EUA x Irã
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- Edu Lopes
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EUA oferecem relações normais se Irã cancelar programa nuclear
Proposta vem um dia após o Conselho de Segurança apresentar novo pacote de sanções contra Teerã
DAVOS, Suíça - Em discurso na tarde desta quarta-feira, 23, durante o Fórum Econômico Mundial, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ofereceu relações "normalizadas" e um volume maior de comércio com o Irã caso Teerã abandone os pontos mais sensíveis de seu programa nuclear.
A proposta vem um dia após os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança terem chegado a um acordo para a apresentação de um novo pacote de sanções contra a República Islâmica, e foi anunciada no discurso de Rice durante o evento em Davos, na Suíça.
A secretária de Estado disse ainda acreditar numa solução diplomática para o impasse nuclear com o Irã. Ela afirma, no entanto, que a comunidade internacional não deve permitir que Teerã desenvolva a tecnologia para a construção de uma bomba nuclear.
Os Estados Unidos e seus aliados na Europa Ocidental temem que o programa de enriquecimento de urânio iraniano dê à República Islâmica subsídios para a construção de armamentos. Teerã, entretanto, reivindica o direito de desenvolver o combustível para a produção de energia.
No fim do ano passado, agências de inteligência dos EUA afirmaram em um relatório que o Irã havia congelado seu programa para a construção de uma bomba em 2003. A revelação enfraqueceu a posição americana, que é contestada dentro do Conselho de Segurança pela China e Rússia. Para o presidente George W. Bush, no entanto, o relatório é mais uma evidência de que Teerã tinha planos de construir a bomba. Bush argumenta que a comunidade internacional deve permanecer dura porque o programa pode ser reiniciado a qualquer momento.
Fonte: http://www.estadao.com.br/internacional ... 3948,0.htm
Proposta vem um dia após o Conselho de Segurança apresentar novo pacote de sanções contra Teerã
DAVOS, Suíça - Em discurso na tarde desta quarta-feira, 23, durante o Fórum Econômico Mundial, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ofereceu relações "normalizadas" e um volume maior de comércio com o Irã caso Teerã abandone os pontos mais sensíveis de seu programa nuclear.
A proposta vem um dia após os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança terem chegado a um acordo para a apresentação de um novo pacote de sanções contra a República Islâmica, e foi anunciada no discurso de Rice durante o evento em Davos, na Suíça.
A secretária de Estado disse ainda acreditar numa solução diplomática para o impasse nuclear com o Irã. Ela afirma, no entanto, que a comunidade internacional não deve permitir que Teerã desenvolva a tecnologia para a construção de uma bomba nuclear.
Os Estados Unidos e seus aliados na Europa Ocidental temem que o programa de enriquecimento de urânio iraniano dê à República Islâmica subsídios para a construção de armamentos. Teerã, entretanto, reivindica o direito de desenvolver o combustível para a produção de energia.
No fim do ano passado, agências de inteligência dos EUA afirmaram em um relatório que o Irã havia congelado seu programa para a construção de uma bomba em 2003. A revelação enfraqueceu a posição americana, que é contestada dentro do Conselho de Segurança pela China e Rússia. Para o presidente George W. Bush, no entanto, o relatório é mais uma evidência de que Teerã tinha planos de construir a bomba. Bush argumenta que a comunidade internacional deve permanecer dura porque o programa pode ser reiniciado a qualquer momento.
Fonte: http://www.estadao.com.br/internacional ... 3948,0.htm
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Irã testa foguete e pretende lançar satélite, diz canal de TV
TEERÃ (Reuters) - O Irã lançou na segunda-feira um foguete projetado para enviar ao espaço, no próximo ano, seu primeiro satélite de fabricação nacional, afirmou um canal público de TV do país.
A manobra deve alimentar ainda mais as preocupações de potências ocidentais com os planos nucleares do governo iraniano.
A tecnologia usada para colocar satélites em órbita também pode servir para o lançamento de armas, disseram analistas.
Potências ocidentais temem que o Irã esteja tentando dominar a tecnologia nuclear a fim de construir bombas. O país insiste que seu projeto visa apenas à geração de eletricidade.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez a contagem regressiva para o lançamento do foguete enquanto autoridades reunidas na sala de controle gritavam "Deus é o maior", afirmou o canal de TV.
"As implicações (do teste) são muito interessantes. Se eles conseguirem colocar um satélite em órbita, os israelenses dirão que não há motivos para duvidar da capacidade do Irã de montar um sistema de armas do tipo ou de lançar um míssil balístico de longo alcance", afirmou o analista Paul Beaver, de Londres.
Imagens de TV mostraram o foguete ganhando altitude desde uma plataforma de lançamento instalada em uma área de deserto. Um pára-quedas parece ter saído do foguete pouco depois. Não foram divulgados muitos detalhes a respeito do teste.
Segundo meios de comunicação oficiais, o satélite, chamado Omid (esperança), seria lançado em março de 2009.
"Precisamos ter uma presença ativa e influente no espaço", disse Ahmadinejad na cerimônia. "A construção e o lançamento de um satélite representam uma conquista muito importante".
Especialistas do Ocidente afirmam que o Irã quase nunca divulga detalhes suficientes para que possam avaliar com mais precisão os avanços tecnológicos do país.
Mas Beaver disse que o Irã realizava progressos.
"Acho que esse é mais um indício de que a tecnologia iraniana avança muito rapidamente", afirmou à Reuters.
Autoridades norte-americanas acusaram o Irã de pretender equipar seus mísseis com ogivas nucleares. O país, quarto maior produtor de petróleo do mundo, diz que seu programa nuclear visa apenas à geração de eletricidade de modo a direcionar uma maior quantidade de petróleo e gás para a exportação.
Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 464554.asp
TEERÃ (Reuters) - O Irã lançou na segunda-feira um foguete projetado para enviar ao espaço, no próximo ano, seu primeiro satélite de fabricação nacional, afirmou um canal público de TV do país.
A manobra deve alimentar ainda mais as preocupações de potências ocidentais com os planos nucleares do governo iraniano.
A tecnologia usada para colocar satélites em órbita também pode servir para o lançamento de armas, disseram analistas.
Potências ocidentais temem que o Irã esteja tentando dominar a tecnologia nuclear a fim de construir bombas. O país insiste que seu projeto visa apenas à geração de eletricidade.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez a contagem regressiva para o lançamento do foguete enquanto autoridades reunidas na sala de controle gritavam "Deus é o maior", afirmou o canal de TV.
"As implicações (do teste) são muito interessantes. Se eles conseguirem colocar um satélite em órbita, os israelenses dirão que não há motivos para duvidar da capacidade do Irã de montar um sistema de armas do tipo ou de lançar um míssil balístico de longo alcance", afirmou o analista Paul Beaver, de Londres.
Imagens de TV mostraram o foguete ganhando altitude desde uma plataforma de lançamento instalada em uma área de deserto. Um pára-quedas parece ter saído do foguete pouco depois. Não foram divulgados muitos detalhes a respeito do teste.
Segundo meios de comunicação oficiais, o satélite, chamado Omid (esperança), seria lançado em março de 2009.
"Precisamos ter uma presença ativa e influente no espaço", disse Ahmadinejad na cerimônia. "A construção e o lançamento de um satélite representam uma conquista muito importante".
Especialistas do Ocidente afirmam que o Irã quase nunca divulga detalhes suficientes para que possam avaliar com mais precisão os avanços tecnológicos do país.
Mas Beaver disse que o Irã realizava progressos.
"Acho que esse é mais um indício de que a tecnologia iraniana avança muito rapidamente", afirmou à Reuters.
Autoridades norte-americanas acusaram o Irã de pretender equipar seus mísseis com ogivas nucleares. O país, quarto maior produtor de petróleo do mundo, diz que seu programa nuclear visa apenas à geração de eletricidade de modo a direcionar uma maior quantidade de petróleo e gás para a exportação.
Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/ ... 464554.asp
- Clermont
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Re: EUA x Irã
OPERAÇÃO CASSANDRA.
William Lind – 25 de março de 2008.
A saída (forçada?) do almirante Fallon foi o último aviso de que, provavelmente, teremos um ataque ao Irã. Isso não quer dizer que um ataque é certo, mas os Estados Unidos não poderiam atacar o Irã enquanto ele fosse o comandante do CENTCOM. Este obstáculo, agora, se foi.
A turnê do vice-presidente Cheney ao Oriente Médio é outro indicador. De acordo com um relato no The American Conservative, em sua viagem anterior, Cheney contou aos nossos aliados, incluindo os sauditas, que Bush iria atacar o Irã antes do fim de seu mandato. Se esse relato estava correto, então sua atual viagem pode ter o propósito de lhes dizer quando estará vindo.
