Há uma confusão na sua linha de raciocício. Vejamos minha declaração:
A FAB não acha, o EB não acha, a MB não acha. Todas as Forças concluem baseadas em estudos, com conhecimento de causa.
Portanto, estou apontando a instituição. Ela aponta suas necessidades baseadas em estudos. O que você mostrou foram opiniões pessoais. E é evidente que em se tratando de pessoas, opiniões sejam divergentes. Se o que é adquirido não segue a opinião da instituição, isso se deve a fatores diversos como políticos e orçamentários. Aliás, um trecho colocado por você explica muito bem:
Há os que dizem que a Força Aérea nunca conseguiu comprar o que ela realmente precisa, que nenhum estudo sobre o assunto que tenhasido concluído pelo Estado Maior foi concretizado vis-avis às necessidades estratégicas extraídas de uma concepção de emprego do Poder Aéreo, que sempre foram compradas aeronaves atreladas a uma disponibilidade orçamentária ou a um critério político, etc.
Portanto, a FAB não acha, a FAB conclui, através de seu Estado-Maior. O Brigadeiro X acha, o Y também e a reunião deles
conclui o que é melhor para a Força. No entanto, comprar ou não depende de outras questões extra-instituição.
Não fugindo do tópico, a FAB (instituição)
concluiu que precisava ter helicópteros de ataque que cumprirão, entre outras, tarefas de SEAD. Independente da minha, da sua, ou da opinião do brigadeiro fulano.
Agora, se o que vai ser comprado está de acordo com esse estudo, são outros quinhentos, mas não é isso que se discute. Seus exemplos só tratam do que não tratamos aqui.
Eu repito. Nós aqui ACHAMOS. Eu disse NÓS. Não disse só você e sim que eu estou incluindo você, aceite ou não. Desculpe, se você passou por alguma Escola de Comando e Estado-Maior, terá mais embasamento que a grande maioria, mas saberá que se concluir sem um estudo aprofundado, está achando como qualquer outra pessoa. Sua opinião - e opinião é nada mais do que um "achar" - pode ser mais ou menos fundamentada, mas se você não tem acesso à estudos ou não estuda profundamente cada questão, não vai passar de uma opinião.
Aliás não critico o fato de você ter a sua opinião, muitíssimo pelo contrário, te parabenizo e incentivo para que busque sempre ter sua opinião. Só não posso concordar que seja passada a idéia, como várias vezes é passada aqui, não necessariamente por você, de que simplesmente se sabe mais do que a FAB (ou qualquer outra), que simplesmente a FAB está errada ou que a Força é leviana a ponto de querer comprar equipamentos que não estejam de acordo com suas hipóteses de emprego. Isso tudo sem antes questionar, ou melhor, sequer conhecer o estudo que levou a conclusão em discussão.
Eu busquei declarações de altas patentes da ativa ditas e apontadas as fontes na imprensa, que influenciam nas decisões, para demonstrar que também há grandes divergências, muitas vezes diametralmente opostas, após o início do processo de seleção, já definidos os requisitos, mesmo com "estudo e conhecimento de causa", como você bem disse.
Para quem realmente acompanha os assuntos militares há um bom tempo, não é difícil encontrar materiais, declarações, como estas, na mídia.
Ótimo, mas, como expliquei acima, divergências são naturais entre pessoas. Só que não me pareceu terem relação com a discussão. Aqui discutíamos a utilização de helo de ataque para SEAD e outras funções pela FAB. É essa decisão da instituição que você está questionando. Apontar que tenha gente que pensa como você nesse ponto (o que nem foi o caso) é salutar, mas mantenho minha opinião de que nós aqui achamos muito mais do que sabemos.
Vale ressaltar que, como patriota, tenho um grande apreço pelas FAs. Mas procuro ter uma visão equilibrada, racional, sem chauvinismo.
Faz bem, somos dois.
Procuro dar declarações embasadas. Eu não "acho" Na pág 80, trouxe um breve fundamento sobre do porquê considero que FAs desejam "espaço".Tenho idade e recursos suficientes para arcar com as consequências de minhas declarações.
Ah, você não acha? Então você sempre SABE? Sua opinião é a certa e ponto? Eu acho bastante. Todos nós aqui, sem base em estudos, achamos. Menos você. Pois é, olha o que você escreveu:
A maior parte das atividades de SEAD realizadas por helis de ataque nas guerras de golfo I e II ficaram a cabo dos apaches do US ARMY.
No que fora prontamente rebatido por quem lida diretamente com o assunto:
A SEAD faz parte do estabelecimento da superioridade aérea e é uma função da Força Aérea.
Uma missão de SEAD (assim como uma C-SAR) é grande e complexa, envolvendo o estudo do inimigo, guerra eletrônica, CCEA, etc. A aeronave que vai para efetivamente cumprir a missão é apenas a ponta do iceberg.
O que aconteceu no Iraque foi que, em alguns pontos próximos aos corredores principais, haviam baterias de médio alcance que não estavam cobertas por AAé de curto alcance ou de tubo. Eram alvos difíceis para aviões, mas relativamente fáceis para os helicópteros, que voavam o tempo todo abaixo do envelope dos mísseis.
Foram missões planejadas no nível mais alto do comando e tiveram todo o apoio da Força Aérea. Apenas a "cereja do bolo" foi do Exército, que acabou levando a fama de ter feito os primeiros disparos da guerra.
Eu acho que você também acha como todos nós achamos.

Na boa, sem entrar em questões de mérito pessoal, o que questiono é a atitude de cada um, não a opinião. Sequer citei seu nome.
Como considero um fórum de idéias, não estou aqui como animador de torcidas, tampouco para ter o ego afagado,e, muito menos ainda, para ficar afagando o ego de outrem.
Não entendi a necessidade e/ou intenção dessa passagem.
Sim, ao analisar seu post, isso vale também para o Sr, sem dúvida.
Mas é claro! E quando foi que disse o contrário? Apenas consigo reconhecer minhas limitações. Sei que mesmo tendo divergentes opiniões em relação a doutrinas ou compras de material de cada Força, não posso jamais crer que minha informação, por mais embasada dentro do meu alcance esteja, seja a certa porque eu não tenho a noção da realidade estratégica, geopolítica, doutrinária ou orçamentária dessa Força. Eu posso afimar que a AvEx precise de helicópteros de ataque. Você pode apontar um general dizendo que ela vai ter. Assim como eu posso apontar outro. Quer ver? Segue:
Sobre o uso de helicópteros de ataque, isso é um tema que vocês comentem?
GEN. MODESTO: O nosso helicóptero de ataque é o Esquilo, de acordo com a disponibilidade de recursos que o país tem. O Apache ou outro qualquer mais acessível? Ótimo. Mas e o dinheiro? Não há necessidade de se gastar dinheiro com isso agora.
Existe a necessidade de se armar o Esquilo com um míssil anti-tanque?
GEN. MODESTO: Nós temos os foguetes SBAT-70 e, por enquanto, estão cumprindo a função.
Entrevista feita
por mim e o pessoal da ALIDE em 2005, com o então Comandante da AvEx, General-de-Brigada Francisco Carlos Modesto.
O General tem a opinião dele também. Mas se o Estado-Maior concluir que precisa comprar um helo de ataque, vai comprar. É isso que tentei dizer e você parece não ter entendido e levado para um lado mais pessoal. Nós aqui achamos. A instituição não acha, conclui.