/11/2007 - 13h47 - Atualizado em 21/11/2007 - 14h37
OceanAir espera atingir até 15% do mercado até 2010
Para presidente da companhia, empresa não deverá roubar participação dos concorrentes.
Crescimento do mercado contribuirá para expansão da Ocean Air, diz Efromovich.
Da Agência Estado
O presidente da OceanAir, German Efromovich, afirmou nesta quarta-feira (21) que espera atingir participação no mercado brasileiro de aviação entre 12% e 15% até o início de 2010.
Para o executivo, aumentar a fatia não será difícil, visto que o mercado tem crescido ao ritmo de 10% ao ano, em média. "Não queremos o que já é dos outros, mas aproveitar o aumento da demanda", afirmou, explicando que a OceanAir não deverá roubar participação das concorrentes.
A OceanAir deverá encerrar o mês de novembro com receita da ordem de R$ 43 milhões, revelou o executivo. Ele acredita que esse valor deverá saltar para R$ 100 milhões em dezembro. No entanto, a empresa deverá encerrar 2007 com prejuízo operacional entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões.
BRA e Airbus
Efromovich informou ainda que a companhia tem autorização temporária para utilizar as rotas que eram da BRA, mas pretende ampliar suas operações no mercado doméstico de forma definitiva. Ele adiantou que a OceanAir iniciará vôos na ponte aérea Rio-São Paulo com quatro vôos diários em cada sentido após o Carnaval de 2008.
O presidente da OceanAir disse ainda que a empresa já concluiu a negociação para assumir três contratos de leasing de aeronaves (Boeings 737) da BRA, além dos dois jatos (Boeings 767) que a companhia já havia assumido logo após o acordo com a BRA. Ele informou também que a OceanAir está negociando com a Gecas outros dois contratos de leasing da BRA que já haviam sido cancelados, sendo um Boeing 767 e um 737.
A respeito da encomenda de 28 aviões da Airbus, com mais 13 opções, anunciada hoje, Efromovich revelou que a empresa pretende pagar 20% dos US$ 2,65 bilhões do pedido com caixa próprio. O restante deverá ser financiado pelo Banco Mundial pela Corporação Andima de Fomento, além do próprio fabricante.
Oceanair
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Re: Oceanair
Tigershark escreveu:A respeito da encomenda de 28 aviões da Airbus, com mais 13 opções, anunciada hoje, Efromovich revelou que a empresa pretende pagar 20% dos US$ 2,65 bilhões do pedido com caixa próprio. O restante deverá ser financiado pelo Banco Mundial pela Corporação Andima de Fomento, além do próprio fabricante.
E mais uma vez a Embraer levou um chapéu
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Aproveitando o tópico saiu na IstoÉ Dinheiro da semana passada (nº 530) uma reportagem e entrevista com o dono da Oceanair (futura Avianca Brasil) com os desdobramentos da crise da BRA. Vale a pena conferir:
German define o rumo da aviação
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/
[]´s
German define o rumo da aviação
Ao assumir as linhas da BRA, German Efromovich pode assumir o papel de contrapartida ao duopólio formado por TAM e Gol
ADRIANA NICACIO E DANIEL LEB SASAKI
Se existe um adjetivo para qualificar o empresário German Efromovich é polêmico. Despojado, irreverente e sem papas na língua, esse boliviano naturalizado brasileiro já comprou brigas homéricas com outros homens de negócios, como Nelson Tanure, e até com poderosos gigantes corporativos, como a Petrobras, com a qual trava disputas judiciais bilionárias. Com esse estilo, Efromovich ergueu um grupo empresarial de US$ 3,7 bilhões.
Agora, ele acaba de entrar em outro terreno pantanoso. Na segunda-feira 12, anunciou que sua companhia aérea nacional, a OceanAir, montaria uma operação para transportar os 70 mil passageiros que ficaram no chão após a suspensão das atividades da BRA.
