LULA LIBERA 2,2 BILHOES PARA COMPRA DE 36 CAÇAS
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LeandroGCard escreveu:born escreveu:O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.
Não há como não concordar com você neste ponto, amigo Born, mas existe um fator que deve ser considerado.
O desenvolvimento de mísseis e outros armamentos nacionais não depende de nenhuma janela de oportunidade, pode ser feito a qualquer momento que se deseje sem preocupação com a disponibilidade de outros armamentos nos estoques.
Já o de um caça só vale à pena em determinados momentos, pois nos dias de hoje a vida útil de um avião como este em uma força aérea gira em torno dos 30 anos, e somente quando um tipo está sendo retirado de serviço é que o outro pode ser incorporado. No caso brasileiro, é certo que teremos que substituir cerca de 100 aeronaves daqui a uns 15 anos, e este é exatamente o prazo razoável para o desenvolvimento de um caça local, dadas as condições existentes hoje e que já citei no meu post.
Se o Brasil se concentrar nos mísseis e armamentos agora, e deixar o caça para depois, não haverá tempo útil para desenvolvê-lo a tempo de substituir os F-5M e A-1M, e serão mais 30 (total 45) anos até que outra janela de oportunidade apareça ( o caça do programa FX-2 provavelmente terá que ser substituído antes, mas como componente Hi do mix Hi-Lo, o desenvolvimento de um substituto será muito mais difícil, para um número consideravelmente menor de vetores).
Este é o ponto que vale ressaltar, não é só uma questão de prioridade mas também de oportunidade. Mísseis e outros armamentos podemos começar a desenvolver quando quisermos (na verdade até já começamos), mas um caça é agora ou só daqui a mais uns 45 - 50 anos!
Abraços,
Leandro G. Card
Leandro,
Primeiro, para uma força aérea "madura" como a britãnica, alemã, francesa, japonesa, australiana,etc... Realmente, um novo caça só será incorporado com a retirada de um ou mais vetores mais antigos. Porém para "forças aéreas emergentes", o número de aeronaves está em crecimento como, por exemplo, Córeia do Sul e Índia, não necessariamente um vetor mais antigo terá que ser retirado para a incorporação de um ou mais caças novos. Creio que o Brasil queira se encaixar na categoria de "força aérea emergente".
Se o Brasil deseja conceber um caça do nível de um F-16 ou Gripen. Deve pensar numa escala de produção de 200-300 ou até mais, num intervalo de 20-30 anos. Não adianta pensar apenas em substituir os A-1M e F-5M. Alias, um projeto de caça meia-boca e muito mais simples como o Tejas indiano e o T/A-50 Golden Eagle teriam totais condições de substituir os A-1M e F-5M com sobras.
E para conceber um caça nacional o pais tem que ter dominio do "recheio" e de todo o pacote de armamentos que o caça irá utilizar. Caso contrário, construir um caça nacional não siginificará independencia em relação aos fornecedores externos. Pois as partes mais importantes da aeronave e armamentos não serão de dominio nacional.
Não discordo em construir um caça nacional, mas antes é necessário ter dominio das partes sensíveis de um caça e dos armamentos que ele utiliza. Caso contrário, não faz sentido conceber um caça nacional.
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Pedro Gilberto escreveu:Mais reportagem sobre o F-X2 agora na IstoÉ Dinheiro...
A defesa no ataque
Fabricantes de jatos militares reativam seus lobb ies em Brasília de olho na reabertura da licitação para compra de caças pela FAB, que pode chegar a US$ 2,2 bilhões
MINISTRO NELSON JOBIM: a contrapartida do vencedor da licitação será a transferência de tecnologia
A notícia foi confirmada pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, durante solenidade na Embraer: a licitação do Projeto FX, que renovará a frota de caças de combate da Força Aérea, será realizada no ano que vem. Mais não foi dito por Saito. Mas, a partir daquele momento, uma intensa movimentação começou entre nos gabinetes de Brasília e, sobretudo, entre as cinco grandes fabricantes globais do setor de defesa: a Dassault (com o jato Rafalle), a Sukhoi (Sukhoi-35), a Lockheed-Martin (F-16), a Eurofighter (Eurofighter), a Grippen. Está em jogo um contrato que, num primeiro momento, pode atingir um total de US$ 2,2 bilhões. Segundo especialistas, porém, a bolada pode ser bem maior. Afinal, quem fornecer o primeiro lote de aeronaves (36, segundo o próprio Saito) certamente terá preferência na renovação total da frota da FAB. O que parece certo é que a licitação não seguirá os moldes daquela que se arrastou ao longo de todo o governo de Fernando Henrique Cardoso e acabou não saindo do papel. “Vamos sair do zero. Será completamente diferente”, adiantou uma fonte do governo à DINHEIRO. A concorrência fugirá aos padrões que regem as compras do setor público. Por se enquadrar no planejamento estratégico da defesa do País, a aquisição dos jatos seguirá um trâmite mais simples e enxuto.
Caberá ao Estado-Maior da Aeronáutica a decisão final. A idéia, que depende ainda do aval do Congresso, é realizar uma licitação dirigida, na qual, de antemão, serão escolhidas as empresas que participarão da disputa. Algumas características do negócio deverão ser mantidas em sigilo, sobretudo as que dizem respeito à estratégia de defesa. Assim é na maioria dos países. O Estado-Maior fará sua escolha e encaminhará a decisão ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão se sustentará sobre dois pilares. Um deles é militar. O outro é o chamado off-set, as contrapartidas que o vencedor oferecerá ao País. E, nesse capítulo, reside uma diferença crucial em relação à versão do projeto na era de Fernando Henrique. Desta vez, não haverá preocupação apenas com eventuais compensações comerciais.
