Helicópteros de Ataque e Transporte

Assuntos em discussão: Força Aérea Brasileira, forças aéreas estrangeiras e aviação militar.

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Jacobs
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#931 Mensagem por Jacobs » Dom Nov 25, 2007 1:11 pm

Então Orestes, mas a própria reportagem diz que a Omnisys empregou dinheiro da FAPESP do tal de programa PIPE. Logo, o governo (estadual, nesse caso) investiu na empresa e possibilitou que a mesma desenvolvesse essa tecnologia de radares.

O que faltou nesse caso foi o governo ter se comprometido a comprar material da Omnisys garantindo um siclo de investimento.
:cry:




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Tigershark
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#932 Mensagem por Tigershark » Dom Nov 25, 2007 1:12 pm

orestespf escreveu:
Jacobs escreveu:Ué, vocês estão achando ruim a Thales ter investido grana numa empresa brasileira??? :roll:

Ótimo, maravilhoso! Tecnologia tem que gerar lucro também! Pelo visto esses radares vão ser fabricados no Brasil e exportados.

Sem o suporte de uma gigante como a Thales, isso nunca teria ocorrido.


Olá Jacobs,

acho que fez uma análise "invertida". O que existe no momento é um estardalhaço promovido pelo ministro da defesa N. Jobim gritando pelos quatro cantos do mundo que o Brasil precisa comprar equipamentos militares com transferência de tecnologia, sem isso, nada feito.

O que está acontecendo é justamente o contrário, a Omnisys está repassando uma tecnologia que a Thales não possui. Percebeu a gravidade da coisa?

Quando você diz que sem o suporte financeiro da Thales isso nunca teria ocorrido, você erra mais uma vez (na minha opinião). Quem deveria investir na Omnisys é o governo federal. Deveria abrir linhas de créditos, financiar o desenvolvimento. Pra que que existe o BNDES?

A gravidade está no fato que o governo apregoa uma coisa e pratica outra.

Se a Thales quer vir para o Brasil, que seja trazendo tecnologias e não levando.


Sds,

Orestes


Mestre Orestes,desculpe o meu pitaco,concordo que o BNDES DEVE ,até por formação/origem,financiar os projetos nacionais.Acho que neste caso existe uma miopia governamental séria,que acaba desaguando neste final .O governo deveria investir na Omnisys antes do controle de capital da THALES.Temos aí duas hipóteses:Ou o Governo realmente não tem/tinha postura de desenvolvimento da industria de defesa ou não tinha conhecimento das possibilidades de desenvolvimento da Omnisys,fato que eu considero mais grave.

Abs,

Tigershark




orestespf
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#933 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 1:14 pm

Jacobs escreveu:Então Orestes, mas a própria reportagem diz que a Omnisys empregou dinheiro da FAPESP do tal de programa PIPE. Logo, o governo (estadual, nesse caso) investiu na empresa e possibilitou que a mesma desenvolvesse essa tecnologia de radares.

O que faltou nesse caso foi o governo ter se comprometido a comprar material da Omnisys garantindo um siclo de investimento.
:cry:


Exatamente, Jacobs!!! A Omnisys desenvolveu a parte do transmissor do radar, mas não tinha ainda a parte do receptor e a antena. Para colocar o radar no mercado rapidamente foi preciso agregar ao mesmo a parte ainda não "dominada". Parece que o caminho mais rápido foi através da Thales. Tudo bem, mas... Perdemos e perdemos feio.

10 para a Omnisys e sua visão de empresa, 0 para o governo e sua lentidão e desconhecimento de causa.


Abraços,

Orestes




PRick

#934 Mensagem por PRick » Dom Nov 25, 2007 1:17 pm

orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s




Editado pela última vez por PRick em Dom Nov 25, 2007 1:18 pm, em um total de 1 vez.
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#935 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 1:18 pm

Tigershark escreveu:
orestespf escreveu:
Jacobs escreveu:Ué, vocês estão achando ruim a Thales ter investido grana numa empresa brasileira??? :roll:

Ótimo, maravilhoso! Tecnologia tem que gerar lucro também! Pelo visto esses radares vão ser fabricados no Brasil e exportados.

