CPMF

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#46 Mensagem por Túlio » Sex Dez 14, 2007 7:22 am

morcego escreveu:Nobre Tulio, O FATO QUE ME IMPORTA é que este é menos uma para que eu PAGUE, sonegador É QUE NÃO SOU, e se vc enveredar por este caminho SEREI EXPULSO TRANQUILAMENTE AQUI NO DB.


Bem sabes que, como teu amigo e FÃ N.º 1, tua expulsão é a última kôza que eu iria querer. Dou, por conseguinte, por encerrada esta discussão, no que me diz respeito.

Botes umas CERVASSSSSSSSSSSS áí na minha conta (não bebo mais, podes ficar com a minha cota)...

[022]

[/quote]




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#47 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 14, 2007 3:08 pm

O bom do fim da CPMF é que agora sem os 40 bilhões, o Lulinha paz e amor vai ter que parar de inflar o Estado (lembram-se: Choque de gestão não é diminuir o número de func publicas, mas aumenta-los? Uma grande frase non-sense do Lulota) e vai ter que ter mais responsabilidade na hora de gastar. A CPMF tinha como função ajudar a saúde, segundo os caras que criaram isso, teríamos uma saude publica de Suécia, mas hoje tá mais pra Bolívia mesmo. E só 1/3 é para saúde. Tinha que acabar com essa porcaria mesmo, um imposto a menos. Que o Estado se vire e aprende que não é gastando trolhas e trolhas em "programas sociais", "bolsas tal" e etc que o Brasil vai para a frente. Cambio, desligo.




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#48 Mensagem por Túlio » Sex Dez 14, 2007 3:26 pm

Quem criou a CPMF também só F* com a saúde. O Estado tem é que ENCOLHER, isso sim!!!

Fazer E BEM aquilo para o que existe... 8-]




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#49 Mensagem por Dieneces » Sex Dez 14, 2007 3:27 pm

Túlio escreveu:Então como é que se sonega TANTO, meu amigo Guilherme? Tem vírus nos tales de computadores? Se a gostosíssima Mônica não abre o bico, ninguém sabe, ninguém viu... :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

CPMF não dá para sonegar porque é paga na boca do caixa - inclusive nos eletrônicos - já os outros, bueno, tem gente podre de rica por aí que vive a pedir - e receber - 'perdões fiscais', isso NÓS, meros mortais, podemos fazer? Sacaneies a TUA declaração do IR e depois me contes o resultado (terás bastante tempo, como meu 'cliente')... :lol: :lol: :lol: :lol:
Esse argumento a favor da CPMF é o mais falacioso de todos . Combater a sonegação . Bastaria ter o governo proposto então a renovação da contribuição em vez da alíquota de 0,38% , uma alíquota de 00000000000,038% . Ninguém reclamaria , certamente seria aprovada e continuaria o tal controle. Mas não , e aí com que dinheiro criar a TV do Ibope zero , os 50mil cargos para petistas aparelharem o estado brasileiro , os bilhões para ONGs de churrasqueiros particulares e outros apaniguados do poder ...?




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#50 Mensagem por Túlio » Sex Dez 14, 2007 3:31 pm

Mas QUEM aqui está advogando a manutenção da ALÍQUOTA? EU NÃO, POWS!!!

Estou advogando SIM a manutenção do imposto, a taxas simbólicas - a que mencionaste, por exemplo - para se ter algum controle sobre o que se movimenta de reais neste pobre País rico.

Sim, porque os COFINS, INSS, ICMS & quetales continuariam a ser sonegados, com ou sem PC, com ou sem vírus...




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#51 Mensagem por Paisano » Sex Dez 14, 2007 3:33 pm

A CPMF e a pequenez nacional*

Fonte: http://www.projetobr.com.br/blog/6.html

A derrota do governo, no episódio da renovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) traz inúmeras lições.

A primeira é sobre a excepcional falta de criatividade e de despreendimento nos momentos de grandes impasses. O governo não queria estabelecer limitações às formas de aplicar os recursos. A oposição não queria mais recursos, que pudessem melhorar a governabilidade. Prova de que não há nada mais parecido com o PT na oposição do que o PSDB; e nada mais parecido com o PSDB na situação do que o PT.

***

O impasse poderia ter permitido inúmeras saídas consensuais, que ajudassem a aplacar o radicalismo das próximas eleições e passassem à opinião pública uma imagem mais produtiva dos partidos políticos.

