Saiu Plano de reequipamento e recuperação das Forças Armadas

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Brasileiro
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#496 Mensagem por Brasileiro » Dom Dez 30, 2007 3:34 pm

Sintra, aqui é mais fácil ter um imposto para pequenas heranças do que para as grandes.




abraços]




----------------
amor fati
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Paisano
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#497 Mensagem por Paisano » Dom Dez 30, 2007 3:38 pm

Sintra escreveu:
rcolistete escreveu:
Carlos Mathias escreveu:"Se for milhonário vai perceber uma diferença nitida o fim da CPMF, principalmente, vai se tornar mais fácil sonegar sem o maldito governo saber "

Pois é cara, porque não usaram aquela enrgia toda, aquele esforço hercúleo, tudo para diminuir o IR, por exemplo? Será porque esse todo mundo (de lá) já sonega?

...


"Born", conta para o Carlos Mathias quanto é o IR nos países europeus, EUA, etc.

Eu já paguei por US$100 ganhos nos EUA mais do que qualquer alíquota de IR aqui no Brasil. Tem país com alíquota de 35%, 40%, 45% de IR.

Tem países em que se paga uma anuidade para usar TV, que é preço de uma TV nova simples.

O Brasil é um país de contrastes e a gente se isola aqui, não sabe como é em vários outros lugares. Há impostos aqui baixíssimos (ou inexistentes, como sobre herança, grandes forturnas, etc. E impostos altíssimos.

[]s, Roberto


Espera ai, no Brasil não existe imposto sobre a herança de grandes fortunas?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

:shock: :shock: :shock: :shock:


No Brasil há somente o ITD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e por Doação de Quaisquer Bens e Direitos), cuja alícota é de 4% sobre o valor do bem a ser herdado e/ou doado.




rcolistete
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#498 Mensagem por rcolistete » Dom Dez 30, 2007 4:22 pm

Sintra escreveu:
rcolistete escreveu:
Carlos Mathias escreveu:"Se for milhonário vai perceber uma diferença nitida o fim da CPMF, principalmente, vai se tornar mais fácil sonegar sem o maldito governo saber "

Pois é cara, porque não usaram aquela enrgia toda, aquele esforço hercúleo, tudo para diminuir o IR, por exemplo? Será porque esse todo mundo (de lá) já sonega?

...


"Born", conta para o Carlos Mathias quanto é o IR nos países europeus, EUA, etc.

Eu já paguei por US$100 ganhos nos EUA mais do que qualquer alíquota de IR aqui no Brasil. Tem país com alíquota de 35%, 40%, 45% de IR.

Tem países em que se paga uma anuidade para usar TV, que é preço de uma TV nova simples.

O Brasil é um país de contrastes e a gente se isola aqui, não sabe como é em vários outros lugares. Há impostos aqui baixíssimos (ou inexistentes, como sobre herança, grandes forturnas, etc. E impostos altíssimos.

[]s, Roberto


Espera ai, no Brasil não existe imposto sobre a herança de grandes fortunas?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

:shock: :shock: :shock: :shock:


Olá Sintra,

Não, não tem ! Isso está parado há anos, esperando aprovação dos digní$$imo$ $senadore$ e deputado$. Obviamente não interessa a eles tal tipo de imposto. Tente mandar email a um deles sobre isso (ou outras coisas) e espere a resposta sentado (fiz isso recentemente, sobre outro assunto).

O Brasil é um país de contradições, motivo de orgulho em vários aspectos (tecnologia em certas áreas, etc) e ao mesmo tempo vergonha (desigualdade social, sonegação, etc) :

- os impostos incidem muito sobre consumo e produção. Ricos aqui não pagam tanto impostos quanto em países desenvolvidos, pois sobre o patrimônio deles os impostos não são altos. Há ricos aqui que têm ilhas e pagam imposto anual dela equivalente a um aluguel (um mês) de apartamento de classe média (US$300-400);

- só nos últimos anos foram descobertos esquemas de fraudes de grandes empresas, com de cerveja (uns R$5-10 bilhões), a Cisco (R$1,5 bi), etc. A multa sobre elas é irrisória, incentivando a reincidência de infrações;

- ocorreram e ocorrem privatizações, concessões, etc, em que empresas nacionais e estrangeiras (inclusive estatais nos seus países de origem) recebem financiamento brasileiro para comprar a empresa estatal brasileira :shock: :shock: :shock: Em alguns casos, o pagamento da privatização é feito ao longo de vários anos, tal que o lucro da empresa recém-privatizada é suficiente para pagar o parcelamento da compra.

