Bolívia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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#181 Mensagem por Paisano » Qua Dez 19, 2007 9:35 am

Túlio escreveu:Tá, meu cupincha, mas ao menos me expliques COMO UM SUPOSTO PLANO DO ESTADO MAIOR BRASILEIRO TEM NOME EM INGLÊS?


Porque esse tal plano tem sua origem ao norte da linha do equador. :?




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Marino
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#182 Mensagem por Marino » Qua Dez 19, 2007 9:51 am

Assim desacredita!!!!!!
Do Inforel:

Brasil e Bolívia vão retomar cooperação militar
18/12/2007 - 10h53
No marco da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à La Paz, nesta segunda-feira, os ministros da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, e da Bolívia, Walker San Miguel, decidiriam retomar a cooperação em matéria de Defesa.

Enquanto os presidentes expressavam apoio às ações desenvolvidas pelos países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e destacavam que o organismo deve trabalhar sem impedimentos na promoção do desenvolvimento sustentável, da melhora da qualidade de vida de suas populações e na defesa do imenso e rico patrimônio natural da Amazônia, os responsáveis pela Defesa acertavam a data do primeiro encontro conjunto de trabalho, que será entre janeiro e fevereiro em Santa Cruz de la Sierra.

Por conta do vazio amazônico já identificado pelo Brasil, os dois países decidiram incrementar o Acordo Bilateral, firmado em 14 de fevereiro de 2007, e a intenção de iniciar um novo ciclo de aprofundamento das relações bilaterais nesta área a partir de 2008.

A retomada das atividades de cooperação em Defesa estão previstas na Ata da Reunião Brasil-Bolívia, firmada em 25 de abril de 2006, durante a visita a La Paz da Missão Especial de Cooperação do governo brasileiro.

Para os dois ministros, Bolívia e Brasil devem fortalecer o relacionamento militar entre os respectivos exércitos, marinhas e forças aéreas.

De acordo com a chancelaria boliviana, o principal objetivo é fortalecer a confiança mútua em termos de políticas de Defesa.

Os dois países pretendem aprofundar o intercâmbio acadêmico, a cooperação na área de aeronáutica militar, de vigilância e fiscalização através de radares, da região amazônica, e incrementar a navegação através da hidrovia que compartilham.

Nos meios militares do Brasil ainda há grande preocupação quanto ao acordo militar firmado entre Bolívia e Venezuela, razão pela qual, o Brasil manifestou o desejo de rever a cooperação bilateral nesta área.

No encontro entre Evo Morales e Lula, também ficou acertado que os dois países intensificarão os projetos de integração fronteiriça com a reativação dos Comitês de Fronteira.

Como forma de se reduzir as tensões e os ilícitos na região, decidiram pela elaboração de um Plano de Desenvolvimento Fronteiriço, que promova ações concretas para atender às principais demandas sociais das populações fronteiriças, incluindo estudo para a implementação de escolas técnicas bilíngües.

Além disso, Brasil e Bolívia demonstraram disposição de fortalecer a cooperação bilateral no combate ao narcotráfico. Entre os dias 6 e 7, foi realizada em La Paz, a V Reunião da Comissão Mista Brasil-Bolívia sobre Drogas e Temas Conexos, ocasião em que a Delegação da Bolívia apresentou o documento "Estratégia de Luta Contra o Narcotráfico e Revalorização da Folha de Coca".

Na oportunidade, também foram definidas iniciativas conjuntas nas áreas de controle fronteiriço, luta contra o narcotráfico, desenvolvimento integral e prevenção do consumo de drogas, que passam pelo compromisso de implementar um plano de coordenação entre os serviços de controle fronteiriço.

Esse plano permitirá a instalação de interconexões ponto a ponto via rádio das unidades do Brasil e da Bolívia que participam da Operação BRABO, em 14 pontos da fronteira comum e que facilitará a troca de informações entre postos de controle, delegacias policiais e centros regionais de inteligência.




ademir
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#183 Mensagem por ademir » Qua Dez 19, 2007 12:34 pm

Dieneces escreveu: Esse coitadismo não existe nem lá , Ademir , nem vem com esse argumento que não cola .