Sem o suporte de uma gigante como a Thales, isso nunca teria ocorrido.


Olá Jacobs,

acho que fez uma análise "invertida". O que existe no momento é um estardalhaço promovido pelo ministro da defesa N. Jobim gritando pelos quatro cantos do mundo que o Brasil precisa comprar equipamentos militares com transferência de tecnologia, sem isso, nada feito.

O que está acontecendo é justamente o contrário, a Omnisys está repassando uma tecnologia que a Thales não possui. Percebeu a gravidade da coisa?

Quando você diz que sem o suporte financeiro da Thales isso nunca teria ocorrido, você erra mais uma vez (na minha opinião). Quem deveria investir na Omnisys é o governo federal. Deveria abrir linhas de créditos, financiar o desenvolvimento. Pra que que existe o BNDES?

A gravidade está no fato que o governo apregoa uma coisa e pratica outra.

Se a Thales quer vir para o Brasil, que seja trazendo tecnologias e não levando.


Sds,

Orestes


Mestre Orestes,desculpe o meu pitaco,concordo que o BNDES DEVE ,até por formação/origem,financiar os projetos nacionais.Acho que neste caso existe uma miopia governamental séria,que acaba desaguando neste final .O governo deveria investir na Omnisys antes do controle de capital da THALES.Temos aí duas hipóteses:Ou o Governo realmente não tem/tinha postura de desenvolvimento da industria de defesa ou não tinha conhecimento das possibilidades de desenvolvimento da Omnisys,fato que eu considero mais grave.

Abs,

Tigershark


Olá Tigershark,

correto, este é o ponto. E nas duas hipóteses levantadas por você o governo erra e erra muito, em qualquer um dos casos. Vou dar minha opinião, não acho que seja um caso ou outros (hipóteses), são as duas coisas ao mesmo tempo, tornando ainda mais grave, algo que poderia ser chamado de "descaso ou despreparo".


Abraços,

Orestes




orestespf
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#936 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 1:21 pm

PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s


Olá PRick,

viu o post seguinte do Jacobs? Pois é...

Você disse: "A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma". Você acredita que a Thales comprou uma empresa e não adquiriu a tecnologia??? Se ela é dona da empresa é dona de tudo que esta empresa possui, inclusive as tecnologias, e sendo dela, faz o que bem entender, inclusive a levando para o país de origem.


Abração,

Orestes




PRick

#937 Mensagem por PRick » Dom Nov 25, 2007 1:26 pm

orestespf escreveu:
Jacobs escreveu:Então Orestes, mas a própria reportagem diz que a Omnisys empregou dinheiro da FAPESP do tal de programa PIPE. Logo, o governo (estadual, nesse caso) investiu na empresa e possibilitou que a mesma desenvolvesse essa tecnologia de radares.

O que faltou nesse caso foi o governo ter se comprometido a comprar material da Omnisys garantindo um siclo de investimento.
:cry:


Exatamente, Jacobs!!! A Omnisys desenvolveu a parte do transmissor do radar, mas não tinha ainda a parte do receptor e a antena. Para colocar o radar no mercado rapidamente foi preciso agregar ao mesmo a parte ainda não "dominada". Parece que o caminho mais rápido foi através da Thales. Tudo bem, mas... Perdemos e perdemos feio.

10 para a Omnisys e sua visão de empresa, 0 para o governo e sua lentidão e desconhecimento de causa.


Abraços,

Orestes


O problema é que você está esquecendo do histórico, o primeiro produto do gênero foi fabricado pela Elebra(se bem me lembro), o radar inteiro, e da onde deriva a teconologia da Ominisys pelo jeito, porém ele era do tipo meteriológico, tenho uma matéria a respeito até com fotos dele, mas achar vai ser brabo. O que aconteceu com a Elebra? Faliu, porque não conseguiu mercado para seus produtos, o governo até ajudou, mas o mercado brasileiro é pequeno para bancar um empresa deste tipo.