- temos mais de US$100 bi fora do Brasil, em paraísos fiscais, a maioria saiu do Brasil ilegalmente (sem pagar impostos) e parte é dinheiro de origem ilegal;

- paro por aqui pois a lista é grande...

E tem brasileiro que põe a culpa nos portugueses... coitados... Muito do que fazemos é criação nossa, responsabilidade idem.

Abraços,

Roberto




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#499 Mensagem por Al Zarqawi » Dom Dez 30, 2007 6:18 pm

Paisano escreveu:
No Brasil há somente o ITD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e por Doação de Quaisquer Bens e Direitos), cuja alícota é de 4% sobre o valor do bem a ser herdado e/ou doado.


Paisano,

É verdade o que escreve,porém existe o IGF(Imposto sobre Grandes Fortunas),acontece que ainda não está sendo implementada pela União,a quem compete cobrar.O Brasil tem esse imposto sim o IGF,só que no papel.Agora desde o ano passado quem tem bens acima de 100.000 dólares no exterior,deve comunicar ao Banco Central.Agora na prática é outra conversa.


http://pt.wikipedia.org/wiki/IGF

A lei pelo Senado

http://www.senado.gov.br/web/cegraf/ril/Pdf/pdf_146/r146-06.pdf

A complexidade jurídica de tal Lei Artº153 Inciso VI da CF.
http://www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&viewid=98410

Abraços,




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#500 Mensagem por Bourne » Dom Dez 30, 2007 9:53 pm

Sintra escreveu:
rcolistete escreveu:
Carlos Mathias escreveu:"Se for milhonário vai perceber uma diferença nitida o fim da CPMF, principalmente, vai se tornar mais fácil sonegar sem o maldito governo saber "

Pois é cara, porque não usaram aquela enrgia toda, aquele esforço hercúleo, tudo para diminuir o IR, por exemplo? Será porque esse todo mundo (de lá) já sonega?

...


"Born", conta para o Carlos Mathias quanto é o IR nos países europeus, EUA, etc.

Eu já paguei por US$100 ganhos nos EUA mais do que qualquer alíquota de IR aqui no Brasil. Tem país com alíquota de 35%, 40%, 45% de IR.

Tem países em que se paga uma anuidade para usar TV, que é preço de uma TV nova simples.

O Brasil é um país de contrastes e a gente se isola aqui, não sabe como é em vários outros lugares. Há impostos aqui baixíssimos (ou inexistentes, como sobre herança, grandes forturnas, etc. E impostos altíssimos.

[]s, Roberto


Espera ai, no Brasil não existe imposto sobre a herança de grandes fortunas?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

:shock: :shock: :shock: :shock:


Um europeu fica espantado por que o imposto sobre heranças e grandes fortunas no Brasil é, praticamente, inexistente. Lá, em Europa, o imposto sobre heranças e fortunas é uma "facada".




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#501 Mensagem por Al Zarqawi » Ter Jan 01, 2008 5:21 pm

Aqui tem legislação,só que não se entende porque razão não é cumprida.Realmente esta Lei,envolve muita coisa (municipios,estados,federação),da forma como está na Constituição da Republica convenhamos que sua aplicabilidade não é das mais fáceis e ainda ir de encontro a grandes lobbies instalados no país.Esperemos por sua regulamentação.

Abraços,




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#502 Mensagem por Marino » Qua Jan 02, 2008 9:54 am

JB:

Editorial - Brasil obsoleto e vizinhos armados



A operação de resgate dos reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), apesar do malogro, pôs em evidência a intensa cooperação entre o governo Hugo Chávez, na Venezuela, e a guerrilha. Não bastassem as operações militares na região de Essequibo, nas Guianas, o presidente venezuelano, que se autodefine como um bolivariano, moderniza o potencial bélico de suas Forças Armadas, municia os narcoguerrilheiros das Farc e faz vista grossa à proteção de seus oficiais militares a acampamentos do grupo de oposição ao governo de Álvaro Uribe.