Talvez voce tenha compreendido errado meu post, não quis colocar um lado como certo e outro como errado, apenas demonstrar por meio de exemplos que o racismo la é reciproco, se ha preconceito de uma parte, tambem ha de outra, ao contrario do que voce disse.




ademir
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#184 Mensagem por ademir » Qua Dez 19, 2007 12:45 pm

morcego escreveu:Vc quer comparar as declarações a atitudes racistas de UM PRESIDENTE, com os atos de pixadores, adolescentes etc.

francamente, vc não parece ter equilibrio o suficiente para tratar da questão.


Realmente uma oposisão que se cresce com ofensas preconceituosas, faz propagandas com ofensas ao presidente, ocupam violentamente predios publicos, incendiam casas particulares, e agridem fisica e verbalmente pessoas que se opõe ao seu bandidismo so pode ser um bando de adolescentes que não sabem aceitar uma derrota DEMOCRATICA.




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#185 Mensagem por Dieneces » Qua Dez 19, 2007 1:01 pm

ademir escreveu:
Dieneces escreveu: Esse coitadismo não existe nem lá , Ademir , nem vem com esse argumento que não cola .


Talvez voce tenha compreendido errado meu post, não quis colocar um lado como certo e outro como errado, apenas demonstrar por meio de exemplos que o racismo la é reciproco, se ha preconceito de uma parte, tambem ha de outra, ao contrario do que voce disse.
Eu disse que era de parte à parte e não unilateral . A diferença é que de um lado ele é referendado pelo próprio presidente , pequena diferença...




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#186 Mensagem por ademir » Qua Dez 19, 2007 1:12 pm

Dieneces escreveu:
ademir escreveu:
Dieneces escreveu: Esse coitadismo não existe nem lá , Ademir , nem vem com esse argumento que não cola .


Talvez voce tenha compreendido errado meu post, não quis colocar um lado como certo e outro como errado, apenas demonstrar por meio de exemplos que o racismo la é reciproco, se ha preconceito de uma parte, tambem ha de outra, ao contrario do que voce disse.
Eu disse que era de parte à parte e não unilateral . A diferença é que de um lado ele é referendado pelo próprio presidente , pequena diferença...


Disse não.. voce disse isso: "O Racismo é nitidamente uma arma usada pelo Evo Morales , e não o contrário . Basta ler seus discursos.". Pela parte em negrito eu achei que voce iria negar as atitudes preconceituosas da oposisão. Se entendi errado desculpe :wink:




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#187 Mensagem por J.Ricardo » Qua Dez 19, 2007 2:03 pm

ademir escreveu:ocupam violentamente predios publicos, incendiam casas particulares, e agridem fisica e verbalmente pessoas que se opõe ao seu bandidismo


Ademir, por acaso vc esta descrevendo as ações do MST?




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#188 Mensagem por Dieneces » Qua Dez 19, 2007 8:21 pm

ademir escreveu:
Dieneces escreveu:
ademir escreveu:
Dieneces escreveu: Esse coitadismo não existe nem lá , Ademir , nem vem com esse argumento que não cola .


Talvez voce tenha compreendido errado meu post, não quis colocar um lado como certo e outro como errado, apenas demonstrar por meio de exemplos que o racismo la é reciproco, se ha preconceito de uma parte, tambem ha de outra, ao contrario do que voce disse.
Eu disse que era de parte à parte e não unilateral . A diferença é que de um lado ele é referendado pelo próprio presidente , pequena diferença...


Disse não.. voce disse isso: "O Racismo é nitidamente uma arma usada pelo Evo Morales , e não o contrário . Basta ler seus discursos.". Pela parte em negrito eu achei que voce iria negar as atitudes preconceituosas da oposisão. Se entendi errado desculpe :wink:
Ademir , caso vc desconheça o EVO MORALES É O PRESIDENTE DA BOLÍVIA e as políticas e os discursos dele são racistas . Não há em AUTORIDADES DA OPOSIÇÃO esse discurso , isso é que vc até agora não entendeu . Agora , é óbvio que a toda ação corresponde uma reação e o conflito étnico será inevitável se não houver retrocesso na política indigenista boliviana.




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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#189 Mensagem por Morcego » Qui Dez 20, 2007 12:43 am

ademir escreveu:
morcego escreveu:Vc quer comparar as declarações a atitudes racistas de UM PRESIDENTE, com os atos de pixadores, adolescentes etc.

francamente, vc não parece ter equilibrio o suficiente para tratar da questão.