O off-set será voltado para a transferência de tecnologia. Nesse aspecto, os franceses da Dassault, fabricante do caça Rafalle, despontam com certo favoritismo. As ligações da Aeronáutica com a indústria francesa são fortes. A Dassault forneceu os 12 Mirages 2000 in tegrados à frota quando o governo Lula desistiu da licitação anterior. Os pilotos brasileiros também têm experiência com os Mirage e não teriam dificuldades em se adaptar ao Rafalle, mais modernos. A empresa utiliza outro argumento a seu favor: a antiga relação com a Embraer, da qual é uma pequena acionista. Esse foi um trunfo poderoso para a Dassault na primeira licitação, pois a companhia brasileira integrava o consórcio dos franceses. Agora, porém, a situação é diferente. Desde então, a participação acionária encolheu significativamente em função da pulverização do capital da Embraer. Além disso, em recente encontro com o comandante Saito, o executivo Frederico Curado deixou clara a posição da empresa que dirige: “Comandante, o melhor para a Embraer é manter neutralidade nesse processo de licitação”, disse ele.
A Embraer pretende ficar neutra na disputa e já avisou o ministro Juniti Saito dessa intenção
Contrato inicial para a compra de 36 caças ao custo de US$ 2,2 bilhões
Saito gostou do que ouviu. A associação da Embraer com qualquer um dos concorrentes poderia se tornar uma camisa-de-força na escolha do vencedor – assim como ocorreu na licitação anterior. Como explicar para a opinião pública que a brasileira Embraer, a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo e um símbolo nacional, ficaria sem a encomenda? O objetivo do governo é forçar uma parceria da empresa com o vencedor, qualquer que seja ele. “A Embraer é o caminho natural, e quase obrigatório, para a transferência de tecnologia”, explica o dirigente de uma grande companhia da área de defesa. Dentro da companhia, porém, há vozes que defendem a Dassault – vozes poderosas, diga-se. Uma delas é a do ex-presidente Maurício Botelho, hoje no conselho de administração. Embora não exerça mais funções executivas, Botelho ainda possui muita influência nas decisões estratégicas.
A nova versão da licitação provocou uma reviravolta nas bolsas de apostas dos favoritos, em relação à edição do governo anterior. Os russos do Sukhoi-35, por exemplo, perderam a vantagem que tinham na licitação do governo anterior, quando acenaram com compras colossais de carne brasileira. Hoje, o caça é alvo de críticas, como problemas de logística, provocados por suas dimensões avantajadas, além da barreira da língua e de outras dificuldades técnicas: enquanto os russos usam o sistema métrico, a FAB utiliza as medidas americanas, como milhas e pés. Já os americanos, praticamente descartados anos atrás, apresentam alguma chance. Segundo especialistas, a Lockheed-Martin tem uma enorme frota de F- 16 estocada no deserto do Mojave, na Califórnia, pronta para ser desovada a preços imbatíveis.
Foi assim que o rei Mohammed VI, do Marrocos, desistiu de comprar 18 Rafalle por 2 bilhões de euros para ficar com 36 caças F-16 ao preço de 1,8 bilhão de euros. A maior barreira para uma vitória dos americanos é a chance diminuta de eles aceitarem transferir tecnologia. Nada pode ser feito sem autorização do Congresso americano. O acesso à caixa-preta dos armamentos é quase impossível.
http://www.terra.com.br/cgi-bin/index_frame/istoedinheiro/edicoes/530/artigo66702-1.htm
Alguns comentarios:
- Desde quando ter relacoes antigas implicam em transferencia de tecnologia? Isto pode ocorrer ou nao.
- A Embraer se tornou uma forte concorrente da Dassault no mercado de avioes executivos
- Ainda ha um lobby pro-Dassault ativo (Mauricio Botelho)
- Os F-16 oferecido a Marrocos foram novos e "nao os estocados no deserto"
- Lobbies dos outros fabricantes surgirao
- Os precos do Eurofighter e Rafale sao equivalentes. Se o Typhoon eh "carissimo", o Rafale tb o eh.
- LeandroGCard
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born escreveu:LeandroGCard escreveu:born escreveu:O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.
Não há como não concordar com você neste ponto, amigo Born, mas existe um fator que deve ser considerado.
O desenvolvimento de mísseis e outros armamentos nacionais não depende de nenhuma janela de oportunidade, pode ser feito a qualquer momento que se deseje sem preocupação com a disponibilidade de outros armamentos nos estoques.
Já o de um caça só vale à pena em determinados momentos, pois nos dias de hoje a vida útil de um avião como este em uma força aérea gira em torno dos 30 anos, e somente quando um tipo está sendo retirado de serviço é que o outro pode ser incorporado. No caso brasileiro, é certo que teremos que substituir cerca de 100 aeronaves daqui a uns 15 anos, e este é exatamente o prazo razoável para o desenvolvimento de um caça local, dadas as condições existentes hoje e que já citei no meu post.
Se o Brasil se concentrar nos mísseis e armamentos agora, e deixar o caça para depois, não haverá tempo útil para desenvolvê-lo a tempo de substituir os F-5M e A-1M, e serão mais 30 (total 45) anos até que outra janela de oportunidade apareça ( o caça do programa FX-2 provavelmente terá que ser substituído antes, mas como componente Hi do mix Hi-Lo, o desenvolvimento de um substituto será muito mais difícil, para um número consideravelmente menor de vetores).
Este é o ponto que vale ressaltar, não é só uma questão de prioridade mas também de oportunidade. Mísseis e outros armamentos podemos começar a desenvolver quando quisermos (na verdade até já começamos), mas um caça é agora ou só daqui a mais uns 45 - 50 anos!
Abraços,
Leandro G. Card
Leandro,
Primeiro, para uma força aérea "madura" como a britãnica, alemã, francesa, japonesa, australiana,etc... Realmente, um novo caça só será incorporado com a retirada de um ou mais vetores mais antigos. Porém para "forças aéreas emergentes", o número de aeronaves está em crecimento como, por exemplo, Córeia do Sul e Índia, não necessariamente um vetor mais antigo terá que ser retirado para a incorporação de um ou mais caças novos. Creio que o Brasil queira se encaixar na categoria de "força aérea emergente".