Enquanto Chávez amplia sua influência bélica nas regiões fronteiriças com a Guiana, a Colômbia e o Brasil, as Forças Armadas daqui sobrevivem na penúria. O quadro traçado por extensa reportagem de Fernando Exman, publicada domingo pelo Jornal do Brasil, sugere a urgência do reaparelhamento de Exército, Marinha e Aeronáutica, não apenas para manter o equilíbrio geopolítico na América do Sul mas especialmente para ampliar a proteção ao longo dos limites geográficos do país.

Enquanto a Venezuela desembolsou milhões e milhões de petrodólares para a aquisição de fuzis, aviões de transporte, caças e embarcações ultramodernos, o Chile atualizou sua Força Aérea e a Colômbia mantém seu arsenal com a ajuda americana, o corte de verbas no Orçamento deste ano é ameaça real para o Brasil desde que em dezembro foi derrotada no Senado a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.

Em princípio, Exército, Marinha e Aeronáutica haviam assegurado R$ 9 bilhões para custeio e investimento neste ano. Embora nem todo o dinheiro orçado fosse efetivamente empenhado, o valor dera alento aos militares das três Forças, que já definiam prioridades para a compra de equipamentos. A ameaça de corte, contudo, colocou-os de prontidão. Os oficiais temem não apenas o abandono dos planos mas, especialmente, o avanço da insatisfação na tropa com a defasagem dos soldos. Além disso, a falta de recursos para a manutenção de equipamentos produziu uma geração de soldados, marinheiros e aspirantes com formação deficiente.

Militares bem aparelhados e bem pagos são essenciais para desencorajar qualquer tipo de agressão militar, observa o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri. "A estratégia de dissuasão depende da manutenção de forças suficientemente poderosas e aptas ao emprego imediato", avalia. "Tivemos uma perda de nossa capacidade dissuasória".

O levantamento do arsenal brasileiro confirma a análise do comandante. A artilharia do Exército brasileiro é herança da Segunda Guerra Mundial. Blindados têm mais de 30 anos em atividade, fuzis 42 anos de uso, mais da metade das viaturas já chegaram aos 20 anos de estrada. Faltam equipamentos para hospitais de campanha e de comunicações, armamento e munições, embarcações, pontes flutuantes, mísseis anticarro e materiais para batalhões de construção e engenharia.

Na Marinha, o quadro não difere muito. Entre 1999 e 2006, foram desativados 21 navios e seis aviões, e apenas 10 navios se incorporaram à frota. Há embarcações, submarinos e helicópteros parados por falta de condições. Outros operam com restrições. O almirante Júlio Soares de Moura Neto, comandante da Força, adverte para a vulnerabilidade do Brasil nos campos marítimos de exportação e exploração de petróleo, além da redução das ações de prevenção da poluição das águas e de combate a crimes.

A Aeronáutica, mais cautelosa em listar suas carências, aguarda recursos para modernizar 46 caças com a última geração de radar, para equipamentos de reabastecimento em vôo, mísseis e bombas guiadas a laser. Mas a atualização de outros 53 caças com mísseis antinavio e operação a baixa altitude. Fora a compra de Mirage 2000-C, Supertucanos, helicópteros e aviões de patrulha P-3.

Enquanto os vizinhos se armam, o Brasil relega a segundo plano a modernização das Forças Armadas. Entra governo, sai governo, verbas para a preservação da segurança nacional são cortadas, contingenciadas ou adiadas. Não dá para esperar uma demonstração prática do arsenal dos parceiros do Sul. É preciso investir já.




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#503 Mensagem por WOOBOHEHEHE » Qui Jan 03, 2008 7:55 pm

Estou preocupado...com o final da CPMF, o governo já anunciou que vai haver um CORTE de 20 Bi no orçamento do próximo ano e que TODOS vão ter que apertar o cinto.
Estou achando que vai novamente sobrar para as Forças Armadas, ou seja, mais um longo ano na penúria. Será?