A aprovação poderia ser amarrada ao compromisso formal de redução dos encargos trabalhistas. Ou à redução de outros tributos terríveis, como o Pis-Cofins, amarrado à melhoria da arrecadação federal. Poderia ter significado garantia de recursos à saúde e tudo o mais.

Nada a oposição propos; com nada o governo se comprometeu. Sobreveio o impasse.

***

A segunda consequência será a precipitação dos embates internos no PSDB. Único partido com condições de enfrentar o PT nas próximas eleições, o PSDB é um tucano partido ao meio.

Em tempos de paz, os verdadeiros comandantes do partido são os governadores. Por várias razões interessa a eles conviver pacificamente com o governo federal. Primeiro, pela perspectiva de colaboração, que deve marcar um país federativo. Depois, para não ter que enfrentar um líder carismático como Lula, em uma eleição polarizada. Finalmente, para não herdar um país conflagrado, em caso de vitória.

***

Na outra ponta, estão os ex, ex-presidente como Fernando Henrique Cardoso, ou senadores de futuro político incerto, como esse truculento Arthur Virgílio. Eles só crescem em ambiente de guerra. A FHC interessa a guerra para ampliar seu espaço no PSDB e interessa que o governo Lula afunde, pois só assim – pelo efeito-comparação – poderia aspirar um julgamento mais benevolente da história para seu governo.

Ao contrário de outros ex-presidentes, como Itamar Franco, José Sarney e Fernando Collor, FHC é um ex dotado de nenhuma grandeza, de nenhuma responsabilidade cívica.

Serra e Aécio estão aguardando para se posicionar mais perto das eleições. Correm o risco de herdar um partido exangüe. Se a CPMF não for restaurada, cada problema do governo Lula, cada investimento que deixar de ser feito, cada piora nas áreas sociais terá responsáveis diretos: o PSDB, seus senadores e FHC.

Havia receio de que a aprovação da CPMF pavimentasse o sucesso do governo Lula. Agora, qualquer fracasso terá um responsável direto: a oposição.

***

Os ecos dessa votação serão ampliados com o tempo. Ajudará a reforçar o discurso de que o governo Lula está sendo vítima de uma “conspiração das elites” - apesar da verdadeira elite, o mercado financeiro, nunca ter ganhado tanto.

De qualquer modo, saem divididos o país, a oposição e qualquer veleidade da opinião pública sobre a qualidade dos nossos homens públicos.

CPMF e Selic

Em qualquer economia racional, a derrubada da CPMF levaria o Banco Central a reconsiderar a questão da taxa Selic, que definr o patamar de remuneração dos títulos públicos. Se a carga de juros já era elevadíssima, com o corte da CPMF a necessidade de superávit primário aumentará mais ainda. Por isso mesmo, quanto maior o peso dos juros, maior a percepção de risco no Brasil. O natural seria a queda da Selic.

*Luis Nassif




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#52 Mensagem por Bolovo » Sex Dez 14, 2007 3:42 pm

Túlio escreveu:Quem criou a CPMF também só F* com a saúde. O Estado tem é que ENCOLHER, isso sim!!!

Fazer E BEM aquilo para o que existe... 8-]

O Estado tem que dar saúde, segurança e defesa, daí já tá bão. O dinheiro a sociedade privada dá um jeito e tudo de um jeito ou de outro vai pro Estado atráves de impostos. Tem que parar de criar 30000000000000000000 empregos publicos, porque daí temos que somar o PIB do Japão e da China para poder controlar tudo isso. Agora o governo vai ter que diminiuir os gastos publicos, investir naquilo que é NECESSÁRIO e dar mais chances para as empresas privadas. Uma micro empresa dura no máximo 3 anos hoje. Vai ver como é essa média lá na China, França, e tal. Deve ser bem diferente da nossa. As pessoas querem viver felizes, abrir uma empresa, ganhar dinheiro e tocar a vida... só isso, a vida não é complicada é nós que complicados ela. A CPMF era uma tranqueira que foi criado por um governo tranqueira e finalizado em outro governo tranqueira, mas parece que agora vamos pra frente... CREIO.




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#53 Mensagem por Dieneces » Sex Dez 14, 2007 3:57 pm

Paisano escreveu:A CPMF e a pequenez nacional*

Fonte: http://www.projetobr.com.br/blog/6.html

A derrota do governo, no episódio da renovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) traz inúmeras lições.