Se o Brasil deseja conceber um caça do nível de um F-16 ou Gripen. Deve pensar numa escala de produção de 200-300 ou até mais, num intervalo de 20-30 anos. Não adianta pensar apenas em substituir os A-1M e F-5M. Alias, um projeto de caça meia-boca e muito mais simples como o Tejas indiano e o T/A-50 Golden Eagle teriam totais condições de substituir os A-1M e F-5M com sobras.
E para conceber um caça nacional o pais tem que ter dominio do "recheio" e de todo o pacote de armamentos que o caça irá utilizar. Caso contrário, construir um caça nacional não siginificará independencia em relação aos fornecedores externos. Pois as partes mais importantes da aeronave e armamentos não serão de dominio nacional.
Não discordo em construir um caça nacional, mas antes é necessário ter dominio das partes sensíveis de um caça e dos armamentos que ele utiliza. Caso contrário, não faz sentido conceber um caça nacional.
Olá Born,
Mesmo considerando um eventual aumento na quantidade de caças, a "janela de oportunidade" não se altera, a menos que imaginemos o FX-2 agora, um FX-3 importado daqui a 15 anos e um terceiro F-XBr ainda depois. Ai já acho demais, se a idéia é ter mais aviões ótimo, que se adquiram mais FX-2 e se construam mais caças nacionais, sem problema.
Quanto à questão do recheio, isto faz parte da "janela de oportunidade". Hoje temos a aviônica israelense montada aqui no Brasil com vários componentes nacionais na AEL, o expertise da Embraer na integração desta aviônica à diversas células (A-29, A-1 e F-5), um radar nacional em fins de desenvolvimento (SCP-1), mísseis aéreos em desenvolvimento (MAA1-B, MAR, A-Darter) e uma programa de aquisição de novos caças que poderia embutir nas negociações a produção local dos motores e o apoio ao desenvolvimento da aerodinâmica supersônica para o novo caça.
Some-se a isto a certeza de que teremos que adquirir uma boa quantidade de novos aviões (mais de 100) daqui a 12-15 anos (com entregas para daqui a 15-20 anos), e temos condições que talvez jamais se repitam novamente. E para completar um Chavez na Venezuela para garantir o respaldo político à idéia. O que mais se precisa?
Realmente acho que é uma oportunidade boa demais para deixar passar sem pelo menos pensar no assunto. Daqui a alguns anos os programas A-29, F-5M e A1-M estarão encerrados, a linha de produção da AEL será obrigada a fechar por falta de clientes, o programa SCP-1 não terá motivos para manter continuidade e o Chavez provavelmente já terá sido derrubado.
Aí os F-5M e A-1M vão começar a cair de velhos, e vamos iniciar uma nova novela para a compra do FX-3 (e nesta altura o único caça relativamente leve novo no mercado será o F-35), e ficaremos lamentando o fato de não termos iniciado o programa do caça nacional enquanto era tempo. É por este tipo de coisa que nossa indústria de defesa e nossas FA's nunca saem do estado de semi-obsolescência e baixa operacionalidade crônicos em que sempre estiveram (desculpe pelo desabafo).
É triste, já assisto a este filme fazem 30 anos e só mudam os personagens, o enredo é sempre o mesmo. A história das oportunidades perdidas.
Leandro G. Card
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Speculation mode: abaixo um exemplo de onde pode surgir pressoes que podem contaminar o precesso de escolha do novo caca.
Armas sob nova direção
Janio de Freitas
O aditivo ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Atômicas precisa ser visto com reserva pelo Brasil
OS PLANOS armamentistas do Brasil, surgidos de repente e como que do nada, com objetivos encobertos por argumentos improvisados, não se limitam às armas convencionais de guerra, insusceptíveis de restrições por acordos e organismos internacionais. O ministro Nelson Jobim deu indicação nítida nesse sentido, apesar de não percebida pela imprensa, em sua intervenção na 4ª Conferência Internacional do Forte de Copacabana, realizada nos últimos dias.
O aditivo ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Atômicas (o TNP), que procura dar-lhe mais eficiência e rigor, precisa ser visto com reserva pelo Brasil, ao que Jobim disse com a franqueza suficiente nas circunstâncias -diante de representantes da União Européia, do ministro da Defesa de Portugal e de outros numerosos participantes estrangeiros, militares e civis. Isso, portanto, significa mudança na orientação oficial brasileira, direcionando-a para concepções de correntes militares.
A idéia de um submarino nuclear, a pretexto de vigiar os mais de 800 km da nova bacia petrolífera que cobre do Espírito Santo a Santa Catarina, não precisaria aparecer ali, ainda mais com tal argumento, mas deu-se muito bem como acompanhamento da referência de Jobim ao TNP. Uma ilustração leve, digamos.
Em um dos encontros recentes de militares, parlamentares, diplomatas e alguns outros, para troca de informações e análises sobre relações exteriores, segurança e temas correlatos, um alto representante do Exército avançou, em objetividade e clareza, bem mais do que Jobim. Foi, a rigor, até o ponto final: falou na necessidade de que o Brasil domine todo o ciclo da energia nuclear, o que inclui, mais do que o submarino, artefatos de explosões nucleares.
Até onde o atendimento a esta alegada necessidade já progrediu, é quase um ministério, como é próprio de projetos militares. Sabe-se, por exemplo, que a Marinha, desde sempre dotada de quadros mais qualificados técnica e cientificamente, há muito tempo desenvolve pesquisas e equipamentos de processos nucleares. É certo haver outras atividades nesse sentido.