Além disso, radar meteriológico não é o mesmo que radar de busca aérea, trata-se de algo mais complexo. A MB levou uma surra para nacionalizar um servo motor de controle do radar principal das Typo 22. Era um peça com alto nível de desgaste e muito complexa, dado a necessidade de precisão absoluta no movimento de translação da antena do radar. :wink:

[ ]´s




Jacobs
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#938 Mensagem por Jacobs » Dom Nov 25, 2007 1:27 pm

PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s


Esse é o ponto Prick.

Não adianta nada ter a tecnologia mas não ter mercado. A coisa tem que dar lucro, é a alma do captalismo. Nem remédio se faz sem ter lucro!

Se o governo não comprou (porém investiu e isso não tem como negar), a empresa tinha mais é que buscar capital particular visando lançar produtos no mercado.




PRick

#939 Mensagem por PRick » Dom Nov 25, 2007 1:29 pm

orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s


Olá PRick,

viu o post seguinte do Jacobs? Pois é...

Você disse: "A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma". Você acredita que a Thales comprou uma empresa e não adquiriu a tecnologia??? Se ela é dona da empresa é dona de tudo que esta empresa possui, inclusive as tecnologias, e sendo dela, faz o que bem entender, inclusive a levando para o país de origem.


Abração,

Orestes


Acredito que sim, mas só vendo o teor do contrato, ele deve ter cláusulas sobre isto, especificamente, inclusive as patentes. É claro que a Thales deve estar se beneficiando, mas se ela repassar toda a tecnologia do radar de busca aérea, que não temos, e ainda fabricar aqui os radares a serem exportados, acho que a troca é válida.

[ ]´s




PRick

#940 Mensagem por PRick » Dom Nov 25, 2007 1:35 pm

Jacobs escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s


Esse é o ponto Prick.

Não adianta nada ter a tecnologia mas não ter mercado. A coisa tem que dar lucro, é a alma do captalismo. Nem remédio se faz sem ter lucro!

Se o governo não comprou (porém investiu e isso não tem como negar), a empresa tinha mais é que buscar capital particular visando lançar produtos no mercado.


A história da ENGESA nos mostra bem estes fatores, não basta ter bons produtos e tecnologias, sem mercado, é a falência. E o governo(melhor, Estado) brasileiro não tem condições de fornecer estabilidade para este tipo de empresa, ele pode ajudar, mas os limites ainda são muito grandes, como justificar um invetimento a fundo perdido deste tipo, quando temos tantos problemas para resolver.

A iniciativa privada tem que aprendar a andar com suas próprias pernas. Penso igual a você, caso contrário, vamos acabar com os cartórios que tínhamos no passado, me lembro do desastre que foi a política de informática no Brasil. É preciso saber mitigar as coisas. A defesa da produção e da tecnologia nacional, não pode ser usada como pilar para garantir ineficiência e gap tecnológico. :wink:

[ ]´s




orestespf
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#941 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 1:54 pm

PRick escreveu:
orestespf escreveu:
Jacobs escreveu:Então Orestes, mas a própria reportagem diz que a Omnisys empregou dinheiro da FAPESP do tal de programa PIPE. Logo, o governo (estadual, nesse caso) investiu na empresa e possibilitou que a mesma desenvolvesse essa tecnologia de radares.

O que faltou nesse caso foi o governo ter se comprometido a comprar material da Omnisys garantindo um siclo de investimento.
:cry:


Exatamente, Jacobs!!! A Omnisys desenvolveu a parte do transmissor do radar, mas não tinha ainda a parte do receptor e a antena. Para colocar o radar no mercado rapidamente foi preciso agregar ao mesmo a parte ainda não "dominada". Parece que o caminho mais rápido foi através da Thales. Tudo bem, mas... Perdemos e perdemos feio.