A primeira é sobre a excepcional falta de criatividade e de despreendimento nos momentos de grandes impasses. O governo não queria estabelecer limitações às formas de aplicar os recursos. A oposição não queria mais recursos, que pudessem melhorar a governabilidade. Prova de que não há nada mais parecido com o PT na oposição do que o PSDB; e nada mais parecido com o PSDB na situação do que o PT.

***

O impasse poderia ter permitido inúmeras saídas consensuais, que ajudassem a aplacar o radicalismo das próximas eleições e passassem à opinião pública uma imagem mais produtiva dos partidos políticos.

A aprovação poderia ser amarrada ao compromisso formal de redução dos encargos trabalhistas. Ou à redução de outros tributos terríveis, como o Pis-Cofins, amarrado à melhoria da arrecadação federal. Poderia ter significado garantia de recursos à saúde e tudo o mais.

Nada a oposição propos; com nada o governo se comprometeu. Sobreveio o impasse.

***

A segunda consequência será a precipitação dos embates internos no PSDB. Único partido com condições de enfrentar o PT nas próximas eleições, o PSDB é um tucano partido ao meio.

Em tempos de paz, os verdadeiros comandantes do partido são os governadores. Por várias razões interessa a eles conviver pacificamente com o governo federal. Primeiro, pela perspectiva de colaboração, que deve marcar um país federativo. Depois, para não ter que enfrentar um líder carismático como Lula, em uma eleição polarizada. Finalmente, para não herdar um país conflagrado, em caso de vitória.

***

Na outra ponta, estão os ex, ex-presidente como Fernando Henrique Cardoso, ou senadores de futuro político incerto, como esse truculento Arthur Virgílio. Eles só crescem em ambiente de guerra. A FHC interessa a guerra para ampliar seu espaço no PSDB e interessa que o governo Lula afunde, pois só assim – pelo efeito-comparação – poderia aspirar um julgamento mais benevolente da história para seu governo.

Ao contrário de outros ex-presidentes, como Itamar Franco, José Sarney e Fernando Collor, FHC é um ex dotado de nenhuma grandeza, de nenhuma responsabilidade cívica.

Serra e Aécio estão aguardando para se posicionar mais perto das eleições. Correm o risco de herdar um partido exangüe. Se a CPMF não for restaurada, cada problema do governo Lula, cada investimento que deixar de ser feito, cada piora nas áreas sociais terá responsáveis diretos: o PSDB, seus senadores e FHC.

Havia receio de que a aprovação da CPMF pavimentasse o sucesso do governo Lula. Agora, qualquer fracasso terá um responsável direto: a oposição.

***

Os ecos dessa votação serão ampliados com o tempo. Ajudará a reforçar o discurso de que o governo Lula está sendo vítima de uma “conspiração das elites” - apesar da verdadeira elite, o mercado financeiro, nunca ter ganhado tanto.

De qualquer modo, saem divididos o país, a oposição e qualquer veleidade da opinião pública sobre a qualidade dos nossos homens públicos.

CPMF e Selic

Em qualquer economia racional, a derrubada da CPMF levaria o Banco Central a reconsiderar a questão da taxa Selic, que definr o patamar de remuneração dos títulos públicos. Se a carga de juros já era elevadíssima, com o corte da CPMF a necessidade de superávit primário aumentará mais ainda. Por isso mesmo, quanto maior o peso dos juros, maior a percepção de risco no Brasil. O natural seria a queda da Selic.

*Luis Nassif
A força que o Nassif faz pra defender o governo Lula é constrangedoramente comovente. Faça-se justiça com o predicado da fidelidade do qual ele é possuidor .




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#54 Mensagem por pafuncio » Sex Dez 14, 2007 4:20 pm

1) Como diz o Gilson Dipp, o direito penal mais moderno do Brasil está sendo exercido nas varas federais especializadas no combate aos crimes de colarinho branco (agora, acrescidas também do combate ao crime organizado). O Cacciola está agora sentindo o calor na bacurinha (by Casseta e Planeta, "A vingança do bastardo"), justamente por causa destes operadores jurídicos dos crimes de colarinho branco.

Uma das cabeças pensantes destes juízes, o Sérgio Moro, deu uma importante contribuição à matéria. Lembremos que ele tem uma atuação especializada.