Por quê não fazer isso através do Departamento de Estado? Ele pode não estar na trama, nem todo o Departamento de Defesa, quanto a esta matéria. O Departamento de Estado, o Escritório do Secretário da Defesa (OSD), as agências de inteligência, o Exército e o Corpo de Fuzileiros Navais, todos estão se opondo a guerra com o Irã. Das Forças Armadas, somente a USAF, reportadamente está à favor, buscando uma oportunidade para mostrar o que o poder aéreo pode fazer. Como sempre, ela negligencia informar os tomadores de decisão do que ele não pode fazer.
O propósito desta coluna não é prevenir de um assalto iminente sobre o Irã, embora, pessoalmente, eu pense que ele está chegando, e rápido. Antes, é prevenir da possível conseqüência de um tal ataque. Deixem-me salientar aqui, novamente, tão claramente quanto eu possa: um ataque americano contra o Irã pode nos custar o exército inteiro que temos, agora, no Iraque.
Montes de pessoas em Washington estão ponderando sobre as possíveis conseqüências de um assalto aéreo e de mísseis sobre o Irã, mas poucos, se algum, pensam sobre essa, em particular. A infindável propaganda dos militares americanos “nós somos os maiores”, tem convencido a maioria das pessoas de que as forças armadas dos Estados Unidos não podem ser batidas em campanha. Elas são as últimas numa longa fila de exércitos que não podiam ser batidos, até que foram.
Aqui, aproximadamente, como isso poderia se desenvolver. Em resposta a ataques aéreos e de mísseis americanos, no interior do Irã, este se movimentaria para cortar as linhas de suprimento vindas do sul através do Golfo Pérsico (alguém no Pentágono poderá adivinhar por quê ele é chamado assim?) e do Kuwait das quais a maioria das unidades do Exército dos Estados Unidos depende (os Fuzileiros Navais pegam a maioria das suas coisas através da Jordânia). Isso seria feito atingindo a navegação no Golfo, minando pontos-chave de estrangulamento, e destruindo instalações portuárias das quais dependemos, a maioria através de sabotagem. Ele também atingiria as instalações de produção e exportação de petróleo na região do Golfo, como uma isca: nós focamos a maioria de nossas medidas na proteção do petróleo, não em guardar as linhas de suprimento de nosso exército.
Simultaneamente, o Irã ativaria as milícias xiitas para cortar as estradas que levam do Kuwait para Bagdá. Ambos o Exército do Mahdi e as Brigadas Badr – as últimas, agora, supostamente nossas aliadas – entrariam na guerra contra nós com força total. O Aiatolá Sistani, um iraniano, convocaria todos os xiitas iraquianos para enfrentar os americanos, onde quer que os encontrem. Ao invés de lutar contra os 20 % sunitas da população iraquiana, nos encontraríamos batalhando contra os 60 % que são xiitas. Pior, a logística dos xiitas jaz, diretamente, através daquelas linhas logísticas que vêm do Kuwait.
As forças do Exército americano no Iraque, começariam a ficar sem suprimentos, especialmente combustível, do qual elas consomem uma vasta quantidade. Uma vez que elas estejam, largamente imobilizadas por falta de combustível, e a região esteja com algum tempo ruim que mantenha nossas aeronaves no chão ou, pelo menos, cegas, o Irã enviaria duas a quatro divisões mecanizadas e blindadas do exército regular através da fronteira. O objetivo delas seriam os bolsões de forças americanas, dentro e em volta de Bagdá.
A força militar americana no Iraque está toda espalhada em pequenos pacotes, enfrentando insurgentes. Nós não temos mais nenhum exército de campanha lá. Não poderíamos nos reconcentrar porque estaríamos sem combustível e as guerrilhas xiitas no controle das estradas. Aquelas unidades que não fossem avassaladas pelos blindados iranianos ou pelas milícias xiitas, terminariam no kessel de Bagdá. O general Petraeus chamaria o Presidente Bush e repetiria as famosas palavras do marechal MacMahon em Sedan: “Nous sorrune dans une pot de chambre, nous y serron emerdee.” Bush acha que ouviu Petraeus mandando vir o jantar – para Bush, ele terá.
Os Fuzileiros Navais americanos no Iraque que, em sua maioria, estão na província de Anbar, seriam a única força que nos restaria. Suas linhas de comunicação e de retirada através da Jordânia estariam intactas. Os sunitas locais iriam querer se juntar a eles para combaterem os odiados persas. O que eles fariam nesta altura? Boa questão.
O quão provável é isto tudo? Não posso responder isso. Infelizmente, as pessoas em Washington que deviam ser capazes de responder isso não estão perguntando. Elas precisam começar a fazer isso, agora.
É imperativo que nós tenhamos um plano aperfeiçoado para lidar com esta contingência. Este plano precisa não ser dependente sobre o poder aéreo para resgatar nosso exécito. O poder aéreo sempre promete mais do que pode fornecer.
Como eu já preveni anteriormente, toda unidade terrestre americana no Iraque precisa de seu próprio plano para sair do país, utilizando apenas seus próprios recursos e qualquer coisa que possam arrumar localmente. A retirada rumo ao norte, através do Curdistão para a Turquia, irá ser a única alternativa aberta para a maioria das unidades do Exército americano, outra que não terminar em um campo de prisioneiros-de-guerra iraniano.
Mesmo se a probabilidade do cenário acima é baixa, nós ainda devemos considerá-la com a mais profunda seriedade, pois as conseqüências irão ser tão vastas. Se os Estados Unidos perderem o exército que mantém no Iraque, nós nunca mais iremos nos recobrar da derrota. Isto seria outra Adrianópolis, outra Manzikert, outra Rocroi. Dados os muitos modos pelos quais nós, agora, nos assemelhamos com a Espanha imperial, a última analogia pode ser a mais reveladora.
Eu já falei tudo isso antes, em prévias colunas e em outros lugares. Se isso soa como Cassandra neste ponto, lembrem-se que os eventos terminavam comprovando que ela estava certa.
William Lind – 25 de março de 2008.
A saída (forçada?) do almirante Fallon foi o último aviso de que, provavelmente, teremos um ataque ao Irã. Isso não quer dizer que um ataque é certo, mas os Estados Unidos não poderiam atacar o Irã enquanto ele fosse o comandante do CENTCOM. Este obstáculo, agora, se foi.
A turnê do vice-presidente Cheney ao Oriente Médio é outro indicador. De acordo com um relato no The American Conservative, em sua viagem anterior, Cheney contou aos nossos aliados, incluindo os sauditas, que Bush iria atacar o Irã antes do fim de seu mandato. Se esse relato estava correto, então sua atual viagem pode ter o propósito de lhes dizer quando estará vindo.
Por quê não fazer isso através do Departamento de Estado? Ele pode não estar na trama, nem todo o Departamento de Defesa, quanto a esta matéria. O Departamento de Estado, o Escritório do Secretário da Defesa (OSD), as agências de inteligência, o Exército e o Corpo de Fuzileiros Navais, todos estão se opondo a guerra com o Irã. Das Forças Armadas, somente a USAF, reportadamente está à favor, buscando uma oportunidade para mostrar o que o poder aéreo pode fazer. Como sempre, ela negligencia informar os tomadores de decisão do que ele não pode fazer.
O propósito desta coluna não é prevenir de um assalto iminente sobre o Irã, embora, pessoalmente, eu pense que ele está chegando, e rápido. Antes, é prevenir da possível conseqüência de um tal ataque. Deixem-me salientar aqui, novamente, tão claramente quanto eu possa: um ataque americano contra o Irã pode nos custar o exército inteiro que temos, agora, no Iraque.
Montes de pessoas em Washington estão ponderando sobre as possíveis conseqüências de um assalto aéreo e de mísseis sobre o Irã, mas poucos, se algum, pensam sobre essa, em particular. A infindável propaganda dos militares americanos “nós somos os maiores”, tem convencido a maioria das pessoas de que as forças armadas dos Estados Unidos não podem ser batidas em campanha. Elas são as últimas numa longa fila de exércitos que não podiam ser batidos, até que foram.
Aqui, aproximadamente, como isso poderia se desenvolver. Em resposta a ataques aéreos e de mísseis americanos, no interior do Irã, este se movimentaria para cortar as linhas de suprimento vindas do sul através do Golfo Pérsico (alguém no Pentágono poderá adivinhar por quê ele é chamado assim?) e do Kuwait das quais a maioria das unidades do Exército dos Estados Unidos depende (os Fuzileiros Navais pegam a maioria das suas coisas através da Jordânia). Isso seria feito atingindo a navegação no Golfo, minando pontos-chave de estrangulamento, e destruindo instalações portuárias das quais dependemos, a maioria através de sabotagem. Ele também atingiria as instalações de produção e exportação de petróleo na região do Golfo, como uma isca: nós focamos a maioria de nossas medidas na proteção do petróleo, não em guardar as linhas de suprimento de nosso exército.