10 para a Omnisys e sua visão de empresa, 0 para o governo e sua lentidão e desconhecimento de causa.


Abraços,

Orestes


O problema é que você está esquecendo do histórico, o primeiro produto do gênero foi fabricado pela Elebra(se bem me lembro), o radar inteiro, e da onde deriva a teconologia da Ominisys pelo jeito, porém ele era do tipo meteriológico, tenho uma matéria a respeito até com fotos dele, mas achar vai ser brabo. O que aconteceu com a Elebra? Faliu, porque não conseguiu mercado para seus produtos, o governo até ajudou, mas o mercado brasileiro é pequeno para bancar um empresa deste tipo.

Além disso, radar meteriológico não é o mesmo que radar de busca aérea, trata-se de algo mais complexo. A MB levou uma surra para nacionalizar um servo motor de controle do radar principal das Typo 22. Era um peça com alto nível de desgaste e muito complexa, dado a necessidade de precisão absoluta no movimento de translação da antena do radar. :wink:

[ ]´s


Confesso que desconheço a história da coisa. Mas a Elebra já estudava/desenvolvia radares de estado sólido? Pergunto isso porque a essência da negociação Ominisys/Thales é sobre radares de estado sólido de longo alcance. A tecnologia central no processo é o "estado sólido", se a Elebra não trabalhou nesta tecnologia, então não fará diferença alguma neste acontecimento.


Abraços,

Orestes




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#942 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 1:57 pm

PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s


Olá PRick,

viu o post seguinte do Jacobs? Pois é...

Você disse: "A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma". Você acredita que a Thales comprou uma empresa e não adquiriu a tecnologia??? Se ela é dona da empresa é dona de tudo que esta empresa possui, inclusive as tecnologias, e sendo dela, faz o que bem entender, inclusive a levando para o país de origem.


Abração,

Orestes


Acredito que sim, mas só vendo o teor do contrato, ele deve ter cláusulas sobre isto, especificamente, inclusive as patentes. É claro que a Thales deve estar se beneficiando, mas se ela repassar toda a tecnologia do radar de busca aérea, que não temos, e ainda fabricar aqui os radares a serem exportados, acho que a troca é válida.

[ ]´s


Neste ponto eu concordo inteiramente. E vou além, se repassarmos tecnologias e absorver outras, ou seja, que o domínio completo do ciclo do tal radar esteja também aqui no Brasil, então sou mais do que favorável a negociação. Por outro lado, se apenas a Thales se beneficiou, aí sou radicalmente contra (não contra a Omnisys, mas pela falta de intervenção do governo, isto é, erro dele).




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#943 Mensagem por orestespf » Dom Nov 25, 2007 2:03 pm

PRick escreveu:
Jacobs escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
PRick escreveu:
orestespf escreveu:
cicloneprojekt escreveu:
orestespf escreveu:
morcego escreveu:Olha, espero que o POVO da transferência de técnologia se lembre, que não rola nada com 12, 24 ou mesmo 36 caças.


Rigorosamente falando, não rola quase nada de transferência de tecnologia mesmo com 100 ou 120 caças. Ninguém passa nada sensível, apenas coisas velhas maquiadas de novas.

Dou um exemplo bem singelo, os franceses nos passariam conhecimentos se comprássemos os M-2000 BR no FX-1. Veja bem, estavam nos passando tecnologias de um produto que estava saindo de linha, um equipamento totalmente diferente do que é empregado no Rafale.

Agora é que o bixo vai pegar, quero ver se a França repassa a mesma quantidade de tecnologias que foi oferecida no M-2000 BR, para o Rafale. Vou ser honesto: duvido dê-ó-dó!!!

Para não dizerem que sou parcial com os russos, afirmo: duvido que os russos repassam a mesma quantidade de tecnologias oferecida através do SU-35 (antigo), para o SU-35-1. Idem para o Gripen N.

Só afirmo uma coisa: a quantidade de tecnologia transferida pelos os americanos será a mesma da oferecida na época do FX-1. (Nenhuma! :D :D :twisted: :twisted: ).