Perguntem também ao pessoal da Polícia Federal e aos membros do Ministério Público o que acham da não renovação da CPMF.

2) Ah, mas a alíquota é elevada ? Fácil, poderia surgir uma MP ou um projeto de lei com minoração progressiva da incidência tributária, nos próximos anos. Isso facilmente poderia ser matéria de acordo, ainda que na bacia das almas.

2.1) Perdem o Serra e o Aécio. Ganham o FHC e o Arthur Virgílio, os carbonários de plantão. E teremos uma farsa ano que vem, o pessoal correndo loucamente para reinstituir a CPMF (convenientemente com novel nomen juris), sob pressão dos governadores e prefeitos, apavorados com a diminuição dos repasses. O governo federal poderá por ato administrativo elevar umas quantas alíquotas de IMPOSTOS (IOF e impostos de comércio exterior, por exemplo), que não serão rateados com os demais entes federativos, pelo menos no montante da cpmf.

Ah, mas a racionalidade econômica e o corte de gastos, a amparar a rediviva cpmf ? Beleza, mas discurso ideológico, que possivelmente a União desdenhará. Se o Executivo Federal empombar, disser que se trata de "nhenhenhém" e fracassomania dos demais entes, se disser também que conseguiu solitariamente se aprumar tributariamente, como é que fica ?


3) Voltemos ao Moro, que não o Aldo, este sim um conservador racional e inteligente, além de um expert no direito penal. Recomendo, aliás, um denso filme político italiano dos anos 70, estrelado pelo Jean Marie Volonté ("O caso Aldo Moro" ? no recuerdo):

CPMF: combate ao crime perde instrumento relevante, avalia juiz do caso Banestado

“Perde-se um importante instrumento de investigação”, diz o juiz federal Sergio Fernando Moro, sobre a extinção da CPMF a partir de janeiro. Moro atuou em vários casos envolvendo lavagem de dinheiro, como o Banestado e Operação Farol da Colina."
http://blogdofred.folha.blog.uol.com.br ... 26390611-0

E aí ? Esperar que os bancos colaborem para o cruzamento das informações, sem estarem sob a coação da CPMF ?

Matéria completa, abaixo:

14/12/2007
CPMF: combate ao crime perde instrumento relevante, avalia juiz do caso Banestado

“Perde-se um importante instrumento de investigação”, diz o juiz federal Sergio Fernando Moro, sobre a extinção da CPMF a partir de janeiro. Moro atuou em vários casos envolvendo lavagem de dinheiro, como o Banestado e Operação Farol da Colina.



“A CPMF, paradoxalmente, vinha se mostrando um tributo bastante justo, por ser difícil escapar a sua cobrança. Assim, mesmo aqueles assistidos por caras consultorias tributárias, acabavam tendo que pagar CPMF, diferentemente do que ocorre com tributos mais suscetíveis a manobras fiscais e contábeis. Além disso, as informações quanto à movimentação financeira providenciadas pela CPMF e pelo seu antecessor, o IPMF, foram largamente utilizadas pelos agentes públicos para investigação de variados crimes, financeiros, de lavagem, corrupção”, diz Moro.



“Tal expediente, pouco invasivo à privacidade individual, permitia que as autoridades públicas, autorizadas judicialmente, tivessem conhecimento de eventuais disparidades entre renda declarada e movimentação financeira, o que é um indício de sonegação fiscal e mesmo um indício clássico de crime de lavagem de dinheiro”, conclui o juiz.



“Foi pela movimentação financeira acusada pela CPMF que se chegou aos laranjas das contas CC5”, diz o procurador da República João Marques Brandão Neto, de Santa Catarina. “A Receita detecta a movimentação financeira de alguém pela CPMF. Assim, são muitíssimo comuns casos de pessoas movimentarem no banco dez vezes mais do que declaram à Receita”, afirma o procurador.



Brandão Neto diz que, em Blumenau, todos os casos de lavagem detectados partiram da discrepância entre movimentação financeira acusada pela CPMF e os rendimentos. “O laranja movimenta milhões de reais no banco, paga bastante CPMF e ganha uma ninharia”.



"Realmente, pode ser que percamos uma fonte de investigação", diz a procuradora da República Luiza Cristina Frischeisen. Mas, segundo ela, ainda permanece um mecanismo importante, pois as movimentações financeiras muito grandes devem ser comunicadas pelos bancos ao COAF.