Simultaneamente, o Irã ativaria as milícias xiitas para cortar as estradas que levam do Kuwait para Bagdá. Ambos o Exército do Mahdi e as Brigadas Badr – as últimas, agora, supostamente nossas aliadas – entrariam na guerra contra nós com força total. O Aiatolá Sistani, um iraniano, convocaria todos os xiitas iraquianos para enfrentar os americanos, onde quer que os encontrem. Ao invés de lutar contra os 20 % sunitas da população iraquiana, nos encontraríamos batalhando contra os 60 % que são xiitas. Pior, a logística dos xiitas jaz, diretamente, através daquelas linhas logísticas que vêm do Kuwait.
As forças do Exército americano no Iraque, começariam a ficar sem suprimentos, especialmente combustível, do qual elas consomem uma vasta quantidade. Uma vez que elas estejam, largamente imobilizadas por falta de combustível, e a região esteja com algum tempo ruim que mantenha nossas aeronaves no chão ou, pelo menos, cegas, o Irã enviaria duas a quatro divisões mecanizadas e blindadas do exército regular através da fronteira. O objetivo delas seriam os bolsões de forças americanas, dentro e em volta de Bagdá.
A força militar americana no Iraque está toda espalhada em pequenos pacotes, enfrentando insurgentes. Nós não temos mais nenhum exército de campanha lá. Não poderíamos nos reconcentrar porque estaríamos sem combustível e as guerrilhas xiitas no controle das estradas. Aquelas unidades que não fossem avassaladas pelos blindados iranianos ou pelas milícias xiitas, terminariam no kessel de Bagdá. O general Petraeus chamaria o Presidente Bush e repetiria as famosas palavras do marechal MacMahon em Sedan: “Nous sorrune dans une pot de chambre, nous y serron emerdee.” Bush acha que ouviu Petraeus mandando vir o jantar – para Bush, ele terá.
Os Fuzileiros Navais americanos no Iraque que, em sua maioria, estão na província de Anbar, seriam a única força que nos restaria. Suas linhas de comunicação e de retirada através da Jordânia estariam intactas. Os sunitas locais iriam querer se juntar a eles para combaterem os odiados persas. O que eles fariam nesta altura? Boa questão.
O quão provável é isto tudo? Não posso responder isso. Infelizmente, as pessoas em Washington que deviam ser capazes de responder isso não estão perguntando. Elas precisam começar a fazer isso, agora.
É imperativo que nós tenhamos um plano aperfeiçoado para lidar com esta contingência. Este plano precisa não ser dependente sobre o poder aéreo para resgatar nosso exécito. O poder aéreo sempre promete mais do que pode fornecer.
Como eu já preveni anteriormente, toda unidade terrestre americana no Iraque precisa de seu próprio plano para sair do país, utilizando apenas seus próprios recursos e qualquer coisa que possam arrumar localmente. A retirada rumo ao norte, através do Curdistão para a Turquia, irá ser a única alternativa aberta para a maioria das unidades do Exército americano, outra que não terminar em um campo de prisioneiros-de-guerra iraniano.
Mesmo se a probabilidade do cenário acima é baixa, nós ainda devemos considerá-la com a mais profunda seriedade, pois as conseqüências irão ser tão vastas. Se os Estados Unidos perderem o exército que mantém no Iraque, nós nunca mais iremos nos recobrar da derrota. Isto seria outra Adrianópolis, outra Manzikert, outra Rocroi. Dados os muitos modos pelos quais nós, agora, nos assemelhamos com a Espanha imperial, a última analogia pode ser a mais reveladora.
Eu já falei tudo isso antes, em prévias colunas e em outros lugares. Se isso soa como Cassandra neste ponto, lembrem-se que os eventos terminavam comprovando que ela estava certa.
- Morcego
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Re: EUA x Irã
Aterrorizante demais,
Toda via, um ataque contra o IRA, seria precedido de envio de mais tropas bem como reserva estratégica em solo IRAQUIANO.
Penso que os AMERICANOS não VÃO ATACAR O IRÃ, mas vão dar todo apoio para que ISRAEL faça o serviço.
obs: CONVERSEI COM 2 ISRAELENSES ANO PASSADO, e um outro amigo meu conversou com um outro ISRAELENSE (não me recordo quando) e de comum no comentario dos 3 (todos trabalhavam em areas diferentes) a unica coisa que eu e meu amigo extraimos foi: ""NOS SABEMOS QUE NÃO VAI TER JEITO, VAMOS TER QUE IR PRA CIMA DO IRA, PODE DEMORAR, OU PODE SER AMANHÃ, MAS TODO ISRAELITA JÁ SABE QUE VAMOS ACABAR POR TER QUE IR LA""
Toda via, um ataque contra o IRA, seria precedido de envio de mais tropas bem como reserva estratégica em solo IRAQUIANO.
Penso que os AMERICANOS não VÃO ATACAR O IRÃ, mas vão dar todo apoio para que ISRAEL faça o serviço.
obs: CONVERSEI COM 2 ISRAELENSES ANO PASSADO, e um outro amigo meu conversou com um outro ISRAELENSE (não me recordo quando) e de comum no comentario dos 3 (todos trabalhavam em areas diferentes) a unica coisa que eu e meu amigo extraimos foi: ""NOS SABEMOS QUE NÃO VAI TER JEITO, VAMOS TER QUE IR PRA CIMA DO IRA, PODE DEMORAR, OU PODE SER AMANHÃ, MAS TODO ISRAELITA JÁ SABE QUE VAMOS ACABAR POR TER QUE IR LA""
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Re: EUA x Irã
cara, o mundo está entrando em mais uma epoca de guerra:
ira, kosovo, venezuela e guiana(essa eu tenho certeza, o chapolin so ta esperantoos pilotos saber rem usar dereito o su-30)china e eua(esses sao guerra fria)...
ira, kosovo, venezuela e guiana(essa eu tenho certeza, o chapolin so ta esperantoos pilotos saber rem usar dereito o su-30)china e eua(esses sao guerra fria)...
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Re: EUA x Irã
Os Americanos pura e simplesmente não têm condições militares para desencadear qq operação militar contra o Irão PORQUE sofreriam as consequencias ...no Iraque.
As FAs americanas estão á beira do colapso, metam isto na cabeça.
Não sou eu que o digo, são vários estudos e publicações conceituados, muitos deles conservadores.
As tropas no terreno estão exaustas, forçadas a tempos de permanencia cada vez mais extensos devido á falta de rendições.
A única parte do Iraque que os americanos controlam verdadeiramente (e mesmo assim não a 100% ) é a "Zona Verde" de Bagdad.
É claro que podem lançar ataques aéreos e Tomahawks contra o Irão. E depois? Acham que os Iranianos vão ficar de braços cruzados a olhar, sem reagir????
Os americanos ñao podem pensar em sequer pôr um pé no Irão, seria um novo Iraque e eles já mal podem aguentar um.
Sofreriam todo o tipo de represálias e ataques dentro do próprio Iraque.
É claro que os lunáticos como Cheney e outros criminosos de guerra continuam a viver num mundo á parte, não se importam de trazer mais desgraça ao seu próprio povo, dado o seu fanatismo fundamentalista.
Entre Cheney e os Ayatollahs, venha o diabo e escolha.
As FAs americanas estão á beira do colapso, metam isto na cabeça.
Não sou eu que o digo, são vários estudos e publicações conceituados, muitos deles conservadores.
As tropas no terreno estão exaustas, forçadas a tempos de permanencia cada vez mais extensos devido á falta de rendições.
A única parte do Iraque que os americanos controlam verdadeiramente (e mesmo assim não a 100% ) é a "Zona Verde" de Bagdad.
É claro que podem lançar ataques aéreos e Tomahawks contra o Irão. E depois? Acham que os Iranianos vão ficar de braços cruzados a olhar, sem reagir????
Os americanos ñao podem pensar em sequer pôr um pé no Irão, seria um novo Iraque e eles já mal podem aguentar um.
Sofreriam todo o tipo de represálias e ataques dentro do próprio Iraque.
É claro que os lunáticos como Cheney e outros criminosos de guerra continuam a viver num mundo á parte, não se importam de trazer mais desgraça ao seu próprio povo, dado o seu fanatismo fundamentalista.
Entre Cheney e os Ayatollahs, venha o diabo e escolha.
Triste sina ter nascido português
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Re: EUA x Irã
Hillary diz que EUA poderiam "destruir totalmente" o Irã
terça-feira, 22 de abril de 2008 12:04 BRT
WASHINGTON (Reuters) - A pré-candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, advertiu os iranianos nesta terça-feira de que, se vencer a eleição, o governo dela poderia "destruir totalmente" o Irã em retaliação a um eventual ataque nuclear contra Israel.
No dia da decisiva prévia na Pensilvânia, mais uma etapa da corrida na qual Hillary disputa com Barack Obama a vaga da legenda no pleito presidencial, a senadora pelo Estado de Nova York afirmou querer deixar claro ao governo iraniano que ela estava preparada para, como presidente, fazer uma ameaça do tipo na esperança de que isso impeça qualquer ataque nuclear do Irã contra o Estado judaico.