Abraços




Carlos Mathias

#504 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Jan 03, 2008 8:24 pm

Acho que vão aumentar os impostos dos bancos.




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#505 Mensagem por Bourne » Sex Jan 04, 2008 2:31 am

Já aumentaram as taxações a operações financeiras. porém, como os banqueiros não nasceram ontem, vão repassar tudo para os clientes que efetuam essas operações. Como, por exemplo, financiamento de carros, emprestimos, etc...


Essa história de como cobrir o rombo de R$ 40 bi nas contas do governo por causa da CPMF virou uma corrida de quem mente mais.

A oposição sabe que não tem como cobrir o rombo sem cortar gastos e aumentar impostos, mas diz que não negocia se o governo aumentar impostos. O que é impossível e, não são tontos de não saber.

O governo diz que os cortes vão ser mínimos e que vai buscar maior eficiência para não prejudicar os programas, mas é impossivel. Não se consegue maior eficiência por decreto, isso exige anos de planejamento e treinamento do pessoal. Se vai cortar 20 bi, alguns programas vão ser prejudicados.

Agora estou pronto para os ataques dos petistas, tucanos, esquerdopatas e direitopadas do forúm :mrgreen:




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#506 Mensagem por WalterGaudério » Sex Jan 04, 2008 1:58 pm

WOOBOHEHEHE escreveu:Estou preocupado...com o final da CPMF, o governo já anunciou que vai haver um CORTE de 20 Bi no orçamento do próximo ano e que TODOS vão ter que apertar o cinto.
Estou achando que vai novamente sobrar para as Forças Armadas, ou seja, mais um longo ano na penúria. Será?

Abraços


Infelizmente isso fica cada dia cada vez mais claro. Estou encucado com o fato do HORATIO Nelson estar meio que sumido por estes dias.(...)




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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#507 Mensagem por juarez castro » Sex Jan 04, 2008 2:29 pm

cicloneprojekt escreveu:
WOOBOHEHEHE escreveu:Estou preocupado...com o final da CPMF, o governo já anunciou que vai haver um CORTE de 20 Bi no orçamento do próximo ano e que TODOS vão ter que apertar o cinto.
Estou achando que vai novamente sobrar para as Forças Armadas, ou seja, mais um longo ano na penúria. Será?

Abraços


Infelizmente isso fica cada dia cada vez mais claro. Estou encucado com o fato do HORATIO Nelson estar meio que sumido por estes dias.(...)


Só não enxerga quem não quer ver.

Grande abraço




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#508 Mensagem por Guerra » Sex Jan 04, 2008 3:55 pm

juarez castro escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
WOOBOHEHEHE escreveu:Estou preocupado...com o final da CPMF, o governo já anunciou que vai haver um CORTE de 20 Bi no orçamento do próximo ano e que TODOS vão ter que apertar o cinto.
Estou achando que vai novamente sobrar para as Forças Armadas, ou seja, mais um longo ano na penúria. Será?

Abraços


Infelizmente isso fica cada dia cada vez mais claro. Estou encucado com o fato do HORATIO Nelson estar meio que sumido por estes dias.(...)


Só não enxerga quem não quer ver.

Grande abraço


Nem todos vão precisar fazer buraco no cinto, como disse o ministro do planejamento, como sempre a regra não se aplica a todos.




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#509 Mensagem por Marino » Dom Jan 06, 2008 11:56 am

JB:
Entrevista - Alberto Mendes Cardoso, criador da Abin - "O Estado se descuidou das Forças"

Leandro Mazzini - Brasília



As Forças Armadas do Brasil estão numa "situação crítica, mas não irremediável". A declaração é do general do Exército Alberto Cardoso, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, criador da Agência Brasileira de Inteligência e da Secretaria Nacional Antidrogas. Atento ao problema do sucateamento das Forças, não titubeia em apontar um caminho que faça o país melhorar seu poder de dissuasão. Vê a saída nos investimentos em pesquisa e tecnologia nacionais, para o país não ficar dependente dos exportadores na questão dos equipamentos bélicos. Cardoso diz não haver uma corrida armamentista na América Latina com a iniciativa da Venezuela de reforçar o poder aéreo. E observa ser equivocada a meta do governo brasileiro de tentar eliminar a violência só com políticas sociais.



