, a FAB tem pouco investimento nessa área e não parece ser a prioridade....
Creio que antes disso a MB tem o A-12 (modernizações na aviação embarcada), escoltas e submarinos e a FAB privilegiará um caça multimissão como o Su-35 que pode fazer o trabalho de ataque marítimo, não com a mesma especialidade do Su-34, mas com boa eficiência.
Ps.: O Su-35 pode levar 3 Moskit ou 5 Kh-59MK.
O caminho natural seria um caça multirole.
O futuro seria a 5ª geração.
Acho improvável a operação de Su-34 por dois motivos:
1) já tratado acima.
2) o Su-34 é um caça cuja função principal é o ataque marítimo, a FAB tem pouco investimento nessa área e não parece ser a prioridade....
Creio que antes disso a MB tem o A-12 (modernizações na aviação embarcada), escoltas e submarinos e a FAB privilegiará um caça multimissão como o Su-35 que pode fazer o trabalho de ataque marítimo, não com a mesma especialidade do Su-34, mas com boa eficiência.
Ps.: O Su-35 pode levar 3 Moskit ou 5 Kh-59MK.
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- faterra
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Luís Henrique escreveu:O pessoal insiste no Gripen.
Os americanos querem que fiquemos em suas mãos. Como o Brasil não quer o Coleirão, então eles queriam empurrar a coleirinha.
Pequena autonomia de combate e falsa autonomia operacional ja que o caça é meio americano.
O Gripen foi o vencedor do FX-1 por pressão de Washington.
O Su-35 foi o vencedor do FX-1,5 e não levou por pressão de Madri.
E o FX-2 os russos vão levar porque estamos dando um cala-boca para os franceses (subs e escoltas)
Por que Madri?
Não seria Paris?
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
- Luís Henrique
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faterra escreveu:Luís Henrique escreveu:O pessoal insiste no Gripen.
Os americanos querem que fiquemos em suas mãos. Como o Brasil não quer o Coleirão, então eles queriam empurrar a coleirinha.
Pequena autonomia de combate e falsa autonomia operacional ja que o caça é meio americano.
O Gripen foi o vencedor do FX-1 por pressão de Washington.
O Su-35 foi o vencedor do FX-1,5 e não levou por pressão de Madri.
E o FX-2 os russos vão levar porque estamos dando um cala-boca para os franceses (subs e escoltas)
Por que Madri?
Não seria Paris?
é a pressa.
Ja corrigi.
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- Túlio
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Raio de Combate:
a. 1100 km: 3 tanques com 4300 L + 4 MICA + 12 bombas de 1000 Ib
Sería interesante saber de donde salen esos datos, ya que el problema no es la cantidad de armas, ni los cabides, sino el peso del avión en esa configuración…
Repito por 5° ves los datos de Jane´s All the World Figthers…
b. 1830 km: 2 CFTs de 1150L+ 3 tanques com 5700 + 2 SCALP-EG + 2 MICA
Mis datos difieren un poco (misma fuente):
c. 1852 km: 4 tanques com 6600 L + 8 MICA
Ese dato tampoco coincide con el de arriba.
d. Traslado: 5593 km com tanques externos e 2100 km apenas com combustível interno
Veré este dato en la noche…
Estão operacionais desde 2001, leia FOX3_2
Ahí no dice que los CFT estén “operacionales”, habla de PRUEBAS…en los FOX3 se dicen muchas cosas, como que el Rafale estaba TOTALMENTE operacional el 2004…y ya sabemos que era “operacional”, o que el radar DRAAMA estaría terminado a fines del 2007 o principios del 2008, que Damocles sería su pod y luego que no, etc…
Mejor veamos este link…
http://www.flightglobal.com/articles/20 ... afale.html
Resumen:
a) El DRAAMA recién volará este año 2008, con test el 2009, evolución durante 2010 y operacional el 2011 (más promesas…???).
b) El “magnifico” OSF está obsoleto, y parece que su modernización o no va o será únicamente CCD (no IR), por culpa del DRAAMA
c) El “ultramoderno” Spectra será modernizado en su MAWS
d) No habrá CFT…
¿Qué opinará FOX3...?
Otro tema…
Yo pensé que los Leoprad 1A5 ya estaban comprados…!!!
Chile, fértil provincia y señalada, de la región antártica famosa, que no ha sido por rey jamás regida, ni sus tierras y dominios sometida!!!.