Realmente uma oposisão que se cresce com ofensas preconceituosas, faz propagandas com ofensas ao presidente, ocupam violentamente predios publicos, incendiam casas particulares, e agridem fisica e verbalmente pessoas que se opõe ao seu bandidismo so pode ser um bando de adolescentes que não sabem aceitar uma derrota DEMOCRATICA.


Por acaso esta falando dos partidos e movimentos de esquerda no Brasil?




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#190 Mensagem por Kratos » Qui Dez 20, 2007 1:04 am

morcego escreveu:
ademir escreveu:
morcego escreveu:Vc quer comparar as declarações a atitudes racistas de UM PRESIDENTE, com os atos de pixadores, adolescentes etc.

francamente, vc não parece ter equilibrio o suficiente para tratar da questão.


Realmente uma oposisão que se cresce com ofensas preconceituosas, faz propagandas com ofensas ao presidente, ocupam violentamente predios publicos, incendiam casas particulares, e agridem fisica e verbalmente pessoas que se opõe ao seu bandidismo so pode ser um bando de adolescentes que não sabem aceitar uma derrota DEMOCRATICA.


Por acaso esta falando dos partidos e movimentos de esquerda no Brasil?


Só pode ser.




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EUA: Evo é avanço e base militar coisa do passado

#191 Mensagem por fcmts » Sex Dez 21, 2007 10:10 pm

Tom Shannon
EUA: Evo é avanço e base militar coisa do passado

Tom Shannon, secretário de Estado adjunto para a América Latina, ou seja, o número dois de Condolezza Rice para a região, diz que a presidência de Evo Morales é um fato positivo por representar a chegada da maioria ao poder na Bolívia, mas que os conflitos são preocupantes.

- Os países amigos da Bolívia, como o Brasil, Estados Unidos e outros países da região, devem ajudar o país a superar suas dificuldades.

Shannon me concedeu uma entrevista no programa Espaço Aberto, que foi ao ar ontem e repete hoje as 15h30m.

No programa, garantiu que os Estados Unidos não pensam em instalar uma base militar na região:

- Base militar é coisa do século passado.

Aproveitei e perguntei quando eles desmontariam a base de Guantánamo, em Cuba.

- Não temos diálogo com o governo cubano para tratar do assunto; quando tivermos, poderemos conversar.

Perguntei sobre as denúncias de torturas a presos políticos em Guantânamo, e ele disse:

- Não são presos políticos, são terroristas perigosos.

Insisti, falando das denúncias de pessoas detidas sem o devido processo legal. Quis saber se isso não era preocupante para um país com a tradição democrática dos Estados Unidos. Tom Shannon disse que eles não estão sob a proteção dada pela legislação americana. Insisti de novo, perguntando se isso não era estranho: um processo legal para dentro dos Estados Unidos e outro para ser aplicado por americanos fora do território. Ele disse que isso tem sido estudado nos Estados Unidos, mas o problema é que, repetiu, eles são "perigosos terroristas".

Falamos também de Venezuela, Plano Colombia, acordos comerciais. Quem quiser ver o programa e não puder pelo horário, pode tentar no site da Globonews mais tarde, porque o conteúdo deve estar liberado. De qualquer maneira, mais tarde faremos aqui no blog nota maior a respeito da entrevista.

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/#84675




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#192 Mensagem por Marino » Ter Dez 25, 2007 11:41 am

Só o Brasil não vê ...

INTELLIGENCE POINTERS - BOLIVIAN POLITICAL RISK REMAINS HIGH
A constituent assembly dominated by supporters of Bolivia's socialist President Evo Morales approved most of a controversial new constitution on 9 December. The proposed reforms would grant increased powers to Bolivia's indigenous majority while dissolving the opposition-dominated Senate and increasing state control over Bolivia's gas and other natural resources

[first posted to http://jid.janes.com - 18 December 2007]




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#193 Mensagem por LEO » Ter Dez 25, 2007 3:38 pm

Meu Deus, não dá pra acreditar! Por que manter proximidade com vizinhos como Bolívia e Venezuela? Tá, um é o nosso principal fornecedor de gás e o outro tem petróleo, mas ser diplomático e cordial é uma coisa, e não isso (não precisa mandar calar a boca também). Tá na hora de parar com esses discursos de ajudar "nossos irmãos bolivianos e venezuelanos".
Alimenta eles que quando tiverem chance se levantarão contra o Brasil, "o imperialista latino-americano", "destruidor do Paraguai", blá, blá, blá...