De uma só tacada, assumiu os aviões, as rotas e o compromisso de atender os clientes com passagens já compradas. Só não aceitou adquirir a BRA. “O brigadeiro Allemander (Allemander Jesus Pereira Filho, conselheiro da Anac) me ligou e disse: ‘O que a OceanAir pode fazer para cooperar com o governo e os cidadãos?’ Fui sincero: ‘Podemos ajudar, desde que a OceanAir não tenha que abraçar o afogado nem se contamine com um problema que não é dela’”, conta o empresário em entrevista à DINHEIRO (leia os principais trechos ao lado).
Com essa decisão, Efromovich assume um papel crucial na aviação comercial brasileira: ele pode ser uma primeira contrapartida ao duopólio de TAM e Gol, que se instalou no mercado desde que Transbrasil, Vasp e Varig deixaram de voar. Isso é bem visto pelo governo e pela Anac, que têm se desgastado com a falta de alternativas no setor. A questão é: por que ele teria mais sorte nessa empreitada do que outros que tentaram e se deram mal, como Humberto Folegatti, da BRA? O empresário possui mais fôlego financeiro, seria uma resposta. Outra: ele já conhece o setor e possui escala suficiente para enfrentar esse jogo.
Mais: seu grupo empresarial, o Synergy, é capitalizado, diversificado e atua em setores estratégicos e aquecidos. Sob seu comando, por exemplo, encontra- se a Avianca, a empresa aérea da Colômbia e a mais antiga em atividade contínua no mundo. No Equador, é dono da VIP, que opera linhas regionais. Isso lhe dá um razoável poder de barganha para negociar com fornecedo res e empresas de leasing de aviões. Os negócios também se expandem pelo setor petrolífero, onde controla os estaleiros Mauá-Jurong e Eisa, e a Marítima, especializada em inspeção submarina, engenharia e empreendimentos offshore, com atuação no Brasil, na Colômbia e no Equador. Mas seu carro-chefe é mesmo a Petrosynergy, que prospecta e explora petróleo em 22 bacias no País. “Ele atua numa esfera que privilegia a produção em terra. É uma operação mais barata e de menor escala, com um diferencial: há muito mercado a explorar”, avalia Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura.
Quem conhece Efromovich o descreve como um homem de oportunidades que não tem necessariamente uma postura pró-ativa. “O German busca brechas sempre que elas aparecem”, afirma uma dessas pessoas. O caso da BRA é um indicativo. No momento em que faltam aviões no mercado, o empresário conseguiu que as empresas de leasing transferissem à OceanAir os contratos de sete Boeing 737 e um Boeing 767 da frota da congênere paralisada. “Elas me disseram que a OceanAir pode ficar com as aeronaves, desde que a BRA não crie empecilho”, confirma Efromovich. O empresário aposta na experiência acumulada com a Avianca. “Pegamos a Avianca quebrada em 2004 e nós a recuperamos.” O governo colombiano aplaudiu. Na segunda-feira 12, Efromovich recebeu o prêmio “Colombia es passion”, conferido a empresários que colaboram para o desenvolvimento do país. No ano passado, o premiado foi Bill Clinton. A partir de 2008, a OceanAir mudará seu nome para Avianca e investirá no transporte aéreo de cargas. Numa outra empreitada, estreará na agroindústria. “Acabamos de comprar uma área na Colômbia. Estamos estudando a terra para saber se é possível entrar em biodiesel. Compramos também uma fazenda de café”, anuncia. O mercado estima um investimento inicial de US$ 200 milhões em biocombustíveis e crédito de carbono. No médio prazo, Efromovich quer criar uma espécie de império pan-sulamericano. Adepto do termo “tupiniquim”, dá o aviso aos norte-americanos e europeus: “Se as multinacionais podem fazer bem aqui dentro, nós temos a mesma capacidade de fazer bem na casa deles. Podemos ir lá e fazer o que qualquer gringo faz”, diz, em tom desafiador. Esse é o estilo de Efromovich, o curinga do universo corporativo.
