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Mensagem
por Tigershark » Qui Dez 06, 2007 1:00 pm
12/2007 - 12h40 - Atualizado em 06/12/2007 - 12h45
Crescimento do Brasil será de 4,8% em 2007 e 4,5% em 2008 (OCDE)
Da France Presse
PARIS, 6 dez 2007 (AFP) - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) previu nesta quinta-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 4,8% em 2007 e 4,5% em 2008 e em 2009, graças a uma explosão dos investimentos e do consumo privado, apoiados por uma progressão do crédito e das rendas.
Há seis meses, a OCDE avaliou que o crescimento econômico do Brasil, que não faz parte da entidade, seria de 4,4% em 2007 e de 4,5% em 2008.
"O crescimento do PIB aumentou no primeiro semestre de 2007. A expansão dos investimentos se destaca por seu vigor, as exportações continuam sólidas. A inflação está dentro dos limites, apesar de um aumento no meio do ano devido ao aumento do preço dos alimentos", afirma a OCDE a respeito do gigante latino-americano em seu informe semestral.
No final do ano, o PIB brasileiro terá crescido 4,8% graças à flexibilidade da política monotária, à expansão do crédito, a uma demanda interna sustentada e à melhora das condições do mercado de trabalho. Houve uma diminuição concreta do desemprego e uma alta real dos salários, segundo a OCDE.
Paralelamente,a balança comercial apresentará tendência para um ligeiro déficit de 1,5 bilhão de dólares em 2008, devido a uma redução do excedente comercial.
Ao mesmo tempo, em 2007, os investimentos privados tiveram um momento de impulso e as exportações, apesar do real forte, foram vigorosas, inclusive no setor de produtos manufaturados.
As importações, sustentadas por uma demanda interna dinâmica, também registraram crescimento rápido e a "expansão atual não diminuirá nos próximos meses", de acordo com a OCDE.
Quanto à inflação, a organização prevê um ligeiro aumento, mas sempre e quando dentro das metas. "A meta de inflação do governo brasileiro para 2008 e 2009 não muda e continua sendo 4,5% (com uma variação entre 2,5% e 6,5%), cifra superior às expectativas", segundo dados da entidade.
Segundo cálculos da organização, a inflação será de 3,9%, contra 3,1% registrados no ano passado, e em 2009 ficará no patamar dos 4%.
A OCDE, cuja sede fica em Paris, destacou também que o vigor do crescimento brasileiro obrigou em outubro que o Banco Central interrompesse um período de flexibilidade e mantivesse sua taxa básica de juros em 11,25%, percentual que deve diminuir até o final do ano, prevê a entidade.
O real, apesar dos sobressaltos dos mercados mundiais, seguiu como uma moeda forte em 2007.
Em termos orçamentários, a OCDE estimou que o objetivo de um superávit primário de 3,8% do PIB será alcançado em 2007.
Para 2008, a OCDE prevê um aumento da arrecadação, considerando em seu cálculo a renovação de dois impostos: a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e o chamado DRU (Desvinculação de Receitas da União), uma taxa que permite ao Estado federal reter uma parte dos rendimentos (até 20%) que compartilha com as regiões, uma decisão que deve ser confirmada pelo Congresso antes do final do ano.
Por outro lado, os gastos públicos aumentarão, devido aos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
No entanto, e apesar do possa parecer, estas previsões não estão isentas de riscos, alertou a OCDE.
"Um ajuste das condições de crédito poderia reduzir o apetite dos investidores neste mercado emergente", destacou a organização.
No âmbito interno, um estrangulamento da oferta e uma repercussão maior do que a esperada do aumento dos preços sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) poderia impedir novas reduções das taxas de juros, o que resultaria em uma diminuição do ritmo de crescimento.