"Quero que os iranianos saibam que, se eu for eleita presidente, nós atacaremos o Irã (no caso de este atacar Israel)", afirmou Hillary em uma entrevista ao programa "Good Morning America", da ABC.
"Nós próximos dez anos, durante os quais seria tolo da parte deles considerar a possibilidade de atacar Israel, nós seríamos capazes de destruí-los totalmente", disse.
"Isso é algo terrível de se dizer, mas as pessoas que comandam o Irã, ao ouvirem isso, talvez desistam de fazer algo impensado, tolo e trágico", afirmou a pré-candidata.
Esses comentários parecem mais duros do que os feitos por Hillary uma semana atrás, quando, durante um debate presidencial, prometeu "uma retaliação de grande escala" contra o Irã no caso de um ataque a Israel.
Obama, que na terça-feira enfrenta Hillary nas prévias democratas da Pensilvânia, criticou as declarações da adversária. A votação na Pensilvânia pode ajudar a decidir qual dos democratas enfrentará o republicano John McCain nas eleições presidenciais de novembro.
"Entre as coisas que vi nos últimos anos, consta um monte de declarações usando palavras como 'destruir"', afirmou Obama, senador pelo Estado do Illinois, em uma outra entrevista concedida ao mesmo canal ABC.
"Isso, na verdade, não dá bons resultados. De forma que não estou interessado em ficar brandindo minhas armas."
terça-feira, 22 de abril de 2008 12:04 BRT
WASHINGTON (Reuters) - A pré-candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, advertiu os iranianos nesta terça-feira de que, se vencer a eleição, o governo dela poderia "destruir totalmente" o Irã em retaliação a um eventual ataque nuclear contra Israel.
No dia da decisiva prévia na Pensilvânia, mais uma etapa da corrida na qual Hillary disputa com Barack Obama a vaga da legenda no pleito presidencial, a senadora pelo Estado de Nova York afirmou querer deixar claro ao governo iraniano que ela estava preparada para, como presidente, fazer uma ameaça do tipo na esperança de que isso impeça qualquer ataque nuclear do Irã contra o Estado judaico.
"Quero que os iranianos saibam que, se eu for eleita presidente, nós atacaremos o Irã (no caso de este atacar Israel)", afirmou Hillary em uma entrevista ao programa "Good Morning America", da ABC.
"Nós próximos dez anos, durante os quais seria tolo da parte deles considerar a possibilidade de atacar Israel, nós seríamos capazes de destruí-los totalmente", disse.
"Isso é algo terrível de se dizer, mas as pessoas que comandam o Irã, ao ouvirem isso, talvez desistam de fazer algo impensado, tolo e trágico", afirmou a pré-candidata.
Esses comentários parecem mais duros do que os feitos por Hillary uma semana atrás, quando, durante um debate presidencial, prometeu "uma retaliação de grande escala" contra o Irã no caso de um ataque a Israel.
Obama, que na terça-feira enfrenta Hillary nas prévias democratas da Pensilvânia, criticou as declarações da adversária. A votação na Pensilvânia pode ajudar a decidir qual dos democratas enfrentará o republicano John McCain nas eleições presidenciais de novembro.
"Entre as coisas que vi nos últimos anos, consta um monte de declarações usando palavras como 'destruir"', afirmou Obama, senador pelo Estado do Illinois, em uma outra entrevista concedida ao mesmo canal ABC.
"Isso, na verdade, não dá bons resultados. De forma que não estou interessado em ficar brandindo minhas armas."
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- EDSON
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Re: EUA x Irã
15/04/2008
Falta de estratégia para o Irã faz 2009 parecer um ano perigoso
John Vinocur
em Paris
Se 2008 está se firmando como um ano de paralisia internacional no sentido de conter a busca iraniana por armas nucleares, 2009 parece, da mesma forma, ser um ano destituído de um plano do gênero, só que bem mais perigoso.
Mas este ano já está perdido? O governo Bush dá a impressão de já ter cancelado 2008. Condoleezza Rice disse no último fim de semana: "Creio que este não é o melhor momento para esperar grandes mudanças em termos de incentivos ou sanções". O leitor pode acrescentar ação ou o surgimento súbito de uma estratégia à lista da secretária de Estado.
Ela se referia especificamente a uma reunião, na quarta-feira, em Xangai, das grandes potência que lidam com a questão do Irã.
Mas o resultado tácito foi o reconhecimento de que, com um novo presidente norte-americano assumindo a Casa Branca daqui a cerca de nove meses, e o atual presidente manietado por uma Estimativa Nacional de Inteligência otimista sobre as atividades dos mulás (desprezadas como bobagens por franceses e britânicos), o único protagonista que tem tempo, um senso de direção crível e iniciativa é o Irã.
Na verdade, a margem para inatividade irrealista por parte do resto do mundo reduz-se radicalmente no ano que vem. Embora os atuais resultados da tática de não abordar o problema, utilizada pelas agências norte-americanas de inteligência, sejam sugestões de que o projeto iraniano de ogivas atômicas foi suspenso em 2004, os pormenores do relatório no qual essa conclusão foi expressa ressaltam ao mesmo tempo que o Irã poderia produzir armas nucleares a partir de 2009.
Embora a CIA, sempre em um tom suave, tivesse mais tarde admitido que cometeu um erro ao focar-se no projeto de ogivas, ou aquilo que "provavelmente é a parte menos significante do programa iraniano", a escola francesa de especialistas em proliferação nuclear está alarmada com as perspectivas sombrias e a quase ausência de preparo para aquilo que vem pela frente.
"Existem bons motivos para se acreditar que a crise poderá chegar a um ápice no ano que vem", afirma Bruno Tertrais, pesquisador da Fondation Pour la Recherche Strategique, em Paris.
Os analistas franceses adotam aquela que há décadas é uma abordagem geralmente pragmática e destituída de ilusões, por parte da França, em relação à proliferação de armas nucleares. Neste ano, a França liderou uma iniciativa na Agência Internacional de Energia Atômica para impedir a emissão de um relatório essencialmente favorável ao Irã pelo presidente da instituição, Mohamed El Baradei.
Sintetizada de forma grosseira e imperfeita, a visão dos analistas franceses é a seguinte: os iranianos querem a bomba; eles vêem a sua estratégia, até o momento, como uma vitória; enxergam na provocação uma tática eficiente; os incentivos muito possivelmente não substituirão as vantagens que o Irã acredita que a bomba trará ao país; e a fórmula de nem aceitar a criação da bomba iraniana nem bombardear o Irã para eliminar o projeto atômico de Teerã, por mais que seja desejável pelo mundo, pode ser bastante irrealista.
Therese Delpech, o diretor de assuntos estratégicos da Comissão Francesa de Energia Atômica, argumenta que se existe uma constante quando se trata da ineficácia ocidental, esta é o erro de avaliação sobre o Irã baseado na esperança constante, mas que carece de provas, de que os radicais venham a desistir voluntariamente da ameaça nuclear.
Tertrais baseia a sua preocupação quanto ao Irã em 2009 em três fatores.
Ele observa com preocupação que o Irã afirma que acelerará a sua capacidade de produção do material físsil necessário para fazer uma bomba. E ele considera - e acha que o Irã também - que, embora o Ocidente afirme que uma bomba atômica iraniana seja inaceitável, "não será fácil criar a dinâmica política" necessária para um ataque militar caso esta seja a única opção que reste.
Tertrais acredita ainda que o 30° aniversário da Revolução Islâmica, em janeiro do ano que vem, que coincidirá com a posse do próximo presidente norte-americano, poderá proporcionar à liderança fundamentalista a ocasião para marcar a consciência internacional com "aquilo que está no coração do campo radical".
Esta não é a análise da CIA, segundo a qual as medidas do Irã na área nuclear funcionam com base na relação custo e benefício. É uma análise que leva em consideração o fanatismo errático, provocador e missionário dos iranianos.
Se os norte-americanos continuam a questionar se os "fatos técnicos" apóiam a alegação iraniana de que Teerã está acelerando o processo de enriquecimento de urânio, foi, ao mesmo tempo, possível perceber um traço de intranqüilidade quanto à falta de racionalidade do Irã em uma declaração feita na semana passada por Gregory Schulte, o embaixador dos Estados Unidos na Agência Internacional de Energia Atômica. Ele afirmou: "Às vezes temo que a única pessoa no mundo que gostaria de uma opção militar seja aquele maluco, o presidente Ahmadinejad. Ele parece divertir-se em viver isolado e em desafiar os outros."
Assim, o que acontecerá nos próximos meses?
Os iranianos viram a Coréia do Norte obter uma acordo relativo a armas nucleares que não impede completamente e nem para sempre o acesso daquele país a tais armamentos. Eles observaram um recuo quanto à proposta de inserir a Ucrânia na rota de filiação à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), depois que a Rússia, o único fornecedor de matéria-prima nuclear ao Irã, afirmou que não toleraria tal medida.