Abraços,

Orestes


O que a franacesada deve nos querer repassar é apenas atransferência da linha deprodução de alguns itens sem graça. Só isso.


Não tenho dúvida disso, Walter. Se fosse o M-2000 BR, provavelmente teríamos mais transferências, mas com o Rafale, duvido muito. O "padrão" mundial é transferir conhecimentos velhos maquiados de novos, ou seja, pega-se um carro velho, mas com pintura nova. Parece novo, mas não é.


Sds,

Orestes


Sobre transferência de tecnologia, olha só o que a THALES anda fazendo no Brasil.

[ ]´s

Omnisys, ex-pequena que inova
Contrato com governo, subvenção da Finep e competência nascida de
apoio da Fapesp fazem da Omnisys exportadora de radares de rota

Mônica Teixeira


A multinacional Thales anunciou que escolheu a ex-pequena que inova Omnisys — da qual detém 51% do capital desde fevereiro de 2006 — para desenvolver e fabricar radares de estado sólido de longo alcance. Segundo o Valor Econômico, que deu a notícia no dia 12 de março, há demanda internacional para 40 a 50 desses radares — um mercado estimado em US$ 220 milhões. Em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, os sócios da Omnisys já planejam se mudar da Rua Lurdes, onde a empresa ocupa atualmente dois prédios. "Estamos em busca de um ambiente mais adequado para uma fábrica", diz Luiz Henriques, presidente da empresa e um dos três proprietários originais. O destino deverá ser Campinas ou São José dos Campos, a depender de incentivos municipais que possam beneficiar a empresa.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.

Não é o primeiro radar da Omnisys

Este não será o primeiro radar desenvolvido na Omnisys. Não: a empresa desenvolveu seu primeiro radar em 2000, com o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e um financiamento de R$ 800 mil do PIPE, o programa da agência para apoio às pequenas inovadoras. Aquele era um radar meteorológico e não para controle de tráfego aéreo, como este de agora. Mas foi ali que a Omnisys adquiriu a competência interna e a credibilidade externa quando o assunto é radar.

"O mercado passou a nos ver como capazes de desenvolvimentos de outro porte", afirmou Jorge Ohashi, outro dos sócios originais, no texto sobre a empresa publicado no site dedicado PIPE Pequenas que Inovam. "Passamos de empresa que fazia partes de um sistema para empresa que desenvolve e fornece um sistema integrado completo", resumiu Henriques, sobre a importância do financiamento para a história da Omnisys.

Ele também observou em 2006 que, perante a Thales, o fato de a Omnisys e uma empresa parceira, a Atech, terem decidido desenvolver esse radar meteorológico foi distintivo, em primeiro lugar, de ousadia comercial — pois não havia cliente previamente contratado —; e também da capacidade tecnológica da Omnisys, o que contribuiu para valorizar a brasileira no negócio de aquisição.

Sobre radares de longo alcance

Foi o ataque às torres gêmeas nos EUA, em setembro de 2001, que reaqueceu o mercado para os radares de longo alcance — e fez surgir a oportunidade de desenvolvimento e fabricação para a Omnisys. A baixa procura explica a razão pela qual a Thales, que atua nos setores de defesa e controle de tráfego aéreo, entre outros, só agora decidiu desenvolver o radar de longo alcance com transmissor de estado sólido. Satélites, ao invés de radares, vinham se tornando os preferidos para o controle em longas distâncias. Esse sistema, no entanto, apresenta uma desvantagem: o avião só é detectado quando se comunica com o sensor no satélite — por meio de seu transponder. No 11 de setembro, os aviões "sumiram" porque os seqüestradores desligaram seus transponders. O desligamento do transponder também pode ter contribuído para o acidente que resultou na queda do jato da Gol, em 2006, como indicam as investigações. O radar não depende da "vontade de se comunicar" da aeronave para detectá-la.