Precisamos nos aproximar mais de países estáveis e mais confiáveis como a Colômbia e o Chile e nos afastarmos mais de Venezuela, Bolívia, Equador e outros mais que podem vir... e deixar que o tempo se encarregue de algumas coisas.




"Veni, vidi, vinci" - Júlio Cesar

http://www.jornalopcao.com.br/index.asp ... djornal=43

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#194 Mensagem por EDSON » Qua Dez 26, 2007 12:06 pm

SITUAÇÃO NA BOLÍVIA VAI SE AGRAVANDO

As paixões na Bolívia vão esquentando. Os adversários do Governo de Evo Morales desencadearam uma campanha de insubmissão e violência. Seria interessante saber a opinião que nosso comentarista Ghennadi Sperski tem sobre esse assunto.
Para muitos bolivianos, o Natal está tingido de cores escuras. Informa-se sobre fogos postos, explosões e ações provoadoras contra adeptos de transformações sociais. A violência vai se centrando nos departamentos revoltosos de Santa Cruz, Tarija, Pando e Beni, cujos governadores rejeitam o projeto de nova constituição e exigem seu cancelamento.
O projeto foi apoiado por mais de dois terços da Assembléia Constituinte, órgão eleito pelos Bolivianos através de referendo e em conformidade com todas as normas democráticas. A nova constituição traz umas novas cláusulas de natureza nacional e social, as quais, todavia, não convêm à Oposição de direita e à oligarquia. Nesses quatro departamentos foram criadas Assembléias Autônomas Provisórias que aprovaram projetos prevendo status de autonomia e se propõem submetê-los a referendo local. Tudo isso vai contra a Lei Fundamental vigente e ameaça a unidade e a integridade do País.
No intuito de desatar esse nó forte, o presidente Morales propôs convocar um referendo sobre a conveniência de anulação de seu mandato e termo das prerrogativas dos nove governadores provinciais. O primeiro magistrado apelou reiteradamente para um diálogo aberto sem quaisquer condições em relação aos seus opositores, mas estes sempre evitaram tal encontro.
Entretanto, alguns dos artigos do projeto constitucional foram altamente apreciados nas Nações Unidas. Por exemplo, o relator especial para os problemas alimentares, Jean Ziegler, declarou: “Nesta Constituição, o direito à alimentação e o direito à água estão expliciamente garantidos, é exemplar para todos os povos do mundo.” Portanto, o que é mesmo ruim não é o próprio projeto e sim o desejo dos seus críticos de manter seus privilégios. Essa gente possui um grande poder econômico e gozam de apoio externo. Diz-se que os planos de desestabilização da Bolívia são coordenados pelo embaixador dos Estados Unidos nesse país.
Essas ações prejudiciais dos governadores separatistas preocupam a comunidade internacional. A conhecida figura social francesa Danielle Mitterand, víuva do presidente da República, afirma que “a democracia boliviana corre um perigo mortal” e pede fazer o possível para que a sorte do presidente Evo Morales não seja a mesma que a do presidente chileno assassinado Salvador Allende.
Os que acompanham o processo na Bolívia apontam um certo parentesco com o que estava acontecendo no Chile no último terço do século XX. Lá, tudo havia começado por uma contra-revolução rastejante disfarçada de palavras de ordem falsamente democráticas e terminou por um golpe sangrento. O presidente Evo Morales já advertiu: “Se querem tirar-me, me tirarão morto do Palácio do Governo.” Nós aqui fazemos votos para que isso não aconteça.




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#195 Mensagem por alcmartin » Qua Dez 26, 2007 6:51 pm

Bem que eu achei que não deveriam ter tirado o homem de lá... :? (foi quem criou a ABIN). Talvez as coisas estivessem diferentes, com os devidos conselhos ao nosso presidente...

Asfixia Energética
O Brasil não foi dissuasor


Alberto Cardoso,
General-de-Exército da reserva e
ex-ministro de Segurança Institucional


No campo da defesa nacional, dissuasão deve ser entendida como uma atitude do Estado com vista em evitar a guerra por meio de sua capacidade retaliatória, preservando os interesses vitais e a soberania do país. É uma idéia ampla, que abrange a participação de todos; não apenas da diplomacia e das Forças Armadas.