E eles ouviram George Bush declarar a respeito de Vladimir Putin: "Eu apreciou a liderança dele na questão iraniana". Isto ocorre neste mês, quando os russos argumentam que não existem evidências de que o Irã deseja fazer armas nucleares, e se opõem à construção na Europa de um escudo norte-americano de defesa contra os mísseis balísticos que os iranianos estão testando.
Ei, Bush! O resultado do seu agradecimento a Putin é afirmar ao mundo que o governo norte-americano ainda acha que a Rússia desempenhará um miraculoso papel deus ex machina para bloquear os mulás em algum período que ainda é misterioso. Na minha opinião, isso convence o Irã de que o Ocidente está sem alternativas.
Isso está longe de ser obra do gênio estratégico da Rússia - pode ser que Moscou não conte com nenhum grande plano. Ao contrário, trata-se apenas da paciência para aguardar pelo problema. É o Ocidente, sem uma estratégia para o dia do desastre, que necessita de um plano.
Conversações diretas entre Estados Unidos e Irã? Sim. Mas não se deve esperar que tais negociações surtam efeito sem propostas tornadas concretas por um núcleo de acordo ocidental a respeito de elementos para uma solução militar.
No curto prazo, podem haver novas tentativas de sanções baseadas no petróleo, por parte apenas do Ocidente, excluindo a China e a Rússia, e com o objetivo de desferir uma golpe potencialmente desestabilizador contra a liderança iraniana.
Esta é uma idéia francesa, e ela está disponível enquanto ainda há possibilidade de solução.
Em 2009 haverá uma campanha eleitoral alemã que sem dúvida girará em torno de questões de guerra e paz. Em um ano difícil, é improvável que isso facilite a unidade ocidental para confrontar o Irã e as suas sombras nucleares.
Tradução: UOL
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Falta de estratégia para o Irã faz 2009 parecer um ano perigoso
John Vinocur
em Paris
Se 2008 está se firmando como um ano de paralisia internacional no sentido de conter a busca iraniana por armas nucleares, 2009 parece, da mesma forma, ser um ano destituído de um plano do gênero, só que bem mais perigoso.
Mas este ano já está perdido? O governo Bush dá a impressão de já ter cancelado 2008. Condoleezza Rice disse no último fim de semana: "Creio que este não é o melhor momento para esperar grandes mudanças em termos de incentivos ou sanções". O leitor pode acrescentar ação ou o surgimento súbito de uma estratégia à lista da secretária de Estado.
Ela se referia especificamente a uma reunião, na quarta-feira, em Xangai, das grandes potência que lidam com a questão do Irã.
Mas o resultado tácito foi o reconhecimento de que, com um novo presidente norte-americano assumindo a Casa Branca daqui a cerca de nove meses, e o atual presidente manietado por uma Estimativa Nacional de Inteligência otimista sobre as atividades dos mulás (desprezadas como bobagens por franceses e britânicos), o único protagonista que tem tempo, um senso de direção crível e iniciativa é o Irã.
Na verdade, a margem para inatividade irrealista por parte do resto do mundo reduz-se radicalmente no ano que vem. Embora os atuais resultados da tática de não abordar o problema, utilizada pelas agências norte-americanas de inteligência, sejam sugestões de que o projeto iraniano de ogivas atômicas foi suspenso em 2004, os pormenores do relatório no qual essa conclusão foi expressa ressaltam ao mesmo tempo que o Irã poderia produzir armas nucleares a partir de 2009.
Embora a CIA, sempre em um tom suave, tivesse mais tarde admitido que cometeu um erro ao focar-se no projeto de ogivas, ou aquilo que "provavelmente é a parte menos significante do programa iraniano", a escola francesa de especialistas em proliferação nuclear está alarmada com as perspectivas sombrias e a quase ausência de preparo para aquilo que vem pela frente.
"Existem bons motivos para se acreditar que a crise poderá chegar a um ápice no ano que vem", afirma Bruno Tertrais, pesquisador da Fondation Pour la Recherche Strategique, em Paris.
Os analistas franceses adotam aquela que há décadas é uma abordagem geralmente pragmática e destituída de ilusões, por parte da França, em relação à proliferação de armas nucleares. Neste ano, a França liderou uma iniciativa na Agência Internacional de Energia Atômica para impedir a emissão de um relatório essencialmente favorável ao Irã pelo presidente da instituição, Mohamed El Baradei.
Sintetizada de forma grosseira e imperfeita, a visão dos analistas franceses é a seguinte: os iranianos querem a bomba; eles vêem a sua estratégia, até o momento, como uma vitória; enxergam na provocação uma tática eficiente; os incentivos muito possivelmente não substituirão as vantagens que o Irã acredita que a bomba trará ao país; e a fórmula de nem aceitar a criação da bomba iraniana nem bombardear o Irã para eliminar o projeto atômico de Teerã, por mais que seja desejável pelo mundo, pode ser bastante irrealista.
Therese Delpech, o diretor de assuntos estratégicos da Comissão Francesa de Energia Atômica, argumenta que se existe uma constante quando se trata da ineficácia ocidental, esta é o erro de avaliação sobre o Irã baseado na esperança constante, mas que carece de provas, de que os radicais venham a desistir voluntariamente da ameaça nuclear.
Tertrais baseia a sua preocupação quanto ao Irã em 2009 em três fatores.
Ele observa com preocupação que o Irã afirma que acelerará a sua capacidade de produção do material físsil necessário para fazer uma bomba. E ele considera - e acha que o Irã também - que, embora o Ocidente afirme que uma bomba atômica iraniana seja inaceitável, "não será fácil criar a dinâmica política" necessária para um ataque militar caso esta seja a única opção que reste.
Tertrais acredita ainda que o 30° aniversário da Revolução Islâmica, em janeiro do ano que vem, que coincidirá com a posse do próximo presidente norte-americano, poderá proporcionar à liderança fundamentalista a ocasião para marcar a consciência internacional com "aquilo que está no coração do campo radical".
Esta não é a análise da CIA, segundo a qual as medidas do Irã na área nuclear funcionam com base na relação custo e benefício. É uma análise que leva em consideração o fanatismo errático, provocador e missionário dos iranianos.
Se os norte-americanos continuam a questionar se os "fatos técnicos" apóiam a alegação iraniana de que Teerã está acelerando o processo de enriquecimento de urânio, foi, ao mesmo tempo, possível perceber um traço de intranqüilidade quanto à falta de racionalidade do Irã em uma declaração feita na semana passada por Gregory Schulte, o embaixador dos Estados Unidos na Agência Internacional de Energia Atômica. Ele afirmou: "Às vezes temo que a única pessoa no mundo que gostaria de uma opção militar seja aquele maluco, o presidente Ahmadinejad. Ele parece divertir-se em viver isolado e em desafiar os outros."
Assim, o que acontecerá nos próximos meses?
Os iranianos viram a Coréia do Norte obter uma acordo relativo a armas nucleares que não impede completamente e nem para sempre o acesso daquele país a tais armamentos. Eles observaram um recuo quanto à proposta de inserir a Ucrânia na rota de filiação à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), depois que a Rússia, o único fornecedor de matéria-prima nuclear ao Irã, afirmou que não toleraria tal medida.
E eles ouviram George Bush declarar a respeito de Vladimir Putin: "Eu apreciou a liderança dele na questão iraniana". Isto ocorre neste mês, quando os russos argumentam que não existem evidências de que o Irã deseja fazer armas nucleares, e se opõem à construção na Europa de um escudo norte-americano de defesa contra os mísseis balísticos que os iranianos estão testando.
Ei, Bush! O resultado do seu agradecimento a Putin é afirmar ao mundo que o governo norte-americano ainda acha que a Rússia desempenhará um miraculoso papel deus ex machina para bloquear os mulás em algum período que ainda é misterioso. Na minha opinião, isso convence o Irã de que o Ocidente está sem alternativas.
Isso está longe de ser obra do gênio estratégico da Rússia - pode ser que Moscou não conte com nenhum grande plano. Ao contrário, trata-se apenas da paciência para aguardar pelo problema. É o Ocidente, sem uma estratégia para o dia do desastre, que necessita de um plano.
Conversações diretas entre Estados Unidos e Irã? Sim. Mas não se deve esperar que tais negociações surtam efeito sem propostas tornadas concretas por um núcleo de acordo ocidental a respeito de elementos para uma solução militar.
No curto prazo, podem haver novas tentativas de sanções baseadas no petróleo, por parte apenas do Ocidente, excluindo a China e a Rússia, e com o objetivo de desferir uma golpe potencialmente desestabilizador contra a liderança iraniana.
Esta é uma idéia francesa, e ela está disponível enquanto ainda há possibilidade de solução.
Em 2009 haverá uma campanha eleitoral alemã que sem dúvida girará em torno de questões de guerra e paz. Em um ano difícil, é improvável que isso facilite a unidade ocidental para confrontar o Irã e as suas sombras nucleares.