Mas o desconhecimento a respeito dessas atividades não é só do próprio Brasil. Com ajuda decisiva do governo dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu que a Agência Internacional de Energia Atômica se fingisse de satisfeita com explicações verbais, ao ser barrada quando pretendeu inspecionar as características, e daí deduzir as finalidades possíveis, de instalações brasileiras de processamento de urânio. O governo Lula desfruta de privilégios, por parte do governo Bush, que se invertem em relação ao Irã, apesar de lá a Agência estar em inspeção ampla e, até agora, sem problema e sem descobertas alarmantes.
Hugo Chávez não é brindado com o mesmo prestígio, o que leva a se esperarem reações fermentadas à sua afirmação, semana passada, de que vai aplicar na Venezuela um projeto de uso da energia nuclear com os modelos do Brasil e da Argentina. Referia-se, ao que pareceu na ocasião, a uso pacífico, até por não constar a existência de projeto militar dos argentinos.
Certo é que as referências, no Brasil, à aquisição de armamentos e à energia nuclear para fins militares não são reações a Hugo Chávez. Pela simples e definitiva razão de que isso não teria sentido -assunto de próximo artigo. A motivação da mudança que se introduz no Brasil é obscura, mas a dimensão de seus efeitos, internos e externos, já se sabe que só pode ser grande e grave.
Armas sob nova direção
Janio de Freitas
O aditivo ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Atômicas precisa ser visto com reserva pelo Brasil
OS PLANOS armamentistas do Brasil, surgidos de repente e como que do nada, com objetivos encobertos por argumentos improvisados, não se limitam às armas convencionais de guerra, insusceptíveis de restrições por acordos e organismos internacionais. O ministro Nelson Jobim deu indicação nítida nesse sentido, apesar de não percebida pela imprensa, em sua intervenção na 4ª Conferência Internacional do Forte de Copacabana, realizada nos últimos dias.
O aditivo ao Tratado de Não-Proliferação de Armas Atômicas (o TNP), que procura dar-lhe mais eficiência e rigor, precisa ser visto com reserva pelo Brasil, ao que Jobim disse com a franqueza suficiente nas circunstâncias -diante de representantes da União Européia, do ministro da Defesa de Portugal e de outros numerosos participantes estrangeiros, militares e civis. Isso, portanto, significa mudança na orientação oficial brasileira, direcionando-a para concepções de correntes militares.
A idéia de um submarino nuclear, a pretexto de vigiar os mais de 800 km da nova bacia petrolífera que cobre do Espírito Santo a Santa Catarina, não precisaria aparecer ali, ainda mais com tal argumento, mas deu-se muito bem como acompanhamento da referência de Jobim ao TNP. Uma ilustração leve, digamos.
Em um dos encontros recentes de militares, parlamentares, diplomatas e alguns outros, para troca de informações e análises sobre relações exteriores, segurança e temas correlatos, um alto representante do Exército avançou, em objetividade e clareza, bem mais do que Jobim. Foi, a rigor, até o ponto final: falou na necessidade de que o Brasil domine todo o ciclo da energia nuclear, o que inclui, mais do que o submarino, artefatos de explosões nucleares.
Até onde o atendimento a esta alegada necessidade já progrediu, é quase um ministério, como é próprio de projetos militares. Sabe-se, por exemplo, que a Marinha, desde sempre dotada de quadros mais qualificados técnica e cientificamente, há muito tempo desenvolve pesquisas e equipamentos de processos nucleares. É certo haver outras atividades nesse sentido.
Mas o desconhecimento a respeito dessas atividades não é só do próprio Brasil. Com ajuda decisiva do governo dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu que a Agência Internacional de Energia Atômica se fingisse de satisfeita com explicações verbais, ao ser barrada quando pretendeu inspecionar as características, e daí deduzir as finalidades possíveis, de instalações brasileiras de processamento de urânio. O governo Lula desfruta de privilégios, por parte do governo Bush, que se invertem em relação ao Irã, apesar de lá a Agência estar em inspeção ampla e, até agora, sem problema e sem descobertas alarmantes.
Hugo Chávez não é brindado com o mesmo prestígio, o que leva a se esperarem reações fermentadas à sua afirmação, semana passada, de que vai aplicar na Venezuela um projeto de uso da energia nuclear com os modelos do Brasil e da Argentina. Referia-se, ao que pareceu na ocasião, a uso pacífico, até por não constar a existência de projeto militar dos argentinos.
Certo é que as referências, no Brasil, à aquisição de armamentos e à energia nuclear para fins militares não são reações a Hugo Chávez. Pela simples e definitiva razão de que isso não teria sentido -assunto de próximo artigo. A motivação da mudança que se introduz no Brasil é obscura, mas a dimensão de seus efeitos, internos e externos, já se sabe que só pode ser grande e grave.
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Pedro Gilberto escreveu:Mais reportagem sobre o F-X2 agora na IstoÉ Dinheiro...
A defesa no ataque
Engraçado, as desvantagens apontadas para o SU-35 são a barreira do idioma e o tamanho avantajado, que “provocaria dificuldades logísticas”. Bom, acho que a Sukhoi deve ter em seus quadros pessoas que falam outros idiomas que não o russo e mesmo que não tenha, afinal o português não é um idioma tão importante assim no mundo, eles não devem ter dificuldades em contratar alguém que fale nosso idioma e possa traduzir os manuais ou servir como interprete numa conversação com brasileiros. Mais importante ainda, tenho certeza que na FAB tem gente que fala russo fluentemente.
Agora, com relação ao tamanho avantajado, porra, se a FAB não tiver condições de construir hangaretes maiores então não é merecedora do título Força Aérea. Isso não serve como desculpa. Seria melhor ficar com aquela dos parafusos que giram ao contrário.
A dificuldade do Rafale, apontada pela revista, é que já não contaria com o apoio da Embraer como em licitações anteriores. Bom, volta a questão da Embraer. Será que a escolha de um caça para a FAB tem que passar pelo crivo de uma empresa privada? Mesmo com a importância que a Embraer tem? Muita gente pode se até escandalizar com o que vou escrever, mas foda-se a Embraer, se o Rafale for o melhor para o Brasil que venha, se o melhor for o Flanker, que venha, se o Typhoon for o melhor, que venha, mas não podemos ficar a mercê de uma empresa que nem brasileira é mais e, segundo alguns, não tem interesse em desenvolver um caça. Se a questão é aproveitar a compra dos caças para a FAB e MB pra dar à Embraer uma tecnologia que até hoje ela não teve capacidade de desenvolver então é caso de polícia.