Alguns advogados, que pedem para não ter seus nomes mencionados, acreditam que boa parte da insurgência de empresários contra a CPMF decorre dessa natureza instrumental da CPMF, de detectar fraudes. Em 2000, num congresso de procuradores da República, em Maceió, o ex-titular da Receita Federal, Everardo Maciel, anunciou a montagem de uma espécie de banco de dados para o confronto entre arrecadação de CPMF e rendimentos declarados por pessoas físicas e jurídicas. Naquela época, os bancos manifestavam resistência para informar ao Fisco o valor arrecadado de cada contribuinte, queriam informar apenas o montante global.



Especialistas consultados pelo jornal "Valor Econômico", em sua edição de hoje, entendem que "a CPMF é um dos instrumentos mais eficientes de fiscalização utilizados pela Receita Federal no acompanhamento das contas dos contribuintes. Mas sua ausência não comprometerá a sistemática de fiscalização desenvolvida pelo Fisco nos últimos anos. Eles acreditam que o governo poderá criar alguma declaração para os bancos que terá o mesmo papel da CPMF em relação ao cruzamento de informações.





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#55 Mensagem por Tigershark » Sex Dez 14, 2007 4:24 pm

Eu acho que agora vamos testemunhar se a transmutação do PT em PSDB Light foi completada ou se eles ainda guardam os velhos rancores do tempo de oposição.Eu acredito que,além das ameaças de arrocho fiscal e cortes no Orçamento,vai sobrar para mais gente.Só espero que não mexam no Orçamento da Defesa para o ano que vem(pelo menos não diminuam).




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#56 Mensagem por pafuncio » Sex Dez 14, 2007 4:25 pm

Dieneces escreveu:
*Luis Nassif
[/quote]A força que o Nassif faz pra defender o governo Lula é constrangedoramente comovente. Faça-se justiça com o predicado da fidelidade do qual ele é possuidor .[/quote]

Realmente, importante mesmo é o tal Reinaldo Rei Azevedo, fidelíssimo aos seus interesses, quiçá mais facilmente identificáveis ...

Ah, deixa estar, é uma questão de referencial ideológico.

Parafraseando um outro luminar da mídia, "o negócio é testar hipóteses" ...

Salu2, alexandre.




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#57 Mensagem por Sniper » Sex Dez 14, 2007 4:41 pm

Dieneces escreveu:
Paisano escreveu:A CPMF e a pequenez nacional*

Fonte: http://www.projetobr.com.br/blog/6.html

A derrota do governo, no episódio da renovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) traz inúmeras lições.

A primeira é sobre a excepcional falta de criatividade e de despreendimento nos momentos de grandes impasses. O governo não queria estabelecer limitações às formas de aplicar os recursos. A oposição não queria mais recursos, que pudessem melhorar a governabilidade. Prova de que não há nada mais parecido com o PT na oposição do que o PSDB; e nada mais parecido com o PSDB na situação do que o PT.

***

O impasse poderia ter permitido inúmeras saídas consensuais, que ajudassem a aplacar o radicalismo das próximas eleições e passassem à opinião pública uma imagem mais produtiva dos partidos políticos.

A aprovação poderia ser amarrada ao compromisso formal de redução dos encargos trabalhistas. Ou à redução de outros tributos terríveis, como o Pis-Cofins, amarrado à melhoria da arrecadação federal. Poderia ter significado garantia de recursos à saúde e tudo o mais.

Nada a oposição propos; com nada o governo se comprometeu. Sobreveio o impasse.

***

A segunda consequência será a precipitação dos embates internos no PSDB. Único partido com condições de enfrentar o PT nas próximas eleições, o PSDB é um tucano partido ao meio.

Em tempos de paz, os verdadeiros comandantes do partido são os governadores. Por várias razões interessa a eles conviver pacificamente com o governo federal. Primeiro, pela perspectiva de colaboração, que deve marcar um país federativo. Depois, para não ter que enfrentar um líder carismático como Lula, em uma eleição polarizada. Finalmente, para não herdar um país conflagrado, em caso de vitória.

***

Na outra ponta, estão os ex, ex-presidente como Fernando Henrique Cardoso, ou senadores de futuro político incerto, como esse truculento Arthur Virgílio. Eles só crescem em ambiente de guerra. A FHC interessa a guerra para ampliar seu espaço no PSDB e interessa que o governo Lula afunde, pois só assim – pelo efeito-comparação – poderia aspirar um julgamento mais benevolente da história para seu governo.