Tradução: UOL
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Re: EUA x Irã
25/04/2008 - 12h23 - Atualizado em 25/04/2008 - 12h30
Navio contratado pelos EUA atira contra barco iraniano
Da Reuters
WASHINGTON (Reuters) - Um navio contratado pelo Comando Militar Marítimo dos Estados Unidos atirou pelo menos uma vez contra um barco iraniano, disse uma autoridade da defesa norte-americana na sexta-feira.
"Era uma embarcação MSC", disse a autoridade, confirmando que o navio abriu fogo contra o barco iraniano.
Ele não deu mais detalhes. Uma porta-voz da sede da 5a Esquadra da Marinha em Barein não tinha comentários.
Os Estados Unidos disseram em janeiro que barcos iranianos ameaçaram seus navios de guerra no dia 6 daquele mês, em uma rota vital para os navios petroleiros.
Navio contratado pelos EUA atira contra barco iraniano
Da Reuters
WASHINGTON (Reuters) - Um navio contratado pelo Comando Militar Marítimo dos Estados Unidos atirou pelo menos uma vez contra um barco iraniano, disse uma autoridade da defesa norte-americana na sexta-feira.
"Era uma embarcação MSC", disse a autoridade, confirmando que o navio abriu fogo contra o barco iraniano.
Ele não deu mais detalhes. Uma porta-voz da sede da 5a Esquadra da Marinha em Barein não tinha comentários.
Os Estados Unidos disseram em janeiro que barcos iranianos ameaçaram seus navios de guerra no dia 6 daquele mês, em uma rota vital para os navios petroleiros.
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Re: EUA x Irã
CORRENDO O RISCO COM O IRÃ.
Por Jeff Huber – 23 de abril de 2008.http://www.military.com/opinion/0,15202 ... _1,00.html
Prever o que pode acontecer numa troca de tiros com o Irã é uma viagem perigosa. Os conceitos clausewitizianos de nevoeiro e fricção se aplicam a guerra moderna tão bem quanto se aplicavam aos conflitos das eras passadas. Apesar de toda nossa fantástica armaria e parafernália de informações, as coisas ainda quebram no pior momento possível e a informação é, com freqüência, errônea.
Apesar de tudo isso, podemos fazer um rascunho de análise operacional para estimar se qualquer benefício concebível de atacar o Irã pode justificar os riscos envolvidos.
Como observei, semana passada, irá ser difícil bombardear o Irã até fazê-lo voltar à Idade da Pedra porque muito pouco dele evoluiu desde aí. Essa observação nada tem a ver com a cultura e o povo do Irã; a civilização persa data de 4000 AC. Geograficamente, no entanto, a vasta maioria do Irã está como antes de os macacos aprenderem como utilizar paus e ossos para matarem uns aos outros. O Irã é um pouco maior que o Alaska, mas menos de 10 % dele é arável. Os outros mais de 90 % é montanha e deserto. Eu não sei de nenhuma arma inteligente que possa transformar areia em destroços, e duvido que estejamos trabalhando no desenvolvimento de alguma.
Por alto, um terço da população de 66 milhões do Irã vive em oitos cidades. Nós poderíamos fazer uma séria mossa na raça persa, transformando Teerã em outra Dresden, mas o Irã nada fez para exigir uma medida tão extrema e, independente do que os camaradas Likudnik de Dick Cheney digam, não é provável que façam.
Quaisquer partes da indústria nuclear do Irã que possamos liquidar pelo ar, os russos poderão reconstruir prontamente, e o Irã pode se permitir pagá-los para fazer isso, pois outra coisa que não podemos bombardear até voltar à Idade da Pedra são as reservas de petróleo do Irã.
Nossa forças aéreas baseadas em terra e em porta-aviões podem, rapidamente, estabelecer supremacia sobre o Irã, mas supremacia aérea não tem significação, a menos que seus bombardeiros possam utilizar a liberdade de ação que isso fornece para cumprir alguma coisa, operacionalmente signficativa e, como já discutimos, nossas tripulações de bombardeiros não podem fazer muito sobre o Irã, além de somar pontos para a Medalha do Ar. E mais, toda a supremacia aérea no mundo não pode impedir seus motores de explodirem em chamas, justamente quando você acha que isso não vai acontecer, e as pedras dos caras maus podem matar você tão direito quanto seus caças ou mísseis anti-aéreos podem. Meus cálculos de missão dizem que bombardear areia não justifica o risco de ter um B-2, de 2 bilhões de dólares, derrubado por uma montanha.
Uma disputa entre as marinhas da América e do Irã iria ser um exemplo de guerra assimétrica: uma marinha de projeção de poder de alcance global contra uma força de negação do mar, otimizada para lutar na piscina de seu quintal. Se você colocar o espaço de batalha no meio do Pacífico Norte, os americanos teriam avassaladora vantagem, em não pouca medida porque a frota do Irã iria ficar sem combustível ou afundar de causas naturais, antes de chegar lá. Infelizmente para a Marinha dos Estados Unidos, o jogo vira nas águas confinadas do Golfo Pérsico e do Estreito de Ormuz.
As tarefas da Marinha numa operação contra o Irã iriam incluir projeção de poder aéreo sobre litoral (dos porta-aviões e lançadores de mísseis de cruzeiro), manter o Estreito aberto, e impedir outra guerra de petroleiros como aquela que irrompeu nos anos 1980, durante o conflito entre Irã e Iraque. Para fazer todas essas coisas, a Marinha tem que ir para dentro do Golfo e, para chegar lá, tem de atravessar o Estreito.
Numa banheira, torna-se quase impossível conduzir defesa em profundidade. As armas anti-navio de estado-da-arte que o Irã, recentemente, comprou dos russos – o míssil SSN-22 “Sunburn” e o torpedo-foguete – são más novas. Uma escola de pensamento diz que o único meio de se defender contra eles é ficar ancorado, mas não é apenas com a última geração de mata-navios que devemos nos preocupar. Toda vez que você se encontrar situação de defesa de ponto contra uma arma guiada, desenhada em qualquer tempo após 1970 ou tanto, seu dia inteiro fica estragado.
Realmente, eu duvido que qualquer coisa, que não seja um ataque extraterrestre, pode, realmente, afundar um porta-aviões de 100 mil toneladas da classe Nimitz, mas um torpedo-foguete na popa pode mandá-lo para fora do Estreito, rebocado. Isso iria ser um pesadelo sem limites. Mesmo se nem um só membro da tripulação do navio fosse morto ou ferido, para uma potência menor como Irã, ter nocauteado um dos proeminentes instrumentos de poder militar da América, seria uma catástrofe estratégica para os Estados Unidos.
Empenhar dois grupos de batalha de porta-aviões para operações de combate no Golfo, iria colocar cerca de 20 mil marinheiros em risco. Eu não posso imaginar um cenário que tome as vidas de cada um deles, ou mesmo uma grande parte. Seis ou oito “Sunburns” no flanco de um destróier da classe Arleigh Burke, no entanto, pode matar quase 400 deles num piscar de olhos. Considerando que o poder aéreo com o qual as forças aeronavais iriam contribuir não pode fazer muito, e que os iranianos não teriam uma razão para fechar o Estreito, ou começar uma guerra de petroleiros, se nós não os bombardearmos, colocar um único de nossos marinheiros em risco numa guerra quente com o Irã não parece fazer uma molécula de sentido.
Em seu único conflito armado, a força terrestre do Irã travou guerra de trincheiras ao longo da fronteira Irã-Iraque. Ela foi incapaz de obter uma vitória decisiva contra o exército de Saddam Hussein, e todos puderam ver, não uma, mas duas vezes, o quão bom o exército de Hussein era contra um exército de verdade. O exército do Irã não apresenta perigo para as forças terrestres dos Estados Unidos no Iraque.
A ameaça que os mísseis balísticos do Irã representam para nossas tropas no Iraque é negligível; ela é ainda menor do que a ameaça que os mísseis de Hussein apresentaram em ambas, DESERT STORM e IRAQI FREEDOM.
A administração Bush pode justificar um ataque ao Irã baseado em suas acusações de que o Irã está por trás dos ataques de militantes iraquianos sobre tropas americanas, mesmo que não tenha exibido nenhuma evidência conclusiva até essa data que comprove tais acusações. De outro lado, dados e análise férreos indicam que o general David Petraeus, o comandante americano no Iraque, tem sido, diretamente, responsável por armar e auxiliar, ambas as facções xiitas e sunitas na guerra civil hobbesiana do Iraque.
Nossos amigos israelenses gostam de nos relembrar do perigo que o Irã representa para eles, mas, entre as duas nações, qual é a mais perigosa? O Irã está longe demais de Israel para dispor suas forças de mar, terra e ar contra este. O Irã seria capaz de arremessar alguns mísseis balísticos contra cidades israelenses, mas qualquer ogiva atirada contra Israel iria empalidecer comparada ao que Israel lançaria de volta (lembrem-se, Israel é a nação com bombas atômicas, não o Irã). O Presidente Mahmoud Ahmadinejad do Irã disse alguma ou outra coisa em persa, sobre como “Jerusalém precisa desaparecer das páginas do tempo” que alguém traduziu como “Israel precisa ser riscado da face do mapa.” Seja o que for que disse, foi bem estúpido, mas, como observei semana passada, se começarmos a culpar uma nação inteira pelas coisas estúpidas que seu presidente gaiato diga, estaremos entrando num terreno espinhoso.