Um país pacífico se torna dissuasor pelo conjunto integrado - e ponderado, de acordo com a natureza do contencioso - de suas expressões política, econômica, tecnológica e militar; pela coesão e vontade de seu povo; e pela percepção que este tem da relevância do Estado. Igual integração sinérgica é necessária para um país que deseje iniciar um conflito armado. A diferença está na destinação do poder e, quanto à dissuasão, na importância fundamental de o adversário: (1) conhecer esse poder; (2) acreditar na vontade do outro de empregá-lo, se atacado; (3) avaliar os danos que lhe poderiam ser impostos pela retaliação; e (4) estimar que não os possa suportar.

Sobre o relativismo nas relações internacionais, Montesquieu é cabal em O espírito das leis: "O direito das gentes se baseia naturalmente neste princípio: as várias nações devem fazer-se mutuamente o maior bem possível, em tempo de paz, e o menor mal possível, durante a guerra, sem prejudicar seus genuínos interesses".

Assim, considerados os contextos, a capacidade de uma nação impor seus genuínos interesses é proporcional à sinergização das suas capacidades setoriais, denominada poder nacional. O cotejo entre os diversos poderes nacionais hierarquiza as capacidades de dissuasão. Essa é a ética pragmática do poder das nações. Não a reconhecer e praticar é, nos extremos, tolerância excessiva ou bravata.

Na análise da ocupação das refinarias do Brasil (não da Petrobras) pelo Exército da Bolívia e dos fatos que se seguiram, há uma primeira e fácil conclusão: claramente, não se tratava de retaliar com uma ação armada. Nesse ponto, agiu bem o governo, interpretando com equilíbrio um dos objetivos da Política de Defesa Nacional: "Defesa dos interesses brasileiros no exterior".

Julgo, porém, que, a partir daí, a gestão da crise se revestiu de uma tolerância - que, em muitos episódios, excursionou pelos terrenos da leniência - danosa para a reputação regional do país. Do lado de lá, bravata; do lado de cá, tolerância excessiva.

Já não houvera boa gestão do risco. Por isso, a crise sobreveio, surpreendeu, e nos pegou sem alternativas planejadas para conquistar a iniciativa. Como o risco não foi bem administrado, não houve dissuasão, numa área da economia - a energia - de interesse vital para o país, portanto assunto de segurança e defesa nacional.

Toda gestão incorreta do risco e da crise tende a criar riscos maiores. No caso, a possibilidade mais séria é a de países candidatos à liderança regional entenderem que nossa reação foi tíbia porque o gigante está nu e que qualquer arremedo de funda de Davi pode derrubar o descuidado Golias. E, então, haja capacidade dissuasória.

Igual preocupação merece a defesa da Amazônia, dos campos de petróleo no Atlântico e do aqüífero Guarani, com olhos para além da América do Sul.

A notícia de aumento do orçamento das Forças Armadas em 2008 e anos seguintes é boa. Há algum tempo, as Forças vêm fazendo das entranhas coração para sobreviver quase que só com os recursos do custeio, em detrimento de investimentos indispensáveis à modernização. Logo, à custa do seu poder dissuasório. Não é o que tem ocorrido com outros países da região.

Os novos recursos, num primeiro momento, provavelmente "taparão buracos" com medidas de recuperação dos materiais, ora sucateados. Todavia, conviria que viessem a ser maciçamente empregados na aquisição de equipamentos na indústria nacional autêntica, e no investimento em pesquisa e desenvolvimento, com vista no domínio de tecnologia que se constitua no grande diferencial de dissuasão em cada hipótese consistente de emprego das Forças Armadas. Vislumbro uma única exceção na aquisição urgente dos caças para a Força Aérea.

Decisão semelhante foi tomada pelos EUA, em 1934, com base no Buy America Act, com os resultados hoje vistos por todos. Já existe medida provisória que visa à sustentabilidade de uma base industrial de defesa e que ampararia esta decisão. Ela precisa ser transformada no nosso Buy Brasil Act.

Então, o Brasil estará no rumo de uma sólida capacidade de dissuasão, independentemente dos grandes fornecedores internacionais de equipamento militar, por um lado, e sem permitir dúvida quanto a seu poder de retaliação, pelo outro lado. Então, 2006 e 2007 serão páginas viradas.


http://www.defesanet.com.br/energia1/br_bo_3.htm




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