Vejam bem, gosto da Embraer e até acho que ela teria capacidade de desenvolver um caça, mas não posso admitir que uma decisão tão importante para a defesa do Brasil e que envolve uma quantidade tão grande de dinheiro público seja tomada com vistas a favorecer uma empresa, seja ela brasileira ou não, e por mais impostos que ela recolha ao erário.
Quanto ao Gripen a desvantagem é aquela que todo mundo, menos seus defensores, já sabia, excelente para a Suécia, mas péssimo para o Brasil. A menos que comprássemos uns 1.500 deles, um verdadeiro “enxame”.
O problema do Typhoon, segundo a reportagem, seria o preço e a pouca de tradição da Inglaterra em fornecer material bélico ao Brasil. Bom, quanto ao preço eu continuo dizendo que temos condições de pagar qualquer preço por qualquer equipamento, não somos um país pobre, somos um país dominado por gente que tem todos os motivos do mundo para não querer Forças Armadas fortes. Quanto ao problema da tradição, acho uma grande bobagem. Tradições foram feitas pra serem quebradas, tradição é coisa de medíocre que tem medo de mudanças.
Mas prestem atenção nas qualidades e defeitos apontados para o F-16. A vantagem é maior que a desvantagem. É aí que mora o perigo. Se bem que eu ficaria muito feliz com Eagles e Hornets por aqui.
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Edu Lopes escreveu:Pedro Gilberto escreveu:Mais reportagem sobre o F-X2 agora na IstoÉ Dinheiro...
A defesa no ataque
Engraçado, as desvantagens apontadas para o SU-35 são a barreira do idioma e o tamanho avantajado, que “provocaria dificuldades logísticas”. Bom, acho que a Sukhoi deve ter em seus quadros pessoas que falam outros idiomas que não o russo e mesmo que não tenha, afinal o português não é um idioma tão importante assim no mundo, eles não devem ter dificuldades em contratar alguém que fale nosso idioma e possa traduzir os manuais ou servir como interprete numa conversação com brasileiros. Mais importante ainda, tenho certeza que na FAB tem gente que fala russo fluentemente.
Agora, com relação ao tamanho avantajado, porra, se a FAB não tiver condições de construir hangaretes maiores então não é merecedora do título Força Aérea. Isso não serve como desculpa. Seria melhor ficar com aquela dos parafusos que giram ao contrário.
A dificuldade do Rafale, apontada pela revista, é que já não contaria com o apoio da Embraer como em licitações anteriores. Bom, volta a questão da Embraer. Será que a escolha de um caça para a FAB tem que passar pelo crivo de uma empresa privada? Mesmo com a importância que a Embraer tem? Muita gente pode se até escandalizar com o que vou escrever, mas foda-se a Embraer, se o Rafale for o melhor para o Brasil que venha, se o melhor for o Flanker, que venha, se o Typhoon for o melhor, que venha, mas não podemos ficar a mercê de uma empresa que nem brasileira é mais e, segundo alguns, não tem interesse em desenvolver um caça. Se a questão é aproveitar a compra dos caças para a FAB e MB pra dar à Embraer uma tecnologia que até hoje ela não teve capacidade de desenvolver então é caso de polícia.
Vejam bem, gosto da Embraer e até acho que ela teria capacidade de desenvolver um caça, mas não posso admitir que uma decisão tão importante para a defesa do Brasil e que envolve uma quantidade tão grande de dinheiro público seja tomada com vistas a favorecer uma empresa, seja ela brasileira ou não, e por mais impostos que ela recolha ao erário.
Quanto ao Gripen a desvantagem é aquela que todo mundo, menos seus defensores, já sabia, excelente para a Suécia, mas péssimo para o Brasil. A menos que comprássemos uns 1.500 deles, um verdadeiro “enxame”.
O problema do Typhoon, segundo a reportagem, seria o preço e a pouca de tradição da Inglaterra em fornecer material bélico ao Brasil. Bom, quanto ao preço eu continuo dizendo que temos condições de pagar qualquer preço por qualquer equipamento, não somos um país pobre, somos um país dominado por gente que tem todos os motivos do mundo para não querer Forças Armadas fortes. Quanto ao problema da tradição, acho uma grande bobagem. Tradições foram feitas pra serem quebradas, tradição é coisa de medíocre que tem medo de mudanças.
Mas prestem atenção nas qualidades e defeitos apontados para o F-16. A vantagem é maior que a desvantagem. É aí que mora o perigo. Se bem que eu ficaria muito feliz com Eagles e Hornets por aqui.
Se o alcance do Gripen eh um problema, pq adquirimos F-5, AMX com alcances menores e insistimos em moderniza-los tardiamente?
A Ingleterra tem uma longa tradicao como fornecedora de armas ao Brasil, que o diga a MB.
Porque o pessoal daqui achou que o mundo é como o Brasil, que leva tudo na barrigada, na sacanagem. Tanto é verdade que apenas e somente após os vizinhos se mexerem(e muito) que começamos a acordar. Veja bem, acordar, nós nem levantamos da cama ainda. Os F-5M já estão começados e o A-1 também, temos que ajudar a pobre da EMBRAER, assim, é isso mesmo, Mitinga e TU-160BR até 2080, depois vem o Matusa-MBR.
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FIGHTERCOM escreveu:“A Embraer é o caminho natural, e quase obrigatório, para a transferência de tecnologia”, explica o dirigente de uma grande companhia da área de defesa.
Será?
Wesley
Concordo plenamente com o tal senhor que disse isso. Mas acrescento: a Embraer é vital, mas outras empresas serão "beneficiadas" da mesma forma.