De uma perspectiva analítica, atacar o Irã seria um curso de ação tão irracional que apenas um punhado de imbecis pensaria em seguir.
Infelizmente, “um punhado de imbecis”, precisamente, descreve as pessoas encarregadas dos Estados Unidos bem agora.
_________________________________
Jeff Huber, um escritor freelance, foi oficial de operações de uma ala aérea e de um porta-aviões, e ele comandou um esquadrão de aeronaves E-2C “Hawkeye’. Suas análises de assuntos militares e de política internacional tem aparecido em Proceedings, The Navy, Jane’s Fighting Ships, e outros periódicos impressos. Alguns de seus ensaios tem sido leitura obrigatória para estudantes do Colégio de Guerra Naval dos Estados Unidos, onde ele recebem grau de mestre em estudos de segurança nacional em 1995.
Por Jeff Huber – 23 de abril de 2008.http://www.military.com/opinion/0,15202 ... _1,00.html
Prever o que pode acontecer numa troca de tiros com o Irã é uma viagem perigosa. Os conceitos clausewitizianos de nevoeiro e fricção se aplicam a guerra moderna tão bem quanto se aplicavam aos conflitos das eras passadas. Apesar de toda nossa fantástica armaria e parafernália de informações, as coisas ainda quebram no pior momento possível e a informação é, com freqüência, errônea.
Apesar de tudo isso, podemos fazer um rascunho de análise operacional para estimar se qualquer benefício concebível de atacar o Irã pode justificar os riscos envolvidos.
Como observei, semana passada, irá ser difícil bombardear o Irã até fazê-lo voltar à Idade da Pedra porque muito pouco dele evoluiu desde aí. Essa observação nada tem a ver com a cultura e o povo do Irã; a civilização persa data de 4000 AC. Geograficamente, no entanto, a vasta maioria do Irã está como antes de os macacos aprenderem como utilizar paus e ossos para matarem uns aos outros. O Irã é um pouco maior que o Alaska, mas menos de 10 % dele é arável. Os outros mais de 90 % é montanha e deserto. Eu não sei de nenhuma arma inteligente que possa transformar areia em destroços, e duvido que estejamos trabalhando no desenvolvimento de alguma.
Por alto, um terço da população de 66 milhões do Irã vive em oitos cidades. Nós poderíamos fazer uma séria mossa na raça persa, transformando Teerã em outra Dresden, mas o Irã nada fez para exigir uma medida tão extrema e, independente do que os camaradas Likudnik de Dick Cheney digam, não é provável que façam.
Quaisquer partes da indústria nuclear do Irã que possamos liquidar pelo ar, os russos poderão reconstruir prontamente, e o Irã pode se permitir pagá-los para fazer isso, pois outra coisa que não podemos bombardear até voltar à Idade da Pedra são as reservas de petróleo do Irã.
Nossa forças aéreas baseadas em terra e em porta-aviões podem, rapidamente, estabelecer supremacia sobre o Irã, mas supremacia aérea não tem significação, a menos que seus bombardeiros possam utilizar a liberdade de ação que isso fornece para cumprir alguma coisa, operacionalmente signficativa e, como já discutimos, nossas tripulações de bombardeiros não podem fazer muito sobre o Irã, além de somar pontos para a Medalha do Ar. E mais, toda a supremacia aérea no mundo não pode impedir seus motores de explodirem em chamas, justamente quando você acha que isso não vai acontecer, e as pedras dos caras maus podem matar você tão direito quanto seus caças ou mísseis anti-aéreos podem. Meus cálculos de missão dizem que bombardear areia não justifica o risco de ter um B-2, de 2 bilhões de dólares, derrubado por uma montanha.
Uma disputa entre as marinhas da América e do Irã iria ser um exemplo de guerra assimétrica: uma marinha de projeção de poder de alcance global contra uma força de negação do mar, otimizada para lutar na piscina de seu quintal. Se você colocar o espaço de batalha no meio do Pacífico Norte, os americanos teriam avassaladora vantagem, em não pouca medida porque a frota do Irã iria ficar sem combustível ou afundar de causas naturais, antes de chegar lá. Infelizmente para a Marinha dos Estados Unidos, o jogo vira nas águas confinadas do Golfo Pérsico e do Estreito de Ormuz.
As tarefas da Marinha numa operação contra o Irã iriam incluir projeção de poder aéreo sobre litoral (dos porta-aviões e lançadores de mísseis de cruzeiro), manter o Estreito aberto, e impedir outra guerra de petroleiros como aquela que irrompeu nos anos 1980, durante o conflito entre Irã e Iraque. Para fazer todas essas coisas, a Marinha tem que ir para dentro do Golfo e, para chegar lá, tem de atravessar o Estreito.
Numa banheira, torna-se quase impossível conduzir defesa em profundidade. As armas anti-navio de estado-da-arte que o Irã, recentemente, comprou dos russos – o míssil SSN-22 “Sunburn” e o torpedo-foguete – são más novas. Uma escola de pensamento diz que o único meio de se defender contra eles é ficar ancorado, mas não é apenas com a última geração de mata-navios que devemos nos preocupar. Toda vez que você se encontrar situação de defesa de ponto contra uma arma guiada, desenhada em qualquer tempo após 1970 ou tanto, seu dia inteiro fica estragado.
Realmente, eu duvido que qualquer coisa, que não seja um ataque extraterrestre, pode, realmente, afundar um porta-aviões de 100 mil toneladas da classe Nimitz, mas um torpedo-foguete na popa pode mandá-lo para fora do Estreito, rebocado. Isso iria ser um pesadelo sem limites. Mesmo se nem um só membro da tripulação do navio fosse morto ou ferido, para uma potência menor como Irã, ter nocauteado um dos proeminentes instrumentos de poder militar da América, seria uma catástrofe estratégica para os Estados Unidos.
Empenhar dois grupos de batalha de porta-aviões para operações de combate no Golfo, iria colocar cerca de 20 mil marinheiros em risco. Eu não posso imaginar um cenário que tome as vidas de cada um deles, ou mesmo uma grande parte. Seis ou oito “Sunburns” no flanco de um destróier da classe Arleigh Burke, no entanto, pode matar quase 400 deles num piscar de olhos. Considerando que o poder aéreo com o qual as forças aeronavais iriam contribuir não pode fazer muito, e que os iranianos não teriam uma razão para fechar o Estreito, ou começar uma guerra de petroleiros, se nós não os bombardearmos, colocar um único de nossos marinheiros em risco numa guerra quente com o Irã não parece fazer uma molécula de sentido.
Em seu único conflito armado, a força terrestre do Irã travou guerra de trincheiras ao longo da fronteira Irã-Iraque. Ela foi incapaz de obter uma vitória decisiva contra o exército de Saddam Hussein, e todos puderam ver, não uma, mas duas vezes, o quão bom o exército de Hussein era contra um exército de verdade. O exército do Irã não apresenta perigo para as forças terrestres dos Estados Unidos no Iraque.
A ameaça que os mísseis balísticos do Irã representam para nossas tropas no Iraque é negligível; ela é ainda menor do que a ameaça que os mísseis de Hussein apresentaram em ambas, DESERT STORM e IRAQI FREEDOM.
A administração Bush pode justificar um ataque ao Irã baseado em suas acusações de que o Irã está por trás dos ataques de militantes iraquianos sobre tropas americanas, mesmo que não tenha exibido nenhuma evidência conclusiva até essa data que comprove tais acusações. De outro lado, dados e análise férreos indicam que o general David Petraeus, o comandante americano no Iraque, tem sido, diretamente, responsável por armar e auxiliar, ambas as facções xiitas e sunitas na guerra civil hobbesiana do Iraque.
Nossos amigos israelenses gostam de nos relembrar do perigo que o Irã representa para eles, mas, entre as duas nações, qual é a mais perigosa? O Irã está longe demais de Israel para dispor suas forças de mar, terra e ar contra este. O Irã seria capaz de arremessar alguns mísseis balísticos contra cidades israelenses, mas qualquer ogiva atirada contra Israel iria empalidecer comparada ao que Israel lançaria de volta (lembrem-se, Israel é a nação com bombas atômicas, não o Irã). O Presidente Mahmoud Ahmadinejad do Irã disse alguma ou outra coisa em persa, sobre como “Jerusalém precisa desaparecer das páginas do tempo” que alguém traduziu como “Israel precisa ser riscado da face do mapa.” Seja o que for que disse, foi bem estúpido, mas, como observei semana passada, se começarmos a culpar uma nação inteira pelas coisas estúpidas que seu presidente gaiato diga, estaremos entrando num terreno espinhoso.