-
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Degan escreveu:Sería interesante saber de donde salen esos datos, ya que el problema no es la cantidad de armas, ni los cabides, sino el peso del avión en esa configuración…
(4300*0.8)+(454*12)*(4*100)<9500
Repito por 5° ves los datos de Jane´s All the World Figthers…
Exemplos de configuração, vou acrescentar a minha lista...
b. 1830 km: 2 CFTs de 1150L+ 3 tanques com 5700 + 2 SCALP-EG + 2 MICA
Mis datos difieren un poco (misma fuente):
Muito pouco, mas muita coisa aconteceu desde 2000...
c. 1852 km: 4 tanques com 6600 L + 8 MICA
Ese dato tampoco coincide con el de arriba.
Nunca foi meu objetivo coincidir com dados de 2000, afinal já se passaram 8 (oito) anos...
Veré este dato en la noche…
Não entendi, na verdade nem me esforcei para entender...
Ahí no dice que los CFT estén “operacionales”, habla de PRUEBAS…en los FOX3 se dicen muchas cosas, como que el Rafale estaba TOTALMENTE operacional el 2004…y ya sabemos que era “operacional”, o que el radar DRAAMA estaría terminado a fines del 2007 o principios del 2008, que Damocles sería su pod y luego que no, etc…
Pois é, na falta de
Mejor veamos este link…
http://www.flightglobal.com/articles/20 ... afale.html
Resumen:
a) El DRAAMA recién volará este año 2008, con test el 2009, evolución durante 2010 y operacional el 2011 (más promesas…???).
b) El “magnifico” OSF está obsoleto, y parece que su modernización o no va o será únicamente CCD (no IR), por culpa del DRAAMA
c) El “ultramoderno” Spectra será modernizado en su MAWS
d) No habrá CFT…
¿Qué opinará FOX3...?
Degan, já falamos sobre isso, já mostramos (eu, Roberto e outras pessoas) dados sobre o programa Rafale, para que perder mais tempo ? Releia meus posts anteriores, se você tem alguma dificuldade em compreender português, diga assim "não entendi", é simples (veja exemplo acima).
A turma do DB está reclamando de nossos posts, e falando sério, eles estão certos. Realmente é pura perda de tempo, já que você parece não aprender com os debates.
Lembre-se, sou Dry !
- Bolovo
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Luís Henrique escreveu:A FAB ja tem grande diversidade em sua aviação de caça.
O caminho natural seria um caça multirole.
O futuro seria a 5ª geração.
Acho improvável a operação de Su-34 por dois motivos:
1) já tratado acima.
2) o Su-34 é um caça cuja função principal é o ataque marítimo, a FAB tem pouco investimento nessa área e não parece ser a prioridade....
Creio que antes disso a MB tem o A-12 (modernizações na aviação embarcada), escoltas e submarinos e a FAB privilegiará um caça multimissão como o Su-35 que pode fazer o trabalho de ataque marítimo, não com a mesma especialidade do Su-34, mas com boa eficiência.
Ps.: O Su-35 pode levar 3 Moskit ou 5 Kh-59MK.
Nada ver...
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
- Luís Henrique
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Bolovo escreveu:Luís Henrique escreveu:A FAB ja tem grande diversidade em sua aviação de caça.
O caminho natural seria um caça multirole.
O futuro seria a 5ª geração.
Acho improvável a operação de Su-34 por dois motivos:
1) já tratado acima.
2) o Su-34 é um caça cuja função principal é o ataque marítimo, a FAB tem pouco investimento nessa área e não parece ser a prioridade....
Creio que antes disso a MB tem o A-12 (modernizações na aviação embarcada), escoltas e submarinos e a FAB privilegiará um caça multimissão como o Su-35 que pode fazer o trabalho de ataque marítimo, não com a mesma especialidade do Su-34, mas com boa eficiência.
Ps.: O Su-35 pode levar 3 Moskit ou 5 Kh-59MK.
Nada ver...
Poderia ao menos explicar o seu argumento para demonstrar que o que eu escrevi não tem nada a ver..??
Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
Simplesmente um GRANDE caça.
(4300*0.8)+(454*12)*(4*100)<9500
Curva peso v/s alcance…
Exemplos de configuração, vou acrescentar a minha lista...
Claro, comparte tus link para conocer su confiabilidad.
Muito pouco, mas muita coisa aconteceu desde 2000...
Pero nada con los CFT, radar, motores, OSF, etc...
Nunca foi meu objetivo coincidir com dados de 2000, afinal já se passaram 8 (oito) anos...