Sds,
Orestes
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jacquessantiago escreveu:Edu Lopes escreveu:Pedro Gilberto escreveu:Mais reportagem sobre o F-X2 agora na IstoÉ Dinheiro...
A defesa no ataque
Engraçado, as desvantagens apontadas para o SU-35 são a barreira do idioma e o tamanho avantajado, que “provocaria dificuldades logísticas”. Bom, acho que a Sukhoi deve ter em seus quadros pessoas que falam outros idiomas que não o russo e mesmo que não tenha, afinal o português não é um idioma tão importante assim no mundo, eles não devem ter dificuldades em contratar alguém que fale nosso idioma e possa traduzir os manuais ou servir como interprete numa conversação com brasileiros. Mais importante ainda, tenho certeza que na FAB tem gente que fala russo fluentemente.
Agora, com relação ao tamanho avantajado, porra, se a FAB não tiver condições de construir hangaretes maiores então não é merecedora do título Força Aérea. Isso não serve como desculpa. Seria melhor ficar com aquela dos parafusos que giram ao contrário.
A dificuldade do Rafale, apontada pela revista, é que já não contaria com o apoio da Embraer como em licitações anteriores. Bom, volta a questão da Embraer. Será que a escolha de um caça para a FAB tem que passar pelo crivo de uma empresa privada? Mesmo com a importância que a Embraer tem? Muita gente pode se até escandalizar com o que vou escrever, mas foda-se a Embraer, se o Rafale for o melhor para o Brasil que venha, se o melhor for o Flanker, que venha, se o Typhoon for o melhor, que venha, mas não podemos ficar a mercê de uma empresa que nem brasileira é mais e, segundo alguns, não tem interesse em desenvolver um caça. Se a questão é aproveitar a compra dos caças para a FAB e MB pra dar à Embraer uma tecnologia que até hoje ela não teve capacidade de desenvolver então é caso de polícia.
Vejam bem, gosto da Embraer e até acho que ela teria capacidade de desenvolver um caça, mas não posso admitir que uma decisão tão importante para a defesa do Brasil e que envolve uma quantidade tão grande de dinheiro público seja tomada com vistas a favorecer uma empresa, seja ela brasileira ou não, e por mais impostos que ela recolha ao erário.
Quanto ao Gripen a desvantagem é aquela que todo mundo, menos seus defensores, já sabia, excelente para a Suécia, mas péssimo para o Brasil. A menos que comprássemos uns 1.500 deles, um verdadeiro “enxame”.
O problema do Typhoon, segundo a reportagem, seria o preço e a pouca de tradição da Inglaterra em fornecer material bélico ao Brasil. Bom, quanto ao preço eu continuo dizendo que temos condições de pagar qualquer preço por qualquer equipamento, não somos um país pobre, somos um país dominado por gente que tem todos os motivos do mundo para não querer Forças Armadas fortes. Quanto ao problema da tradição, acho uma grande bobagem. Tradições foram feitas pra serem quebradas, tradição é coisa de medíocre que tem medo de mudanças.
Mas prestem atenção nas qualidades e defeitos apontados para o F-16. A vantagem é maior que a desvantagem. É aí que mora o perigo. Se bem que eu ficaria muito feliz com Eagles e Hornets por aqui.
Se o alcance do Gripen eh um problema, pq adquirimos F-5, AMX com alcances menores e insistimos em moderniza-los tardiamente?
A Ingleterra tem uma longa tradicao como fornecedora de armas ao Brasil, que o diga a MB.
O F-5 não foi escolha, foi o possível na época (a FAB queria o F-4, mas foi negado). O AMX foi um caça que o Brasil podia produzir, ou seja, o máximo que se fazia na época com a tecnologia dominada e adquirida. Se quisesse um caça com mais prestações, então teria que comprar e não produzir. Fizeram a escolha para produção.
Outro ponto, F-5 e AMX é passado, e não é porque foi comprado estes vetores é que se deve continuar operando novos vetores com os mesmos problemas. A FAB deseja mais do que isso, o governo tem dado claros sinais de boa vontade e apoio, logo este tipo de argumento não ajuda em nada o Gripen, pelo contrário.
Um vetor como o Gripen deve ser lembrado pelas suas excelentes características e não como um vetor com pouco mais alcance que o F-5 e AMX. Isto degrine a imagem do excelente vetor que é o Gripen.
Sds,
Orestes
Túlio escreveu:Vector escreveu:
Meu caro...
A Embraer é uma empresa, e como tal visa o lucro. Assim como a Boeing, a Raytheon, a Dassoult, a Lockheed... e etc...
Porque vc acha que elas desenvolvem aviões militares???? Heim?
é porque são patriotas... Porra nenhuma. É porque o governo injeta nelas ZILHÕES de dólares, ZILHÕES. O governo paga o projeto e compra centenas de unidades. A Empresa obtém o que: LUCRO!!!
Parem de ser iludidos... A EMBRAER visa o lucro, como qualquer empresa. Se o Governo brasileiro tiver o interesse de possuir um caça nacional, então terá de bancar o projeto. Se ele estiver a fim de bancar, então a EMBRAER desenvolverá o avião, com certeza, porque será um negócio que trará tecnologia, e lucro...
Mas aí é que está, ninguém - ao menos eu - está propondo que a EMBRAER se comprometa a desenvolver com verbas próprias um caça leve. Lembro-te o caso do POSSÍVEL C390, recentemente foi aprovada uma verba de 800 milhas para iniciar o seu desenvolvimento. O mesmo teria de ser feito pelo caça leve, oras...Vector escreveu:Engraçado como alguns dizem que o ALX é um fracasso comercial... ué, mas ele foi desenvolvido a pedido da FAB, que pagou todo o seu desenvolvimento. O caso seria o mesmo.