Ao contrário de outros ex-presidentes, como Itamar Franco, José Sarney e Fernando Collor, FHC é um ex dotado de nenhuma grandeza, de nenhuma responsabilidade cívica.

Serra e Aécio estão aguardando para se posicionar mais perto das eleições. Correm o risco de herdar um partido exangüe. Se a CPMF não for restaurada, cada problema do governo Lula, cada investimento que deixar de ser feito, cada piora nas áreas sociais terá responsáveis diretos: o PSDB, seus senadores e FHC.

Havia receio de que a aprovação da CPMF pavimentasse o sucesso do governo Lula. Agora, qualquer fracasso terá um responsável direto: a oposição.

***

Os ecos dessa votação serão ampliados com o tempo. Ajudará a reforçar o discurso de que o governo Lula está sendo vítima de uma “conspiração das elites” - apesar da verdadeira elite, o mercado financeiro, nunca ter ganhado tanto.

De qualquer modo, saem divididos o país, a oposição e qualquer veleidade da opinião pública sobre a qualidade dos nossos homens públicos.

CPMF e Selic

Em qualquer economia racional, a derrubada da CPMF levaria o Banco Central a reconsiderar a questão da taxa Selic, que definr o patamar de remuneração dos títulos públicos. Se a carga de juros já era elevadíssima, com o corte da CPMF a necessidade de superávit primário aumentará mais ainda. Por isso mesmo, quanto maior o peso dos juros, maior a percepção de risco no Brasil. O natural seria a queda da Selic.

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A força que o Nassif faz pra defender o governo Lula é constrangedoramente comovente. Faça-se justiça com o predicado da fidelidade do qual ele é possuidor .


Patético... :?




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#58 Mensagem por Wolfgang » Sex Dez 14, 2007 4:51 pm

Engraçado é que toda a culpa cai na oposição, mas o governo incompetente tem suas responsabilidades aliviadas. O governo é como aquele interditado que necessita de setores da opinião pública para fazer seu trabalho?

Repito: onde a proposta racional do Executivo? Não a apresentaram. Não esperem que a oposição faça o papel de Executivo e Legislativo ao mesmo tempo. Para ser assim, era melhor que a situação não tivesse pleiteado o governo.




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#59 Mensagem por Túlio » Sex Dez 14, 2007 5:27 pm

Por essas e outras que sou parlamentarista (mas NÃO deste 'parlamento' aí...), então o Executivo e o Legislativo TERIAM de se entender...

Sobre a CPMF: o que deve ter de sonegador e fraudador estourando champanhe Francesa não tá no gibi...

O próximo passo para a institucionalização do chamado 'crime de colarinho branco' certamente será a extinção da Fiscalização da Receita Federal ou algo assim.

Depois aparece um Chávez - :twisted: TINHA que ter o Chávez na história :twisted: - brazuca e aí vão todos reclamar, esquecendo que a pciência de um Povo tem limites, e creio que esgotou quando sua ESPERANÇA DE MUDANÇA, o PT, provou ser farinha do mesmo saco que o resto da cambada...

E agora, José? Vamos pra que lado? O ruim ou o pior ainda?




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#60 Mensagem por pafuncio » Sex Dez 14, 2007 5:32 pm

Até por razões profissionais :wink: , defendo a CPMF.

Logo, entendo que o governo, no mínimo, foi amador, leniente e desidioso. Tendo a acreditar em uma arrogância, como os triunfantes demos falaram, há pouco. O day after mostrou um erro crasso da situação, isso é inegável.

Por isso mesmo (por defender o tributo e entender que o governo bobeou), entendo que a oposição também errou.

Quanto aos demos, pura estratégia de sobrevivência. Lembro-me a fase babosa do pt, quando se imaginava a última virgem da Babilônia ...

Pior foi o psdb, que tinha responsabilidades administrativas (mg e sp, principalmente,através dos seus maiores luminares Aécio e Serra; eram, aparentemente. Os carbonários venceram). Foi tabém o criador da cpmf. Também o responsável pelo desvio de finalidade da verba arrecadada.

Fazer o que ? Que se abracem no inferno oposição e situação ? 8-] 8-] 8-]

Mas e a população, o SUS e o combate à criminalidade ?

alexandre.




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