Sobre radares

Radares compõem-se de três elementos fundamentais: transmissor, receptor e antena. O transmissor emite o sinal eletromagnético que detecta objetos distantes. A detecção acontece quando o objeto distante rebate o sinal do transmissor, que é captado pela antena e pelo receptor do radar. No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

Há vantagens nessa substituição. Em primeiro lugar, a vida útil das válvulas magnetron é limitada em cerca de um ano. Cada radar é equipado com duas, e elas são caras. Se o transmissor for construído com semicondutores, esse problema é afastado. Além disso, o sinal emitido pelo transmissor baseado em semicondutores tem estabilidade mais alta do que o sinal emitido pela válvula magnetron. Com isso, o desempenho do radar de longo alcance é maior se o transmissor for de estado sólido. "Em especial, no final do alcance", explica o engenheiro. Quer dizer: na faixa mais próxima a 200 milhas náuticas.

Vento a favor

O exultante Henriques enumera a sucessão de fatores que transformaram a exigência colocada pelos sócios brasileiros como parte do acordo para a venda do controle da Omnisys na realidade do desenvolvimento do transmissor de estado sólido. Desde o começo, ficou acordado que o radar de longo alcance seria produto brasileiro se um contrato diminuísse o risco do desenvolvimento. Em dezembro de 2006, a Omnisys obteve esse contrato: o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, órgão do Comando da Aeronáutica, contratou a empresa para modernizar nove radares de banda larga já instalados no País. Modernizar radares de controle de tráfego aéreo é um dos segmentos em que a Omnisys atua; e, nesse caso particular, "modernizar" quer dizer, principalmente, substituir os transmissores desses radares — as válvulas magnetron — por componentes semicondutores.

Outro fator que impulsionou a operação radar de longo alcance: a Omnisys foi uma das dez empresas do setor aeroespacial selecionadas para receber subvenção econômica da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A agência selecionou o projeto "Transmissor em estado sólido para radar de rota de controle de tráfego aéreo em banda L" e concedeu à empresa subvenção de R$ 2,9 milhões. A notícia da seleção foi divulgada também em dezembro — mais um impulso em direção à decisão. Para completar o custo do desenvolvimento, a contrapartida da empresa será de R$ 2,2 milhões. A Omnisys e a Finep já assinaram o contrato e agora se espera a liberação da primeira parcela na última semana de março. A previsão é de que o valor total seja repassado pela Finep ao longo de um ano.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.




O que está escrito aí é que os franceses injetaram dinheiro para absorver uma tecnologia desenvolvida no Brasil e que eles não possuim. Eu, heim!!! É esse tipo de coisa que enfraquece a amizade (com os franceses)...


Sds,

Orestes


Eu li de forma diversa, pelo que entendi a THALES resolveu fabricar e desenvolver no Brasil, um radar de longo alcance para controle de tráfego aéreo, a tecnologia do radar foi desenvolvida após a compra a Empresa pela Thales, e somente o transmissor foi desenvolvido, o resto veio da Thales, o mais importante é que estamos fabricando um radar para controle de tráfego aéreo no Brasil, que será exportado e comercializado pela Thales. Agora, quanto a russos e americanos, aonde estão mesmo eles? :twisted: :twisted:

E a Thales ainda vai bancar o desenvolvimento da tecnologia, e ela vai ficar aqui.

[ ]´s


Olá PRick,

frases retiradas da matéria:

A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil.

No radar tradicional, uma válvula chamada magnetron emite o sinal eletromagnético. No radar de estado sólido, semicondutores — circuitos integrados — substituem a válvula magnetron na emissão do sinal.

...com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica.

Estas três citações deixam muito claro quem detém a tecnologia mais moderna e que "aproveitou" do momento para injetar dinheiro em uma empresa brasileira para absorver tecnologia desconhecida.

É o que tenho dito várias vezes aqui no DB, o comum é repassar tecnologia velhas camufladas de novas. No fundo o que a Thales fez foi injetar dinheiro na Omnisys, mas com a intenção clara de captar a tecnologia.