O senhor prega o conceito de dissuasão como prioridade na defesa nacional. Explique.

- É muito bom que esta pergunta tenha surgido logo no início da nossa conversa. Gostaria de envolver a nossa entrevista na moldura do conceito de dissuasão, a atitude aconselhável para um país pacífico e territorialmente satisfeito como o Brasil e, portanto, desejoso de evitar a guerra.

Em artigo recente para o JB, procurei esclarecer quais as circunstâncias necessárias para essa atitude surtir os efeitos desejados: "Um país pacífico se torna dissuasor pelo conjunto integrado - e ponderado, de acordo com a natureza do contencioso - de suas expressões política, econômica, tecnológica e militar; pela coesão e vontade de seu povo; e pela percepção que este tem da relevância do Estado. Igual integração sinérgica é necessária para um país que deseje iniciar um conflito armado. A diferença está na destinação do poder e, quanto à dissuasão, na importância fundamental de o adversário: conhecer esse poder; acreditar na vontade do outro de empregá-lo, se atacado; avaliar os danos que lhe poderiam ser impostos pela retaliação; e estimar que não os possa suportar".

Como se vê, a capacidade dissuasória não diz respeito somente ao poder bélico. É a resultante de todos aqueles fatores. No tocante às Forças Armadas, requer que elas, em suma, imponham respeito.



Reportagem do JB de domingo passado mostrou números que indicam o sucateamento das Forças Armadas. Como o senhor vê essa situação?

- Realmente, o Estado brasileiro descuidou do dever de manter suas Forças Armadas à altura do porte do país. Criou-se uma dicotomia, a meu ver incorreta, entre política de segurança e políticas sociais, indutora da desproporcional priorização destas últimas, em grande detrimento da segurança. Como os próprios comandantes das Forças têm, lealmente, informado, os equipamentos precisam de modernização e reposição.



A situação então é crítica?

- A situação é crítica, mas não irremediável, por uma só razão: a preparação básica do pessoal é de muito boa qualidade. Isso cria massa crítica de capacitação para absorção rápida e criativa de novos materiais.

Nesse ponto, deve-se alongar a conversa para o aspecto muito importante da obtenção desses materiais. A importação pura e simples de equipamento, a par de ser cara, mantém o Brasil dependente da disponibilidade para fornecimento imediato e das simpatias e humores do país controlador das exportações, no momento da compra inicial e, subseqüentemente, das peças e acessórios de reposição. Os regimes internacionais de controle das vendas de material de emprego militar ou dual estão cada vez mais rigorosos. A solução definitiva é comprar aqui. Se não houver, desenvolver aqui.



O Brasil perdeu o poder de dissuasão na América Latina?

- Não. Como citei no início, a capacidade dissuasória não deve ser vista apenas sob o viés das possibilidades bélicas. Ela resulta da integração de muitos vetores, dos quais o militar é apenas um a mais. Mesmo sob o ponto de vista de eventual confronto armado, ainda somos relativamente - embora decrescentemente - fortes. Todavia, não basta poder ser dissuasor. É imperioso querer ser dissuasor.



Qual das Forças, em sua opinião, é a mais afetada hoje, e qual deve ter prioridade em investimentos? E por quê?

- Não há como afirmar que esta ou aquela Força seja a mais afetada. Isso corresponderia a aceitar que as Forças Armadas possam ser vistas como (indevidamente, ainda há quem as chame) forças singulares. Se o Exército estiver deficiente em veículos blindados, não será ele o afetado, mas o conjunto que compõe com Marinha e Força Aérea. De que valeria, para fins de dissuasão, ter uma armada poderosa se não houvesse caças em condições de defender o espaço aéreo sobre ela? Ou dispor de aviação, mas não de artilharia antiaérea para compor o conjunto da defesa aérea? As três Forças carecem de modernização.

