Estou vendo muitas referências a este artigo:
http://blog.naval.com.br/2008/02/01/nao ... -scorpene/
Acho que vou comentar algumas coisas:
Nos últimos dias, um dos assuntos que mais circulou na imprensa brasileira foi a viagem do Ministro da Defesa Nelson Jobim e sua comitiva pela França na busca de entendimentos para uma aliança estratégica ou, no mínimo, aquisição de material militar para renovar os equipamentos das Forças Armadas.
Dentro desse assunto, um dos tópicos que mais chamou a atenção foi a questão da possível cooperação francesa no desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro. Porém, fala-se muito na venda de um submarino convencional Scorpéne para o Brasil como alternativa ao finado contrato de construção de um IKL214.
A pergunta é: o que realmente o Brasil pretende? A troca do IKL214 pelo Scorpéne é quase uma troca de seis por meia dúzia se o objetivo é o desenvolvimento do projeto de um casco para acomodar um reator nuclear.
Não, esta é uma colocação simplista.
Primeiro pq a alemanha não possui nenhum projeto de submarino nuclear, não podendo desta forma transferir qualquer tecnologia provada.
Partindo deste princípio (o desenvolvimento do casco do SNB), não existe razão nenhuma para firmar um contrato de aquisição de um submarino francês, já totalmente desenvolvido como SSK. Principalmente se considerarmos que a atual frota nacional (4 IKL209 e um IKL209 moda) será modernizada com sistemas norte-americanos.
Há várias razões, explicadas na entrevista do CM ao próprio Poder Naval.
Lá ele falou:
1) o fornecedor do novo submarino deveria formar os engenheiros brasileiros em projetos de submarinos. A Alemanha tinha avisado que não forneceria mais estes cursos, pois não formaria futuros competidores, a França aceitou;
2) o fornecedor deveria permitir a aquisição de sobressalentes diretamente das fábricas e não constituir um "link" entre a Mb e as mesmas. A alemanha constituiu uma empresa, chamada MARLOG, que vende sobressalentes de 30 a 50% mais caros que os comprados diretamente de fábrica. isto acontece com todos os usuários de subs 209. os franceses já aceitaram a compra direta;
3) o transpasso de tecnologia que citei acima, inexistente nos modelos alemães;
4) o custo de construção dos navios, com a extorção alemã, tanto na construção quanto na modernização.
Portanto, se o projeto da Marinha é realmente a construção de um casco para o SNB, a aquisição de um Scorpéne deve ser descartada. O passo seguinte mais racional é o estabelecimento de uma parceria com a França para o desenvolvimento de um casco de grande diâmetro. Neste sentido, a França ofereceu ao mercado mundial, faz alguns anos, o projeto Turquoise, uma derivação convencional da atual classe Rubis Amethyste.
O rubis está sendo substituído pelo Barracuda. seria comprar sucata obsoleta.
Foi exatamente um SSN desta classe que recebeu a visita da comitiva do Ministro Jobim (que incluía o comandante da Marinha) durante esta semana. Mas este projeto está defasado tecnologicamente. Então cabe uma nova questão. Seria o novíssimo projeto do casco do Marlim adaptável ao reator nuclear nacional? Ou o Brasil participaria diretamente do projeto Barracuda, diluindo os custos dos franceses de desenvolvimento deste projeto?
Boa pergunta.