A Thales não vai bancar o desenvolvimento para a tecnologia ficar aqui, ela vai levar para a França os conhecimentos adquiridos aqui. E o texto não deixa claro se a Omnisys será dona da parte que desenvolveu até agora. Em contratos deste tipo o que acontece é a "entrega" do conhecimento. Corremos risco de ter que pagar por algo que desenvolvemos no Brasil.

A Omnisys provavelmente não conseguiria ir adiante com seu radar sem este "investimento". Isto deixa claro e patente a falta de uma política de governo para o setor de defesa. Espero que as coisas mudem, e rapidamente. Do jeito que as coisas estão, estamos repassando o pouco de tecnologia que temos, ao invés de obtermos a transferência de fora.


Abraços,

Orestes


Não,

Quando você fala em desenvolver, quer dizer que a tecnologia não existe, ou não está madura. Quanto a tecnologia mais moderna, ou não, a matéria não é clara o suficiente para podermos fazer qualquer conclusão. A Thales poderia estar fazendo isto em qualquer outro País.

A THALES está injetando dinheiro para gerar tecnologia, a matéria é clara a este respeito, se você acha que alguém vai injetar recursos e não se beneficiar dele, é o mesmo que acreditar em Papel Noel, caso contrário a ganho da Thales seria nenhum.

Há um ano, em março de 2006, Inovação classificou o estado de ânimo de Henriques como "exultante", quando o engenheiro relatou os termos da associação da Omnisys (186 funcionários na época, faturamento de US$ 13 milhões) com a Thales (60 mil empregados em 50 países, US$ 120 bilhões de faturamento). A empresa, aos nove anos de idade, ia bem, contou o presidente a Inovação naquela época; por isso, quando a multinacional propôs pela primeira vez a compra, a resposta dos sócios foi não. O que fez a pequena que inova mudar de idéia? A decisão da Thales de aceitar uma condição: a tecnologia do radar de estado sólido — que a gigante francesa não detinha — seria desenvolvida pela Omnisys, no Brasil. Mais: que também a fabricação desses radares — chamados radares "de rota", para controle do tráfego aéreo — para o mercado mundial ocorreria aqui. Passados 13 meses, e preenchidos certos requisitos acordados entre brasileiros e franceses, a promessa começa a se cumprir.



A matéria é bem clara a este respeito, a condição para aceitação da compra da Ominisys, foi que a tecnologia gerada fosse usada em produtos a serem fabricados no Brasil, como não sei o teor do contrato firmado, não possa falar sobre como será o repasse das tecnologias geradas, tanto nossa, quanto da Thales, já que na parte final da matéria todas as ventagens do negócio são explicitadas.

"A conjuntura caminhou no melhor sentido possível", avalia Luiz Henriques. Pelo cronograma estabelecido, o primeiro dos novos radares sairá da fábrica no final de 2008, com o transmissor desenvolvido pela Omnisys, e receptor e antena adaptados de um radar que a Thales já fabrica. O engenheiro explica que sair da fábrica não quer dizer chegar ao mercado: por serem equipamentos importantes para a segurança de vôo, os radares requerem um processo acurado de qualificação, que será feito no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). "Temos aqui no Brasil todas as capacidades necessárias, e isso também contou para a Thales", afirma Luiz. Ele se refere à competência nas áreas mecânica, elétrica, de fabricação das placas de circuito impresso. "Toda essa cadeia de fornecedores será mobilizada no País. E a manutenção dos radares também passará a ser feita aqui", finaliza.


Este final é bem claro, vai existir um casamento entre desenvolvimento nosso e da Thales, mas todo o transmissor será fabricado aqui. E o radar será mantido por nós, além disso a Ominisys foi contratada para modernizar os radaras da Thales, e isto só foi possível com a parceria da Thales.