ENTREVISTA
“NÃO VAMOS ABRAÇAR O AFOGADO”
Como foi o acordo com Humberto Folegatti (presidente da BRA)?
Qual acordo? O acordo é o seguinte: um belo dia, ele acorda e decide: “Eu não vou voar mais.” Perfeito, para ele. E os 70 mil passageiros?
É verdade que as autoridades o procuraram?
O brigadeiro Allemander (Allemander Jesus Pereira Filho) me ligou e disse: “O que a OceanAir pode fazer para cooperar com o governo e os cidadãos?” Eu fui sincero: “Podemos ajudar, desde que a OceanAir não entre na situação de abraçar o afogado nem se contamine com um problema que não é dela.” A partir daí, montamos toda a estrutura.
Como a operação está sendo conduzida?
No final de semana, fizemos 121 vôos extras, para atender os seis mil passageiros da BRA. O governo trabalhou ao nosso lado o tempo todo. Com cooperação total, telefones à disposição. Eu te confesso que fiquei impressionado vendo as pessoas trabalhando dia e noite. Por isso, tudo transcorreu bem, não houve tumulto. A Anac me surpreendeu.
E quanto à BRA?
Ontem, ouvi um diretor da BRA dizendo que a OceanAir tem obrigação de atender os passageiros. Eu reafirmo: não temos obrigação nenhuma. A partir do momento que a BRA assinar o acordo liberando as aeronaves, garantindo que não vai criar nenhum artifício jurídico para a transição, em um acordo amigável, eu passo a ter obrigação.
A OceanAir vai reforçar a frota com aviões da BRA?
Conversei com as empresas de leasing e me disseram que a OceanAir pode ficar com as aeronaves. Que, por elas, não tem problema nenhum, desde que a BRA não crie nenhum empecilho”.
As rotas das duas empresas se complementam?
Para efeitos de malha, as nossas linhas eram similares às da BRA, mas vamos entrar onde não estávamos.
Que lições aprendeu com o caso da Avianca?
Pegamos a Avianca quebrada. No dia que compramos, ela não aguentaria dez dias e nós a recuperamos. Ao contrário do que fizeram no Brasil, que foi uma farsa. Estou envergonhado com o que fizeram com a Varig.
Qual foi a fórmula para a recuperação?
Parcelamos a dívida de US$ 400 milhões em duas partes com os credores na corte de Nova York. Uma para pagarmos em sete anos e a outra em 12. Com os bons resultados da Avianca, terminaremos de pagar a primeira no ano que vem e a segunda em quatro anos.
Quais os planos futuros do grupo Synergy?
Somos um grupo brasileiro que se espalhou pelo mundo. Estamos no petróleo, na construção naval e vamos entrar na agroindústria. Acabamos de comprar uma área na Colômbia. Estamos estudando a terra para saber o que dá para plantar. Se dá para entrarmos em biodiesel. Compramos também uma fazenda de café.
Os diversos negócios de german
AVIAÇÃO
Avianca
Companhia aérea nacional da Colômbia
OceanAir
Terceira maior empresa aérea do Brasil
VIP
Companhia regional do Equador
ENGENHARIA
Mauá-Jurong
O único estaleiro de grande porte instalado na Baía de Guanabara
Marítima
Subsidiária de inspeção submarina, engenharia e empreendimentos offshore
SETOR PETROLÍFERO
Petrosynergy
Empresa de prospecção e exploração de petróleo
OUTROS
Biocombustíveis e crédito de carbono
Grupo pretende investir US$ 200 milhões
Café
Compra de uma fazenda na Colômbia
US$ 3,7 BILHÕES é o fautramento do Grupo Synergy, de German Efromovich
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/
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"O homem erra quando se convence de ver as coisas como não são. O maior erro ainda é quando se persuade de que não as viu, tendo de fato visto." Alexandre Dumas