Pero el avión sigue casi igual....
Não entendi, na verdade nem me esforcei para entender...
Si...eso lo sé...tú eres así...
Degan, já falamos sobre isso, já mostramos (eu, Roberto e outras pessoas) dados sobre o programa Rafale, para que perder mais tempo ? Releia meus posts anteriores, se você tem alguma dificuldade em compreender português, diga assim "não entendi", é simples (veja exemplo acima).
Jajaja...no hay respuesta para el informe de agosto de 2007...
Se me quedaron 2 puntos:
a) La antena DRAAMA es tan plug and play...que tendrían que sacar el OSF
b) Los flaquinhos M88-2E4 seguirán así por siempre...
A turma do DB está reclamando de nossos posts, e falando sério, eles estão certos. Realmente é pura perda de tempo, já que você parece não aprender com os debates.
Al menos contigo no hay debate...
Lembre-se, sou Dry !
Si, sobretodo en la “caput testus”.
Chile, fértil provincia y señalada, de la región antártica famosa, que no ha sido por rey jamás regida, ni sus tierras y dominios sometida!!!.
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Do Globo:
Prontidão Industrial
PAULO DELGADO
Nenhuma virtude é natural. Adquirida e praticada não é certo que traga recompensa. Especialmente nas relações políticas e econômicas entre nações. Tudo hoje é partilhado, fluido, interdependente e ameaçado pela ousadia da criminalidade. Um novo poder sem rosto — cão que não ladra à noite — testando a vitalidade e o marasmo da sociedade.
A tradição constitucional pacifista que praticamos não assegura por si só êxito estratégico ao país como nação. Nem a baixa animosidade de nosso povo é mais companheira do cotidiano das cidades. Os últimos 20 anos são de preocupante estagnação e desmodernização de nossa indústria de defesa. As fronteiras extensas, o crime sem castigo, a riqueza de papel, os rearranjos mundiais apontam para a reinvenção das fontes de poder e dos objetivos nacionais.
É bom lembrar que a consolidação pacífica de nossas fronteiras correspondeu ao período de reconhecida projeção do poder naval brasileiro. A ajustada política de defesa respalda a altivez da nota diplomática. É também a alta tecnologia dos seus equipamentos de defesa e segurança que sustenta a neutralidade política da Suíça.
A violência é hoje a mais flagrante manifestação de poder em competição com o Estado democrático. Tem variados níveis de hostilidade, comando e aplicação. Organização social ilegal que desorganiza a rotina diária do cidadão comum, ferindo seus direitos mais elementares. Ela funciona como um sistema: é provedora de empregos; expulsa ou corrompe os representantes locais do poder público; implanta na sociedade verdadeira cultura da extorsão, corrupção, onde descumprir a lei produz mais benefícios do que respeitá-la.
A exploração e proteção de nossos recursos mobilizam bilhões de dólares, de uma plataforma de petróleo, hidrelétrica, reatores nucleares — protegidos somente por apólices de seguro. A Amazônia, escudo verde, cobiçado e ameaçado. Na costa, o cofre desprotegido do mar territorial. Em geopolítica os escudos viram alvos e as ameaças territoriais transformam-se em ameaças econômicas.
Segurança é o dever do Estado de criar condições para que o indivíduo possa viver em comunidade. É um estado de liberdade, paz; a tranqüilidade que dela resulta é a situação em que não há nada a temer. Defesa é meio e método de proteção; capacidade de resistir a ataque; equipamento, estrutura; complexo industrial que autoriza e supervisiona a produção e aquisição de armamentos e demais recursos militares afins. Sofisticação e inteligência a serviço da dissuasão.
A evolução das tecnologias, de origem ou natureza militar, terrestre, naval, aérea e espacial, combinada com as limitações econômicas, criou o ambiente de cooperação que torna governos estrangeiros e iniciativa privada parceiros, em profundidade e extensão, dos programas de segurança e defesa, sob controle e supervisão do Estado.
A política industrial de defesa é essencial para que a política de defesa se distinga de uma mera política de segurança interna. Também, para que retome a boa vocação militar brasileira de combinar mobilização industrial, inovação tecnológica, ensino e pesquisa.
Uma indústria de defesa é parte de uma boa política econômica ciente do valor estratégico das estruturas de longo prazo. Seu funcionamento agrega substância à política externa. Amplia a integração continental via participação na competição regional por manutenção, modernização e reequipamento das Forças Armadas e policiais dos nossos vizinhos ou outros continentes. Contribui para consolidar nossa confiança recíproca, convergindo para uma maior compatibilização de equipamentos: armas conhecidas e partilhadas suplantam compreensão hostil de sua aquisição.
