SUPER-ÉTENDARD MODERNIZADO
O Super-Étendard Modernizado decola com o máximo de 11.900 kg,
peso ideal para o NAe A-12 São Paulo da Marinha do Brasil.
INTRODUÇÃO
Ter o Caça-Bombardeiro Super-Étendard (SUE) Versão 5 no NAe A-12 São Paulo representaria possuir um caça com quase 30 anos de experiência (desde 1978) em ataque, reconhecimento e mesmo interceptação, servindo também como CDF (Caça de Defesa de Frota) em uma de suas muitas configurações.
Toda sua vida e modernizações passaram-se na Aéronavale, Ala Aérea da Marine Nationale Française, e mais especificamente nos NAes Clemenceau e no Foch, hoje São Paulo, onde sentir-se-ia em casa como nenhum outro caça.
O Super-Étendard é dotado de inúmeras possibilidades, refletidas pela diversidade de suas missões : ataque contra terra, ataque no mar, apoio a tropas no solo e interceptação aérea (baseada em dezenas de configurações).
Desde 1978, o Super-Étendard substituiu o Etendard IVM nos grupos embarcados nos Navios-Aeródromos franceses Clemenceau e Foch . Para poder realizar suas missões em um ambiente operacional mais e mais exigente, o Super-Etendard evoluiu bastante todos esses anos.
As modificações mais simples foram aplicadas pontualmente, mas as outras mais complexas foram agrupadas nas chamadas Versões de Modernização, para o Super-Étendard Modernizado (SEM), que englobavam trabalhos de anos. Essas Versões são conhecidas como 2, 3, 4 e 5.
Seus armamentos padrão hoje incluem 2 canhões DEFA 533 de 30mm (de 125 tiros cada), e 2.100 kg de armamentos variáveis, aplicados de acordo com a configuração de emprego: Mísseis Magic 2, Mísseis AM-39 Exocet anti-navio, Bombas guiadas a Laser, Mísseis AS-30L, e Bombas lisas.
CARACTERÍSTICAS
Envergadura: 9.60 m
Comprimento: 14.31 m
Altura: 3.85 m
Peso Máximo:11.900 kg
Peso Vazio:6.250 kg
Velocidade Máxima a 11.000 m 1.3 Mach
Velocidade Máxima a baixa altitude: 0.97
Autonomia: 1h 45 min
Autonomia com reservatórios suplementares 2h 15 min
Alcance Máximo (com reservatórios) 2.000 km
VERSÕES 2 E 3 DO SEM
Desde 1985, concluiu-se ser necessário modificar profundamente o sistema de armas do Super-Étendard para que ele pudesse manter-se em serviço até 2010, mantendo suas capacidades operacionais e prevenindo-se de riscos de obsolescência de certos equipamentos ou componentes.
Assim, um programa de modernização foi lançado em junho de 1986 e concluído em 1991. Nesse primeiro programa, chamado de Versão 2 do SEM, três áreas principais foram aperfeiçoadas : o radar, o sistema de navegação e de ataque, e a ergonomia do posto de pilotagem.
Tal Versão contou com a integração do Radar Anémone, o qual permitiu a utilização dos mísseis AM 39 e ASMP.
Os novos computadores do sistema de navegação e ataque permitiram multiplicar o número de ligações de transferência de dados, essencial mesmo para dialogar com o novo radar e, principalmente, para permitir novas direções de tiros.
Para o piloto, a integração de um combinado de visualização teto alto e teto médio, substituindo o antigo visor e a tela do radar, permitiu dispor de uma imagem de radar e de informações sem necessidade de adaptação da vista.
Mesmo que nenhum novo armamento tenha sido introduzido em sua Modernização para a Versão 2, a eficácia militar do Super-Etendard avançou notada e notavelmente graças a essas 3 melhorias.
Já a Modernização para a Versão 3 do SEM foi dedicada justamente à integração da primeira designação a Laser de forma autônoma, iluminando o objetivo com o Pod ATLIS, o míssil AS30 Laser e as bombas GBU 12 (Mk 82 e BLU 111) para ataque de precisão à luz do dia.
A primeiro esquadrilha com aparelhos assim modernizados para a Versão 3 entrou em serviço operacional em 1995 e o último aparelho foi entregue em 1998. Esta é a versão 3 da modernização, como na foto abaixo:
VERSÃO 4, O LASER E O GPS
A Versão 4 do SEM permitiu, entre outros avanços, a extensão do uso do Laser às bombas de 125 e de 250 kg CBEMS (Corps de Bombe à Effets Multiples Sécurisée), como também a integração de um "poste radio" à evasão de freqüência, que aumenta a discreção e a resistência à interferência das comunicações rádio-elétricas do aparelho.
Em complemento aos trabalhos de desenvolvimento da Versão 4, introduziu-se depois o sistema de navegação GPS, que aumentou sensivelmente a precisão e a eficácia do sistema de armas em condições meteorológicas desfavoráveis. Seu desenvolvimento terminou em 1999 e passou a operar em 2000.
VERSÃO 5, O ATAQUE NOTURNO
Já o ataque noturno de objetivos terrestres pelo Super-Étendard Modernizado - SEM - Versão 4 requeria o concurso de uma cooperação externa ao grupo aéreo embarcado, para materializar um ponto no solo ou para assegurar a iluminação laser do objetivo.
O Super-Étendard Versão 5 teve por objetivo melhorar as capacidades e a autonomia do aparelho para esse tipo de missão. Os pilotos dos esquadrões de ataque são equipados com visão noturna, o que lhes deu uma nova competência. Com isso, a capacidade operacional foi reforçada.
Graças ao novo Pod de designação Laser dia / noite Damocles, as armas guiadas a Laser (o míssil AS30 ou as bombas GBU12) podem ser jogadas à noite sobre um objetivo em terra com a Versão 5 do avião, que é equipado com uma câmera de infra-vermelho FLIR e novos aparelhos que lhe permitem navegar à baixa altitude à noite, e de atacar objetivos cujas coordenadas sejam conhecidas ou apontadas por terceiros.
Outras melhorias foram a evolução do sistema de navegação e de ataque, a melhoria do sistema de piloto automático, e a melhoria da autonomia de vôo.
Somente metade das aeronaves então em serviço, ou seja, 25 unidades, foram modernizadas para a Versão 5. Os primeiros aviões SEM Versão 5 capazes de ataque noturno a alvos terrestres com precisão ficaram disponíveis em 2003.
Em 2007, foi acrescentada a integração definitiva do GPS aos armamentos, em processo iniciado na Versão 4.
O SEM NO CHARLES DE GAULLE
O SEM continua sendo o avião de ataque e reconhecimento do grupo aéreo embarcado no Navio-Aeródromo Nuclear Charles de Gaulle até a sua completa substituição pelo Rafale, esperada para ocorrer em 2008.
Os Super-Étendard Modernizado, servindo na Base Aeronaval de Landivisiau e no NAe Nuclear Charles de Gaulle (CDG), ainda constituem hoje a principal força da caça embarcada francesa. Eles transmitirão aos esquadrões de Rafale uma experiência de ataque de então 30 anos (1978 a 2008).
Para dispor de todas as 68 configurações de vôo possíveis e atualmente disponíveis com o SEM, será necessário a Marine Nationale aguardar o Rafale F3.
Novo
Notícia ainda não confirmada em agosto de 2007 afirma que a Marinha do Brasil estaria negociando a aquisição de 10 unidades do SEM, com as entregas se iniciando em 2010. Eles seriam empregados a bordo do NAe São Paulo, uma tardia volta para casa.
http://www.defesabr.com/MB/mb_super_etendard.htm