Não existe o mínimo interesse da empresa entrar nesta barca furada sozinha, ou por uma promessa de um punhado de caças, promessa que pode sumir como fumaça na primeira troca de governo.
Além do apoio ($$$ + encomendas) governamental - condição sine qua non - é difícil crer que, no mundo inteiro, não há mais NINGUÉM interessado num caça mais 'low profile, low cost', o Hawk Inglês está levando todas, a África do Sul o utiliza em conjunto com o Gripen nos moldes que propus para o nosso, por exemplo. Assim, talvez se ache algum parceiro interessado em participar do programa, a EMBRAER é mestra nisso, ao menos nos comerciais...Vector escreveu:Acordem, não existe essa de empresa patriota, nem aqui, nem nos EUA, nem na Europa, nem em lugar nenhum. Sei que muitos de vcs não tem a idade suficiente para enteder isso, e sei que muito entendem.
A EMbraer não está se lixando para o Brasil não... é uma empresa nacional, que desenvolve seus aviões aqui, com mão de obra e com cérebros daqui, gera empregos, renda, paga rios de dinheiro em pesados impostos, mantém escola para pessoas de baixa renda, inúmeros programas sociais e ambientais, desenvolve dezenas de fornecedores, que hoje já fornecem peças aeronáuticas par ao mundo todo... e cria e mantém a massa crítica necessária para que no futuro tenhamos muitas outras indrústrias...
Então, por favor... pensem bem.
QUanto ao que foi dito sobre a situação financeira da empresa, ela não é tão confortável com alguns pensam não. Estamos passando por um momento delicado, apesar do futuro nos parecer muito bom.
E aquele pessoal de engenharia que disseram estar disponível para novos projetos... não está não. Todos já estão engajados em novos projetos.
QUanto a buscar outro parceiro para empreitada... O governo pode ficar à vontade... Se quizerem quebrar mais empresas, como fizeram com a Engesa, boa sorte então.
Sds,
Vector
Insisto no que disse acima, se o governo fizer sua parte ($$$ + encomendas), a EMBRAER ficaria muito que satisfeita em desenvolver um novo produto, só ou associada a outrem. Lembro de uma entrevista de um graudão da empresa dizendo que 'a EMBRAER precisa expandir o seu setor militar', creio que foi o Botelho, mas num tenho certeza.
Sobre desenvolver turbinas, aviônicos, radares & quetales: NÃO é da competência da EMBRAER, daí sim, chegamos com maior propriedade à 'síndrome de ENGESA'. Só que não podemos confundir alhos com bugalhos, num somos noviços nisso, há o SABER, há o Scipio, impossível que não tenhamos tecnologia para desenvolver um radar multimodo apropriado a um caça leve, POWS!!! Aviônicos fazem aqui em Porto Alegre, na Aeroeletrônica. Turbinas...bueno, aí é que o governo teria que se mexer, mas lembro de outra entrevista, se não me engano do Presidente Lula mesmo, dizendo que há que se criar uma fábrica nacional de turbinas (tem a GE Celma, que uma vez foi só Celma. Ué, tira-se a GE da jogada, como foi feito com os Franceses na EMBRAER, oras)...
Mas tudo isso passa pela tale de 'vontade política'. Isso, no entanto, parece que está começando a aparecer...
É isso mesmo... Vc pegou o espírito da coisa.
Dissemos a mesma coisa, com palavras diferentes.
Sds,
Vector
"A dificuldade do Rafale, apontada pela revista, é que já não contaria com o apoio da Embraer como em licitações anteriores. Bom, volta a questão da Embraer. Será que a escolha de um caça para a FAB tem que passar pelo crivo de uma empresa privada? Mesmo com a importância que a Embraer tem? Muita gente pode se até escandalizar com o que vou escrever, mas foda-se a Embraer, se o Rafale for o melhor para o Brasil que venha, se o melhor for o Flanker, que venha, se o Typhoon for o melhor, que venha, mas não podemos ficar a mercê de uma empresa que nem brasileira é mais e, segundo alguns, não tem interesse em desenvolver um caça. Se a questão é aproveitar a compra dos caças para a FAB e MB pra dar à Embraer uma tecnologia que até hoje ela não teve capacidade de desenvolver então é caso de polícia. "
É pode ser caso de inteligência e de estratégia de longo prazo também... depende de como for feito.
Assim como meu, caro, uma compra direta, sem meter a Embraer no meio, pode virar um caso de polícia... Isso se as propinas normais vierem à tona...
QUanto ao que vc disse... não me escandalizo não. Tá cheio de gente aqui muito nervosinha com esta questão dos FX. Calma gente... Vcs ainda poderão mostrar os aviões de quinta geração nos shows aéreos... só precisamos saber se mostraremos pros nossos filhos ou então pros nossos netos!!! hehehehehehe Ahhh e saber se teremos grana pra manter eles voando... senão nem nos shows...
Bom, vou indo... preciso terminar uma apresentação que farei amanhã, lá na Embraer, para uma visita do alto comando da FAB, mostrando as desvantagens do tal superavião russo!!! inté... E supervalorizando o Rafale, é claro...
Calma - é brincadeira gente!!!!
Vector
É pode ser caso de inteligência e de estratégia de longo prazo também... depende de como for feito.
Assim como meu, caro, uma compra direta, sem meter a Embraer no meio, pode virar um caso de polícia... Isso se as propinas normais vierem à tona...
QUanto ao que vc disse... não me escandalizo não. Tá cheio de gente aqui muito nervosinha com esta questão dos FX. Calma gente... Vcs ainda poderão mostrar os aviões de quinta geração nos shows aéreos... só precisamos saber se mostraremos pros nossos filhos ou então pros nossos netos!!! hehehehehehe Ahhh e saber se teremos grana pra manter eles voando... senão nem nos shows...
Bom, vou indo... preciso terminar uma apresentação que farei amanhã, lá na Embraer, para uma visita do alto comando da FAB, mostrando as desvantagens do tal superavião russo!!! inté... E supervalorizando o Rafale, é claro...