A prioridade de investimentos é a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, "desde ontem". O domínio de tecnologia de material de emprego bélico é o grande diferencial na construção da dissuasão de natureza militar. Quando se comenta desanimadamente sobre o enorme e crescente hiato tecnológico frente aos países centrais, como empecilho para esse tipo de dissuasão, costumo sugerir uma visão de futuro que contemple o domínio de certas tecnologias que permitam às Forças Armadas ajudarem o país a ser dissuasor, ao invés da clássica "diminuir o gap tecnológico". Um exemplo: o submarino a propulsão nuclear.



O Brasil está vulnerável hoje a uma invasão de seu território?

- A imensa extensão territorial brasileira e cria no imaginário leigo uma impressão de vulnerabilidade, que não corresponde à visão estratégica militar. Quem imaginasse invadir teria de ter condições de conquistar e manter uma extensão de terreno grande o suficiente para justificar a aventura, que lhe alongaria demasiadamente os eixos de suprimento. A vulnerabilidade seria sua, dada a capacidade brasileira extraordinária de combater e vencer em solo pátrio, historicamente demonstrada.

Quanto à solução para aumentar essa capacidade de retaliação no nosso território, a resposta é: mobilidade estratégica para as forças de reação locais e centrais. O que vale dizer aviação de transporte de pessoal, rodovias bem conservadas, viaturas confiáveis. Em apoio às forças assim deslocadas, existirá a logística adequada. Uma resposta mais completa deve considerar também as hipóteses de invasão do espaço aéreo e do mar territorial. Mutatis mutandi, a resposta seria semelhante.



O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, renovou a frota de caças e os estoques bélicos de seu país. O Chile fez o mesmo. O Brasil, não com o mesmo poder que os vizinhos, gradativamente reforça o poderia aéreo. A iniciativa de Chávez pode ser interpretada como início de uma corrida armamentista na AL?

- Não creio. O presidente venezuelano está providenciando forças armadas à altura da Venezuela, de seu povo, das suas tradições e de suas riquezas energéticas. Assim como o Chile. Ambos estão certos. Nenhum país da expressão desses pode se reduzir à situação de nação dependente do acaso, para sobreviver. Projetemos esse conceito para o perfil brasileiro e veremos que nos falta percepção do risco que corre uma Nação desguarnecida.



Nesse contexto, incluindo o fator político atual, a Venezuela é hoje uma ameaça aos países vizinhos?

- Independentemente das hipóteses de conflito aventadas por seu presidente, a Venezuela está mostrando que preza sua soberania e que quer ter condições de se responsabilizar por ela.



E se Chávez, numa eventualidade, obtiver sucesso num golpe militar...

- Minha resposta reafirma minha crença no que nossa Constituição Federal nos impõe no Art. 4º, que rege nossas relações internacionais: dentre outros princípios, o de não-intervenção. Ou seja, cada povo e país tem o regime que quer e merece. Nenhum país tem o direito de se arvorar de palmatória de outro, se quiser ter como argumento a seu favor, em um futuro incerto, o princípio da autodeterminação.



O país já passou por uma situação delicada no que concerne à Bolívia, quando o presidente Evo Morales ocupou militarmente estatais brasileiras em seu território. O Brasil agiu certo em optar pelo diálogo?

- O governo brasileiro acertou em sequer cogitar da reação armada. Também não teria errado, se tivesse sido enérgico no diálogo. Se não houvesse certo amortecimento na opinião pública, creio que teria ocorrido pressão popular contra a tolerância com o esbulho armado de uma propriedade do Estado brasileiro no exterior.