O negócio é interessante para as duas partes, não existe porque agirmos como desconfiados e enganados, ninguém nesta área faz doações, são negócios, e tem que ser bom para as duas partes. Ganhamos mercado, viabilidade econômica e segurança. Tecnologia produzida em laboratório, sem mercado, sem viabildiade econômica é dinheiro jogado no lixo, ou bom somente para os que foram pagos e ganharam experiência com o dinheiro público.

[ ]´s


Olá PRick,

não se ofenda, nada pessoal, mas vou fazer um único comentário: sua paixão pelos franceses está fazendo com que você deixe de enxergar o óbvio. Quer acreditar no que escreveu, ótimo, mas que é ingênuo, isto é.

Mui respeitosamente,

Orestes


Como você pode ver, tanto eu como o Jacobs, pensamos diferente, tecnologia sem mercado, sem completar o ciclo de produção e lucratividade não tem futuro, e o pessoal da Omnisys pensou igual, pensaram temos uma boa tecnologia, mas não um produto, um radar viável, um mercado, nem condição para a produção. O governo pode e deve ajudar, mas estamos num País capitalista, e portanto, a iniciativa privada tem sua parcela de responsabilidade.

A Thales não comprou a tecnologia, e sim a Empresa, adquiriu o capital acionário da mesma, por sinal algo semelhante ocorreu com a Aeroletrônica e a Elbit System.

[ ]´s


Esse é o ponto Prick.

Não adianta nada ter a tecnologia mas não ter mercado. A coisa tem que dar lucro, é a alma do captalismo. Nem remédio se faz sem ter lucro!

Se o governo não comprou (porém investiu e isso não tem como negar), a empresa tinha mais é que buscar capital particular visando lançar produtos no mercado.


A história da ENGESA nos mostra bem estes fatores, não basta ter bons produtos e tecnologias, sem mercado, é a falência. E o governo(melhor, Estado) brasileiro não tem condições de fornecer estabilidade para este tipo de empresa, ele pode ajudar, mas os limites ainda são muito grandes, como justificar um invetimento a fundo perdido deste tipo, quando temos tantos problemas para resolver.

A iniciativa privada tem que aprendar a andar com suas próprias pernas. Penso igual a você, caso contrário, vamos acabar com os cartórios que tínhamos no passado, me lembro do desastre que foi a política de informática no Brasil. É preciso saber mitigar as coisas. A defesa da produção e da tecnologia nacional, não pode ser usada como pilar para garantir ineficiência e gap tecnológico. :wink:

[ ]´s


O primeiro parágrafo está perfeito, mas o segundo confesso que tenho dúvidas. Penso que negociações envolvendo equipamentos militares devem ser realizados entre governos e neste caso, acredito que a figura central é do Presidente, assim como faz a França e a Rússia, por exemplo.

Quando se vende armas e equipamentos militares, se vende para um governo e não para um empresa. Então acho que a negociação deva ser realizada entre governos e não entre empresa e governo. Uma empresa sozinha não teria como negociar financiamentos e demarcar estratégias políticas, que são essenciais em vendas de equipamentos militares. Uma empresa só entra com o equipamento, mais nada. Uma empresa que tentar negociar diretamente com o governo de outro país está, no meu entendimento, fadada ao fracasso.


Sds,

Orestes




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alex
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#944 Mensagem por alex » Dom Nov 25, 2007 6:22 pm

Meus 5 centavos:
Ganha:
hipotese 1: Mi35 e EC-725
hipotese 2: Mi35 e Mi-17




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Immortal Horgh
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#945 Mensagem por Immortal Horgh » Dom Nov 25, 2007 6:27 pm

alex escreveu:Meus 5 centavos:
Ganha:
hipotese 1: Mi35 e EC-725
hipotese 2: Mi35 e Mi-17


Gosto mais da hipótese 2, mas ainda acho que a Eurocopter leva essa. Bom demais seria se a dupla escolhida fosse o Tiger e o Merlin.

[ ]s




Editado pela última vez por Immortal Horgh em Dom Nov 25, 2007 7:05 pm, em um total de 1 vez.
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