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LeandroGCard escreveu:born escreveu:LeandroGCard escreveu:born escreveu:O problema do Brasil é que os recursos poderiam ser melhor aplicados se fossem utilizados no desenvolvimento do plus (misseis, sistemas, eletronica, etc...) para elevar a capacidade da e independencia em relação aos fornecedores externos.
Não há como não concordar com você neste ponto, amigo Born, mas existe um fator que deve ser considerado.
O desenvolvimento de mísseis e outros armamentos nacionais não depende de nenhuma janela de oportunidade, pode ser feito a qualquer momento que se deseje sem preocupação com a disponibilidade de outros armamentos nos estoques.
Já o de um caça só vale à pena em determinados momentos, pois nos dias de hoje a vida útil de um avião como este em uma força aérea gira em torno dos 30 anos, e somente quando um tipo está sendo retirado de serviço é que o outro pode ser incorporado. No caso brasileiro, é certo que teremos que substituir cerca de 100 aeronaves daqui a uns 15 anos, e este é exatamente o prazo razoável para o desenvolvimento de um caça local, dadas as condições existentes hoje e que já citei no meu post.
Se o Brasil se concentrar nos mísseis e armamentos agora, e deixar o caça para depois, não haverá tempo útil para desenvolvê-lo a tempo de substituir os F-5M e A-1M, e serão mais 30 (total 45) anos até que outra janela de oportunidade apareça ( o caça do programa FX-2 provavelmente terá que ser substituído antes, mas como componente Hi do mix Hi-Lo, o desenvolvimento de um substituto será muito mais difícil, para um número consideravelmente menor de vetores).
Este é o ponto que vale ressaltar, não é só uma questão de prioridade mas também de oportunidade. Mísseis e outros armamentos podemos começar a desenvolver quando quisermos (na verdade até já começamos), mas um caça é agora ou só daqui a mais uns 45 - 50 anos!
Abraços,
Leandro G. Card
Leandro,
Primeiro, para uma força aérea "madura" como a britãnica, alemã, francesa, japonesa, australiana,etc... Realmente, um novo caça só será incorporado com a retirada de um ou mais vetores mais antigos. Porém para "forças aéreas emergentes", o número de aeronaves está em crecimento como, por exemplo, Córeia do Sul e Índia, não necessariamente um vetor mais antigo terá que ser retirado para a incorporação de um ou mais caças novos. Creio que o Brasil queira se encaixar na categoria de "força aérea emergente".
Se o Brasil deseja conceber um caça do nível de um F-16 ou Gripen. Deve pensar numa escala de produção de 200-300 ou até mais, num intervalo de 20-30 anos. Não adianta pensar apenas em substituir os A-1M e F-5M. Alias, um projeto de caça meia-boca e muito mais simples como o Tejas indiano e o T/A-50 Golden Eagle teriam totais condições de substituir os A-1M e F-5M com sobras.
E para conceber um caça nacional o pais tem que ter dominio do "recheio" e de todo o pacote de armamentos que o caça irá utilizar. Caso contrário, construir um caça nacional não siginificará independencia em relação aos fornecedores externos. Pois as partes mais importantes da aeronave e armamentos não serão de dominio nacional.
Não discordo em construir um caça nacional, mas antes é necessário ter dominio das partes sensíveis de um caça e dos armamentos que ele utiliza. Caso contrário, não faz sentido conceber um caça nacional.
Olá Born,
Mesmo considerando um eventual aumento na quantidade de caças, a "janela de oportunidade" não se altera, a menos que imaginemos o FX-2 agora, um FX-3 importado daqui a 15 anos e um terceiro F-XBr ainda depois. Ai já acho demais, se a idéia é ter mais aviões ótimo, que se adquiram mais FX-2 e se construam mais caças nacionais, sem problema.
Quanto à questão do recheio, isto faz parte da "janela de oportunidade". Hoje temos a aviônica israelense montada aqui no Brasil com vários componentes nacionais na AEL, o expertise da Embraer na integração desta aviônica à diversas células (A-29, A-1 e F-5), um radar nacional em fins de desenvolvimento (SCP-1), mísseis aéreos em desenvolvimento (MAA1-B, MAR, A-Darter) e uma programa de aquisição de novos caças que poderia embutir nas negociações a produção local dos motores e o apoio ao desenvolvimento da aerodinâmica supersônica para o novo caça.
Some-se a isto a certeza de que teremos que adquirir uma boa quantidade de novos aviões (mais de 100) daqui a 12-15 anos (com entregas para daqui a 15-20 anos), e temos condições que talvez jamais se repitam novamente. E para completar um Chavez na Venezuela para garantir o respaldo político à idéia. O que mais se precisa?
Realmente acho que é uma oportunidade boa demais para deixar passar sem pelo menos pensar no assunto. Daqui a alguns anos os programas A-29, F-5M e A1-M estarão encerrados, a linha de produção da AEL será obrigada a fechar por falta de clientes, o programa SCP-1 não terá motivos para manter continuidade e o Chavez provavelmente já terá sido derrubado.
Aí os F-5M e A-1M vão começar a cair de velhos, e vamos iniciar uma nova novela para a compra do FX-3 (e nesta altura o único caça relativamente leve novo no mercado será o F-35), e ficaremos lamentando o fato de não termos iniciado o programa do caça nacional enquanto era tempo. É por este tipo de coisa que nossa indústria de defesa e nossas FA's nunca saem do estado de semi-obsolescência e baixa operacionalidade crônicos em que sempre estiveram (desculpe pelo desabafo).
É triste, já assisto a este filme fazem 30 anos e só mudam os personagens, o enredo é sempre o mesmo. A história das oportunidades perdidas.
Leandro G. Card
Leandro,
Acho nosso pensamento é mais semelhante do que parece.
Estou muito atarefado hoje, amanhã respondo melhor a mensagem.
- R.A.Barros
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