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#510 Mensagem por Guerra » Dom Jan 06, 2008 5:12 pm

Marino escreveu:JB:
Entrevista - Alberto Mendes Cardoso, criador da Abin - "O Estado se descuidou das Forças"

Leandro Mazzini - Brasília



As Forças Armadas do Brasil estão numa "situação crítica, mas não irremediável". A declaração é do general do Exército Alberto Cardoso, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, criador da Agência Brasileira de Inteligência e da Secretaria Nacional Antidrogas. Atento ao problema do sucateamento das Forças, não titubeia em apontar um caminho que faça o país melhorar seu poder de dissuasão. Vê a saída nos investimentos em pesquisa e tecnologia nacionais, para o país não ficar dependente dos exportadores na questão dos equipamentos bélicos. Cardoso diz não haver uma corrida armamentista na América Latina com a iniciativa da Venezuela de reforçar o poder aéreo. E observa ser equivocada a meta do governo brasileiro de tentar eliminar a violência só com políticas sociais.



O senhor prega o conceito de dissuasão como prioridade na defesa nacional. Explique.

- É muito bom que esta pergunta tenha surgido logo no início da nossa conversa. Gostaria de envolver a nossa entrevista na moldura do conceito de dissuasão, a atitude aconselhável para um país pacífico e territorialmente satisfeito como o Brasil e, portanto, desejoso de evitar a guerra.

Em artigo recente para o JB, procurei esclarecer quais as circunstâncias necessárias para essa atitude surtir os efeitos desejados: "Um país pacífico se torna dissuasor pelo conjunto integrado - e ponderado, de acordo com a natureza do contencioso - de suas expressões política, econômica, tecnológica e militar; pela coesão e vontade de seu povo; e pela percepção que este tem da relevância do Estado. Igual integração sinérgica é necessária para um país que deseje iniciar um conflito armado. A diferença está na destinação do poder e, quanto à dissuasão, na importância fundamental de o adversário: conhecer esse poder; acreditar na vontade do outro de empregá-lo, se atacado; avaliar os danos que lhe poderiam ser impostos pela retaliação; e estimar que não os possa suportar".

Como se vê, a capacidade dissuasória não diz respeito somente ao poder bélico. É a resultante de todos aqueles fatores. No tocante às Forças Armadas, requer que elas, em suma, imponham respeito.



Reportagem do JB de domingo passado mostrou números que indicam o sucateamento das Forças Armadas. Como o senhor vê essa situação?

- Realmente, o Estado brasileiro descuidou do dever de manter suas Forças Armadas à altura do porte do país. Criou-se uma dicotomia, a meu ver incorreta, entre política de segurança e políticas sociais, indutora da desproporcional priorização destas últimas, em grande detrimento da segurança. Como os próprios comandantes das Forças têm, lealmente, informado, os equipamentos precisam de modernização e reposição.



A situação então é crítica?

- A situação é crítica, mas não irremediável, por uma só razão: a preparação básica do pessoal é de muito boa qualidade. Isso cria massa crítica de capacitação para absorção rápida e criativa de novos materiais.

Nesse ponto, deve-se alongar a conversa para o aspecto muito importante da obtenção desses materiais. A importação pura e simples de equipamento, a par de ser cara, mantém o Brasil dependente da disponibilidade para fornecimento imediato e das simpatias e humores do país controlador das exportações, no momento da compra inicial e, subseqüentemente, das peças e acessórios de reposição. Os regimes internacionais de controle das vendas de material de emprego militar ou dual estão cada vez mais rigorosos. A solução definitiva é comprar aqui. Se não houver, desenvolver aqui.



O Brasil perdeu o poder de dissuasão na América Latina?

- Não. Como citei no início, a capacidade dissuasória não deve ser vista apenas sob o viés das possibilidades bélicas. Ela resulta da integração de muitos vetores, dos quais o militar é apenas um a mais. Mesmo sob o ponto de vista de eventual confronto armado, ainda somos relativamente - embora decrescentemente - fortes. Todavia, não basta poder ser dissuasor. É imperioso querer ser dissuasor.



Qual das Forças, em sua opinião, é a mais afetada hoje, e qual deve ter prioridade em investimentos? E por quê?

- Não há como afirmar que esta ou aquela Força seja a mais afetada. Isso corresponderia a aceitar que as Forças Armadas possam ser vistas como (indevidamente, ainda há quem as chame) forças singulares. Se o Exército estiver deficiente em veículos blindados, não será ele o afetado, mas o conjunto que compõe com Marinha e Força Aérea. De que valeria, para fins de dissuasão, ter uma armada poderosa se não houvesse caças em condições de defender o espaço aéreo sobre ela? Ou dispor de aviação, mas não de artilharia antiaérea para compor o conjunto da defesa aérea? As três Forças carecem de modernização.

