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P-16 Turbo, o retorno?
6 de Dezembro de 2007 @ 11:27 - Galante
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Em 1988, a FAB deu início ao processo de conversão dos seus aviões de patrulha anti-submarino P-16E Tracker para o padrão S-2T. A empresa canadense IMP foi a vencedora da licitação para o trabalho de conversão e, em 6 de fevereiro de 1989, o P-16E 7036 levantou vôo da BASC (Base Aérea de Santa Cruz), com destino a Halifax, Canadá, para tornar-se o primeiro P-16H da FAB. A conversão previa a substituição dos veteranos motores a pistão Wright R-1820-82C, de 1525HP, pelos turbo-hélices Pratt&Whitney PT6A-67CF de 1650SHP, girando hélices pentapás. Em 14 de julho de 1990 o 7036 realizou seu primeiro vôo de teste. Foi transladado para o Brasil ao final do ano, ainda ostentando a designação P-16E na cauda (vide foto), chegando à BASC em 24 de dezembro de 1990, após 33h40min de vôo.
Nos dias 21 e 22 de março de 1991, o 7036 fez seus primeiros testes a partir do NAeL Minas Gerais (foto abaixo), o que incluiu três arremetidas, três toques-e-arremetidas, seis pousos, duas catapultagens e três decolagens livres. Infelizmente, vários problemas — técnicos e de gerenciamento — assolaram o projeto P-16H, tanto pela inexperiência da IMP na conversão (ao contrário da Marsh Aviation e da IAI), como pela crônica falta de recursos destinados à FAB. Com isso, o projeto, que previa a conversão de doze exemplares do P-16E, a um custo total de CND$40 milhões, foi cancelado em 1996.
Isso soou como o canto de morte dos P-16. Em 13 agosto de 1996, foi realizado o último vôo operacional a partir do NAeL Minas Gerais, pela aeronave P-16E 7034, tendo pousado na BASC. No dia seguinte, o 7034 decolou da BASC para uma missão de esclarecimento marítimo e vetoramento de alvos para os helicópteros SH-3A da MB. Após três horas de duração, a missão terminou e, com ela, encerrou-se a operação embarcada dos Tracker no Minas Gerais.
Mas existe a possibilidade do Tracker voltar à ativa nas cores brasileiras, desta vez com pilotos da Marinha. A empresa americana Marsh Aviation, associada à Embraer, especializada em trabalhos de revitalização e remotorização dos Grumman S-2 Tracker, C-1 Tracer e E-1 Tracer, teria apresentado à MB uma proposta que prevê o uso do Tracker como AEW/esclarecimento marítimo, e o Trader como REVO e COD (Carrier On-board Delivery). Em ambos os casos, haveria a remotorização com turboélices e a atualização dos aviônicos. As células dos aviões estão estocadas nas instalações da empresa, no Arizona (EUA). A aeronave de REVO poderia também funcionar como COD. As células em questão ainda tem uma imensa vida útil à frente em termos de horas de vôo, e a Marsh estima que seu limite estrutural não seria atingido na MB em menos de 25 anos de uso.
Há algum tempo, Turbo Trackers da Aviación Naval argentina operaram a bordo do NAe São Paulo, sem maiores problemas. Os Tracker argentinos foram remotorizados e modernizados há vários anos, pela IAI de Israel.