Caminhos de co-produção que fomentem o intercâmbio comercial e a cooperação de inspiração e critérios multilaterais. A política de segurança e defesa não como corolário de projeção de força, mas do desenvolvimento econômico mais geral da sociedade.
PAULO DELGADO é sociólogo e foi deputado federal pelo PT-MG. E-mail: Pauloggdelgado@terra.com.br.
Prontidão Industrial
PAULO DELGADO
Nenhuma virtude é natural. Adquirida e praticada não é certo que traga recompensa. Especialmente nas relações políticas e econômicas entre nações. Tudo hoje é partilhado, fluido, interdependente e ameaçado pela ousadia da criminalidade. Um novo poder sem rosto — cão que não ladra à noite — testando a vitalidade e o marasmo da sociedade.
A tradição constitucional pacifista que praticamos não assegura por si só êxito estratégico ao país como nação. Nem a baixa animosidade de nosso povo é mais companheira do cotidiano das cidades. Os últimos 20 anos são de preocupante estagnação e desmodernização de nossa indústria de defesa. As fronteiras extensas, o crime sem castigo, a riqueza de papel, os rearranjos mundiais apontam para a reinvenção das fontes de poder e dos objetivos nacionais.
É bom lembrar que a consolidação pacífica de nossas fronteiras correspondeu ao período de reconhecida projeção do poder naval brasileiro. A ajustada política de defesa respalda a altivez da nota diplomática. É também a alta tecnologia dos seus equipamentos de defesa e segurança que sustenta a neutralidade política da Suíça.
A violência é hoje a mais flagrante manifestação de poder em competição com o Estado democrático. Tem variados níveis de hostilidade, comando e aplicação. Organização social ilegal que desorganiza a rotina diária do cidadão comum, ferindo seus direitos mais elementares. Ela funciona como um sistema: é provedora de empregos; expulsa ou corrompe os representantes locais do poder público; implanta na sociedade verdadeira cultura da extorsão, corrupção, onde descumprir a lei produz mais benefícios do que respeitá-la.
A exploração e proteção de nossos recursos mobilizam bilhões de dólares, de uma plataforma de petróleo, hidrelétrica, reatores nucleares — protegidos somente por apólices de seguro. A Amazônia, escudo verde, cobiçado e ameaçado. Na costa, o cofre desprotegido do mar territorial. Em geopolítica os escudos viram alvos e as ameaças territoriais transformam-se em ameaças econômicas.
Segurança é o dever do Estado de criar condições para que o indivíduo possa viver em comunidade. É um estado de liberdade, paz; a tranqüilidade que dela resulta é a situação em que não há nada a temer. Defesa é meio e método de proteção; capacidade de resistir a ataque; equipamento, estrutura; complexo industrial que autoriza e supervisiona a produção e aquisição de armamentos e demais recursos militares afins. Sofisticação e inteligência a serviço da dissuasão.
A evolução das tecnologias, de origem ou natureza militar, terrestre, naval, aérea e espacial, combinada com as limitações econômicas, criou o ambiente de cooperação que torna governos estrangeiros e iniciativa privada parceiros, em profundidade e extensão, dos programas de segurança e defesa, sob controle e supervisão do Estado.
A política industrial de defesa é essencial para que a política de defesa se distinga de uma mera política de segurança interna. Também, para que retome a boa vocação militar brasileira de combinar mobilização industrial, inovação tecnológica, ensino e pesquisa.
Uma indústria de defesa é parte de uma boa política econômica ciente do valor estratégico das estruturas de longo prazo. Seu funcionamento agrega substância à política externa. Amplia a integração continental via participação na competição regional por manutenção, modernização e reequipamento das Forças Armadas e policiais dos nossos vizinhos ou outros continentes. Contribui para consolidar nossa confiança recíproca, convergindo para uma maior compatibilização de equipamentos: armas conhecidas e partilhadas suplantam compreensão hostil de sua aquisição.
Caminhos de co-produção que fomentem o intercâmbio comercial e a cooperação de inspiração e critérios multilaterais. A política de segurança e defesa não como corolário de projeção de força, mas do desenvolvimento econômico mais geral da sociedade.
PAULO DELGADO é sociólogo e foi deputado federal pelo PT-MG. E-mail: Pauloggdelgado@terra.com.br.