A prioridade de investimentos é a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, "desde ontem". O domínio de tecnologia de material de emprego bélico é o grande diferencial na construção da dissuasão de natureza militar. Quando se comenta desanimadamente sobre o enorme e crescente hiato tecnológico frente aos países centrais, como empecilho para esse tipo de dissuasão, costumo sugerir uma visão de futuro que contemple o domínio de certas tecnologias que permitam às Forças Armadas ajudarem o país a ser dissuasor, ao invés da clássica "diminuir o gap tecnológico". Um exemplo: o submarino a propulsão nuclear.



O Brasil está vulnerável hoje a uma invasão de seu território?

- A imensa extensão territorial brasileira e cria no imaginário leigo uma impressão de vulnerabilidade, que não corresponde à visão estratégica militar. Quem imaginasse invadir teria de ter condições de conquistar e manter uma extensão de terreno grande o suficiente para justificar a aventura, que lhe alongaria demasiadamente os eixos de suprimento. A vulnerabilidade seria sua, dada a capacidade brasileira extraordinária de combater e vencer em solo pátrio, historicamente demonstrada.

Quanto à solução para aumentar essa capacidade de retaliação no nosso território, a resposta é: mobilidade estratégica para as forças de reação locais e centrais. O que vale dizer aviação de transporte de pessoal, rodovias bem conservadas, viaturas confiáveis. Em apoio às forças assim deslocadas, existirá a logística adequada. Uma resposta mais completa deve considerar também as hipóteses de invasão do espaço aéreo e do mar territorial. Mutatis mutandi, a resposta seria semelhante.



O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, renovou a frota de caças e os estoques bélicos de seu país. O Chile fez o mesmo. O Brasil, não com o mesmo poder que os vizinhos, gradativamente reforça o poderia aéreo. A iniciativa de Chávez pode ser interpretada como início de uma corrida armamentista na AL?

- Não creio. O presidente venezuelano está providenciando forças armadas à altura da Venezuela, de seu povo, das suas tradições e de suas riquezas energéticas. Assim como o Chile. Ambos estão certos. Nenhum país da expressão desses pode se reduzir à situação de nação dependente do acaso, para sobreviver. Projetemos esse conceito para o perfil brasileiro e veremos que nos falta percepção do risco que corre uma Nação desguarnecida.



Nesse contexto, incluindo o fator político atual, a Venezuela é hoje uma ameaça aos países vizinhos?

- Independentemente das hipóteses de conflito aventadas por seu presidente, a Venezuela está mostrando que preza sua soberania e que quer ter condições de se responsabilizar por ela.



E se Chávez, numa eventualidade, obtiver sucesso num golpe militar...

- Minha resposta reafirma minha crença no que nossa Constituição Federal nos impõe no Art. 4º, que rege nossas relações internacionais: dentre outros princípios, o de não-intervenção. Ou seja, cada povo e país tem o regime que quer e merece. Nenhum país tem o direito de se arvorar de palmatória de outro, se quiser ter como argumento a seu favor, em um futuro incerto, o princípio da autodeterminação.



O país já passou por uma situação delicada no que concerne à Bolívia, quando o presidente Evo Morales ocupou militarmente estatais brasileiras em seu território. O Brasil agiu certo em optar pelo diálogo?

- O governo brasileiro acertou em sequer cogitar da reação armada. Também não teria errado, se tivesse sido enérgico no diálogo. Se não houvesse certo amortecimento na opinião pública, creio que teria ocorrido pressão popular contra a tolerância com o esbulho armado de uma propriedade do Estado brasileiro no exterior.


Eu vou diz o que já disse sobre esse artigo. Um lixo.

Com essa história de sucateamento das FAs em pauta os ratos estão saindo dos seus buracos.

Seria bom abrir um topico: 'NOME AOS BOIS" para que ninguém seja enganado pelos reis do gogó.




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