De uma perspectiva analítica, atacar o Irã seria um curso de ação tão irracional que apenas um punhado de imbecis pensaria em seguir.
Infelizmente, “um punhado de imbecis”, precisamente, descreve as pessoas encarregadas dos Estados Unidos bem agora.
_________________________________
Jeff Huber, um escritor freelance, foi oficial de operações de uma ala aérea e de um porta-aviões, e ele comandou um esquadrão de aeronaves E-2C “Hawkeye’. Suas análises de assuntos militares e de política internacional tem aparecido em Proceedings, The Navy, Jane’s Fighting Ships, e outros periódicos impressos. Alguns de seus ensaios tem sido leitura obrigatória para estudantes do Colégio de Guerra Naval dos Estados Unidos, onde ele recebem grau de mestre em estudos de segurança nacional em 1995.
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Re: EUA x Irã
30/04/2008 - 13h43 - Atualizado em 30/04/2008 - 13h50
Irã pára de vender petróleo em dólar
Da Agência Estado
O Irã, segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), parou completamente de conduzir transações de petróleo em dólares, informou o ministro do Petróleo Hojjatollah Ghanimifard, em uma tentativa concentrada de reduzir a confiança em Washington durante um momento de tensão sobre o programa nuclear de Teerã.
O Irã reduziu dramaticamente a dependência no dólar no último ano, diante do aumento da pressão dos EUA em seu sistema financeiro e da desvalorização da moeda americana. O petróleo tem seu preço fixado em dólar no mercado mundial e a depreciação da moeda preocupou produtores, pois contribuiu para a elevação dos preços do óleo e prejudicou o valor das reservas em dólar deles.
"O dólar foi totalmente removido das transações de petróleo do Irã", disse Ghanimifard à rede de televisão estatal hoje. "Concordamos com todos os nossos clientes de petróleo em fazer as transações em outras moedas."
"Na Europa, o petróleo do Irã é vendido em euros, mas tanto euros quanto ienes são usados para comprar petróleo iraniano na Ásia", disse Ghanimifard.
O banco central do Irã também vem reduzindo suas reservas estrangeiras em dólar, motivado pela desvalorização da moeda americana e pelas tentativas dos EUA de dificultar a condução de transações em dólar pelo Irã. As informações são da Dow Jones.
Irã pára de vender petróleo em dólar
Da Agência Estado
O Irã, segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), parou completamente de conduzir transações de petróleo em dólares, informou o ministro do Petróleo Hojjatollah Ghanimifard, em uma tentativa concentrada de reduzir a confiança em Washington durante um momento de tensão sobre o programa nuclear de Teerã.
O Irã reduziu dramaticamente a dependência no dólar no último ano, diante do aumento da pressão dos EUA em seu sistema financeiro e da desvalorização da moeda americana. O petróleo tem seu preço fixado em dólar no mercado mundial e a depreciação da moeda preocupou produtores, pois contribuiu para a elevação dos preços do óleo e prejudicou o valor das reservas em dólar deles.
"O dólar foi totalmente removido das transações de petróleo do Irã", disse Ghanimifard à rede de televisão estatal hoje. "Concordamos com todos os nossos clientes de petróleo em fazer as transações em outras moedas."
"Na Europa, o petróleo do Irã é vendido em euros, mas tanto euros quanto ienes são usados para comprar petróleo iraniano na Ásia", disse Ghanimifard.
O banco central do Irã também vem reduzindo suas reservas estrangeiras em dólar, motivado pela desvalorização da moeda americana e pelas tentativas dos EUA de dificultar a condução de transações em dólar pelo Irã. As informações são da Dow Jones.
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Re: EUA x Irã
Irã se mantém como maior patrocinador do terrorismo (EUA)
O Irã continua sendo o "mais ativo" Estado patrocinador do terrorismo e tenta estabelecer uma influência regional para afastar os Estados Unidos do Oriente Médio, segundo um relatório do Departamento de Estado americano divulgado nesta quarta-feira.
"O Irã continua sendo o mais ativo Estado patrocinador do terrorimo", de acordo com o informe anual do Departamento de Estado para 2007, que também definiu o país como o "mais significativo" país patrocinador.
O documento, que também cita Síria, Coréia do Norte, Cuba e Sudão em uma lista de Estados promotores do terrorismo, considera que a rede al-Qaeda "se manteve como a maior ameaça terrorista" para o Ocidente, em parte porque dispõe de "refúgio seguro" nas regiões tribais do Paquistão.
O Departamento de Estado acusa o Irã de fornecer ajuda a grupos "terroristas" palestinos como o Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah, "a militantes que atuam no Iraque" e aos combatentes talibãs no Afeganistão.
O Irã ajudou esses grupos a avançarem na obtenção de suas "metas regionais comuns", segundo a edição 2007 do "Informe sobre Terrorismo em diversos Países".
O texto indica que "elementos" dos Guardiões da Revolução iranianos estiveram diretamente envolvidos no planejamento de atos terroristas na região.
"Um elemento muito importante da estratégia nacional de segurança iraniana é sua capacidade de empreender operações terroristas no exterior", considera.
O objetivo é se proteger ao "impedir ataques norte-americanos ou israelenses, distraindo e enfraquecendo os Estados Unidos, fortalecendo a influência regional do Irã por meio da intimidação, e ajudando a retirar os Estados Unidos do Oriente Médio".
O relatório conclui que o Irã é uma ameaça tanto para a estabilidade regional como para os interesses dos Estados Unidos na região, porque apóia grupos que rechaçam a paz entre palestinos e israelenses e "sabota o processo democrático no Líbano".
lc/dm
O Irã continua sendo o "mais ativo" Estado patrocinador do terrorismo e tenta estabelecer uma influência regional para afastar os Estados Unidos do Oriente Médio, segundo um relatório do Departamento de Estado americano divulgado nesta quarta-feira.
"O Irã continua sendo o mais ativo Estado patrocinador do terrorimo", de acordo com o informe anual do Departamento de Estado para 2007, que também definiu o país como o "mais significativo" país patrocinador.
O documento, que também cita Síria, Coréia do Norte, Cuba e Sudão em uma lista de Estados promotores do terrorismo, considera que a rede al-Qaeda "se manteve como a maior ameaça terrorista" para o Ocidente, em parte porque dispõe de "refúgio seguro" nas regiões tribais do Paquistão.
O Departamento de Estado acusa o Irã de fornecer ajuda a grupos "terroristas" palestinos como o Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah, "a militantes que atuam no Iraque" e aos combatentes talibãs no Afeganistão.
O Irã ajudou esses grupos a avançarem na obtenção de suas "metas regionais comuns", segundo a edição 2007 do "Informe sobre Terrorismo em diversos Países".
O texto indica que "elementos" dos Guardiões da Revolução iranianos estiveram diretamente envolvidos no planejamento de atos terroristas na região.
"Um elemento muito importante da estratégia nacional de segurança iraniana é sua capacidade de empreender operações terroristas no exterior", considera.
O objetivo é se proteger ao "impedir ataques norte-americanos ou israelenses, distraindo e enfraquecendo os Estados Unidos, fortalecendo a influência regional do Irã por meio da intimidação, e ajudando a retirar os Estados Unidos do Oriente Médio".
O relatório conclui que o Irã é uma ameaça tanto para a estabilidade regional como para os interesses dos Estados Unidos na região, porque apóia grupos que rechaçam a paz entre palestinos e israelenses e "sabota o processo democrático no Líbano".
lc/dm
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Re: EUA x Irã
Tigershark escreveu:30/04/2008 - 13h43 - Atualizado em 30/04/2008 - 13h50
Irã pára de vender petróleo em dólar
Da Agência Estado
O Irã, segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), parou completamente de conduzir transações de petróleo em dólares, informou o ministro do Petróleo Hojjatollah Ghanimifard, em uma tentativa concentrada de reduzir a confiança em Washington durante um momento de tensão sobre o programa nuclear de Teerã.
O Irã reduziu dramaticamente a dependência no dólar no último ano, diante do aumento da pressão dos EUA em seu sistema financeiro e da desvalorização da moeda americana. O petróleo tem seu preço fixado em dólar no mercado mundial e a depreciação da moeda preocupou produtores, pois contribuiu para a elevação dos preços do óleo e prejudicou o valor das reservas em dólar deles.
"O dólar foi totalmente removido das transações de petróleo do Irã", disse Ghanimifard à rede de televisão estatal hoje. "Concordamos com todos os nossos clientes de petróleo em fazer as transações em outras moedas."
"Na Europa, o petróleo do Irã é vendido em euros, mas tanto euros quanto ienes são usados para comprar petróleo iraniano na Ásia", disse Ghanimifard.
O banco central do Irã também vem reduzindo suas reservas estrangeiras em dólar, motivado pela desvalorização da moeda americana e pelas tentativas dos EUA de dificultar a condução de transações em dólar pelo Irã. As informações são da Dow Jones.
E agora Tio Sam?